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Ensaio: Quem quer ser um escritor?
Ensaio: Quem quer ser um escritor?
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Ensaio: Quem quer ser um escritor?

A Teledramaturgia vem conquistando um espaço e tanto em nossos planos para aproveitar o tempo. Biografias que viraram filmes, romances que saíram das páginas em papeis e invadiram as cenas das telonas, uma variedade e tanto de assuntos e categorias de filmes, séries, programas televisivos para abranger a nossa discussão e facilitar o nosso raciocínio. Filmes de ação, biográficos, românticos, comédias ou dramáticos.

Continuamos sendo uma sociedade construída pelo método empírico de conhecimento, especificamente através da visão, mas estamos pluralizando os objetos de análise, antes era somente a leitura e a elaboração de uma boa crítica sobre o livro lido, hoje temos livros e filmes, longas e curta metragens para agigantar ainda mais a imaginação de quem assiste/lê.

O objetivo deste ensaio é te indicar alguns filmes mega interessantes para te inspirar a ser um bom escritor. Sim, filmes que te ajudarão (certamente) a refletir sobre o eu-escritor que existe dentro de você.

Os filmes são construídos através de várias histórias que perpassam vários ensinamentos, não só a respeito da arte da escrita, mas também de questões sociais e filosóficas. Questões que atravessam a existência humana e centraliza todo o esforço de seu comportamento em valores, cultura, estereótipos sociais e a convicção do que é certo e errado.

Estes filmes servirão de base para refletir tanto o conteúdo de tudo aquilo que quer escrever, quanto a forma em que você como escritor quer se expressar e mostrar para os teus futuros leitores.

01 – Histórias Cruzadas
Ambientado no estado do Mississipi, Estados Unidos, em meados a década de 60. Uma cidade interiorana e também puramente racista, com ideários e imaginários construídos na ideologia de que a cor branca é supervalorizada. Dentro deste paradigma, uma moça branca contrapõe todos os tabus sociais ao escrever um livro dando voz as escravas, mulheres negras e sofridas.

02 – Escritor Fantasma
Um filme de suspense e intrigante. Conspiração política e difamação social. Um escritor fantasma, um escritor de biografias, se encontra em uma situação de vida e morte ao escrever as memorias de um ex primeiro ministro do governo britânico.

03 – Meia noite em Paris
Uma comédia romântica fabulosa em que o escritor se encontra na cidade de Paris com alguns dos escritores renomados da Literatura Universal, Gertrudes Stein e Ernest Hemingway são alguns dos artistas/escritores citados.

04- Escritores da Liberdade
A típica sala de aula da contemporaneidade, o estereótipo de professor e alunos desinteressados. A luta diária dos profissionais docentes em fazer com que seus alunos se encontrem no conhecimento.

Ensaio: Árvore de Ideias
Ensaio: Árvore de Ideias
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Ensaio: Árvore de Ideias

“A verdade é sempre o argumento mais forte”
Sófocles (496 a 405 aC)

Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador.
Paul Valéry

Estamos desenvolvendo uma série de ensaios críticos e bem argumentativos para te ajudar na elaboração de uma boa redação. Já passamos pela introdução, você pode ler aqui mesmo no site do Beco todas as explicações e exemplos ilustrando como iniciar seu texto e, neste texto que vos escrevo, reservei um assunto bem interessante: árvore de ideias!

A árvore de ideias é um mecanismo de organização de seus pensamentos no segundo e terceiro passo/ parágrafo da sua redação.

Lembrete:
1º Passo/parágrafo – Introdução
2º Passo/parágrafo – Desenvolvimento I
3º Passo/parágrafo – Desenvolvimento II
4º Passo/parágrafo – Conclusão

Ou seja, os dois parágrafos de seu texto destinado a argumentação e exemplificação de sua tese/posicionamento ideológico – também chamado de DESENVOLVIMENTO, deve conter dados, pesquisas, frases de pensadores reconhecidos para dar sustento ao seu posicionamento expresso na Conclusão.

