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Conheça Arsène Lupin, personagem que inspirou a série Lupin da Netflix
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Histórias

Conheça Arsène Lupin, personagem que inspirou a série Lupin da Netflix

Com o lançamento da terceira temporada de Lupin, em 05 de outubro, um dos personagens mais famosos da França volta às telas para novos mistérios. Arsène Lupin foi criado por Maurice Leblanc como uma resposta ao clássico britânico Sherlock Holmes. Existem mais de vinte obras dedicadas ao criminoso francês.

Ousado, sedutor e divertido, Arsène Lupin é o ladrão mais famoso do início do século XX. Responsável por uma série de crimes misteriosos na França na virada do século XX, o anti-herói mantém um código de honra muito próprio: atormenta os seus oponentes, ridiculariza a burguesia e ajuda os mais fracos. Um Robin Hood muito francês, portanto.

Encarado como a irônica resposta francesa a Sherlock Holmes, “Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão” é o primeiro livro de uma série de vinte títulos empolgantes que Maurice Leblanc dedicou a Lupin, um dos personagens mais marcantes do gênero policial.

“Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão” serviu como base para muitas adaptações para o teatro, cinema e televisão. A mais recente sendo a série Lupin da Netflix, agora na terceira temporada, na qual inspira o ladrão de casaca Assane Diop que está decidido a vingar o pai por uma injustiça cometida por uma família abastada, estrelado por Omar Sy no papel principal, Ludivine Sagnier, Clotilde Hesme.

A última adaptação para o cinema foi a versão de 2004 estrelada por Romain Duris, Kristin Scott Thomas, Pascal Greggory e dirigida por Jean-Paul Salomé. Desde a criação do personagem, ele já foi adaptado até mesmo para o cinema alemão e argentino, porém, uma das adaptações mais famosas é o mangá Lupin III, o qual se tornou um anime também bem sucedido posteriormente.

Quem é Arsène Lupin?

Criado em 1905, Lupin tem como marca roubar apenas dos ricos e burgueses, daqueles que acumulam fortuna de maneira suspeita. As aventuras de Arsène Lupin se apoiam na lógica, no raciocínio e na dedução, elementos-chave das clássicas narrativas policiais.

Tanto no livro quanto na série, a arma mais mortífera de Lupin é a perspicácia. Além disso, o personagem possui diversas complexidades, especialmente por trazer o ponto de vista de um anarquista que vive como aristocrata e aborda questões filosóficas e políticas dessa questão.

Nas nove histórias que compõem as primeiras aventuras, o irresistível anti-herói atormenta os seus oponentes, zomba das convenções estabelecidas, ridiculariza a burguesia e ajuda os mais necessitados. Lupin ainda enfrenta um grande detetive inglês, não por acaso chamado Herlock Sholmès, em referência ao personagem de Arthur Conan-Doyle.

Maurice Leblanc foi um escritor e jornalista francês, era filho de um armador naval e trabalhou durante algum tempo na empresa da família, até conseguir estabelecer-se como repórter policial, tendo publicado o seu primeiro livro aos vinte e três anos de idade, um romance psicológico com o título “Une Femme”.

Ele continuou a sua carreira na imprensa durante vinte anos, recolhendo material e compondo lentamente a personagem que o consagrou como escritor. Em 1907, apareceu “Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão”, livro que trouxe o icônico personagem à tona com  ironia, charme e astúcia.

A Editora Landmark possui uma edição de luxo bilíngue em português e francês de “Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão”, que apresenta a obra-prima de Maurice Leblanc em uma inédita, resgatando toda as aventuras originais do ladrão astuto e encantador.

5 livros para começar a ler clássicos
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5 livros para começar a ler clássicos

É definido como clássico uma obra que se torna influente de forma atemporal. Um clássico surge, por exemplo, quando um livro se torna cada vez mais atual e relevante com o tempo. Muitos autores, como Machado de Assis e Ítalo Calvino, já trouxeram alguma definição sobre clássicos, assim como os motivos para ler cada um deles.

