Romance vencedor do National Book Award aborda questões sobre indentidade racial e colorismo
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Romance vencedor do National Book Award aborda questões sobre indentidade racial e colorismo

Puta livro bom (Ed. Record) é o quarto e mais aclamado romance de Jason Mott. O livro foi vencedor em 2021 do National Book Award de ficção. Escrito de forma brilhante, com personagens marcantes e uma narrativa única, é uma história sobre o amor entre pais e filhos, família, fama e dinheiro, mas também é um livro sobre o significado de ser negro nos Estados Unidos. Jason Mott é autor de Ressurreição, seu livro de estreia que foi adaptado para uma série de TV

Nesse comovente romance com uma mistura de fantasia, conhecemos um autor anônimo que acaba de publicar seu primeiro livro, um menino chamado Fuligem e uma figura conhecida como o Garoto. Durante a turnê de divulgação do grande sucesso intitulado Puta livro bom, o autor anônimo percorre por alguns lugares dos Estados Unidos e em meio às entrevistas, aventuras amorosas e ressacas monumentais, começa a ver um garotinho de pele muito, muito preta. O Garoto, que também não tem nome, passa a segui-lo feito uma sombra. Esse Garoto reaparece ao longo de toda a viagem falando da própria vida e dos pais, além de um plano louco do pai e da mãe: ensiná-lo a ficar invisível para que se protegesse do destino que a cor da sua pele lhe reservava.

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E é verdade que o escritor é o único capaz de vê-lo; mas, como ele tem uma condição médica que o impede de distinguir imaginação de realidade, o autor tem certeza de que o menino não passa de fruto da sua mente. Logo, entretanto, suas visões se tornam mais intensas, forçando-o a encarar um passado do qual sempre tentou escapar e uma verdade que busca a todo custo encontrar corpo e voz.

Os capitulos vão se intercalando entre a história do autor e de Fuligem, um menino que recebeu cruelmente esse apelido dos valentões da escola, por conta da cor de sua pele. Os amorosos pais de Fuligem acreditam que podem mantê-lo seguro se ele conseguir ficar invisível. Mas um trágico acontecimento vira a vida de Fuligem de cabeça para baixo. À medida em que os três fios narrativos convergem e os limites entre ficção e a realidade se tornam confusos, a história adquire uma qualidade onírica que atrai, parte o coração e deixa o leitor mais do que um pouco inquieto.

“Todo dia, William queria conversar com o filho sobre isso. Todo dia, ele queria sentar com o menino e dizer: “O mundo é assim…” E desse jeito, com essa introdução modesta, ele entraria na realidade da vida do filho. Falaria da cor da pele do filho e o que ela significa. Falaria de todas as pessoas que vieram antes dele e que se pareciam com ele e de todas as coisas que haviam acontecido com ele. Falaria de como as regras eram diferentes. Da realidade e não da ficção que tinha sido apresentada a ele. Ele diaria ao filho: “Trate as pessoas como pessoas. Não se importe com a cor da pele de ninguém. Ame abertamente. Ame todo mundo.” E ai, no mesmo fôlego, ele teria que dizer para o filho: “Vão te tratar diferente por causa da sua pele. As regras são diferentes para você. É assim que você tem que agir quando encontra a polícia. É assim que você tem que se comportar quando cresce no Sul. Essa é a realidade do seu mundo.”

SOBRE O AUTOR
Jason Mott é autor de quatro romances. Seu primeiro livro, Ressurreição, foi best-seller do New York Times e adaptado para uma série de TV. É bacharel em escrita criativa com especialização em ficção e mestre também em escrita criativa com especialização em poesia pela Universidade da Carolina do Norte. Sua obra literária foi publicada em diversas revistas, e Puta livro bom foi o vencedor do National Book Award em 2021.

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