Portanto, o que é então a árvore de ideias propriamente dita? A árvore de ideias é uma sequência de tópicos que pode ser realizada após a leitura dos textos coletânea ou após a leitura da proposta temática. A leitura dos textos exemplificadores oferecidos pela banca avaliativa não é obrigatória, você como escritor da redação deve escolher se consegue organizar seu tempo de prova em leitura e processo de escrita.

Os tópicos listados diz respeito ao assuntos que você poderá levar em consideração na sua argumentação, isto é:

Exemplo I
Proposta temática: O livre porte de armas no Brasil, deve ser permitido?

– Segurança
-Integridade da Família
– Defesa pessoal
– Massacre de Realengo, abril de 2011
– Massacre de Las Vegas, outubro de 2017
– Citação filosófica: “Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas.” (Barão de Montesquieu)
– Citação filosófica 2: “As armas não conhecem limites. ” (Sêneca)

Exemplo II
Proposta Temática: A importância do Movimento Feminista na Luta pelos Direitos das mulheres

– Ser mulher
– Ideologia do Sexo frágil
– Independência tardia da Mulher
– Direito ao voto
– Cultura da imagem: a mulher como aperitivo sexual
– Cultura da imagem: mulher não nasceu para assuntos políticos, somente “donas de casa”
– Citação Filosófica: É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta. (Simone de Beauvoir)

A partir do momento em que você lista os assuntos relevantes a proposta temática, é possível avaliar e reavaliar os argumentos necessários para estruturação da sua conclusão. É necessário usar ideias, dados de pesquisa, citações filosóficas que afirmam e condizem com a sua conclusão.

Treine bem em casa a seleção de ideias e o mais indicado: LEIA MUITO! Não conseguirá ter bons argumentos na sua redação se não tiver em mente uma bagagem de conhecimentos para selecionar no ato da escrita.

Vestibular: Ensaio sobre tipologia textual - Beco Literário
Vestibular: Ensaio sobre tipologia textual – Beco Literário
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Ensaio sobre tipologia textual

Após a primeira reflexão encontrada no primeiro texto publicado ontem aqui no Beco, é possível avançar mais um passo e perscrutar o que a arte da escrita nos reserva, ao separarmos algum tempo útil nos esforçando para entende-la.

Ao entender que todo escritor já rege seu pensamento através da escrita com o objetivo seja alcançar um público determinado, podemos entender claramente cada estrutura textual de vários tipos de textos diferentes, existentes e funcionais.

Parte da ciência que se responsabiliza a estudar e catalogar cada conhecimento relacionado a palavra e a textos, é chamado de Tipologia Textual. Para ser mais didático, entende-se que esta nomenclatura deriva da língua grega e separando cada centro vocabular se tem:

Tipo: propriamente dito o tipo, espécie, qualidade;

Logia: logos, ciência, estudo;

Textual: palavra que designa ao termo texto, tudo que se relaciona ao texto e palavras em formação de sentido;

Falando em tipologia – tipos, vários tipos, espécies de textos – vamos relembrar alguns que são mais comuns e rotineiramente encontramos no nosso dia a dia?

– Lembrete

– Mensagem (termo hoje substituído por whatsapp)

– Carta (tipo de comunicação esquecido pelas pessoas, mas substituído pela Carta Argumentativa usado em avaliações de vestibulares)

– Dissertação Argumentativa

– Artigo de Opinião

O tamanho do texto, a linguagem usada, a pessoa inscrita dentro da produção textual, tudo é diferente. Tudo. Entretanto, há uma particularidade singular entre todas as espécies de textos: introdução, desenvolvimento e conclusão, exatamente nesta ordem.

Já discutimos que os textos possuem o único objetivo de transmitir uma informação, algum tipo de conhecimento como em um diálogo falado (só que regido pela lei gramatica da escrita).

Logo, é possível entender que:

– Introdução: abordagem do conceito retratado na proposta temática a ser desenvolvida. Apresentação da discussão. Abertura do tema.

