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CCBB SP RECEBE IX FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA

Comemorando seus 10 anos de existência, o FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA chega à uma nova edição e apresentará uma programação especial e gratuita celebrando a data. Serão exibidos documentários que se destacaram nas últimas edições e a Mostra Brasil Profundo, uma seleção de produções nacionais que trazem um Brasil desconhecido por muitos de nós – o sertão mitológico, poético, indígena, africano, encoberto por lendas, festejos e cordéis. A idealização e curadoria do Festival são do músico e cineasta André Luiz Oliveira, com co-curadoria da produtora e diretora Carina Bini. O Banco do Brasil patrocina o projeto.

Este é o único festival de cinema no Brasil que investiga a subjetividade dos caminhos da consciência e do autodesenvolvimento através da arte cinematográfica. A seleção que será apresentada, traz ao público nacional a possibilidade de assistir a filmes cinematograficamente ímpares como também o acesso à aprendizagem e descobertas.

“O que nos nutre é a possibilidade de promover a relação do cinema como arte mediadora entre o sentido estético e a experiência introspectiva de autoconhecimento”, diz o curador André Luiz Oliveira.

Desde sua criação em 2013, o Festival sempre reuniu documentários e ficções que estão em diálogo com a espiritualidade e autodescoberta, além de levar ao público questões pertinentes sobre o presente e as possibilidades de transformação pessoal.

Contando com uma filmografia variada, o evento permite que seu público repense sua própria trajetória e descubra novos caminhos. Para isso, combina a arte cinematográfica com outras manifestações, como música e meditação.

Em 2020 e 2021, devido às restrições impostas pela pandemia de COVID-19, o FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA teve edições totalmente online e gratuitas, que atingiram 60 mil pessoas no Brasil e no exterior com exibição de filmes, lives com os diretores e apresentações musicais. Além disso, foi realizada uma live com Alejandro Jodorowsky, considerado o “patrono” do festival por apresentar uma filmografia que dialoga com os processos de transformação pessoal do diretor. Todo este material está disponível em seu canal do Youtube (https://www.youtube.com/@FestivalCinemaTranscendencia).

A retrospectiva celebrando os 10 anos do FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA destaca filmes como o inusitado “Encontro com os Beatles na Índia”, de Paul Saltzman, que refaz sua jornada de 50 anos atrás, quando passou um período transformador de vida com os Beatles na moradia do guru do Maharishi Mahesh Yogi. Ou ainda um trabalho do cultuado cineasta chileno-francês Alejandro Jodorowsky, “Psicomagia”, no qual ele aborda a técnica que criou e exerce de suposta cura espiritual.

“No Olho da Espiral”, longa de Raynald Leconte e Eve Blouin que foi exibido no BAFF (Big Apple Film Festival, em Nova York), conta com narração de Annie Lennox e capta a resiliência cultural e criativa do Haiti a partir da visão de seus artistas mais proeminentes. “No Fogo da Imobilidade Dançante”, de Renata Keller, questiona como é possível ter uma vida mais criativa e pacífica no planeta, enquanto “Sombras do Paraíso”, de Sebastian Lange, traz dois líderes da Meditação Transcendental – o icônico cineasta David Lynch e o discípulo dedicado Bobby Roth –, e documenta a transformação do movimento após a morte do fundador Maharishi Mahesh Yogi.

“Encontrando Joe”, de Patrick Takaya Solomon, tem como tema a “jornada do herói”, um padrão narrativo descoberto por Joseph Campbell, estudioso de mitologia, no começo do século XX. O filme aborda a jornada definitiva do herói: a da autodescoberta.

O Brasil é representado por “Orin: Música para os Orixás”, de Henrique Duarte, que mostra como terreiros de Candomblé influenciaram e foram precursores de gêneros que deram origem ao samba, ao baião, e até́ mesmo ao funk carioca. Para entender melhor como funciona a resistência musical e espiritualista dos Orixás, diversos sociólogos, artistas e etnomusicólogos analisam as cantigas sagradas chamadas de Orin na linguagem ioruba.

