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Review: Daredevil – 1ª Temporada

Quando duas queridinhas do público como a Marvel e a Netflix, notoriamente conhecidas pela qualidade de suas produções, se juntam no desafio de adaptar uma HQ, não é possível esperar algo menor do que grandeza. Sabe aquele filme de 2003, com Ben Affleck? Já podemos esquecê-lo. A série conta a história do Demolidor como deveria ter sido desde o início e cria um novo patamar para séries de super-heróis que será difícil superar.

O primeiro destaque a ser dado à produção refere-se ao seu clima bem mais sombrio do que vemos em outras adaptações da Marvel para a TV e, inclusive, para as telonas. A fotografia, praticamente cinematográfica, não nos deixa esquecer disso em nenhum momento. Hell’s Kitchen é uma cidade doente, suja, e logo descobrimos que isso não se limita apenas ao visual. Em suas entranhas, o crime e a corrupção crescem desenfreadamente. Polícia, juízes, jornalistas, todos estão à mercê dessa infecção.

Em meio ao caos, Matt Murdock mantém a esperança de que tudo pode mudar. Vivendo em dois mundos, durante o dia Matt recorre à justiça para ajudar aqueles que necessitam de auxílio. A justiça, entretanto, é cega (sem trocadilhos) e muitas vezes somente ela não basta.  É à noite, então, que o advogado recorre a meios pouco convencionais para combater aquilo que considera errado. Assim nasce o mascarado que trará dor de cabeça para os criminosos que espalham seus domínios.

A construção dos personagens é extraordinária. O próprio formato, diferente de filmes, já permite explorar melhor a humanização e a complexidade dos mesmos. O destaque reside justamente no protagonista e no antagonista da história. O desenvolvimento de ambos, seus medos, suas angústias, seus desejos, suas dúvidas e, até mesmo, o que possuem em comum (o amor pela cidade e a visão individual de como transformar o lugar onde moram em algo melhor) é sem igual. O passado dos dois é carregado de acontecimentos traumáticos, que nos auxiliam a entender quem são. Aliás, flashbacks são cirurgicamente incluídos, sem excessos, para ajudar na construção e no crescimento da história de cada um.

O trio principal funciona muito bem quando está junto. Enquanto Foggy é impulsivo e traz um alívio cômico à série, Matt é calculista e contido, muitas vezes responsável por frear algumas das atitudes do parceiro. Karen Page, por sua vez, chega de maneira tímida e logo começamos a perceber que existe muito mistério por trás daquele rosto bonito. Os outros integrantes do mundo do crime (como Gao, Leland e Vladimir), são pouco desenvolvidos e ficam eclipsados pela figura de Wilson Fisk (ou Rei do Crime para os mais íntimos), fato totalmente compreensível. Fisk é a perfeita representação do instável e imprevisível em contraste com certa inocência e delicadeza. Sua mente é bem complexa e Vincent D’Onofrio soube incorporar muito bem as nuances do personagem.

Os embates psicológicos de Matt ao lidar com sua atual situação reforçam sua humanização e o tornam mais crível, simples, por assim dizer, em um mundo onde Os Vingadores cuidam do plano geral. O advogado está sempre se questionando sobre seus limites e possui uma forte vertente religiosa como pano de fundo.

Falando em Os Vingadores, referências não faltam ao universo cinematográfico da Marvel, principalmente em relação à batalha de Nova York, que trouxe destruição também para Hell’s Kitchen. Portanto, já ficou bem claro que Daredevil agradará aos exigentes fãs das HQ e dos filmes.

Entretanto, se você não conhece ou não gosta do formato, não se preocupe. A série vai além de apenas uma adaptação e pode ser apreciada por todo tipo de público. Nela encontramos drama policial, elementos de advocacia e muita ação. Pode ser pesada algumas vezes, com violência e muito sangue. As cenas de luta possuem uma coreografia magistral, em grandes planos-sequência que são capazes de deixar qualquer um com o queixo caído.

Mas não pense que Daredevil escapa de clichês já comuns quando se trata de justiceiros mascarados. Temos a questão do sigilo da identidade, da vida dupla, da polícia como inimiga, o afastamento de conhecidos, enfim, coisas que parecem inevitáveis em uma temática como essa.

A narrativa é quase sempre tensa, e se arrasta em alguns poucos momentos. Tudo flui para um clímax incrível. Mesmo assim, a temporada deixa diversas pontas soltas sem um devido encerramento, que nos deixam ansiosos para a segunda temporada.

A espera definitivamente será longa.  Mais uma vez a Marvel e a Netflix mostraram que quando se trata de qualidade, elas entendem.

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Review: Once Upon a Time 4×18 – Heart of Gold

CONTÉM SPOILERS

Pelo menos metade do plano dos vilões em busca de seus respectivos finais felizes já foi concretizado. O Autor, agora livre, já foi subjugado por Gold e é apenas uma questão de tempo até que chegue a vez de Emma. A Salvadora, por sinal, já começa a questionar quem ela se tornou e o custo proveniente disso, agora que descobriu as mentiras dos pais. Sua confiança começa a ficar abalada e não havia momento menos oportuno para isso acontecer. Essa nova crise pode facilitar ainda mais sua ida para o lado sombrio.

