Resenhas

Resenha: Sempre foi você, Carrie Elks

“Richard, nós tivemos um bebê. Londres, 31 de dezembro de 1999. Aos 17 anos, a britânica Hanna Vincent conhece o americano Richard Larsen: um estudante rico, encantador e sedutor que vai virar seu mundo de ponta-cabeça. Um relacionamento entre eles é improvável, já que vivem em mundos completamente diferentes. Mas aos poucos uma grande amizade vai surgindo e leva os dois a uma relação explosiva, cheia de paixão, amor e aventura. Emocionante e comovente, Sempre Foi Você é uma genuína história de amor. Você daria uma segunda chance ao amor da sua vida?”

Quando vi a capa de “Sempre foi você”, o novo lançamento da Universo dos Livros, fiquei encantada. Sou dessas que leva em consideração o título, a capa, o design, o cheiro… E ao ler a sinopse fiquei curiosa e comprei.

Logo de cara, somos apresentados a Hanna: uma adolescente de 17 anos que, filha de um pai extremamente rico e ausente, mora com a mãe, uma simples organizadora de festas, em um pequeno apartamento em Londres. Hanna é completamente diferente de suas meia-irmãs, que foram criadas em pura riqueza e organização. Hanna tem um estilo descolado e rebelde, que deixa sua madrasta furiosa e dificulta ainda mais sua relação com o pai.

Ao ajudar a mãe em uma das suas festas de ano novo na casa de uma rica família em Londres, Hanna conhece Richard, um estudante inteligente, sarcástico e bem criado, filho dos donos da festa. Acostumado a ser bem tratado (até demais, pro seu gosto) pela sociedade rica de Londres, Richard se encanta com essa garçonete engraçada que sai respondendo de modo ácido todos que falam com ela durante a festa. Em meio a organização e limpeza, Hanna conhece também toda a família de Richard, incluindo Ruby, a irmã menor que mais parece uma pequena adulta. Engraçada, irônica e extremamente fofa, Hanna se apega a Ruby, e consegue conquistar a garota, levando a mãe de Ruby a convidá-la para ser babá de Ruby em algumas ocasiões.

Enquanto cuida de Ruby, Hanna passa a conviver cada vez mais com Richard e parece que cada pequena coisinha que ela descobre sobre ele a faz se encantar ainda mais pela personalidade do rapaz. Richard consegue ser sonhador, engraçado e nem parece vir daquele mundo cheio de falsidades e frescura o qual Hanna tanto teme, e o tempo que eles passam juntos é suficiente para estabelecer uma relação forte de amizade.

Em meio aos acontecimentos da vida dos dois, acompanhamos cada passo importante da vida dos melhores amigos Hanna e Richard: a formatura, o primeiro emprego, namorados, casamentos… E ficamos o tempo todo torcendo pra que eles se resolvam logo, assumam seus sentimentos, se beijem, namorem, casem e tenham 7 filhos com saúde. Mas acho que é exatamente isso o que o livro quer nos causar: a sensação de que devemos aproveitar cada minuto da nossa vida, e que cada pequena coisa que fazemos, cada escolha, tem o enorme poder de influenciar o resto das nossas vidas.

O livro tem uma maneira curiosa de contar sua história: narrado em terceira pessoa, ele nos traz a um momento com riqueza de detalhes, e você fica curioso pra saber o que acontece a seguir, mas o outro capitulo começa depois de meses, ou até anos! Sei que essa foi a proposta do livro: focar em partes importantes e deixar o leitor saber dos outros acontecimentos através de memórias dos personagens (afinal, começamos o livro com Hanna aos 17 anos e no final, ela tem 40!) mas ainda assim, gostaria de ter lido muito mais sobre algumas partes da história, e sinto que outras foram deixadas de lado quando poderiam ter sido descritas.

“Ele aproximou-se até que seus corpos estivessem a centímetros de distância, e ela sentiu-se tensa com a proximidade. Um passinho para frente e os peitos se tocariam. Tudo que ela tinha que fazer era inclinar a cabeça e deixar que ele abaixasse a dele, até que seus lábios se encontrassem num beijo explosivo.
E ela tinha certeza que seria incrível. Pelo modo como estavam sem fôlego, eles estavam a segundos de se renderem à tentação.
– Por que não? – a voz dele era tensa, e ela o viu fechar as mãos em punhos, como se estivesse tentando se impedir de tocá-la.
Hanna hesitou. A resposta estava dançando nos seus lábios, brincando na sua língua, mas dizê-la seria revelar exatamente como ela se sentia sobre ele. Ela se viu se inclinando para ele e, embora ambos estivessem vestidos, sentiu-se completamente exposta. Os olhos dele buscaram os dela, e Hanna sentiu a necessidade de ser honesta, de se jogar na frente dele e admiir o que fizera.
– Porque sempre foi você.”

Embora eu ficasse frustrada em passar a página e perceber que lá se foram dois anos da história desse casal maravilhoso, eu conseguia esquecer isso lendo um novo capítulo de um novo momento da vida deles, e é isso que nos conquista na leitura: a capacidade de nos situar no mesmo tempo que eles, e de sermos envolvidos pelos personagens, que mudam ao longo do tempo, como todos nós iremos mudar um dia. Consigo amar a rocha imutável que foi Richard, sempre amoroso e que nunca nos decepciona. Consegui amar também Hanna, que era minha personagem preferida por ser engraçada e irônica, mas que com os obstáculos da vida, se tornou uma pessoa insegura , confusa e (na minha humilde opinião) extremamente precipitada. Tenho a sensação de que a primeira parte do livro foi muito bem desenvolvida e engraçada, e no final, senti que foi um pouco forçado a quantidade de situações em que nossos protagonistas eram obrigados a superar, como que para tornar a história mais dramática.

“Sempre foi você” é um romance clichê, mas recheado de bons momentos que nos levam a refletir sobre o que estamos fazendo da nossa vida nesse exato momento e para onde nossas ações estão nos levando. Leitura recomendada!

Anterior Seguinte

Você também pode gostar de...