– Desenvolvimento: Exposição de fatos, acontecimentos históricos e pensamentos/frases de escritores e famosos. Conhecido como fundamentação teórica do texto, local onde se discute toda a base de argumentação da problemática retratada na proposta temática. Lugar de exposição de dados, pesquisas, testes, provas, gráficos. Argumentos.

– Conclusão: Posicionamento ideológico em relação ao tema proposto, ideia final, a conclusão dos argumentos discutidos no desenvolvimento. Opinião, as vezes em primeira pessoa, as vezes em terceira, mas sempre uma opinião. Proposta para resolver um possível problema do tema proposto, uma saída, argumento final que fecha toda argumentação.

No nosso próximo encontro teremos uma discussão de cada tipo de texto, mas apreenda o objetivo de cada estrutura textual, fixando cada função, será fácil reconhecer a problemática retratada em qualquer proposta e discorrer ideias a seu respeito com facilidade.

Ensaio sobre escrever
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Ensaio sobre escrever

Escrever. O “homem”, em sua totalidade, vem usufruindo da arte da escrita há séculos, milênios. Criando um sistema configurado em vários elementos: letras, números, marcas de pontuações, regras gramaticais e diferenciando os vários produtos que se pode ter através do uso das palavras em textos. Vários tipos de textos. Tal variedade textual é, portanto, uma expressão dos pensamentos e sentimentos do indivíduo que organiza e reorganiza as palavras, ou seja, escreve. Mediante a esta reflexão, voltamos a ideia inicial deste parágrafo justificando o motivo do uso da escrita ser tão presente na vida das pessoas há tanto tempo. Libertar o que está dentro.

Escrever concede ao ser poder, poder de conquistar o que se almeja, poder de criar e viver várias vidas, inúmeras realidades, poder de sonhar, e o melhor, sonhar acordado. O ato de escrever nunca está sozinho, sempre bem acompanhado. A escrita é confidente da leitura, amante, companheira de jugo, fiel escudeira, a irmã gêmea, a outra parte da alma, enquanto a escrita se completa como “s”, a leitura é o “2” (“s2”, entendeu?, ironia).

“Uma palavra escrita é semelhante a uma pérola.” Johann Goethe

“A história é escrita pelos vencedores.” George Orwell

“Uma palavra escrita é a mais fina das relíquias.” Henry David Thoreau

“Uma vida bem escrita é quase tão rara como uma bem vivida.” Thomas Carlyle

É preciso entender a arte da escrita, e escrever diz respeito a regras, até para ser livre exige um comportamento a ser seguido, uma norma, algumas regras. Antes de entrarmos na análise de tipologia textual, é preciso refletir sobre o primeiro processo de escrita primeiro, a gênese.

A primeira avaliação a ser feita, é entender que toda escrita perfaz um sistema chamado de Situação Conversacional. Esse sistema nos ensina que todo emissor (seja aquele que emite pela fala ou pela escrita) precisa transmitir sua mensagem mediante a um código entendível ao receptor (aquele que recebe).

Vamos ilustrar!

Imagem: Divulgação / Google

Imagem: Divulgação / Google

Emissor: também conhecido como primeira pessoa, aquele que emite, aquele que escreve, aquele que fala, aquele que deseja transmitir alguma informação;

Receptor: também conhecido como segunda pessoa, aquele que recebe, aquele que lê, aquele que recebe a informação/conteúdo do emissor;

Mensagem: a informação que se deseja transmitir, o conteúdo;

Código: habilidade linguística, sistema linguística, língua em que a mensagem está fundamentada, língua em que o conteúdo ou informação esteja escrito ou falado;

Contexto: situação ou meio que o diálogo ou a escrita esteja acontecendo, a realidade temporal e geográfica;

Contextualizando esse conteúdo a nossa reflexão, todo emissor é escritor, e para escrever é preciso entender esse sistema básico, a escrita deve estar fundamentada em um código entendível ao leitor para que, ao ser lido, seja compreendido. Por exemplo, o emissor deste ensaio é o Gustavo Machado, o receptor é você leitor, a mensagem a ser transmitida é a respeito da prática da escrita e o código a qual está fundamentada é a Língua Portuguesa.

