O que dizer sobre esse livro que acabei de terminar e já considero tanto? Apenas F E N O M E N A L.
Eu sei que já estamos enjoados de distopias, porque o mercado está se afogando de livros e livros desse gênero, mas sou obrigada a admitir a qualidade deste aqui, que mistura um mundo distópico, com sci-fi e aquele toque perfeito de guerras e estratégias como um jogo de War (adorava esse jogo, hahaha).
Darrow é um Mergulhador-do-Inferno, uma das funções mais perigosas e de prestígio entre os Vermelhos (classe mais baixa), e o que o torna extremamente habilidoso mesmo com a pouquíssima idade de 16 anos. É um bom menino, que perdeu o pai muito cedo, mas quando se casou com Eo, sua melhor amiga, foi como se uma parte do seu coração tivesse sido refeito.
E ele é um personagem diferente do que estamos acostumados em distopias, porque dentro das mais famosas o incômodo pela sociedade injusta está sempre presente nos protagonistas, mas Darrow realmente acredita ser parte importante e necessária da sociedade, possuindo aquela certa inocência, e tudo que ele quer é trabalhar duro pra prover o melhor pra família dele, sendo seu desejo mais ambicioso o de poder ver a luz do sol, já que trabalha no subsolo desde que nasceu.
Tudo que possuo é minha família e eu mesmo. Tudo o mais pertence à Sociedade. Sem eles, estaríamos na Terra moribunda como o restante da humanidade.
Mas como se espera que aconteça, uma tragédia muda sua vida e o obriga a mudar suas perspectivas e questionar a justiça e a realidade que até então ele confiava e acreditava. Mas, essa é a única parte previsível do livro, o resto é uma montanha-russa de emoções.
As cores da Sociedade são uma parte interessante, porque é como são divididos e toda a sua composição está baseada nessa cor. Desde os cabelos até os olhos seguem o padrão da cor a que pertencem. Para se ter ideia da extensão em que se encaixam nas suas respectivas classes, a sua estrutura vai de mais resistente (Vermelhos) a mais delicada (Rosas) e inclusive indestrutível (Ouros). Tudo é uma prova do quão baixo ou quão alto você se encontra na hierarquia, não é uma questão precisa de sorte.
Admito que, como o autor tem que ambientar o universo para que possamos compreendê-lo, a leitura é lenta a princípio, mas a construção do mundo é necessária para o desenvolver da história, e, depois de uma certa parte já não é possível parar de ler.
O livro aborda os temas de forma adulta, a violência, a sede de vingança e a realidade do universo não são amenizadas, o que é uma coisa boa, porque dessa forma é possível se apegar aos personagens e a suas respectivas realidades (afinal, como disse Augustus Waters, “a dor deve ser sentida”, hahaha).
Todos os personagens são muito bem contextualizados e intrigantes, o autor consegue te trazer os sentimentos de raiva e ao mesmo tempo compaixão em diversos casos, e uma das coisas que me agradou é que Darrow, mesmo tendo todos os motivos para ser puramente cruel, ainda mantém a justiça e a compaixão como algo a se considerar.
Fui forjado nos intestinos deste mundo duro. Afiado pelo ódio. Fortificado pelo amor.
Essencialmente o livro é uma obra-prima do autor Pierce Brown. É diferente de todos as distopias que tinha lido, apesar de haver leves semelhanças com Jogos Vorazes, é algo único.
E lembra que no início falei das guerras e jogos de estratégia que esse livro tem parecido com War, não quero dar spoilers, então aqui fica apenas o gostinho a mais: existe um instituto onde todas essas estratégias são colocadas a prova (e que instituto é esse? acho que terão que ler…muahaha).
O segundo livro Golden Son deve chegar ao Brasil pela Editora Globo Livros no segundo semestre desse ano, e o terceiro Morning Star está para ser lançado nos EUA. E os direitos cinematográficos já foram vendidos para o diretor de Guerra Mundial Z, então podemos esperar um grande filme chegando por aí (ebaaa!).