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Resenha: Confesse, Colleen Hoover

Quando ouvi falar pela primeira vez sobre “Confesse”, minha atenção logo foi despertada. O livro conta a história de Owen, um artista plástico que usa os segredos deixados por pessoas aleatórias em sua porta como inspirações para seus quadros – e a autora afirmou que as confissões usadas ao longo do livro eram todas verídicas e enviadas pelos leitores. Além disso, conhecemos Auburn, uma jovem que desistiu do amor aos 15 anos de idade.

+ Veja outro ponto de vista de Confesse, da Colleen Hoover

Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.

Sempre que começo um livro da Colleen, vou preparada para muito choro e (com todo respeito) um certo desgraçamento psicológico. E logo no prólogo ela não deixa a desejar: ao final da página quatro estou em lágrimas e cogitando tomar um anti-depressivo antes de continuar a leitura.

Mas acaba aí. Estranho, eu sei. Mas todo o drama pesado e o envolvimento emocional forte que costumam acompanhar os livros de Colleen foram substituídos por uma leitura leve e divertida. Ela novamente nos entrega um mocinho livre de defeitos (estragando os demais homens do mundo), juntamente com uma protagonista forte e marcada por traumas passados que a impedem de confiar ou se entregar ao romance. É um pouco clichê? É. Eu estou reclamando? Não. E só digo isso porque a autora consegue, mesmo envolta no roteiro mais batido da história da literatura, trazer personagens profundos que nos envolvem em uma leitura muito fluída e divertida. Somado a isso os mistérios da vida de Auburn, quando você se dá conta já está acabando o livro.

“Todos os dias da minha vida eu sinto como se estivesse tentando subir por uma escada que só anda para baixo. E não importa o quão rápido ou quanta força eu faça para correr e atingir o topo, eu continuo no mesmo lugar, correndo, sem chegar a lugar nenhum.”

Ocasionalmente nos deparamos com umas confissões tristes ou pesadas (como por exemplo: “Sou grata todos os dias que meu marido e seu irmão são exatamente iguais, Isso significa que é pequena a chance de meu marido descobrir que nosso filho não é dele.”) e logo depois um diálogo espirituoso e divertido entre Owen e Auburn. O casal tem uma ligação instantânea, mas um relacionamento que vai sendo construído aos poucos (o que acho ótimo, porque chega de amores relâmpagos nos livros atuais). Ainda há a discussão importante de temas como depressão e relacionamentos abusivos, sempre presentes nos livros da autora, mas de maneira nenhuma tão impactantes quanto em livros anteriores (como por exemplo, “É assim que acaba”).

“Existem pessoas que você encontra e passa a conhecer, e existem pessoas que você encontra, mas já as conhece.”

Esse foi certamente o livro menos emocionante da autora, mas longe de ser o que menos gostei. Confesse traz a medida certa de entretenimento e drama, sabendo balancear as emoções e deixar o leitor voraz até o último capítulo (e vale ressaltar, esse último é uma grata – e linda – surpresa aos leitores!)

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Resenha: Confesse, Colleen Hoover

Um romance sobre arriscar tudo pelo amor — e sobre encontrar seu coração entre a verdade e a mentira. Da autora das séries Slammed e Hopeless.
Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.

Me considero bem suspeita quando o assunto é Colleen Hoover, desde o primeiro livro que li dela, Métrica, soube que ela se tornaria minha autora favorita.

Sei dos problemas que as histórias dela têm: o fato de sempre representar casais brancos privilegiados, as protagonistas sempre serem mocinhas frágeis e os homens sempre machos alfas que protegem suas damas de todas as formas. Acrescento também uma coisa que me irritou nos últimos livros que li: por que o cara já conhece a menina em 90% das vezes e a menina não lembra? Mas, ao mesmo tempo, ela tem representado alguns personagens fora dos padrões em livros como Novembro, 9 e Talvez um dia, o que me agradou bastante.

Independente desses problemas, o que mais me encanta na autora, além da escrita e construção de personagem incríveis (afinal ela tem um padrão de personagens bem formado, mas ainda assim todos eles ficam gravados de forma muito clara na minha cabeça e eu não confundo suas personalidades e o que aconteceu com eles), é o fato de que a história nunca se trata só daquele romance clichê da sinopse. Tem romance clichê? Tem sim, tem muito, mas ela também trata de assuntos sérios, como abuso infantil, mães adolescentes, mortes de pessoas queridas, e várias outras questões que te fazem sentir a dor dos personagens e sofrer com cada decisão.

Agora, falando diretamente sobre Confesse, esse se tornou um dos melhores livros da autora, na minha opinião. Por não ser a primeira história dela que leio, já sabia que haveria uma camada mais profunda e tentei descobrir qual era desde o início. A cada momento que eu achava que tinha finalmente desvendado o plot twist, CoHo pisava na minha cara mostrando várias outras coisas que eu não havia percebido.

A premissa da história é encantadora por si só: um dos protagonistas, Owen, é um pintor e sua arte se baseia em nada mais nada menos do que confissões anônimas deixadas por pessoas em seu ateliê, como se não bastasse, as confissões são reais de leitores da Colleen Hoover, tem como amar mais essa mulher? Fiquei encantada com essa ideia e, como ela não brinca em serviço, no final ainda podemos ver alguns dos quadros que foram pintados por um artista especialmente para o livro. Do outro lado, temos Auburn, uma menina que perdeu o seu primeiro e único namorado, Adam, aos 15 anos, quando ele morre, e agora ela se muda para Dallas pra tentar reconstruir sua vida, mesmo que já tenha passado muitos anos desde todos os acontecimentos que marcaram sua vida para sempre.

Nem preciso falar que os dois vão se envolver de alguma forma, mas vários empecilhos vão aparecer. Porém, a questão com Colleen Hoover é que ela pega os clichês e as situações que a gente já espera e faz com que elas sejam incríveis mesmo assim. Por mais que você espere que algo aconteça, você nunca espera que seja o que ela faz. Ela usa questões muito reais e de fácil identificação, não há acontecimentos super mirabolantes, na maior parte das vezes, e, particularmente, em Confesse também não. É algo que pode acontecer com qualquer um e isso torna o sofrimento muito palpável.

A história ainda conta com uma mini série gravada pelo site Go90 que, infelizmente, não disponibiliza os episódios para o Brasil, mas, com um pouco de paciência (leia-se muita), dá pra assistir tudo no YouTube. Eu, particularmente, não gostei muito da série. Achei as atuações muito fracas e a história se tornou muito banal, partes muito importantes e profundas foram simplesmente deixadas de lado, mas, ainda assim, acho que vale a pena conferir.

PS.: Vocês já ouviram o CD “Maybe Someday” do Griffin Peterson? É a trilha sonora de Talvez um dia, e um dos CDs que eu mais amo no mundo todo.