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Review: Casamento às cegas - Brasil (2021)
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Review: Casamento às cegas – Brasil (2021)

Casamento às cegas é um reality show brasileiro da Netflix, que assim como a maioria, importou seu formato de fora do país. Consiste em um experimento: no início, homens e mulheres conversam entre si em uma cabine, um sem ver o outro. E a partir disso, precisam dar um match e se pedirem em casamento, para que então, possam se conhecer pessoalmente. Essa primeira fase, tem uma vibe meio “Solitários”, exibido pelo SBT há alguns anos. Os homens podem interagir entre si e as mulheres também, mas homens e mulheres só interagem na cabine. A primeira coisa que me chama a atenção nesse ponto é: temos apenas casais héteros e cisgêneros, dentro do padrão.

Review: Elite (2018)

Depois que os casais se conversam, o experimento de Casamento às cegas vai para a segunda fase: a de formar casais. São cinco que conseguem dar o match e vão para uma espécie de lua de mel, em um resort, com tudo o que tem direito, para que possam se conhecer melhor. Nas conversas das cabines, me lembro de pensar: meu Deus, por que esse pessoal todo não se junta e faz um pacote de terapia? É nítido que a paixão que eles criam pelo outro, é por suas próprias fantasias e projeções. Você compra uma ideia na cabine que já vem de você, mas que parece estar no outro e acredita que aquilo é amor. Depois, na lua de mel, apesar dos primeiros atritos, tudo ainda é fácil. É simples dizer que ama o outro em um resort cinco estrelas, com champanhe e nenhuma preocupação cotidiana.

Na terceira fase do experimento, a coisa começa a ficar complicada: os casais vão morar juntos, experimentar a rotina de verdade de um casamento. Aqui, é o retrato mais real de uma vida conjunta. Os problemas surgem, o jeito do outro incomoda, tudo o que era uma qualidade nas conversas das cabines é um defeito agora… Mas, tudo é em nome do amor, certo? O fato é que é impossível amar o que não se vê e o que não se conhece. Os participantes são movidos pela paixão e pela fantasia que nutre esse sentimento e acham que isso é amor, quando na verdade, amor é escolha, é construção, é ver o outro como ele é. O amor é enxergar o outro despido de nossas projeções e de nossas fantasias e idealizações.

Em Casamento às cegas vemos as pessoas entrarem em atrito por perceberem que o outro não é responsável pelas suas expectativas. Compra-se uma ideia invisível, na cabine, que alimenta de forma não saudável uma ilusão do imaginário coletivo das pessoas. E quando a projeção já está estabilizada, ela é colocada com toda força no colo do outro, que não corresponde às expectativas. Afinal, a expectativa é sempre nossa. Ao meu ver, o programa escancara as vulnerabilidades de seres humanos imperfeitos e, talvez, os faça enxergar que primeiro vem o amor próprio, depois o amor recíproco. É preciso entender que quem segura os seus B.Os é você, e não o outro. O outro precisa vir para somar e essa é uma construção diária e que pode levar tempo.

A mensagem que o reality show nos deixa é que precisamos enxergar a outra pessoa para então, poder ama-la. Quando tornamos o outro invisível, alimentamos as nossas projeções e expectativas e as colocamos acima da pessoa humana real e tangível que está na nossa frente, com erros, acertos, desejos e sentimentos. O outro pode sim, corresponder ao que esperamos. Mas, não é sempre que vai ser assim. O que nós esperamos é fantasia. O que acontece no real é distante do que acontece no nosso imaginário. E é isso que Casamento às cegas nos mostra, de forma tão dolorida, disfarçada de programa de entretenimento.

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LGBTQIA+: Do armário para a sala

Com a chegada das séries internacionais aos nossos computadores entre as décadas de 90 e 2000 e principalmente com o crescimento de streamings, como Netflix e Amazon, observamos também a evolução da temática LGBTQIA+ nas histórias, anos-luz à frente da realidade brasileira, ainda hoje repleta de estereótipos e superficialidades nas produções.

Quando a Netflix era só mato, a TV americana Showtime lançou Queer as Folk (2000-2005) e, anos depois, The L Word (2004-2009), duas séries que retratavam a cultura LGBTQIA+: não apenas personagens gays ou lésbicas dentro de um contexto heteronormativo, mas sim o universo LBGTQIA+ com seus protagonistas, cenários, enredos, dramas, romances, vidas sexuais e, claro, homofobia. Lembro de assistir e reconhecer o ambiente onde estava inserido e, pela primeira vez, perceber que a minha realidade e a dos meus amigos foi representada. Para o mercado, foi um chute na porta ao personificarem seres humanos e universos, até então, invisíveis.