O episódio, entretanto, não foi sobre Emma e seus pais. Muito menos sobre o Autor. Foi sobre Robin, que não aparecia na história desde que havia deixado Storybrooke. Agora estabelecido na cidade de Nova York, seu encontro com Gold pôde revelar um pouco mais do seu passado. Como muitos, o herói também já teve um contrato com Rumple em seus dias na Floresta Encantada. Em busca de salvar seus negócios, ele aceita roubar uma poção de Zelena, em Oz. Tudo ocorre bem, mas ele não consegue retornar com o frasco para casa. Depois disso, o resto da história nós já conhecemos: ele se torna oficialmente o cara que rouba dos ricos para dar aos pobres e passa a ser conhecido como Robin Hood.

Agora, o passado se repete e Rumple precisa que ele vá em busca da mesma cura, que está escondida na cidade. Chega a ser estranho ver o Senhor das Trevas vulnerável e à beira da morte. Sempre tão orgulhoso, ele tem que recorrer a Robin e depende da honra do herói para salvar sua vida. Uma ironia e tanto.

A volta de Zelena (como assim?!?) foi a grande surpresa do episódio. E uma grande jogada. Sempre fico com o pé atrás quando uma série começa a matar e reviver personagens. É preciso saber fazer algo assim, pois pode tornar as mortes sem impacto ou sem sentido, já que sempre pensamos: “não importa, ele/ela vai voltar”. The Vampire Diaries e Supernatural estão aí para reforçar o que digo. Felizmente, dessa vez, a maneira como aconteceu funcionou bem. Já havíamos até esquecido a personagem e, tecnicamente, ela não havia morrido de verdade. Por isso foi algo tão interessante e inesperado.

Com a Bruxa Má do Oeste de volta ao jogo, o plot dos vilões voltará a ficar bem interessante. Cruella e Malévola ainda não conseguiram me convencer depois que chegaram à cidade, provando que o excesso de vilões pode não ser uma boa ideia. É melhor que se tenha apenas um bad ass do que vários que não causem um grande impacto. Zelena já chega mostrando quem manda com seu brilhante plano de vingança contra a irmã. Com uma tacada só tem em seu domínio o amor de Regina, obriga Rumple a lhe ajudar e ainda entra no plano em busca de seu final feliz. Exatamente o que faltava para melhorar a história.

Para encerrar, como sabemos, Once Upon a Time é feita de tratos e escolhas. E agora é Regina quem tem que lidar com uma difícil decisão: o amor de sua vida (junto com sua possibilidade de final feliz) ou a transformação da Salvadora (que afetaria todos na cidade). O que ela irá escolher? Façam suas apostas.

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Review: Os Experientes 1×01 – O Assalto

A rede Globo há algumas semanas vem divulgando sua mais nova série. “Os Experientes” surgiu com uma premissa de “sobre a terceira idade”, mas como afirmara a protagonista do primeiro episódio, Beatriz Segall: ” Trata de pessoas mais vividas, que tem uma história a contar que você não imaginava que aconteceu com elas”. Assisti com receio, não esperava muito da produção. Inocência minha.

Tudo ganha forma de uma maneira engraçada. Yolanda, a senhora que não admite ser chamada de velha mais posteriormente, adentra no banco. Uma piada aqui, outra ali, todos estão localizados em um só local. Diversos pontos de vistas são jogados ao telespectador. A da mulher, da atendente, e o essencial, o do jovem interpretado por João Côrtes, famoso por comerciais e seu cabelo ruivo. O estado de bem-estar dura por poucos minutos, homens anunciam o assalto da empresa e o personagem de João é incluso no meio de todo esse rebuliço mesmo sem desejar. Uma arma nas mãos de quem não sabe manejá-la, a tensão invade a tela e só se despedirá nos últimos minutos.

Assalto a banco é um tema quase que clichê, temos os bandidos, os afetados e só. Mas isso não basta para “Os Experientes”. Os homens que fizeram com que o adolescente entrasse no serviço conseguiram sacar suas partes e se foram, o jovem fora baleado. Ao tentar escapar, é cercado por diversos carros policiais. A única saída, na verdade, seria a entrada para o banco. Ele volta e transforma os clientes em reféns. Um drama psicológico começa a ser destrinchado. O garoto – com uma bala alojada – e, por sua sorte, uma velha médica. Os destinos de ambos não foram cruzados, já estavam ali, muito bem programados. O enredo da série é esplêndido, como cada episódio apresenta sua história, “O Assalto” mostra por que “Os Experientes” vieram. O transcorrer do capítulo não é cansativo, como muitos julgaram, é eletrizante. Uma cena me chamou bastante atenção. Em um momento, quando Yolanda começa a fazer uma “minicirurgia” no jovem, todo e qualquer ser humano ficará incomodado. Neste mesmo instante um refém se debate por ter fobia a lugares fechados, é uma junção de horrores e o telespectador fica preso a tudo aquilo, não consegue piscar, desviar o olhar. A emissora consegue captar algo que não vem apresentando há anos. Humanidade, é isso o que exala “Os Experientes.”

