Se você se deparar com um quadrinho ou graphic novel com o nome de Alan Moore, é quase certeza de que será uma HQ campeã, ou ao menos, deixará sua cabeça doendo na hora em que terminá-la. O artista Alan Davis também não é exceção, a combinação dos dois “Alans” foi uma fase incrível para o Capitão Britânia. Davis tem uma grande técnica narrativa e sua arte incrível evoluiu no decorrer da história, é possível literalmente observar a evolução de seus traços. O mesmo vale para Moore, que começa com um roteiro devagar que evolui até se tornar uma história envolvente, refinando mais ainda o seu estilo característico.
Capitão Britânia, Saturnyne, Jackdaw e outros heróis estão em meio ao caos que se instaura na Inglaterra. Lutam desesperadamente para combater um inimigo que surgira, Fúria o Cybionte. Porém ao tentar lutar contra algo tão poderoso como o Fúria, Capitão Britânia é atingido e rechaçado. Após observar o capitão ser derrotado, Saturnyne decide bater em retirada convocando a Vanguarda e teleportando-se para longe, deixando seus companheiros para trás e traindo a confiança não só do Capitão Britânia mas também de Jackdaw.
Em meio a confusão Fúria segue desintegrando os heróis, o capitão se recupera apenas para observar seu amigo e companheiro Jackdaw ser atingido pelas costas, estarrecido ele segura seu amigo enquanto a vida do mesmo se esvai lentamente. Após presenciar a morte de Jackdaw o Capitão Britânia se enfurece e ataca o Fúria, porém seus esforços são em vão, a criatura é forte demais para ser derrotada apenas por ele, o capitão é atingido e cai novamente sem esperanças, quando tudo parece perdido surge Mad Jim Jaspers, não para ajudar mas sim para perturbar a mente do pobre herói.
O capitão sobe na nave de Mad Jim e se depara com um vilão insano e poderoso com a habilidade de mudar a realidade, o homem louco, muda de roupa a cada quadro que se segue, enquanto mergulha o Capitão Britânia em um mundo de insanidade. Revivendo imagens de seus amigos que morreram agora a pouco. Desesperado o capitão pula da nave, porém com seu braço danificado ele não consegue erguer voo e cai violentamente. Com a mente fatigada e trincada ele lamenta-se enquanto o Fúria se prepara para acabar com sua existência.
“Capitão Britânia – O Mundo Distorcido” é uma excelente HQ, complexa e envolvente. Alan Moore mostra mais uma vez o porque de ser considerado um dos gênios dos quadrinhos, explorando universos alternativos como também várias outras versões do Capitão Britânia em outras terras. Ele cria uma história espetacular, com uma série de tramas dentro da história principal que torna a HQ em algo bem mais profunda do que aparenta ser em seu início. A arte de Davis como dito antes evolui a cada página, um traço agradável e ao mesmo tempo forte com belas expressões corporais. Uma HQ recomendadíssima para todos que querem conhecer um herói que não tem a mesma popularidade que os grandes do universo Marvel.