A partir daí muitos roteiristas decidiram incluir personagens LGBTQIA+ em suas séries, a maioria consciente da necessidade de representatividade em suas histórias. Uma delas foi a americana How To Get Away With Murder (2014-2020, Netflix): Connor Walsh (Jack Falahee) é um jovem advogado, bonito, um tanto sem escrúpulos, que entra para a equipe criminalista liderada por Annalise Keating (Viola Davis). Connor é gay, mas a série retrata sua história pessoal como retrata a dos outros personagens, sem utilizar a orientação sexual dele para alívio cômico – tudo dentro do universo gay que Connor vive. Sem spoilers, mas temas tão presentes no mundo LGBTQIA+, como sexo descartável, HIV e casamento aberto, são abordados.

Com um terreno fértil sendo criado, a série Transparent (2014, Amazon) ousou ao contar a história de uma família que recebe a notícia de que o homem que eles conheciam como pai é uma mulher transgênero. E, recentemente, Pose (2018, Netflix) voltou à Nova York dos anos 80 e mostrou mulheres trans, expulsas de suas famílias, que criaram casas de acolhimento para pessoas na mesma situação de vulnerabilidade. A série é primorosa em retratar a dor, o preconceito (inclusive dentro da própria comunidade LGBTQIA+), a falta de oportunidades e as dificuldades da autoaceitação, tudo com um humor ácido e irresistível. No fim da temporada, você só quer dar um abraço na Blanca e (até) na Elektra, pois suas dores são diferentes, mas igualmente cruéis.

Quer uma série mais leve, mas igualmente necessária? A britânica Sex Education (2019, Netflix) é uma comédia que retrata os conflitos de jovens descobrindo suas vidas sexuais. Um detalhe simples que resume o DNA da série é o fato de o melhor amigo do protagonista, branco e heterossexual, ser um jovem negro e gay, e nenhum desses dois assuntos sequer ser motivo de conversa entre eles. Mas, como a sociedade não entende com a mesma tranquilidade, os conflitos acontecem. É um banho de naturalidade como gostaria de ver nas novas gerações, seja no Reino Unido, seja no Brasil.

A arte é uma ponte necessária para o entendimento do universo LGBTQIA+, principalmente para a conscientização de uma sociedade alimentada há anos com estereótipos e preconceitos. E, quando essa ponte está na sala de casa, dentro de uma série, apresentar personagens verossímeis traz a esperança de aproximar os dramas da ficção às dores reais de uma comunidade ainda tão vítima de discriminação.

MasterChef A Revanche
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Review: MasterChef – A Revanche (Episódio 2)

MasterChef: A Revanche mal começou e as bombas já chegaram fortes na primeira temporada all stars do reality show culinário. Depois dos terríveis embates do primeiro episódio que eliminaram 10 cozinheiros e levaram os outros 10 para a competição em si, a primeira prova oficial da temporada veio pesada.

Divididos em dois grupos (vermelho e amarelo), os cozinheiros tiveram que preparar dois tipos de peixe (Namorado e Vermelho) para os 150 tripulantes do porta-helicópteros multipropósito Atlântico da Marinha Brasileira, o maior e mais importante navio da esquadra brasileira, que é utilizado, dentre outras coisas, para operações de ajuda humanitária.

A primeira prova em equipe da temporada não poderia começar de forma mais segregada. Os participantes tiveram 30 segundos para se dividir entre si nos grupos que cozinhariam dali em diante. Helton, que já começou insatisfeito com seu grupo, parece ter sido recusado no grupo amarelo, que se alinhou por afinidade.

Todas as provas são as mais desafiadoras do MasterChef até então, porém, essa tem um quê de revanche que não pode deixar de ser comentado. Alguns participantes, depois de suas respectivas temporadas, seguiram em frente com a carreira na gastronomia: fizeram faculdade, abriram restaurantes, cursos… Mas outros, não, e é aqui que essa mistura de amadores e profissionais começa a ficar estampada.

Thiago, o major, fica no comando da equipe amarela enquanto Fernando fica a frente da equipe vermelha, que ganha o par ou ímpar e cozinha o peixe Namorado. A avaliação dos pratos seria feita pelos tripulantes, mas os jurados avaliariam as performances individuais de cada cozinheiro.

A equipe amarela inicia a prova e transcorre por toda a sua duração de forma nebulosa, com alguns gritos e pouca organização, enquanto a vermelha, apesar de algumas dificuldades técnicas, parece ser a preferida dos chefes durante a execução dos pratos.

Porém, é no final que as coisas realmente se revelam e a equipe vermelha, atropelada, deixa de servir alguns pratos principais e tem insumos faltantes para a sobremesa. Se aproveitando da fraqueza, a equipe amarela então resolve por servir uma segunda porção de seus brownies para quem quisesse repetir. O resultado não poderia ser diferente: lavada. A equipe amarela ganha a primeira prova e sobe inteira para o mezanino.