A interpretação de João Côrtes é mais inquietante que a cena que tal presidiu. Ninguém daria nada para o ator e ele foi lá e pintou em sua testa a frase “Eu tenho talento”. E quanto talento. Choro, sangue, arrependimento, ele foi completo em todos os sentidos. Beatriz Segall nem se fala, seu histórico é gritante, mas ela consegui superar as expectativas. Não desejo dar spoilers, mas adianto que a cena final de Beatriz é desabante, prepare-se para deixar escapar algumas lágrimas.

A produção é de altíssima qualidade. A fotografia apresenta padrão norte-americano, não deixa a desejar em nenhum quesito. A trilha, principalmente, foi uma acerto em cheio, com Tim Maia e Gal Costa, quem não se emociona ao ouvir “Vapor Barato”. A voz de Gal traduz toda a sensibilidade da direção de  Fernando Meirelles, Quico Meirelles e Gisele Barroco. Se você deseja cair em prantos, assista o melhor piloto da Globo em 2015. Se o aniversário fosse hoje, a emissora estaria comemorando em grande estilo seus 50 anos, mais que cativante, a série é provocativa. Próxima sexta-feira o tema não focará na tensão, mas sim no poder do samba, do tempo, da solidão. Que venha, pois a ansiedade já bateu.

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Review: Grey's Anatomy 11×19 – Crazy Love

 CONTÉM SPOILERS

Grey’s Anatomy apresenta essa semana um episódio sobre as variedades e consequências do amor. Com um pano de fundo desses, não faltaram complicações no Grey Sloan Memorial Hospital.

Comecemos por Maggie, que não foi muito bem-sucedida em seu encontro com o radiologista. Seus temores sobre relacionamentos deixaram-na muito nervosa, fazendo com que falasse o encontro inteiro sem parar. Sua inocência é tanta que ela não percebeu o que fez de errado nem o porquê de não receber a tão aguardada ligação pós-encontro. Alex foi quem a ajudou a desencanar e se abrir com o radiologista para conseguir uma nova chance. Chegou até a ser um pouco estranha a maneira como ele falou e olhou para Pierce, como se estivesse começando a gostar dela. Tomara que seja apenas uma impressão errada minha, possivelmente motivada pela calmaria em que se encontra hoje o relacionamento de Alex e Jo. Em Grey’s, isso quase sempre significa uma tempestade a caminho.

Amelia e Torres entram em um conflito quanto ao tratamento para uma paciente jogadora de golfe. Graças a Owen, Dra. Shepherd consegue fazer tudo à sua maneira, mas a cirurgia não transcorre bem e, no final, a abordagem de Callie é feita. O que foi pensado para garantir uma chance à paciente para continuar fazendo aquilo que ama acabou impossibilitando-a de continuar jogando.

Esse resultado repercute diretamente na relação entre Amelia e Owen. A neurocirurgiã culpa o fato de estarem juntos pelo erro de conduta que foi cometido. O que pareceu foi que seu medo a está fazendo procurar causas para acabar tudo o mais rápido possível. Motivos não faltam para a irmã de Derek temer esse novo relacionamento. Ela já passou pela experiência de perder o amor de sua vida e foi para Seattle em busca de reconstruir tudo outra vez. Owen vai precisar ser muito compreensivo e apoiá-la bastante se quiser que essa relação continue.

Com a volta de Catherine Avery, Webber também precisa lidar com as questões do coração. Eles formam um ótimo casal e que bom que finalmente, depois de tanto desentendimento, os dois tenham conseguido se acertar. Gosto das participações da mãe de Jackson na série. Os casos em que participa sempre são no mínimo engraçados ou polêmicos e ela sempre traz uma boa agitação para algum personagem. A vítima dessa vez foi Edwards.

Qual especialidade seguir? Essa é a pergunta decisiva para quem quiser um dia se tornar cirurgião. Isso não revela apenas as preferências de uma pessoa, mas mostra quem ela é. Lidando com essa questão, Edwards descobre uma boa aptidão para a urologia e recebe uma proposta da Dra. Avery para se especializar em Boston. Uma daquelas oportunidades únicas da vida. E depois de tudo que havia sido discutido com Webber, ela fez a escolha certa de não aceitar a bolsa. Urologia não se mostrou tão atraente para ela e a especialização só a tornaria uma profissional frustrada. Foi diferente do que aconteceu com Shane, por exemplo. Ele encontrou na cardiologia o que realmente tinha significado para ele e não deixou passar a oportunidade de ir embora com Cristina.

“Crazy Love” foi um episódio que garantiu momentos bastante cômicos. Grande parte deles podem ser atribuídos ao caso do marido que teve o pênis decepado pela esposa (algo que muitas mulheres já sonharam fazer). Como se não bastasse, ele a perdoa e a chama para ficar com ele no hospital, só para ter seu órgão decepado outra vez, agora pela amante enciumada. Para você que achava que tinha problemas, é melhor começar a reconsiderar.

A vida de Merdith e Derek, por sua vez, anda tão maravilhosa que está começando a assustar. Não que eu queira mais brigas entre eles, mas, com tudo exageradamente bem, fica parecendo bastante artificial e forçado. O que é perfeito demais beira ao entediante. Claro que isso deve ser apenas uma fase pós-epifania e deve começar a mudar em pouco tempo. Sinceramente espero que não continue assim.

