Não é segredo para ninguém que eu amo romances eróticos. Desde pequeno, ia na banca de jornal com os meus avós e minha avó, sem saber que o livro se tratava desse assunto, comprava um livro daqueles pra mim. Bianca, Sabrina e outros. Claro que no começo eu também não sabia do que era. Mas depois, viciei e ainda hoje não vivo sem um romancezinho de banca. Foi nessas que encontrei Submisso.
Os livros de banca evoluíram e agora a gente tem os romances eróticos da Amazon. Com a ferramenta de autopublicação, muitos escritores tem publicado belíssimas obras de arte no site, por valores mínimos. Submisso, de Daniel Zimmer, foi encontrado dessa forma. O livro é um conto LGBTQ+ que dá início a série Fetiches.
Ele conta a história de David, rapaz casado com Lázaro há quase dez anos que adora ser submisso ao seu marido. Sempre adorou servi-lo e isso é uma coisa que funciona entre os dois. Lázaro é intenso e tem um apetite incontrolável, fato que enlouquece David ainda mais.
Com uma escrita leve, permeada com trechos vulgares, o autor consegue escrever aquele romance erótico que dá gosto de ler. É verossímil na medida certa e bem escrito, sem erros de português e de concordância que poderiam atrapalhar o clima que a história cria.
O conto Submisso se passa em uma noite de jogatina, em que Lázaro convida três homens para jogar poker. Lázaro é muito bom, e convicto de que nunca irá perder, aposta a bunda de David no jogo. Os homens parecem devora-lo com o olhar, enquanto ele sensualiza de cueca no colo do marido.
Semana após semana, meu marido ganhou todos os jogos, e as apostas aumentavam de valor. Eu ficava excitadíssimo, tanto por atrair homens deliciosos à nossa casa, que me desejavam daquela forma, quanto pelo dinheiro que ganhávamos com as vitórias sucessivas.
Conforme o jogo esquenta, o tesão dos rapazes só aumenta. David permanece no colo de Lázaro enquanto, com as mãos, ele percorre todo o corpo do rapaz como se fizesse inveja aos outros presentes na mesa. O jogo acaba, e o marido ganhou, como sempre. Mas uma partida foi de Pedro, que recebe um boquete de David, na frente de todos os outros, enlouquecidos ao redor da mesa.
Ainda no espírito de putinha do marido, David é servido de presente a todos da festa, mas sem sexo, apenas masturbação. E claro, ele ama. As cenas são descritas de forma calma, ao mesmo tempo em que o livro tem um ritmo perfeito para um romance erótico. Não é afobado, não é parado demais.
Ao fim, o casal dorme junto e comemora seus 14 anos juntos, com cenas fofas e que nem parecem ter vindas do mesmo livro. A maneira com que elas são intercaladas fazem uma montanha russa necessária na trama, que contribui para os ápices sexuais apimentados.
Nada me excita mais que ser submisso.
Comentários do Facebook
Sem comentários