Foi anunciada nesta semana o título vencedor da 3ª edição do Prêmio Kindle de Literatura. A obra Dama de Paus, de Eliana Cardoso, publicado originalmente na plataforma de auto publicação da Amazon, o KDP, irá ser lançada em versão física, através da Editora Nova Fronteira, e a autora premiada com R$30,000.
Neste ano, foram cerca de 1.500 livros inscritos, incluindo os finalistas O Registro, de Bruno Loureiro Mahé, O Som no Fim do Túnel, de N. R. Melo, Terra sem males, de Maria José Silveira, e Três luas de verão e uma figueira encantada, de Maria de Regino. Os títulos finalistas e o vencedor estão sendo vendidos com 50% de desconto na loja online – eles também estão disponíveis para leitura gratuita para assinantes do Kindle Unlimited.
Sobre o livro vencedor
Dama de Paus conta a saga de Damiana, que, ao retornar do velório da neta, intercala sua história e de suas filhas com a leitura do testamento e com uma conversa alheia que ouve pela porta entreaberta do seu quarto. Nela, quatro mulheres comentam um crime ocorrido três anos antes. Ao final, segredos vêm à tona e revelam a verdade sobre o que parecia ser um crime de honra à moda antiga.
A autora
Eliana Cardoso já possui três títulos de ficção publicados anteriormente: Bonecas Russas, de 2004 e Nuvem Negra, de 2016, pela Companhia das Letras e Sopro na Aragem, pela editora Córrego, em 2017. Com formação em Economia e Doutorado em Massachusetts Institute of Technology (MIT), Eliana viu na auto publicação a confiança que necessitava para ousar em seus trabalhos: “O Prêmio Kindle de Literatura da Amazon combina a alegria de ver reconhecido meu trabalho como romancista e a possibilidade de assumir com confiança o controle de minha profissão de escritora, através da auto publicação”.
A polemica sobre regras
Após o anúncio do título vencedor, realizado no último dia 26, foi levantado uma questão importante sobre o Prêmio Kindle de Literatura: se a intenção é incentivar autores que não possuem espaço no mercado literário e encontram dificuldade em publicar os seus projetos, o que leva os jurados a escolher um título que veio de uma autora já publicada, inclusive, por uma das maiores editoras do país?
O debate se aflora quando lembramos que o vencedor da edição de 2018, Mauro Maciel, em seu discurso após vencer o concurso em 2018, com O Memorial do Desterro, lembrou das vezes que se auto publicou de forma independente, e levara seus livros para vender no centro de grandes cidades, o levando muitas vezes a pensar em desistir da carreira de autor.
Com isso em mente, acessamos o edital do concurso, que não possui nenhuma regra a respeito das publicações anteriores, de modo que, apenas o título inscrito deve ter sido publicado exclusivamente na plataforma KDP. Eliana Cardoso possui 11 obras publicadas, sendo 3 de ficção, como relatado anteriormente, e sua vitória refletiu a qualidade de seu mais recente trabalho. A escolha pode refletir uma falta de tato neste aspecto geral da premiação, mas, não tira seus méritos.
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