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Resenha: 1602, Neil Gaiman, Andy Kubert & Richard Isanove

“O ano é 1602, enquanto a Era Elisabetana se aproxima do fim, a Inglaterra é perturbada por tempestades inexplicáveis e boatos de poderosos seres inumanos espreitando a terra. Por toda a Europa, heróis e vilões estranhamente familiares, incluindo Nick Fury, Homem-Aranha, os X-Men e o Doutor Destino são arrastados para um intrincado plano de traição e perfídia. Um plano que pode muito bem trazer o fim de seu mundo.”

A premissa de 1602 parece bizarra para dizer o mínimo, recriar o universo Marvel como se tivessem existidos na Inglaterra elisabetana, não conseguimos nem imaginar a reação de todos na equipe que produziu a HQ ao ler a proposta pela primeira vez. Felizmente o editor-chefe, Joe Quesada, confiou nos instintos de Neil Gaiman e o deixou prosseguir com sua visão, que acabou se tornando um grande sucesso.

O roteiro é consistente e muito bem entrelaçado com a época que retrata, pondo os personagens em posições que de fato poderiam estar no séc. XVII, e a cultura da época é também muito bem retratada. A arte é um ponto forte nessa HQ, Andy Kubert e Richard Isanove fizeram um belo trabalho, principalmente com expressões bem detalhadas e cenários impressionantes.

A rainha da Inglaterra está enferma e a Inglaterra se retrai à sombra do Rei James da Escócia, que espera ansiosamente pela morte da rainha para que as portas da Inglaterra se abram e deem boas vindas ao seu novo rei. Em meio a tudo isso, um homem observa, Nick Fury, o líder da segurança real tem “olhos” por todas as partes e ouvidos em todos os becos, mas será isso suficiente para impedir uma tentativa de assassinato?

4cbe0d0b790b92515188-03Perto dali os “sangue bruxos” ou mutantes, estão reunidos sobre a liderança de Carlos Javier, que os mantêm em segurança e cuida para que eles não sejam capturados, sua raça é considerada uma abominação pelo povo e principalmente pelo rei James. Agora, a única coisa que protege os sangue bruxos de um destino mortal e cruel é a existência da Rainha da Inglaterra, mas os episódios de mutantes sendo perseguidos e queimados vivos estão cada vez mais frequentes diante da ameaça de coroação do Rei James, ele no poder seria a sentença de morte dos mutantes.

Recebendo conselhos de Stephen Strange, a rainha da Inglaterra dá ordens a Nick Fury de trazer uma relíquia templaria, que está sendo guardada pelo último membro vivo da ordem. É de conhecimento geral que o item em questão contém um grandioso poder, e podendo ser usado como arma para manter a cabeça do Rei James longe da coroa da Inglaterra. O único porém, é que a rainha não é a única que está atrás do artefato, e caso ele caia nas mãos erradas, poderá significar o fim de tudo o que é conhecido.

1602 é uma grande HQ, que traz para nós uma história criativa e inovadora, além de uma arte surpreendente e muito bem detalhada. Neil Gaiman trouxe vários personagens conhecidos do público e os adaptou ao século XVII de forma brilhante, como por exemplo o Demolidor, que na história é um bardo, os X-Men são perseguidos e judiados e Dr. Destino que…bem, continua sendo o soberano da Latvéria. Uma leitura recomendada a todos, do velho mundo ao novo mundo.

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