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Dentre as razões para a leitura de livros clássicos estão o fato de que essas obras aguçam o senso crítico, aumentam os conhecimentos de vocabulário e também as referências do leitor. No entanto, isso não exclui a leitura de livros atuais, possivelmente alguns deles serão clássicos no futuro, afinal, Machado de Assis provavelmente não sabia que se tornaria tão famoso quanto é hoje.

As obras tidas como clássicas podem ser uma fonte para aumentar o vocabulário, afinal, a narrativa e desenvolvimento dos personagens demandam uma variedade grande de palavras, fazendo com que o leitor expanda o conhecimento nesse sentido.

Para Fábio Pedro-Cyrino, diretor editorial da Editora Landmark – especializada em publicar obras clássicas em edições bilíngues –, os clássicos também são uma fonte de referências. “Muitas obras atuais referenciam clássicos seja de forma sutil ou não, através da adaptação de seus argumentos ou mesmo adaptações de suas histórias para as mais diversas plataformas e formatos. Um exemplo disso é o filme ‘Policarpo Quaresma, Herói do Brasil’ de 1998, baseado na obra de Lima Barreto”, comenta ele.

Além disso, Machado de Assis já foi inspiração até de Carlos Drummond de Andrade no poema “A um bruxo, com amor…”. Um fator que também deve ser evidenciado pela leitura dos clássicos é o senso crítico, como mostra o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, que coloca em primeiro plano a interpretação do leitor por ser uma obra sem uma resolução direta.

5 clássicos para começar a ler

Outro motivo para a leitura dos clássicos é o estudo para os principais vestibulares do país como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Fuvest e as provas de universidades federais. Confira abaixo cinco clássicos para começar a entrar no universo da leitura de clássicos.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881)

Essa obra revolucionou o formato do romance por subverter os padrões do romantismo e é tida como realista, mas sem as críticas agressivas de outros escritores do movimento. O mote do livro é feito focando na burguesia por dentro, ou seja, de um ponto de vista psicológico. Por meio da história de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, chamado Brás Cubas, é possível refletir sobre a ociosidade da burguesia ao trazer tudo que o protagonista deixou de realizar ao longo da vida, mesmo com tantas oportunidades.

O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1890)

Esse livro é um romance naturalista que conta a história de pessoas que vivem em uma espécie de habitação coletiva precária e superlotada, localizada no Rio de Janeiro durante o século XIX. A história se desenrola em torno de João Romão, um ambicioso comerciante português que, a partir da exploração dos moradores do cortiço, consegue acumular riqueza. Ao longo da trama, o autor apresenta uma ampla gama de personagens que habitam o cortiço, representando diferentes camadas sociais e etnias de forma crua e realista, a qual é uma das principais características do movimento naturalista.

Mensagem, de Fernando Pessoa (1934)

De autoria do poeta português Fernando Pessoa, o livro é uma compilação de poemas que apresentam uma visão épica da história de Portugal, explorando temas como a identidade nacional, o destino coletivo e o mito do herói. Por meio da poesia, o livro retrata a trajetória de Portugal desde os tempos antigos até o presente, explorando a relação entre o passado e o presente e a busca por um sentido de identidade nacional e o papel de Portugal no contexto mundial. Nesta obra também são apresentados textos de autoria do próprio poeta que explicitam o modo de composição, a produção e um breve relato biográfico.

Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1915)

A obra narra a história de Policarpo Quaresma, um funcionário público apaixonado pelo Brasil e pelas tradições nacionais. Por meio da trajetória de Policarpo Quaresma, Lima Barreto faz uma crítica contundente à alienação, à falta de senso crítico e à dificuldade de adaptação de um indivíduo em um contexto social. O livro é um dos ícones do movimento pré-modernista, transição de escolas como realismo e naturalismo para o modernismo.

Iracema, de José de Alencar (1865)

A trama se passa durante a colonização do Brasil e retrata os conflitos entre os colonizadores europeus e as tribos indígenas. Iracema, filha do pajé da tribo dos tabajaras, é destinada a guardar um segredo, mas seu destino se cruza com o de Martim, um português, que se perde nas matas e é acolhido pela jovem. Entre eles, nasce um amor que desafia as barreiras culturais e sociais da época. O romance é marcado por uma linguagem poética, retratando a exuberância da natureza brasileira, os costumes indígenas e as paisagens do Ceará.