E agora depois da quase traição, mais um mistério envolvendo Derek aparece. Hipóteses não faltam sobre o que pode ter acontecido (das mais simples até as mais trágicas), e é isso que me faz gostar tanto de Grey’s: já foi provado ao longo dos anos que no eterno “Seattle Grace Mercy Death” todas as possibilidades estão em aberto.

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Review: Bates Motel 3×05 – The Deal

O quarto episódio da terceira temporada de Bates Motel foi muito abaixo de sua média. Centenas de fãs castigaram a direção da série e até mesmo seus atores, mas tudo, quando falamos da psicose apresentada por Norman Bates, tem seu propósito. Ficou claro nas duas temporadas anteriores que a série usaria uma linha principal para movimentar-se entre suas ramificações. Na primeira temporada nos deparamos com o desenrolar dos assassinatos, a revelação de quem seria Norman e as relações que a família Bates manteria com a cidade. Na segunda, o mercado das drogas ganhou destaque e finalmente, nesta terceira temporada vemos o “Arcanum Club” como via, é de lá que escoam os problemas que a matriarca enfrentará e também vem do tal clube o motivo para a existência do drama. A mesma fórmula, o mesmo contexto, mas uma tensão totalmente diferente.

Em “The Deal” vemos Norman o mais calmo possível, pelo menos no início, é de se estranhar que ele possa controlar sua mente em meio a tantos eventos. O garoto acorda de uma apagão, não mostrado no episódio 4, mas que de nenhuma maneira influencia na trama, fora uma acerto dos produtores não incluir o estado de psicose que Norman sofrera após a descoberta sobre Dylan e seu pai, seria uma perda de tempo neste capítulo e só confundiria ainda mais o telespectador.  Outro ponto que está sendo bem explorado nesta temporada é a relação de Emma com Norman, o namoro exótico dos adolescentes provoca os fãs, eles vivem sobre uma corda bamba e todos sabem quem despencará no fim, mas tentamos, a cada cena, dispensar este pensamento de que, no fim, Emma sofrerá uma morte típica de “Psycho”.

Ao desenrolar do capítulo, diversos pontos de vistas são inclusos na série. Caleb torna-se um lenhador solitário, em meio a floresta densa do Oregon, em primeira instância tive medo que não desse certo o tal experimento no enredo, mas, sim, funcionou plenamente. O “ex”-estuprador, pai, tio e irmão, meu senhor, às vezes é confuso, produziu um sentimento há muito perdido em Bates Motel. Todo e qualquer telespectador terá pena de Caleb, quando, ao se encontrar com uma amigo mais que inesperado, desabafará. É ai também que uma oferta de emprego acende um alerta na mente do homem, e pelo que vem demonstrando, ele não deixará a companhia da melhor família de todas tão fácil.

O que não vimos nos outros quatro episódios, vem em demasia neste. Ameaças e mais ameaças são atiradas a Norma. A mulher faz uma releitura de todos os acontecimentos. Mortes, sequestros, perdas e conclui que vai lutar contra os poderosos, ou melhor,  criar um acordo entre eles, “The Deal”. Dylan está incluso em tudo isso, assim como Romero, os dois apresentam opiniões similares no que se refere ao tal acordo, mas quando Norma Bates coloca algo em sua difícil cabeça, nunca tira. Somos atirados para várias direções quando o assunto é Norma, a mulher teima em querer formar o casal “Normero”, mas um professor da Universidade comunitária também está de olho na dona do estabelecimento. É aqui que surge outra pergunta, quem morrerá? O Xerife ou o professor que não sabe onde está se metendo? Pois no filme original, Psycho (1960), bem no fim da obra, o detetive revela a todos como ocorrerá a transformação de Norma em “Mother”, e confirma que o adolescente matara sua mãe e, wait for it, seu amante. Legendário ou não, fica certo que nos despediremos de mais de um personagem do elenco principal.

Medo, é o que provoca o quinto episódio desta temporada. Medo pelo que está por vir, principalmente no lado de Norma Bates, após este capítulo a psicose de Norman aumentará, graças à ações de sua mãe. Ao assistir você verá uma teia perfeita sendo formada, os detalhes, os santos detalhes, eclodirão quando menos esperarmos. Bates Motel bate a si mesma, repetirei isso nas diversas reviews que surgirem, é algo fantástico acompanhar essa evolução, a renovação é mais que certa. Chegamos no meio da temporada e muito já foi mostrado, o terreno foi perfeitamente planado pela equipe e a partir de agora toda ação, todo terror, toda obscuridade de Bates Motel eclodirá. Nada está plenamente fincado na série, o que no início parecia mais que certo de acontecer, agora simplesmente desaparece.

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Review: Better Call Saul 1×10 – Marco (Season Finale)

CONTÉM SPOILERS

O rompimento com o irmão foi apenas o início do processo de transformação de James McGill. A season finale foi toda conduzida para mostrar as mudanças que ocorrerão daqui para frente. O advogado bonzinho começa a dar lugar ao velho Slippin’ Jimmy.

