A Sérvia enfrenta o Brasil em um jogo decisivo da Copa do Mundo hoje a tarde, mas você já ouviu falar da literatura desse país? Você sabia, que além de muitos romances renomados, a Sérvia também tem um grande acervo de poetas com trabalhos incríveis? Provavelmente não.
Mas a culpa não é sua. Faltam obras sérvias publicadas no mercado editorial brasileiro, mas não deveria, afinal Brasil e Sérvia tem bastante coisa em comum. Não são raros os casos de brasileiros que viajam para o país, se apaixonam e nunca mais voltam. No entanto, o que falta em quantidade, sobra e transborda em qualidade.
Hoje, o país é tranquilo, mas nem sempre foi assim. Na época de guerra, a antiga Iugoslávia vivia tempos de insegurança e medo, em meados de 1999, mas ainda há marcas de bombardeios para que sempre recordem do passado e construam um futuro de paz. Tanto sofrimento, rendeu obras literárias riquíssimas. É como dizem: pessoas tristes, fantasiam com a felicidade e só escrevem coisas felizes, enquanto pessoas felizes idealizam a tristeza e bem… não preciso continuar.
Literatura Sérvia: 5 livros da Sérvia para se apaixonar
1 – Osso a Osso, Vasko Popa
Antologia e tradução de poemas de um dos maiores poetas iugoslavos, Vasko Popa, realizada por Aleksandar Javanovic´, cujo trabalho persegue a fidelidade sonora da língua materna da coletânea, respeitando os limites da transcriação. Mantendo os originais, o livro traz um ensaio introdutório que aponta a obra do escritor em sua singularidade simultaneamente materialista e onírica, contextualizando-a em seus reflexos da cultura plurinacional da Iugoslávia. Além disso, Osso a Osso se enriquece ainda mais com a inclusão do prólogo em versos, escrito por Octavio Paz para a edição mexicana da produção do poeta. Saiba mais.
2 – Jardim, Cinzas, Danilo Kiš
Quem conta essa história é Andreas Scham, um menino “sensível demais”. Os personagens são sua família: a irmã, a mãe – que em noites de frio e de fome brinca com o filho de traduzir o barulho da chuva em canções e histórias maravilhosas – e o pai, um louco iluminado, mistura de profeta do apocalipse, dândi e poeta. A época é a Segunda Grande Guerra, e a paisagem, a Europa central, com sua rica trama cultural e humana devastada pelo nazismo.
Este belíssimo romance do iugoslavo Danilo Kiš, considerado um dos maiores escritores da Europa oriental e publicado pelas mais importantes editoras do mundo, mostra o mundo do pequeno Andreas Scham por meio dos seus sonhos e medos, e principalmente de suas lembranças do pai, o inesquecível Eduard Scham, um personagem antológico, engraçado e mítico: de fato, o grande herói de Jardim, cinzas, um romance escrito como um verdadeiro poema sinfônico.
3 – Um túmulo para Boris Davidovitch, Danilo Kiš
O romance ‘Um túmulo para Boris Davidovitch’, que recebeu a Grande Águia de Ouro da cidade de Nice, na França, em 1980, é uma obra sobre as perseguições e execuções de militantes comunistas levadas a efeito na Europa, nos anos 30 e 40, em nome do stalinismo. O autor iugoslavo Danilo Kiš narra de forma sucinta a biografia de algumas daquelas vítimas do terror stalinista, traçando um paralelo entre esse terror e o da Inquisição ao descrever, no capítulo intitulado ‘Cães e livros’, um massacre de judeus ocorrido em 1330 na Itália. Saiba mais.
4 – Bosque da Maldição, Miodrag Pávlovitch
Um dos maiores nomes da poesia sérvia contemporânea, Miodrag Pávlovitch é adepto do verso livre, reconhece a tragédia do mundo em que vive, diagrama o mapa do grotesco e tematiza o drama humano sobre as diversas encruzilhadas da História. Saiba mais.
5 – Dicionário Kazar, Milorad Pavič
Conta a lenda que no passado os que ousavam ler O Dicionário Kazar morriam fulminados por uma maldição. Aparentemente esta maldição já cessou, pois milhões de leitores no mundo inteiro se deixaram apanhar nas malhas deste romance mágico. Ironicamente mágico. Como um bom romance do século XXI. Saiba mais.
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