De volta para a cozinha dos estúdios, antes da prova de eliminação, os chefes resolvem comentar as performances individuais de cada um da equipe vermelha, de forma que cada chefe salva um membro para o mezanino. Helton e Vitor B. se enfrentam em um mata-mata, na prova do Croquembouche.

Com muitas dificuldades técnicas ao longo da prova e insumos limitados pela equipe do programa, os dois participantes parecem conseguir entregar uma réplica bem fajuta do que foi apresentado como modelo, o que foi totalmente compreensível pelo tempo de prova e pelo mercado. Em uma decisão acirrada, Helton é o primeiro eliminado da temporada (e talvez o mais eliminado de todas as temporadas do MasterChef). Aparentando maior humildade nos comentários que das outras vezes, o garoto de 19 anos agradece os ensinamentos dos chefes, que o fazem prometer nunca voltar. Jacquin ainda comenta que é melhor que ele esteja fora do MasterChef que dentro, para que ele vire um cozinheiro e não um garoto propaganda.

Ao final, já com Ana Paula Padrão, ele ainda revela que começará um estágio nas próximas semanas com um renomado chefe de cozinha.

MasterChef: A Revanche
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Review: MasterChef – A Revanche (Episódio 1)

Depois de muito pedidos dos fãs, a Band finalmente resolveu fazer a temporada especial de MasterChef Brasil, intitulada de A Revanche. A temporada reuniu participantes injustiçados de todas as temporadas do programa original e continua apresentado por Ana Paula Padrão e julgado por Henrique Fogaça, Paola Carosella e Érick Jaquin.

Depois de muito pedir um All Stars de MasterChef, os participantes desta temporada, 20 no início, precisaram passar por embates em dupla para conquistar a tão sonhada dólmã, que faria com que eles estivessem oficialmente na competição. Os vencedores das provas individuais continuam faturando R$ 1 mil em compras no cartão Carrefour e R$ 500 nas mini provas e provas coletivas. Os dois finalistas ainda faturam a mesma quantia por mês durante um ano, e o vencedor ganha um troféu, reformulado no formato de uma estrela, R$ 250 mil reais, uma bolsa de estudos na Le Cordon Bleu do Rio de Janeiro, uma cozinha completa da Brastemp e equipamentos Tramontina.

Os 20 participantes selecionados para MasterChef: A Revanche foram: Ana Luiza (Temporada 4), Aristeu (Temporada 5), Bianca (Temporada 1), Cecília (Temporada 1), Estefano (Temporada 1), Fábio (Temporada 3), Fernando C. (Temporada 3), Fernando K. (Temporada 2), Haila (Temporada 6), Helton (Temporada 6), Iranete (Temporada 2), Juliana (Temporada 6), Katleen (Temporada 5), Mirian (Temporada 4), Raquel (Temporada 3), Sabrina (Temporada 2), Thiago (Temporada 5), Valter (Temporada 4), Vanessa (Temporada 3) e Vitor B. (Temporada 4).

Os 20 participantes precisaram passar por um embate, em duplas, para decidir quem ficaria com a dólmã e garantiria o seu lugar na competição oficialmente. Organizou-se um sorteio, em que o participante sorteado deveria escolher outra pessoa para duelar com ele. A pessoa escolhida, por sua vez, deveria sortear o que ambos cozinhariam, dentro dos temas pré-estabelecidos. Uma vez escolhido o tema, era preciso reproduzir o prato ou fazer algo típico do tema sorteado.

A primeira sorteada foi Ana Luiza, que escolheu Vanessa para o duelo, sob a justificativa de que gostaria de alguém que ficasse cozinhando mais em casa. No entanto, o que ela esqueceu, é que Vanessa já possui um restaurante, e com vergonha, ela assumiu ter errado na escolha. O tema foi Fusion, fusão entre Brasil e México que deu a vaga para Vanessa.

Katleen, por sua vez, desafiou Cecília no tema Mundo, em que tiveram que fazer uma Paella. Cecília não gostou de ser desafiada e achou que Katleen só a escolheu porque fez faculdade e ela não. De fato, quem levou a dólmã foi Katleen.

Na segunda rodada, Sabrina desafiou Iranete na reinvenção do Acarajé. Iranete perdeu a mão na pimenta e Sabrina, que inventou uma espécie de ensopado levou a melhor e consequentemente, a vaga na competição.

Haila desafiou Fernando C. no tema fast-food com o hambúrger vegetariano. Fernando, que é dono de hamburgueria levou a melhor, ao mesmo tempo em que Haila, como foi comum na temporada anterior, se descontrolou com as emoções e não conseguiu completar a prova, dizendo que iria desistir antes do final. Com o apoio dos colegas, não desistiu e finalizou o desafio, mas sem sorte.