Logo no início, na HHM (Hamlin, Hamlin & McGill), vemos que desistir do caso da Sandpiper não foi de todo mal. O trato está sendo cumprido e o pagamento está sendo feito de maneira correta. Agora que a verdade foi revelada, Hamlim e James começam até a se entender melhor. O grande problema entre os dois era mesmo Chuck.

A situação com o irmão só veio colocar em perspectiva tudo que Jimmy fez após sair da prisão. Todos os seus sacrifícios e tentativas de se tornar alguém melhor foram sem sentido. A cena do bingo ilustrou muito bem o quanto os acontecimentos recentes estavam corroendo-o por dentro. E as revelações feitas por ele mostraram ainda mais sua complexidade. Primeiro, o motivo de sua prisão. Depois, a descoberta de que era casado e foi traído. Isso é mais do que muitas pessoas poderiam aguentar.

Tais acontecimentos culminaram com James revisitando o passado. Era disso que ele precisava. Depois de tanto tempo se contendo, aplicar aqueles golpes com seu amigo foi como poder respirar novamente. Uma das frases ditas por Marco no início ficou na minha cabeça durante todo o episódio. Ele afirmou que seria um desperdício James ir trabalhar com o irmão na HHM. E quer saber? Talvez ele estivesse certo. Querendo ou não, o advogado tem talento pra coisa.

Apesar de aproveitar muito bem sua nova condição de liberdade, a carreira como advogado de idosos está dando certo e James decide voltar para Albuquerque. Como se estivesse prevendo que algo aconteceria, Marco convence o amigo a aplicar um último golpe juntos. E é aí que outro acontecimento transformador recai sobre James: a morte do companheiro.

Como se não bastasse, uma oferta de emprego tentadora aparece. O caso da Sandpiper se tornou tão grande que outra firma de advocacia deve ser incluída. E é justamente essa firma que quer fazer a contratação do advogado. Chega a parecer brincadeira que o azarão que conhecemos agora teria seu escritório próprio e voltaria a trabalhar no caso que ele tinha dado de bandeja para quem sempre o recusou.

E tudo parecia estar bem com essa nova perspectiva no horizonte. Mas foi indo para a entrevista que James escolheu o caminho que irá trilhar a partir de agora e que trará mudanças significativas em sua vida. Foi como se de repente ele acordasse de um sono profundo, onde percebeu que aquela grana dos Kettleman poderia ter sido dele. E de maneira fácil. “Fazer a coisa certa” pode ter funcionado naquela época, mas agora tudo mudou. Não existe mais nada que o impeça de ser quem realmente é.

A única coisa que me deixou desconfortável foi justamente a decisão de James de não aceitar o novo emprego. Foi como se Chuck estivesse certo em tudo que falou no episódio passado, ou seja, que Jimmy seria incapaz de mudar. Após ver como era a vida de James antes de ser preso, nada pareceu atraente. E agora que ele tem uma vaga garantida como advogado, ele a recusa. Foi como se sua atitude estivesse indo contra o que a série vinha mostrando até então, a sua mudança (mesmo que torta). Já sabemos que ele irá se tornar Saul Goodman, mas o que pareceu errado para mim foi o momento em que essa decisão aconteceu, em meio a essa oportunidade e de tudo que foi dito por Chuck. Ok, talvez ele tenha feito isso como uma forma de retaliação ao irmão. Nesse caso, só nos resta esperar.

O final não deixou nenhuma pista concreta do que James irá fazer. Apenas sabemos que nada mais o prende. O problema é que suas possibilidades são inúmeras. Isso não é algo que prejudique grandemente, mas diminuiu um pouco a expectativa de espera até o retorno da série.

De maneira geral, Better Call Saul apresentou uma temporada com grande qualidade e possibilidades, sabendo aproveitar rostos já conhecidos e enfrentando o desafio de contar uma história no mesmo universo de Breaking Bad. O que foi visto até agora superou expectativas e garantiu uma identidade própria. E não restam dúvidas de que mais surpresas nos aguardam pela frente.

Até a segunda temporada!

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Review: Grey's Anatomy 11×18 – When I Grow Up

CONTÉM SPOILERS

Como o próprio nome já diz, o episódio dessa semana falou sobre crescimento. Daquele momento onde você percebe que sua vida se tornou aquilo que sempre foi almejado. E, contra todas as expectativas, foi Meredith quem conseguiu isso. Aquela interna que se complicou dormindo com o chefe percorreu um caminho bem árduo até aqui. E finalmente se deu conta da vida maravilhosa que tem. A casa dos sonhos, o marido, os filhos e a carreira bem sucedida, tudo mostra que o que passou valeu a pena. E por mais que sua situação atual não dure para sempre, agora ela possui a percepção de que é preciso lutar para que se mantenha realizada.

E Derek passou pela mesma transformação. Com sua volta ao Grey Sloan Memorial Hospital, ele deve se acostumar com Amelia sendo sua chefe. Claro, conhecendo ele, todos veem isso como um problema. Mas suas prioridades mudaram e parece que a convivência com a irmã não será mais como antigamente.

