Vamos começar com o título… Logo que vi a primeira crítica sobre este livro, fiquei “Han? Métrica… what?” Pra quem não entende o título, “Métrica” significa, numa linguagem poética, a contagem silábica das palavras em um verso, tornando assim diferenciada a leitura pela entonação que o leitor usa. E é esse tipo de poesia que nos é introduzida no livro. Ai já veio a segunda parte que fiquei preocupada… “Poesia? O livro é de poesia?” Eu tinha um preconceito com isso… Sou uma leitora acomodada aos meus estilos de literários, e ler um livro que me fala de poesia não me empolgava… Mas ouvi tantas críticas positivas que resolvi dar uma chance e não me arrependo de nenhuma página lida em Métrica.
No livro, conhecemos Lake, uma garota que perdeu seu pai há 6 meses, e para que possam conseguir se sustentar financeiramente, sua mãe muda de emprego, levando ela o irmão mais novo a se mudarem do Texas, sua cidade natal que continha todas as lembranças do seu pai para Michigan. Ainda de luto pela perda do pai amado, um pouco revoltada com a mãe pela decisão da mudança, Lake chega na sua nova casa triste, porém fazendo sua melhor cara de forte, para animar o irmão e a mãe. Mas então tudo muda quando ela conhece Will.
Will é seu vizinho e tem um irmão da idade do seu irmão menor – e eles logo se tornam dois melhores amigos, que vivem brincando juntos e são responsáveis por algumas fofuras do livro – e por causa da amizade dos seus irmãos, Will e Lake se aproximam, e não é nada daquele tipo de aproximação literária forçada: avassaladora e insana a primeira vista. Eles se aproximam com conversas, com olhares, com pequenos encontros na porta de casa, com idas ao supermercado… e quando você percebe, você também já está envolvida na história dos dois.
Na primeira parte do livro, conhecemos a dor de Lake e ficamos logo animados para que ela se relacione com alguém que possa trazer um pouco de felicidade e leveza a sua vida, mas quando conhecemos a verdadeira história de Will, percebemos que a dor dos dois é muito semelhante, e que de leveza a vida de Will não tem nada. Eis outro ponto do livro que me surpreendeu: o livro é direto. Não tenta diminuir a dor, ou nos ensinar a nos acostumarmos com a dor, ou a acreditar que se fizermos coisas boas, só coisas boas vão acontecer com a gente. Por que na realidade, isso não acontece.
“- Não foi a morte que deu um murro em você, Layken. Foi a vida. A vida acontece. Merda acontece. E acontece muito. Com muita gente.”
O que posso dizer sobre Métrica, é que é um livro cheio de surpresas, com muitas lições maravilhosas e que eu recomendo a todos que conheço! Quando você pensa que já sabe o que vai acontecer, uma reviravolta muda toda a nossa percepção sobre a vida, e isso é outra coisa que amo nessa leitura: assim como a vida, ela também não é previsível.
“Ela me ensinou a questionar.
A nunca me arrepender.
Ela me ensinou a ampliar meus limites,
Porque é para isso que eles existem.”
E o melhor é que Métrica não para por ai! A série “Slammed” (nome original) é uma trilogia, e já temos o segundo livro, “Pausa” – tão maravilhoso quanto o primeiro – e que em breve vocês terão a resenha aqui!