Na terceira rodada, Fábio desafiou Mirian na reinvenção doce, com o Quindim. Sem muitas observações, a companheira de Yuko não se deu bem e Fábio garantiu seu lugar em MasterChef: A Revanche.

A sorteada Raquel resolveu enfrentar Helton no rinque achando que levaria a melhor por conta da pouca idade do garoto em um clássico Ratatouille, que Helton nunca havia feito. No final das contas, a moça não cozinhou bem os legumes e Helton está de volta para a competição.

Já na sequência, na quarta rodada, Vitor desafiou Aristeu no desafio regional de Xinxim de galinha. Aristeu, sem sua fiel escudeira Rita fazendo-o manter a calma, não conseguiu garantir sua tão sonhada dólmã.

Bianca e Fernando K. foram para o lado exótico da competição precisando preparar um prato com Enguia. Sem muita experiência em nenhum dos dois lados e sem levar em conta as dicas da chef Paola, Fernando venceu Bianca com uma generosa pitada de sorte.

No embate final, Estefano e Juliana, que já haviam combinado seu desejo de duelarem juntos, ficaram com a reprodução do Filé à Osvaldo Aranha. Juliana, que errou na preparação da carne e entregou um prato cru, não garantiu seu lugar na temporada com mais episódios de faíscas com Helton.

Thiago e Valter, a última dupla, se enfrentaram na confeitaria com o famoso Cheesecake, que Valter errou no preparo e o prato acabou por se desfazer antes mesmo da entrega. O major, queridinho de sua temporada, garantiu o lugar em MasterChef: A Revanche.

Com o top 10 definido agora o programa começa de fato já com uma prova em dupla, a ser exibida na próxima terça-feira, nova data, buscando maior audiência que nos domingos, como era anteriormente.

E você, pra quem está torcendo em MasterChef: A Revanche?

Elite
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Review: Elite (1ª temporada, 2018)

Fui pego por elite pelas roupas. Sim, o uniforme de um suposto colégio-internato que parece do Elite Way School, de Rebelde me deixou com a pulga atrás da orelha, ainda mais sendo uma produção espanhola. Seria meu RBD 2.0 vivo? A chama de fanboy já acendeu lá em cima e eu comecei a assistir a Elite, da Netflix.

Assisti à primeira temporada no ano passado, logo no lançamento e me perguntei hoje porque nunca escrevi sobre, sendo uma das minhas séries preferidas hoje em dia. E eu sou ruim de assistir série, fico impaciente, durmo e nunca chego até o final. Mas ontem fui rever a primeira temporada, antes de ver a segunda, e entendi muitas coisas além disso.

CUIDADO COM SPOILERS DA PRIMEIRA TEMPORADA A PARTIR DESTE PONTO

Ela começa um pouco confusa, pelo final, com a cena que parece ser um assassinato. Não sabemos de quem é, mas ao decorrer dos episódios sabemos que é Marina. Mas por que ela? Como?

Os episódios transcorrem com cenas no passado e no presente. No passado, no colégio e no presente, em uma sala de interrogação policial sobre o assassinato. Dado isso, vamos ao enredo: três alunos – Samuel, Nadia e Christian – de classe baixa, ganham uma bolsa de estudos no melhor colégio da Espanha. De lá saem os novos “donos do mundo”, e está repleto de alunos bem característicos com ego inflado, classe altíssima, filhos de marquesas, bilionários, CEOs e outros do gênero.

Obviamente, o trio tenta se misturar, mas os riquinhos não querem saber de “pobretões” no colégio. Parece um clichê, mas as teias vão se emaranhando cada vez mais e pra isso, preciso comentar sobre cada um dos personagens mais característicos pra comentar a série, a começar pelo Samuel, que de início, pareceu ser o principal mas eu quase morri nas cenas dele. MUITO CHATO. É daqueles personagens que dá vontade de gritar e falar ALÔ, ACORDA, PLANETA TERRA CHAMANDO! Seu irmão, Nano, acabou de sair da cadeia e ele vive com a mãe, alcoólatra, e trabalha como garçom em um lugar que coincidentemente os alunos do colégio costumam comer e por isso todo mundo sabe e o chama de “garçom”. Samuel se apaixona por Marina, que é irmã de Guzmán, filhos de um importante engenheiro que está metido até as calças nos escândalos de construção da cidade. Coincidentemente, esse engenheiro que paga as bolsas dos três alunos após o teto de sua escola antiga desabar sobre eles (a construção era dele).

Mas Marina gosta mesmo de Nano, irmão de Samuel, e fica mantendo os dois a banho e maria por algum tempo. Apesar de me irritar muito com ela ao longo da série, entendemos que ela não quer participar do mundo dos ricões. Ela quer apenas viver sua própria vida sem alguém a controlando, principalmente depois de ser contagiada pelo vírus do HIV aos 14 anos de idade.