Bastante atenção foi dada aos casos essa semana. Dessa vez, um assalto que resultou em vários policiais feridos junto com um garoto envolvido no crime. Em contraponto com toda a felicidade de Meredith, vemos uma mãe perder dois filhos e ainda enfrentar a decisão de salvar a vida do garoto com uma doação de órgãos. Nisso Grey’s é sempre bom: em mostrar os dois lados da balança. Enquanto as vidas de Meredith e Derek chegam ao auge, a de uma mãe é praticamente destruída.

Ao mostrar esses dois lados, entretanto, o ponto fraco do episódio foi a previsibilidade. Depois de tantos anos, muitas vezes, é bem fácil saber o que vai acontecer na série. Desde o momento da morte cerebral e que descobrimos da necessidade de um transplante para o garoto, já era inevitável não saber que uma doação direta seria cogitada. O mesmo aconteceu após a recusa da mãe: era evidente que no final ela concordaria com o transplante. Esse é um problema comum depois que se acompanha por tanto tempo um programa. Para mim, isso torna os casos menos emocionantes e um pouco repetitivos. Mas nada que prejudique grandemente quando se olha para o plano geral e as grandes histórias que a série possui hoje.

No meio da difícil escolha de uma mãe, Bailey foi nada mais nada menos que… Bailey! Ela está sempre metida em questões difíceis que envolvem a ética médica e sempre sai em defesa da vida de seu paciente, não importando quem seja. Quem não lembra de quando ela prejudicou seu casamento para salvar o paramédico com a suástica tatuada? Ou quando tentou sabotar a cirurgia de um serial killer para conseguir o órgão que seu paciente precisava? São sempre questões que dividem opiniões e podem não ser compreendidas quando assistimos de fora. E Bailey sempre demonstra grande habilidade ao lidar com situações assim, mesmo que às vezes exagere.

Em meio a tantas demonstrações de crescimento pessoal, Amelia começa a entrar em conflito sobre seus sentimentos por Owen. Nada mais compreensivo depois do que ela passou na vida no quesito relacionamento (falo de sua história ainda no spin-off Private Practice). Ela tem toda razão em ficar com medo de que aquilo a destrua. Isso para ela pode significar a recaída em seu vício, o que nem de longe eu espero que aconteça. Ao menos sua conversa com Derek a tranquilizou e era poderá se mostrar mais aberta daqui para frente. Ou será que não? O medo é algo bem poderoso.

OBS 1: Edwards pode não ser minha personagem preferida, mas depois do que Jackson a fez passar no casamento de April, já está mais do que na hora dela encontrar alguém.

OBS 2: Ainda não consegui processar o que aconteceu com Callie. Será que teremos uma recaída com homens? Dela podemos esperar tudo.

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Review: Better Call Saul 1×09 – Pimento

CONTÉM SPOILERS

O que parecia um episódio regular terminou como um divisor de águas na série. A revelação no ponto alto de Pimento foi a melhor até agora e abriu um leque de possibilidades no caminho de James para se transformar em Saul Goodman.

A repentina “cura” de Chucky não passou de momentânea (como já era esperado de uma doença psicossomática). Apesar de ter aliviado os sintomas e dado margem a uma ressocialização, uma mente frágil como a dele pode voltar a se desestabilizar a qualquer momento. O trabalho pode distraí-lo por um tempo, mas foi trabalhando que a doença começou a se desenvolver. E com os acontecimentos do final, sua melhora se tornará ainda mais difícil.

Mike mostrou mais uma vez seu valor e já fica claro que suas cenas no submundo do crime garantirão um tom diferente à série. O que vimos foi aquele cara que conhecíamos desde Breaking Bad em ação: frio e calculista, mostrando que entende muito bem o funcionamento de mentes criminosas. Aliás, nada mais nostálgico que uma negociação em um local abandonado, repleto de capangas e Mike no controle de tudo. Better Call Saul nos permite relembrar sua série-mãe e, o mais importante de tudo, faz isso sem perder sua identidade.

James continua se dedicando para seu novo projeto: o caso que conseguiu na Sandpiper. E isso aparentemente exige sacrifícios. É um caso muito grande e que pode demorar anos para ser concluído. Apenas James e Chuck não dariam conta de lidar com algo assim. Por isso Chuck propõe que o caso seja levado para a HHM (Hamlim, Hamlim & McGill).

Até aí tudo bem. Essa nova situação inclusive reacende a esperança de James de entrar para a firma e ter um escritório ao lado do irmão. Mas já sabemos que nada vem fácil para ele. A HHM pegaria o caso e daria parte dos lucros a James, mas contratá-lo não está nos planos da empresa. E aqui, mais uma vez, projetamos em Hamlin a culpa da não contratação do advogado. Só que toda nossa crença e grande parte das interpretações que construímos até agora começam a desmoronar depois disso. Hamlim é apenas uma peça nos planos de outra pessoa.

Já havia questionado a atitude (ou falta dela) por parte de Chuck na primeira vez que James foi recusado na HHM. Perguntei-me inclusive se não teria sido o próprio Chuck quem impediu a entrada do irmão no passado, levando em conta sua falta de experiência. Minhas desconfianças estavam certas, mas nem de longe imaginava algo parecido com a realidade.