Também estão na retrospectiva os documentários “Dying to Know” (“Morrendo para Descobrir”), de Gay Dillingham; “Samadhi Road”, de Daniel Hey e Julio Hey; e “Mistura e Invenção”, de Iza Grispum. Haverá também a exibição do sexto episódio da série televisiva “Resto de Mundo”, “Marieta, Mãe do Mundo”, com direção de Diego Zanotti.

A outra mostra dentro do FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA é a Brasil Profundo, que trará um recorte único na história do evento, promovendo uma meditação sobre o “Ser e o Brasil”, por meio de filmes marcantes da nossa filmografia.

“Estimular o autoconhecimento através da manifestação artística em todas as dimensões sempre foi uma característica do Festival. E, desta vez, a diferença é que o Brasil está em perspectiva pela conjunção de fatores históricos convergentes e pela necessidade de – a partir de uma imersão nas fontes da cultura artística popular brasileira ou inspirada nela com seus temas míticos/sociais -, vislumbrarmos a possibilidade da criação de um novo Brasil, um Brasil transcendente”, comenta André Luiz Oliveira.

O festival também trará para a tela do CCBB SP o clássico “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, obra-prima de Glauber Rocha, premiado com melhor direção no Festival de Cannes em 1969, que apresenta com maestria um estrato da sociedade brasileira injusta e violenta e, ao mesmo tempo, rica e poderosa na sua essência cultural. Uma das figuras mais importantes do cinema baiano, Geraldo Sarno, falecido em 2022, será lembrada com três curtas clássicos – “Jornal do Sertão”, “Padre Cícero” e “Vitalino” -, e seu último longa-metragem “Sertânia”, lançado em 2020.

Hermano Penna é outro diretor cuja obra está presente na seleção do Festival. Do cineasta cearense/baiano/candango serão exibidos o média-metragem “Nhô Caboclo e o Elo Perdido”, que apresenta a obra de Manuel Fontoura, o Nhô Caboclo, baseada nas manifestações culturais surgidas exclusivamente do encontro entre negros e índios e ainda desconhecidas por grande parte da população; e o longa “José de Julião: Muito Além do Cangaço”, que recupera a figura complexa do homem que foi de cangaceiro a político no sertão de Sergipe.

Tomando como referência o sertão e o cangaço no imaginário poético dos artistas brasileiros, o festival traz o curta-metragem de ficção “Porta de Fogo”, do cineasta baiano Edgard Navarro, que liga a rebeldia cangaceira à perseguição e morte do capitão Lamarca. E um documentário apresenta a história de um artista que é sinônimo do nordeste brasileiro: “Dominguinhos”, dirigido por Mariana Aydar e Eduardo Nazarian, sobre o extraordinário sanfoneiro, cantor e compositor.

O festival traz ainda o documentário “Mito e Música: A Mensagem de Fernando Pessoa”, da cineasta luso-brasileira Rama de Oliveira em parceria com o cineasta/músico André Luiz Oliveira. Do diretor baiano, também será exibido o documentário em curta-metragem “É Dois de Julho”, filmado em 1979. A cópia foi resgatada recentemente e terá exibição inédita. O filme trata da grande festa cívica baiana do “Caboclo e da Cabocla”, que comemora a guerra de independência do Brasil na Bahia com a expulsão definitiva dos portugueses.

Além dos filmes, o evento em São Paulo contará com atividades culturais, como o Recital Música Indiana em homenagem aos Beatles, com Helder Araújo (Sitar) e Renato Herédia (Violao e Voz), que acontecerá em três datas; Música Indiana com Mantras, com o indiano Sagar Karahe (tabla) e Fábio Kidesh (sitar); o concerto A Mensagem De Fernando Pessoa, com André Luiz Oliveira (violão); e uma aula de Yoga com Mantras, com o indiano Sagar Karahe.

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