Nadia é a segunda bolsista. Vem de uma família muçulmana muito tradicional e já vê sua cultura sendo desrespeitada no colégio quando é proibida de usar seu Hijab. Foi uma das cenas que mais amei na série inteira, quando a diretora a proíbe e ela enfrenta, dizendo que vê todos ostentando suas bolsas caras e relógios de marca. Se torna uma grande amiga de Guzmán, apesar do seu relacionamento não ser aprovado por seu pai, que após perder a filha mais velha “para o mundo”, mantém ela e seu irmão, Omar com regras pesadas. No entanto, Omar é homossexual e quer viver sua vida longe dos moldes do pai, e para isso, revende drogas para juntar dinheiro e nessa, conhece Ander, um dos melhores amigos de Guzmán, por quem se apaixona e precisa lutar para poder sequer dar um toque. Ander é filho da diretora do colégio Las Ensinas e, apesar de ter uma condição de vida confortável, também não está na nata da sociedade, como os outros.

Christian é o personagem mais irritante do mundo. Ele entra no colégio querendo manjar de tudo e fazer contatos para ascender socialmente. O digital influencer, como é chamado pejorativamente pelos colegas de turma, faz de tudo para conquistar seu lugar ao sol. Foi ele que apresentou Ander a Omar, durante uma compra. Se apaixona por Carla, filha de uma marquesa rica, que por sua vez, namora desde que se entende por gente com Polo, o outro melhor amigo de Guzmán e filho das duas maiores CEOs do universo editorial (sim, ele tem duas mães!), porém Polo é voyeur, o que significa que ele experimenta prazer sexual o próprio ato sexual praticado por outros, e ao se ver quase terminando o relacionamento com Carla, juntos decidem chamar Christian para apimentar as relações.

No meio de tudo isso, tem a Lu cujo papel ainda considero dispensável para a história, ainda mais fazendo essa análise. Ela aparece provocando Nadia, Guzmán, fazendo chantagens aqui e ali, mas sem uma função expressiva dentro da teia.

FINAL DOS SPOILERS AQUI

Com base nessas informações, toda a trama se desenvolve, com muito teor sexual, crimes e rebeldia, como seria normal para adolescentes de 16 anos. Não tem muita verossimilhança, pelo menos para mim que nunca estive inserido nos contextos sociais que a série retrata, mas ainda sim muito importante por sua representatividade em locais que jamais imaginaríamos encontrar.

Vai além de uma simples série adolescente e nos faz pensar como sociedade em vários aspectos de corrupção e que as pessoas são plurais até de formas que jamais conseguiríamos imaginar. A primeira temporada tem um final sem deixar muitas pontas, mas sempre com abertura para a segunda, que estou indo assistir agora.

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Review: A despedida de “The Fosters”

Chegou ao fim, no dia 6 de junho, a série The Fosters. Depois de 5 temporadas emocionantes a série encerrou a história dos Adam-Fosters. A produção da Freeform vinha de cinco anos sólidos e relevantes não apenas para o universo cinematográfico, mas para a sociedade como um todo.

A série conta a história da família Foster composta pelo casal Lena e Stef, as mães mais fofas de toda televisão e os filhos Brandon (que é filho biológico de Stef), Jesus e Mariana que foram adotados por ela na infância. A casa da família é considerada uma referência para a comunidade e Callie, uma jovem problemática do reformatório, é mandada para lá. Entretanto ela carrega consigo uma inquietação, seu irmão mais novo, Jude, ainda está no lar adotivo abusivo de onde ela saiu. Ela se une a Brandon para tentar recupera-lo logo no primeiro episódio. E essa união gera um conflito uma vez que os dois acabam criando laços muito fortes que evoluem para sentimentos ainda mais profundos.

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A série aborda diversos assuntos de uma maneira muito responsável e empática. The Foster fala sobre os problemas da adolescência, fala sobre preconceito, aceitação e principalmente sobre família, a série tem como principal lema “família é feita por amor e não por laços sanguíneos”. Ao longo de toda a história personagens múltiplos e com histórias diferentes são introduzidos, transexuais, latinos, bissexuais, com distúrbios psicológicos e diferentes condições de família.

As cinco temporadas contam com emocionantes reviravoltas e o amor profundo entre a família que mesmo com as adversidades se mantém unida. Em tempos de tanto sensacionalismo e cenas explícitas e quase doentias, The Fosters aborda todos os problemas de forma muito leve e consciente transformando a narrativa em um serviço prestado a sociedade. Para nós que vamos ficar órfãos da história mais linda da televisão há uma alternativa. Em 2019 a série vai ganhar um spin off contando a história de Mariana e Callie na faculdade e ainda há uma onda de fãs pedindo que a vida das mães também seja contada em um especial de alguns capítulos.