O embate entre os irmãos revelou Chuck como o grande sabotador da carreira de James. E tudo se encaixa perfeitamente, agora olhando em retrospecto. Enganando e mentindo para James, Chuck passa do cara doente e inocente que dependia do irmão para esse grande traidor calculista. Uma reviravolta e tanto para aquele que achávamos ser um exemplo de honestidade na série.

Ele nem considera James como um advogado de verdade, muito menos acredita que ele deixou de ser o velho Jimmy delinquente. Ironicamente, as atitudes que Chuck despreza em James, ele colocou em prática aqui. Vem enganando o irmão todo esse tempo e ainda conseguiu “roubar” o caso para a HHM, tirando James da jogada. Tudo isso sobre o pretexto de que as pessoas não mudam. Mas nós sabemos que, por mais que o passado de Jimmy seja obscuro, sua busca para se tornar uma pessoa melhor é real, mesmo com alguns deslizes no caminho. O mínimo que se poderia esperar de Chuck era o benefício da dúvida e um pouco de apoio.

Naquela conversa não houve apenas o rompimento de um laço entre irmãos, mas também o rompimento de um laço moral. Chuck era a única pessoa que fazia James se conter e buscar ser alguém melhor. Tudo que ele queria era deixar o irmão orgulhoso. E agora ele descobre que foi tudo em vão. Só nos resta saber o que ele fará nessa nova condição. Seria a hora de dar vida a Saul Goodman?

Quando se trata de Better Call Saul, é melhor não tentar prever o que vem pela frente.

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Review: Grey's Anatomy 11×17 – With or Without You

CONTÉM SPOILERS

As expectativas para esse episódio de Grey’s Anatomy eram grandes. Mas não para todos os fãs. Sei que quando se trata do casal principal, as opiniões ficam muito divididas. Existem aqueles que não aguentam mais drama entre os dois e aqueles que estão sempre abertos a isso. Particularmente, encaixo-me na segunda categoria. O importante para mim é a maneira como a história é conduzida, e que faça sentido com tudo que vimos até hoje sem parecer forçado. E foi isso que aconteceu em With or Without You.

Mas antes vamos falar da surpresa de Hunt, que descobriu sobre o novo relacionamento da mãe. Sua primeira reação foi pensar o que grande parte das pessoas pensa quando presencia algo assim: que a união é por interesse, pois não seria possível um homem tão jovem se apaixonar por alguém daquela idade se não fosse por dinheiro. Mais uma vez, a série traz uma questão polêmica que é muito bem discutida.

Owen comete o erro de não tentar compreender de nenhuma forma a situação da mãe e ainda fazê-la acreditar que tudo era uma farsa, causando o término da relação. Felizmente, ele se dá conta de seu erro a tempo de consertar as coisas. Depois de vários anos sozinha, sua mãe finalmente estava feliz e isso bastava. A diferença de idade para um casal como eles não existe. E a maneira como o amor entre os dois é mostrado vai de encontro a qualquer tipo de preconceito que ainda possa existir em uma questão como essa.

Ao contrário do esperado, o foco do episódio não foi exclusivamente no problema de Grey e Shepherd. Temos apenas duas cenas entre eles, abrindo e fechando o episódio. A história em Washington vai sendo revelada aos poucos em flashbacks. Gostei da maneira que isso foi feito, mostrando cenas da história de “MerDer” antes da possibilidade de traição. Porém, como ponto negativo, esse recurso não foi algo novo. Ficava recordando a toda hora o episódio em que Owen narra para Cristina sobre sua traição, e tudo vai sendo mostrado aos poucos assim como aqui.

Em seu novo dark place, Meredith vai para o hospital e, como já é típico, não fala sobre seus problemas e foca no trabalho. Participa de um caso com Alex e os dois acabam não se entendendo sobre o tratamento. Coincidentemente, com o retorno de Derek, a maré de sorte da cirurgiã acaba e o paciente não sobrevive. E é Alex quem está lá para apoiar a amiga e falar algumas verdades. Ele é um dos personagens que mais cresceu nessas 11 temporadas, e ver seu amadurecimento refletindo em seu relacionamento com Grey é muito bom. Principalmente agora que são os únicos restantes do time original de internos.

Os flashbacks demonstram uma sucessão de situações que podem ter mandado a mensagem errada para Renée, colega de pesquisa de Derek. Mas foi o próprio neurocirurgião o culpado por isso. Ele que começou a se aproximar dela e definitivamente alguns olhares indicavam algo mais. Ele inclusive retribuiu o beijo no início. Mas felizmente resistiu à tentação.

Como falei no início, os acontecimentos do episódio fizeram sentido com tudo que vimos até hoje. Não foi à toa que várias cenas do que Meredith e Derek viveram foram mostradas antes dos acontecimentos na capital americana. Trair Grey era destruir tudo que os dois passaram juntos e, por mais que o casamento esteja fragilizado, a verdade é que essa história os une de maneira única, mesmo estando em situações diferentes.

E foi isso que a última cena ilustrou. As diferentes percepções dos dois após esse tempo separados. Shepherd assumiu que o que realmente importa para ele são seus filhos e sua esposa, que ele ama. Por outro lado, Meredith teve uma experiência bem diferente com a viagem do marido. Tornou-se uma médica melhor em sua ausência e descobriu que poderia viver muito bem sem ele. A grande questão aqui é que ela não quer fazer isso.

