O autor de quadrinhos Mauricio de Sousa, que já pertence aos quadros da Academia Paulista de Letras, agora está se candidatando à vaga da cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL), até pouco tempo ocupada pela eminente professora Cleonice Berardinelli, grande estudiosa do poeta Fernando Pessoa, que tanto honrou a língua portuguesa.
Segundo Mauricio, que se maravilhou com os acadêmicos em sua última visita à sede no Petit Trianon no Rio de Janeiro, “esta candidatura é para reunir esforços com todos os acadêmicos em levar a importância desta entidade secular para que crianças e jovens conheçam mais a nossa literatura e grandes autores que por lá estão e já estiveram.”
Sua carta de candidatura foi enviada ao presidente da ABL, Merval Pereira, no último dia 10 de março, oficializando o pedido.
“Quando jovem, depois que me alfabetizei com os gibis, eu lia um livro por dia e os grandes escritores brasileiros foram minha companhia e me ajudaram a ser o que sou hoje. Quero devolver esse carinho com muito trabalho em prol dos autores brasileiros e também dos quadrinhos”, completa Mauricio.
Vale lembrar, que a linguagem dos quadrinhos é intensamente estudada por educadores e é considerada a porta de entrada para o estímulo à leitura e alfabetização de crianças, antes mesmo de elas entrarem nas escolas.
Sobre Mauricio de Sousa:
Mauricio de Sousa é desenhista, empresário, o mais premiado autor brasileiro de quadrinhos e membro da Academia Paulista de Letras. Nasceu em 27 de outubro de 1935, numa família de poetas e contadores de histórias em Santa Isabel, no interior de São Paulo. Ainda criança, mudou-se para Mogi das Cruzes, onde descobriu sua paixão pelo desenho e começou a criar os primeiros personagens. Com 19 anos, foi para São Paulo tentar trabalhar como ilustrador na Folha da Manhã (hoje Folha de S.Paulo). No entanto, conseguiu apenas uma vaga de repórter policial.
Em 1959, publicou sua primeira tira diária, com as aventuras do garoto Franjinha e do seu cãozinho Bidu. As tiras de Mauricio de Sousa espalharam-se pelos jornais de todo o país, levando-o a montar um estúdio que hoje dá vida a mais de 400 personagens.
Em 1970, lançou a revista Mônica e, em 1971, recebeu o mais importante prêmio do mundo dos quadrinhos, o troféu Yellow Kid, em Lucca, na Itália. Seguindo o sucesso de Mônica, outros personagens também ganharam suas próprias revistas, que já passaram pelas editoras Abril e Globo e atualmente estão na Panini.
Dos quadrinhos, eles foram para o teatro, o cinema, a televisão, a internet, parques temáticos e até para exposições de arte.
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