Em suma The Fosters é uma das melhores séries de toda televisão da atualidade e agora com seu fim mais que especial temos ainda mais certeza que aprendemos e que “It’s not where you come from It’s where you belong you are home with me right where you belong”

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Review: 3% (Segunda Temporada)

Quando foi lançada em 25 de novembro de 2015, a série 3% – primeira produção nacional da Netflix – dividiu as opiniões do público. Por um lado, a série encontrou um modo pouco convencional – e eficaz – para falar sobre a má distribuição de renda e polaridades presentes atualmente na sociedade brasileira, por outro, as atuações teatrais em momentos chave, figurinos escrachados e um aspecto que deixava claro o orçamento limitado em geral. A segunda temporada chegou ouvindo todas as críticas, fossem elas boas ou ruins e se aperfeiçoou, entregando 10 excelentes episódios.

Talvez a primeira temporada não tenha sido tragada tão facilmente no gosto do público por ter sido focada no processo de seleção (que determina os 3% que irão poder ter uma vida melhor no MarAlto) e não em seus personagens. Tivemos alguns nuances da vida de Michele, Joana, Rafael e Fernando, mas de forma bem superficial. Agora, mergulhamos em suas trajetórias, o que proporcionou aos espectadores uma chance de se conectar com alguns deles.

A maior diferença que podemos sentir entre as temporadas pode ser sentida através do roteiro. Deixando a parte didática de lado, as histórias agora não se arrastam nos episódios, muito pelo contrário. Usando e abusando do uso de flashbacks, somos capazes de entender melhor as motivações de cada personagem em torno do Processo e ver mais da vida que levavam no continente. As evoluções e plow-twists presentes nos entregam uma complexidade muito maior, que nos desperta cada vez mais a vontade de assistir aos episódios seguintes. Cada personagem possui o seu foco narrativo e estes focos se conectam de uma forma mais natural.

Talvez um desafio que a série se auto propôs foi o de incluir novos personagens e dar importância e contexto para estes novos nomes. Uma vez que anteriormente 3% teve dificuldade em explorar as personagens apresentadas, a inclusão de novos nomes poderia representar um novo erro – felizmente estávamos errados. Além dos nomes envolvidos no Processo e do pessoal do MarAlto, tivemos inclusões muito bem-feitas no continente.

A série melhorou muito e esteticamente encontrou um ponto para chamar de seu. É facilmente identificada e bem assimilada. O elenco demonstra estar mais entrosado e isso se refletiu nas telas. Um excelente momento que é preciso citar e não, não é spoiler: o nosso tradicional ‘carnaval’ foi abordado, em uma linda procissão realizada no continente; a cena contou com a talentosa Liniker e foi um dos pontos altos da produção.

A 3ª temporada de 3% – que irônico – irá estrar em 2019. Porém a história pode segurar até 5 temporadas no total. Vamos torcer.

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Review: Riverdale (Season 1)

Número de episódios: 13
ㅤSobre a série: Riverdale é uma série de televisão americana de drama adolescente, baseada nos personagens da Archie Comics. A série recebeu ordem pela emissora The CW, e estreou em 26 de janeiro de 2017.

ㅤRiverdale é um drama adolescente, com grandes doses de mistério (gosto de dizer que é um mistério com grandes doses de drama adolescente).

A série tem como protaginista Archie, um adolescente, estudante, jogador de futebol, e futuramente, músico e a trama se inicia com uma morte que abala a pacata cidade de Riverdale: A morte de Jason Blossom!

Jason Blossom, inicialmente desaparecido, é o herdeiro da família Blossom, a família rica de Riverdale, que toca uma empresa de xarope de bordo na cidade. Jason desaparece após cair num rio, com sua irmã, Cheryl Blossom, que se salva e testemunha o desaparecimento do irmão (ainda no piloto, poderá acompanhar o desfecho do desaparecimento, que, entretanto, abrirá outra porta misteriosa na série).

A série é uma das melhores dentro do gênero, sabendo como levar o enredo, como ter sua dosagem certa de mistérios, e quando revelar os mesmos, além de possuir personagens carismáticos como Juggy, Betty, Vee, entre outros.

ㅤEntre todo esse mistério, os estudantes de Riverdale vão se envolver cada vez mais no caso de Jason Blossom, quando Vee chega a cidade com sua mãe após a prisão de seu pai, que, aparentemente mantinha negócios com os Blossom.

ㅤVee ficará responsável por esse pontapé inicial, quando escolhe Betty como amiga (Betty, que é melhor amiga e apaixonada desde sempre por Archie, ficará responsável por gerar essa cadeia, fazendo se envolver no caso do Blossom, que, antes de desaparecer, namorava com Polly, sua irmã).

