“A chegada” (no inglês, Arrival) estreiou nos Estados Unidos dia 11 de setembro deste ano e chegou ao Brasil dia 24 de novembro. Baseado em Story of your life, de Ted Chiang, e com direção de Denis Villeneuve, o filme foi indicado a vários prêmios, levando o Critics Choice Awards de melhor roteiro adaptado e melhor filme sci-fi/terror. “A chegada” ainda conta com atores de peso como protagonistas: Jeremy Renner e Amy Adams, indicada ao Globo de Ouro como melhor atriz em filme dramático.
A história começa quando 12 naves alienígenas chegam a vários pontos da Terra, mas não pousam, nem fazem nada, só ficam ali. Claro que uma dessas naves está sobre os Estados Unidos e é claro que ela é, imediatamente, cercada pelo exército americano que, de alguma forma, consegue entrar na nave e fazer contato com os alienígenas. Eles gravam os ruídos emitidos pelos ET’s e levam para uma renomada tradutora, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), na esperança de que ela consiga descobrir de onde eles vêm e o que querem.
A Dra. Banks convence que precisa falar pessoalmente com os alienígenas, então, junto com o Dr. Ian Donnelly (Jeremy Renner), especialista em Física, embarca em uma jornada que envolve não somente traduzir uma língua totalmente desconhecida para o inglês, mas também compreender a cultura de um povo de outro planeta e ensinar a nossa, como uma alfabetização. Ela parte do princípio de que, se eles souberem o que é determinada coisa para a gente, vão dizer o que aquilo é para eles e, assim, ela vai criando padrões de equivalência.
O filme aborda questões como o medo do desconhecido e a complexidade da língua, tanto a falada como a escrita. Aborda também questões técnicas da tradução pouco conhecidas por quem não trabalha na área, como a diferença entre traduzir e só trocar uma palavra por outra. Existe equivalência entre as línguas? E, mesmo quando se consegue achar as palavras certas, como saber se elas significam a mesma coisa na língua para a qual se traduziu? Traduzir, então, não seria mais uma questão de significados do que de vocabulário?
Confesso que, quando fui assistir esse filme, minhas expectativas não eram tão altas, afinal, o tema já é bem batido. Alienígenas na Terra, Estados Unidos salvando o dia, etc, etc. Mas me surpreendi. E muito. O enredo não é tão óbvio como eu esperava e conseguiu, em um filme com alienígenas, não dar foco aos alienígenas. Isso foi brilhante! É dramático, intenso, tem uma história interessante e nos prende do início ao fim, além de nos fazer refletir sobre nossas escolhas, nossas vidas, nosso futuro.