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Resenha: Especiais, Scott Westerfeld

Circunstâncias especiais. As palavras dão arrepios a Tally desde seus dias como uma repugnante e revoltada Feia. Naquela época, especiais eram um boato sinistro – assustadoramente bonitos, perigosamente fortes, chocantemente rápidos. Perfeitos comuns podem viver uma vida inteira sem conhecer um especial. Mas Tally nunca foi comum.
E agora ela se tornou um deles: uma super máquina de combate, construída para manter os feios humilhados e os perfeitos idiotas.
A força, a velocidade, e a clareza e foco de seus pensamentos é a melhor coisa que Tally consegue lembrar. Na maior parte do tempo. Uma pequena parte do seu coração ainda se lembra de algo mais.
Mesmo assim, é fácil ignorar isso – até Tally oferecer-se a acabar permanentemente com os rebeldes de New Smoke. Tudo se resume a uma escolha: escutar seu coração ou realizar a missão para que foi programada. De qualquer jeito, o mundo de Tally nunca mais será o mesmo.

Especiais é o último volume da trilogia distópica Feios, escrita por Scott Westerfeld.

Depois de ser pega duas vezes pelos Especiais, Tally Youngblood acabou sendo recrutada para esse grupo seleto da sociedade onde vive. Agora, como Cortadora, a garota está mais bela e forte do que nunca. Mas, a cirurgia para criar aversão aos Enfumaçados, não foi tão eficiente… Dividida sobre o que realmente pensa, Youngblood terá que se decidir.

Bem, quem acompanha o site e as minhas resenhas sobre a trilogia, sabe o quanto eu curti Feios e o quanto eu DETESTEI Perfeitos e devido a enorme repulsa que tive pelo segundo volume, fiquei bastante receoso em ler a conclusão, porque poderia crescer ainda mais a minha decepção. Mas eu não gosto de deixar séries pela metade e me proponho a terminá-las. E nessa de me dispôr à ler continuações de livros que me deixaram irritado, tive bastante surpresas, como Champion, último tomo da trilogia Legend. Foi a melhor surpresa literária que tive até hoje. Também posso citar Réquiem, outra surpresa que tive recentemente. Em ambos os casos, eu não tinha gostado nada do volume anterior. E, ainda bem, Especiais me reservou essa surpresa também.

Gente, vocês não fazem ideia do medo que eu tava de pegar nesse livro. Sério. Eu não queria perder o meu tempo e minha paciência como perdi com Perfeitos. Confesso que assim que comecei, eu estava meio nhem, porque ainda sentia aquela sensação ruim do volume anterior, mas com o decorrer das páginas, fui sentindo uma mudança de clima por parte da história. Tudo foi começando a se esclarecer, ficar mais lúcido. Em resumo, Westerfeld finalmente falou de forma legível o que vinha tentando falar nos outros dois livros e ainda colocou mais assuntos a serem trabalhados.

Para mim, a grande magia de Especiais vem de toda a questão filosófica e política que o cerca. No período de tempo que eu dei entre a leitura de Perfeitos e Especiais, foi que eu comecei a ver mais além das coisas que eu lia, assistia ou ouvia. (Obrigado Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451 e 1984 por ampliarem os meus horizontes!) E isso foi fundamental para entender o que Westerfeld queria tanto falar. Toda a sua mensagem e sua visão de mundo são incríveis. Juro para vocês que toda a teoria desse livro é incrível. Um banho de água fria. Vocês não fazem ideia do tamanho do recado que Especiais dá para os leitores jovens que acompanham essa saga. E para mim, não há nada mais satisfatório que uma história passar uma lição e conscientizar quem a lê.

Mas nem tudo são flores. Nos momentos de mais ação do livro, a narração de Scott se seguia tão rápido e, até mesmo confusa, que eu não conseguia imaginar o que estava se passando. Tirando esse nó que se fez na minha cabeça devido às mirabolantes cenas criadas por Westerfeld, eu não tenho nada a reclamar do livro. Já sobre os personagens, eu notei uma evolução, pois até que enfim, deixaram de ser cabeças ocas. Amém!

Em suma, Especiais termina a trilogia Feios da melhor maneira. Com tudo sob medida, o livro alerta e conscientiza da melhor maneira o seu público alvo. Eu, com certeza, indico a história de Tally Youngblood e o seu mundo onde todos, aos 16 anos, se tornam “perfeitos”. Não se assustem com os dois primeiros volumes, o último paga pela leitura dos dois.

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