ㅤArchie, com seu melhor amigo, responsável (e apaixonado) pelo Drive In de Riverdale, Jughead, acaba também por se envolver no caso, por estar próximo ao rio com uma professora no dia do desaparecimento de Jason (e Juggy, como o grande e bom amigo, irá sugerir que Archie reporte as autoridades o ocorrido, já que o mesmo confessa ao amigo que estava com a professora e ouviu um disparo de uma arma de fogo no dia, no horário da manhã).

ㅤParece uma grande sinopse repleta de spoilers, eu sei, mas acredite, tudo isso se desenrola ainda no início da série.

ㅤViciante, digna de maratona e com uma historia cativante, e indicada ao 10th Annual Shorty Awards, Riverdale merece uma chance de ser assistida e maratonada por todos! A primeira temporada já está disponível na Netflix!

Santa Clarita Diet
Santa Clarita Diet
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Santa Clarita Diet e o desafio de fugir do clichê zumbi

Zumbis talvez sejam o tema mais popular da literatura, do cinema, e da televisão,. É impressionante a quantidade de obras que se dedicam à criatura morta-viva, que possivelmente tem suas origens no folclore do Haiti. O que é mais interessante na história deste ser fantástico, e que sempre o faz voltar com sucesso em diversas obras artísticas, é como os valores da sociedade, especialmente no que diz respeito ao amor e à família, são constantemente testados, e não é diferente com Santa Clarita Diet.

Qualquer um pode se tornar um zumbi, desde que este seja mordido por um (e desde que seu cérebro fique intacto). Assim, familiares veem seus entes mais queridos, não somente se tornarem vítimas da criatura, mas voltarem à vida para caçar os vivos. E o único modo de se salvarem é destruindo o cérebro dos mortos-vivos. O incrível conflito desta premissa sempre faz dos zumbis umas das criaturas mais dramáticas dos gêneros da ficção cientifica e do horror.

Mas isto não significa que obras podem ser desleixadas e ter sucesso apenas repetindo o passado. Especialmente depois que obras clássicas, como The Walking Dead, fizeram tanto sucesso, novas produções precisam recriar os clichês deste gênero de modo criativo.

https://www.youtube.com/watch?v=FcCq4A27gBU

Santa Clarita Diet, criado por Victor Fresco para a Netflix, traz exatamente isso. Ao invés de mostrar pessoas morrendo e imediatamente voltando à vida como monstros, o seriado mantém a inteligência e consciência do morto-vivo. Assim, o conflito não é somente em relação aos humanos que fogem dos zumbis, mas também em relação aos sentimentos das próprias criaturas, que não querem seguir o instinto e comer seus entes queridos. Mais importante, isto traz a comédia com estilo de sitcom para o gênero, algo original.

E os atores caem como uma luva neste conceito criativo. Drew Barrymore interpreta Sheila Hammond, uma mulher de família, casada com Joel (Timothy Olyphant) e mãe de Abby (Liv Hewson). Depois de ter se tornado uma morta-viva, Sheila e sua família tentam lidar com a situação de maneira cômica e arrepiante, sempre com a ajuda do engraçadíssimo Eric Bemmis (Skyler Gisondo), amigo de Abby.

Na primeira temporada, presenciamos o momento em que Sheila começa a se tornar a criatura temida. Ninguém sabe o porquê da transformação, mantendo um mistério divertido que complementa as cenas horripilantes com as engraçadas. Porém, na segunda temporada, a razão por trás de tudo começa a se fazer presente.

Embora tentativas de explicar como zumbis foram criados sempre falharam por destruir o suspense necessário no gênero do horror, Santa Clarita Diet aumenta este por não tentar ser uma cópia as ideias de obras anteriores. Assim, a cada passo que uma nova pista é descoberta, mais perguntas surgem e mais mistérios aparecem.  A segunda temporada começa lenta, mas depois de alguns episódios se torna mais engraçada e mais divertida do que a primeira. Personagens secundários também são mais bem desenvolvidos e enriquecem a história, especialmente Eric Bemmis, que se torna cada vez mais importante para o seriado.

Nessa continuação, Sheila percebe que precisa se controlar mais, para evitar que acidentes irreversíveis (como comer uma pessoa) ocorram. Joel, em contrapartida, quer descobrir como sua mulher foi infectada e virou um morto-vivo. Apesar dela já ter contido a decomposição de seu corpo, Sheila e Joel precisam proteger não apenas o segredo dela, mas também toda a família que agora parece ser alvo de uma investigação, e tudo graças ao comportamento estranho da zumbi.