As promessas no post-it não foram escritas à toa.

OBS1: Hilário o sermão de Bailey sobre o suborno.

OBS2: Finalmente Hunt e Amelia conseguiram ficar juntos.

OBS3: Em 27 de março de 2005, 10 anos atrás, era transmitido o primeiro episódio de Grey’s Anatomy. E não há nada melhor do que relembrar os momentos que passamos com Meredith, Izzie, George, Alex e Cristina.

Extra: Veja a promo do próximo episódio, When I Grow Up.

Reviews de Séries

Review: Bates Motel 3×03 – Persuasion

A segunda temporada de Bates Motel surgiu com várias promessas. Traria tudo que lançou em sua primeira e muito mais, ficamos loucos: aquelas artes, aqueles teasers. No mais, a segunda temporada não conseguiu superar sua antecessora. A terceira, esta que iremos comentar abaixo, não fez alarde. Um teaser aqui, um trailer ali, pouca coisa para o que é Bates Motel. De mansinho, nasceu a melhor “season” da série. Do nada, como se Hitchcock tivesse descido de seu céu do terror e viesse para a produção, a história de Norman Bates atinge um ponto invejável para qualquer enredo do tipo. Hoje, a psicose regressou.

No segundo episódio da terceira temporada uma teia foi estendida, em um ponto o mistério “Annika” é colocado sob observação, já em outro podemos ver Dylan e seu pai forçando laços. No episódio desta segunda tudo mudou. O que estava faltando de ação e tensão foi bem mais que adicionado. Começamos com Norma desesperadamente tentando identificar um corpo. Sua desconfiança do filho só aumenta (não deveria existir confiança alguma). Com a ajuda de Romero, ela pode ter acesso ao cadáver, e, bem, não só Norma como os telespectadores sentem alívio ao descobrir que aquela não era Annika. Não sinta raiva de mim, não é spoiler, isso ocorre em seus primeiros minutos de episódio. Já era de se esperar que não fosse ela, por hora. Mas algo me diz que em Bates Motel um morto não aparece em vão, sempre temos uma história por trás de tudo aquilo.

Norma

Assim como a mãe de Norman, Romero insiste em saber de toda a verdade. Os dois juntam-se para extrair as entrelinhas do adolescente, esse entra em estado de colapso. A interpretação de Highmore é impecável, seu olhar desconfiado, sua malícia expressa nos lábios. O Norman que conhecemos atuava, pois era marcado por uma doença. O que vemos agora é um assassino, um real assassino sem medo, sem ressentimento. Como falei na coluna que antecedeu a estreia desta temporada (confira aqui!), a hora de Norma Bates se aproxima. Em breve Farmiga deixará o elenco para uma cópia sua. Para uma versão menos aperfeiçoada.

Arrisco também em afirmar que se Norma Bates não dura muito, Emma Decody pode se despedir prematuramente. A personagem amada por todos os fãs da série está forçando o que não deveria forçar, criando um relacionamento mais íntimo com Norman, ao mesmo tempo que neste episódio o famoso “Cupcake Boy” retorna, e tudo indica que Emma ficará em uma corda bamba, sobre o muro, de um lado o doente Bates, do outro rapaz que muitos julgariam mais que normal (a maconha é um detalhe). Caso Emma reate suas esperanças para com o garoto, tenho pena dos dois, pois estarão na mira de Norman. Bates Motel está nublado, não sabemos o que irá acontecer, podemos até tentar prever, mas não fica claro e isso era marca na primeira temporada. De uma hora para outra lá está a resposta que ninguém sonhava em vir.

Norman

As reviravoltas que rodeiam Persuasion são capazes de deixar qualquer Bater estatelado no chão. A forma como Norma Bates se encolheencolhe ao ver seu filho progredindo no caminho da Psicose, o modo como Dylan se distancia de sua real “família” ao encontro do pai, as disputas internas que ocorrem na cidade e apresentam Romero como moderador, tudo consolida finalmente que: Bates returns. Volta com toda a força que um dia poderia ter. Algo a destacar-se também é a melhoria na fotografia, se compararmos com os outros episódios, alguns ângulos foram acrescentados e o colorido toma conta para que em breve o velho e conhecido vermelho manche nossas telas.

Vertentes surgem em Bates Motel. A cada episódio que passa devemos dividir claramente Norma da “Mother”. A “Mother” que oferece tantos conselhos a Norman, que lhe proporciona uma visão “pura” do mundo, esta ainda matará diversos personagens. Ainda transformará o nosso inocente menino em serial killer, e ela está progredindo de forma assustadora.  Norma, a mãe preocupada, que faz tudo por seu filho, assim como qualquer mãe do mundo (pelo menos a maioria), despede-se em cada cena, em cada sorriso. Muitos outros caminhos serão explorados, ficou claro neste episódio e resta a nós – telespectadores assíduos – temermos, nos segurarmos em nossas cadeiras, tentarmos prever o que virá, mesmo que seja impossível realizar tal feito quando se fala de Bates Motel.