Simples, não é?

Antes de escrever qualquer palavra, qualquer texto, é preciso ter em mente esse sistema. Qual público quero alcançar? Qual mensagem quero transmitir?

Após refletirmos e encontrarmos as respostas para estes primeiros passos, pode-se avançar e perscrutar tudo aquilo que sua imaginação lhe permite.

Ensaio: Elementos Estruturais da Narrativa - Espaço #02
Ensaio: Elementos Estruturais da Narrativa – Espaço #02
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Ensaio: Elementos Estruturais da Narrativa – Espaço #02

Pensando em seu desenvolvimento e amadurecimento como ledor, caro leitor, me senti encorajado para escrever alguns ensaios cujo objetivo seja auxiliá-lo a inferir, interpretar e/ou facilitar qualquer tipo de leitura que esteja fazendo. Fundamento nossa discussão norteando a sua criticidade para os cinco elementos de análise literária de textos, que são:

  1. Foco Narrativo
  2. Tempo
  3. Espaço
  4. Personagens
  5. Enredo

Já foi publicado um escrito a respeito do Foco Narrativo (post intitulado de: Elementos Estruturais da Narrativa – #1 Foco Narrativo), neste espaço, separei um assunto bem interessante sobre o espaço, o espaço dentro dos romances, contos e crônicas.

Vamos utilizar Gaston Bachelard para ser o fundamento do nosso estudo, especificamente seu livro: “A Poética do Espaço”. A ideia do filósofo e ensaísta francês é discutir o espaço em dois grandes polos, através do polo material, real, geográfico e também ideal, não material e psicológico.

Portanto, para Bachelard, o espaço dentro de uma narrativa por exemplo, não será necessariamente uma cidade, ou uma casa, talvez um quarto (limitando este espaço somente ao seu aspecto físico e material), mas sim uma manifestação psicológica advinda de um aspecto físico. Parece complicado, não é? Mas fique tranquilo, é mais fácil que pensamos.

Ao ler o livro “A Poética do Espaço”, inferimos em cada capítulo uma alusão a essa união entre o material e não material e físico com psicológico. Os títulos são:

Capítulo 1 — A casa. Do porão ao sótão. O sentido da cabana;
Capítulo 2 — Casa e universo
Capítulo 3 — A gaveta. Os cofres e os armários
Capítulo 4 — O ninho
Capítulo 5 — A concha
Capítulo 6 — Os cantos
Capítulo 7 — A miniatura
Capítulo 8 — A imensidão íntima
Capítulo 9 — A dialética do exterior e do interior
Capítulo 10 — A fenomenologia do redondo

Podemos imaginar o livro sendo uma casa, não é mesmo? E cada cômodo um capítulo. O autor constrói em seu livro essa imagem, e é assim que se deve analisar o espaço de um livro. Cada lugar reserva tanto ao personagem quanto ao narrador, um comportamento específico, e em alguns casos, o enredo da história se torna cativo do espaço.

Por exemplo, no livro “Estórias da casa velha da ponte”, da escritora goiana Cora Coralina, a casa que se encontra aos arredores da ponte da Cidade de Goiás, antiga capital goiana, se torna uma personagem de grande importância no desenvolvimento da narrativa. É possível observar o amadurecimento da personagem principal do livro através do retrato do envelhecimento da casa.

É possível também discutir a vivacidade e psiqué do espaço lendo Machado de Assis e observando o contraste e retrato da sua linda e marcante cidade do Rio de Janeiro em seus romances e contos.

Quer mais um exemplo? “Os Sertões” de Euclides da Cunha. O aspecto seco e árido do sertão nos traz uma leitura desgastante (não, no sentido de leitura ruim). O espaço produz um homem que precisa ultrapassar a sequidão do sertão e de seus relacionamentos. O homem deve ser duro, combatente a fome e a sede. Não pode transmitir fraqueza, nem mesmo em suas relações.

O que achou? Deixe nos comentários se está gostando da série de ensaios e discussões.