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O Amante do Tritão
Livros, Resenhas

Resenha: O Amante do Tritão, R. B. Mutty (+18)

O Amante do Tritão caiu nas minhas mãos por acaso. Passei por uma época na faculdade em que eu estava fascinado por tritões e eu descobri o livro, comprei na mesma hora e comecei a ler na van do caminho de volta. Achei que teria uma leitura garantida pelo resto da semana, mas li em duas viagens e uma aula de jornalismo contemporâneo.

Que eu amo romances eróticos, que permeiam aqueles da banca vocês já estão cansados de saber. E eu encontrei essa pitada que eu amo em O Amante do Tritão, com aquela mistura de ser LGBTQ+, que ganha meu coração logo de cara. Já faz algum tempo que eu li e depois parei de acompanhar a saga, mas sei que existem alguns prequels e sequels, os quais ainda não tive coragem porque jamais superei esse livro.

O Amante do Tritão conta a história de Gabe (meu xará), que se muda para uma nova cidade para morar com o irmão, depois de ter sido expulso de casa por assumir sua sexualidade. Ele nunca tinha visto o mar, e nessa cidade nova, todos eram surfistas, donos de lojas de surf e coisas do gênero. Ele precisa fazer amigos, mas ninguém o interessa, apenas Dylan, um misterioso rapaz de 18 anos, como ele. Forte, musculoso e com olhos marcantes que deixam os nervos de Gabe a flor da pele.

No entanto, Dylan não é normal, e Gabe não sabia o que se passava com ele até começarem a se envolver. E todo esse envolvimento termina em sexo. Gabe perde sua virgindade com Dylan, mas ele não imagina (e nem nós) o que acontece a seguir… Ele começa a se sentir estranho enjoado, com dores aqui e ali e o diagnóstico vem: Gabe está grávido de Dylan, que é um tritão. Sim, o masculino de sereia.

Toda a narrativa do livro segue então, na vida amorosa de Gabe e Dylan, que agora estão formando a sua família metade humana e metade sereia/tritão. Acompanhamos o romance dos dois crescer, o cuidado que Dylan tem com Gabe grávido, o desenvolvimento do bebê no ventre do garoto e MUITOS momentos sexuais que são escritos em detalhe e com perfeição. Uma pequena observação, é que em algumas cenas de sexo, eu não senti tanta verossimilhança, mas esse aspecto não quebrou o clima e a continuidade da história.

Não quero dar muitos spoilers além dessas bombas que a história nos traz, mas O Amante do Tritão é incrível. Não foi meu primeiro livro de MPREG (Masculine Pregnancy, ou gravidez masculina, em português), mas com certeza foi o que mais me fez sofrer, chorar e sentir como se eu fosse o próprio protagonista. A autora R. B. Mutty tem uma escrita fluída que te carrega para dentro da história e do seu universo de forma leve, e você se sente como o protagonista. Algo muito parecido com o que senti lendo Crepúsculo, que nenhum outro livro havia me causado até então.

Tire seus preconceitos e dê uma chance para O Amante do Tritão, eu tenho certeza que você não vai se arrepender. E ah, antes que eu me esqueça: a autora criou todo um contexto no parto, se você está procurando semelhanças com gravidez no mundo real e devo dizer que SIM, eu terminei o livro pensando que poderia facilmente acontecer perto de mim, ou até mesmo, comigo.

Submisso
Livros, Resenhas

Resenha: Submisso (Fetiches #01), Daniel Zimmer (+18)

Não é segredo para ninguém que eu amo romances eróticos. Desde pequeno, ia na banca de jornal com os meus avós e minha avó, sem saber que o livro se tratava desse assunto, comprava um livro daqueles pra mim. Bianca, Sabrina e outros. Claro que no começo eu também não sabia do que era. Mas depois, viciei e ainda hoje não vivo sem um romancezinho de banca. Foi nessas que encontrei Submisso.

Os livros de banca evoluíram e agora a gente tem os romances eróticos da Amazon. Com a ferramenta de autopublicação, muitos escritores tem publicado belíssimas obras de arte no site, por valores mínimos. Submisso, de Daniel Zimmer, foi encontrado dessa forma. O livro é um conto LGBTQ+ que dá início a série Fetiches.

Ele conta a história de David, rapaz casado com Lázaro há quase dez anos que adora ser submisso ao seu marido. Sempre adorou servi-lo e isso é uma coisa que funciona entre os dois. Lázaro é intenso e tem um apetite incontrolável, fato que enlouquece David ainda mais.

Com uma escrita leve, permeada com trechos vulgares, o autor consegue escrever aquele romance erótico que dá gosto de ler. É verossímil na medida certa e bem escrito, sem erros de português e de concordância que poderiam atrapalhar o clima que a história cria.

O conto Submisso se passa em uma noite de jogatina, em que Lázaro convida três homens para jogar poker. Lázaro é muito bom, e convicto de que nunca irá perder, aposta a bunda de David no jogo. Os homens parecem devora-lo com o olhar, enquanto ele sensualiza de cueca no colo do marido.

Semana após semana, meu marido ganhou todos os jogos, e as apostas aumentavam de valor. Eu ficava excitadíssimo, tanto por atrair homens deliciosos à nossa casa, que me desejavam daquela forma, quanto pelo dinheiro que ganhávamos com as vitórias sucessivas.

Conforme o jogo esquenta, o tesão dos rapazes só aumenta. David permanece no colo de Lázaro enquanto, com as mãos, ele percorre todo o corpo do rapaz como se fizesse inveja aos outros presentes na mesa. O jogo acaba, e o marido ganhou, como sempre. Mas uma partida foi de Pedro, que recebe um boquete de David, na frente de todos os outros, enlouquecidos ao redor da mesa.

Ainda no espírito de putinha do marido, David é servido de presente a todos da festa, mas sem sexo, apenas masturbação. E claro, ele ama. As cenas são descritas de forma calma, ao mesmo tempo em que o livro tem um ritmo perfeito para um romance erótico. Não é afobado, não é parado demais.

Ao fim, o casal dorme junto e comemora seus 14 anos juntos, com cenas fofas e que nem parecem ter vindas do mesmo livro. A maneira com que elas são intercaladas fazem uma montanha russa necessária na trama, que contribui para os ápices sexuais apimentados.

Nada me excita mais que ser submisso.