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*Texto escrito por Daniel Bydlowski. Cineasta brasileiro e artista de realidade virtual com Masters of Fine Arts pela University of Southern California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos, é membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Seu filme NanoEden, primeiro longa em realidade virtual em 3D, estreia em breve.
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Review: The End of the F***ing World (2018)

De novo mais uma série que alguém me indicou e pensei “será” e logo depois “hm, vamos tentar né” e, logo em seguida, “MEU DEUS, O QUE É ISSSO AAAAA”. Esses são os três passos quando você assiste uma série como The End of the F***ing World.

A produção que tem um nome comprido e toda vez que vou indicar fico na dúvida de qual seria a melhor abreviação, estreou sua 1ª temporada (8 episódios) no Reino Unido em outubro de 2017, chegando para nós em janeiro de 2018 ao ser lançada na plataforma da Netflix.

A história nos apresenta James (Alex Lawther) e Alyssa (Jessica Barden), dois jovens de 17 anos que veem um no outro uma oportunidade de escapar do que os oprimem (seja exterior ou interiormente).

The End of the F***ing World é simplesmente isana. Tem tudo aquilo que rejeitamos e ao mesmo tempo cultivamos um estranho prazer voyeurista ao ver nas telas: personagens quebradas psicologicamente, mortes, explosões, fugas, afrontamento à ordem estabelecida, mentiras… é o resumo do “jogar tudo pro alto e viver uma grande aventura”.

Irei comentar agora alguns pontos que mais chamaram minha atenção e que podem ser bons motivos para você começar uma nova maratona.

F***ing Narrativa

Alyssa e James

Estruturada como um road movie, o criador da série, Jonathan Entwistle, concebeu a obra como um filme, seus 8 episódios de 20 minutos completam um clico e mostram tanto a mudança de comportamento das personagens quanto a evolução dos seus relacionamentos. James e Alyssa do primeiro episódio com certeza não são os mesmo do oitavo.

Ainda que haja especulações com relação a uma segunda temporada, Jonathan demonstra cautela, já que a HQ de Charles S. Forsman, em que a série foi baseada, foi totalmente usada para essa primeira adaptação.

Talvez por ter sido inspirada em uma narrativa escrita, The End of the F***ing World incorporada com facilidade a narração dos pensamentos de Alyssa e James à imagem.

Esta voz que é sobreposta às ações poderia tornar-se cansativa se fosse utilizada apenas para comentar os acontecimentos, contudo, é utilizada de maneira criativa ao demonstrar a evolução das personagens, sendo assim uma excelente estratégia no roteiro.

Nos primeiros episódios, quando Alyssa ou James praticam alguma ação, a voz dos seus pensamentos mostra ao espectador que muitas vezes eles gostariam de estar fazendo exatamente o oposto ou que estão escondendo algo um do outro.

Tal fator é mais evidenciado em Alyssa, já que ela se mostra como uma personagem que procura passar uma imagem de si (durona, sem emoções) que muitas vezes não corresponde com seu verdadeiro estado. Alyssa esconde de James seus medos e frustrações sob uma carapaça de alguém que não se importa com nada.

Contudo, nos últimos episódios, a garota começa a dizer exatamente aquilo que pensa a James, demonstrando como os dois agora estão próximos e também como ela, finalmente, encontrou alguém em quem confia e pode se abrir sem medo.

Um último ponto interessante com relação à voz over é que em alguns momentos ela dá a entender que James e Alyssa estão comentando sua história de algum momento no futuro, já que eles falam sobre situações que, no momento da história, eles esperavam que terminassem de certa forma, mas, no momento da narração, confessam que tais situações terminaram de forma diferente.

F***ing Trilha Sonora

Confesso que a trilha sonora é um personagem à parte. Composta por Graham Coxon (co-fundador da banda Blur), ela está presente na maioria das cenas, contrastando-se ou comentando as ações.

Composta basicamente por músicas pop, country e rock dos anos 50 e 60, a seleção musical dá um ar nostálgico à história que se passa no presente.

Uma das melhores cenas de toda primeira temporada é quando Alyssa e James interagem com a trilha ao dançarem juntos uma canção. No vídeo abaixo, você pode conferir tanto o estilo das músicas quanto à questão das narrações, comentada no tópico acima.

Em resumo, apesar de todas as situações dramáticas, The End of the F***ing World é concebida como uma comédia de humor ácido e denso. É uma obra de contrastes. A leveza da trilha sonora x a intensidade de suas personagens. A beleza dos cenários x as situações horríveis pelas quais Alyssa e James passam.

Como os contrastes acima, The End of the F***ing World é uma série para amar ou odiar. As personalidades do casal principal podem incomodar alguns, bem como assuntos pesados como abuso e assassinato podem afastar outros. De qualquer forma, a atmosfera criada pela junção de todos os elementos (técnicas narrativas, fotografia, trilha sonoro, etc) e as atuações de Alex Lawther e Jessica Barden valem a tentativa.