Resenhas

Resenha: Em Chamas, Suzanne Collins

Depois da improvável e inusitada vitória de Katniss Everdeen e Peeta Mellark nos últimos Jogos Vorazes, algo parece ter mudado para sempre em Panem. Aqui e ali, distúrbios e agitações dão sinais de que uma revolta é iminente. Katniss e Peeta, representantes do paupérrimo Distrito 12, não apenas venceram os Jogos, mas ridicularizaram o governo e conseguiram fazer todos – incluindo o próprio Peeta – acreditarem que são um casal apaixonado. A confusão na cabeça de Katniss não é menor do que a das ruas. Em meio ao turbilhão, ela pensa cada vez mais em seu melhor amigo, o jovem caçador Gale, mas é obrigada a fingir que o romance com Peeta é real. Já o governo parece especialmente preocupado com a influência que os dois adolescentes vitoriosos – transformados em verdadeiros ídolos nacionais – podem ter na população. Por isso, existem planos especiais para mantê-los sob controle, mesmo que isso signifique forçá-los a lutar novamente.

Em Chamas é de longe o meu livro preferido da saga, em todos os aspectos. Depois que li o primeiro, devorei este em apenas um dia, sem conseguir parar para respirar.

Katniss Everdeen, após ameaçar todo um sistema que vem se sustentando por anos juntamente com Peeta Mellark ao ganharem os Jogos Vorazes (os jogos só podem ter um vencedor) passa a lidar com uma mudança profunda tanto em sua vida, quanto na vida das pessoas que a rodeiam.

Ao ir para a arena no lugar da irmã Primrose Everdeen, esperava que ao vencer, sua vida voltaria a pacata normalidade de sempre, fato que não aconteceu nem no mínimo grau. Um dia, quando volta de uma caçada com o melhor amigo Gale para sua nova casa, na Aldeia dos Vitoriosos, onde também moram Haymitch Abernathy e Peeta Mellark, se depara com um visitante um tanto inesperado e inusitado: Presidente Snow.

O figurão, totalmente temido e respeitado, mantém uma conversa de igual para igual com a garota, já que seu ato de desafio, ao prometer se matar juntamente com Peeta na arena, foi adotado por uma grande massa populacional de outros distritos, que agora acham que podem se rebelar contra o sistema. Snow não acredita no romance entre a garota em chamas e o garoto do pão, e pede que, durante a Turnê da Vitória, evento que está próximo de acontecer onde os tributos vitoriosos visitam todos os outros distritos para salutar os moradores, ela o convença do seu romancezinho barato e tente acalmar no máximo as rebeliões que estão tomando rumos não favoráveis para a Capital.

– Convença a mim. – Ele joga o guardanapo e pega o livro. Não estou olhando para ele quando se dirige à porta, então estremeço quando sussurra em meu ouvido:
– A propósito, estou sabendo do beijo. – Em seguida, a porta se fecha atrás dele.

Dito e feito. Katniss se mostra uma bela atriz ao fingir seu romance com Peeta, mostrando-se apaixonada perante as câmeras, e se afastando quando estão sozinhos. No entanto, a garota não é indiferente ao garoto: ela está apenas dividida entre o padeiro, e seu “primo” Gale.

O pedido de desculpas dele me pega de surpresa. É verdade que Peeta se afastou de mim depois que confessei que o meu amor por ele durante os Jogos era apenas uma encenação. Mas não cobro isso dele. Na arena, desempenhei o papel romântico em todos os sentidos. Havia momentos em que eu francamente não sabia o que sentia por ele. E, na verdade, ainda não sei.

Entre muitas dificuldades e contratempos, juntos eles conseguem sobreviver a todas as tempestades que a turnê apresenta, e passam a ser mais próximos, cientes que agora, poderão ter uma vida um tanto calma em suas casas do Distrito 12, mas é claro, estão enganados. É ano do Massacre Quartenário, uma edição especial dos Jogos Vorazes, cujos tributos serão escolhidos entre o rol de vencedores vivos. Katniss, sendo a única mulher viva a ganhar no 12, voltará para a arena.

Totalmente atordoada, a garota sente leves momentos de loucura, e a narrativa que Collins cultiva neste trecho (e em todo o livro) contribui totalmente para que você sinta no seu íntimo, assim como a personagem sente, inclusive as náuseas, e parece transportá-lo a um universo paralelo onde você está dentro da cena, compartilhando tudo com aqueles que a vivem.

O Distrito 12 tem apenas três vitoriosos vivos para serem escolhidos. Dois do sexo masculino. Um do sexo feminino…
Vou voltar para Arena.

É então que tudo acontece novamente, no entanto, agora possuem aliados dentro da arena, que são cruciais para a sobrevivência das personagens e sua evolução fisicamente e emocionalmente. Esta parte do livro, é a melhor ao meu ver, já que apresenta ação atrás de ação, além de mostrar o íntimo da nossa narradora heroína, que a autora teve a maestria de escrever de maneira impecável, quebrando toda e qualquer barreira que possa existir na cabeça do leitor.

É o tipo de livro que faltam palavras para expressar tamanha perfeição, e é recomendável para qualquer pessoa, e qualquer idade, portanto, se você já assistiu aos filmes, ou se interessou pela história, leia e se entregue para o enredo, que você não se decepcionará.

A adaptação cinematográfica não me decepcionou também, foi extremamente fiel e extraordinária, mas é apenas a ponta do iceberg deste maravilhoso mundo distópico de Suzanne Collins. Leia a crítica sobre o filme, clicando aqui. É o tipo de livro que avaliar com cinco estrelas não parece justo, portanto, deixo a avaliação para cada um de vocês, após a leitura, e entenderão o meu ponto de vista.

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