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Review: Better Call Saul 1×08 – Rico

CONTÉM SPOILERS

Better Call Saul começa a se aproximar do final da temporada surpreendendo a cada episódio. Rico trouxe elementos de uma tradicional história envolvendo advocacia. Não que isso não tivesse sido explorado antes, mas aqui acompanhamos um caso se desenvolver desde o início junto com todo o esforço de James para fazer o seu melhor.

Antes disso, porém, mais uma cena reveladora em flashback é mostrada. James trabalha fazendo entrega de correspondências na Hamlin, Hamlin & McGill quando descobre que passou no exame para se tornar advogado. Feliz, fala com o irmão sobre ser contratado na empresa. Mas Howard Hamlin não concorda com essa ideia. Em uma conversa onde escutamos apenas o som da copiadora, Howard dispensa James. Ao sair, promete reavaliar a situação após seis meses. E a decepção fica estampada no rosto do futuro advogado.

Bom, já sabemos da aversão de Jimmy por Howard e agora percebemos que motivos não faltam. O que deixou a conversa intrigante foi não saber o que foi dito para descartar James. Ok, talvez ele tenha sonhado grande demais, pois sua situação não era nada ideal. Fez faculdade de direito por correspondência e não tinha nenhuma experiência para já entrar diretamente como um dos advogados da firma. Mas ele sem dúvida contava com a ajuda do irmão para facilitar sua entrada. Será que a decisão de Hamlin teve o aval de Chuck? Ou não houve nenhuma participação dele na decisão? É difícil dizer. Porém, já conhecemos Howard para saber o quanto não é fácil convencê-lo de algo e que quase sempre ele consegue o que quer.

Voltando ao presente, James descobre, sem querer, um caso que pode se tornar grande. Em uma visita a Sandpiper, onde vivem idosos, percebe que vários itens pessoais cobrados estão superfaturados e são descontados diretamente do dinheiro dos clientes. É o próprio local que cuida das finanças de quem vive lá.

Então, imagine que você não é bem sucedido em sua carreira e tudo que tenta para melhorá-la acaba falhando. E que, de repente, uma oportunidade de conseguir algo grande que trará benefícios à sua profissão aparece. O que você faria? Definitivamente, aproveitaria essa chance. E é exatamente o que James faz. Seu esforço em busca de montar o caso ilustra toda a determinação que ele tem para melhorar. E que ele faria de tudo para isso. Inclusive entrar numa lixeira procurando evidências.

O novo caso também proporcionou que os irmãos McGill trabalhassem juntos. Os dois constroem um caso sólido a ponto de assustar os advogados da Sandpiper. A reunião com eles acontece na casa de Chuck e é conduzida quase que inteiramente por James. O valor de 100.000 dólares é oferecido para que o caso não continue. E Chuck, surpreendendo até mesmo Jimmy, pede 20 milhões. Parece que, no final das contas, o advogado não está tão fora de forma assim. Ele enxerga na conversa uma grande oportunidade e a aproveita.

De tão envolvido com o caso, o irmão de James nem nota quando sai de casa para ir até o carro. Quando percebe que está fora de casa sem nenhum sintoma, se espanta e solta a caixa que carregava. Parece que a única coisa que ele precisava era ver Jimmy na linha e voltar ao trabalho para que sua doença desaparecesse. A fama de Chuck como advogado é grande e espero vê-lo realmente em ação nos tribunais.

Quanto a Mike, sua situação começa a se complicar. Sua nora pergunta se a grana ‘suja’ que o marido havia recebido podia ser usada. E fala como se sua necessidade de dinheiro fosse grande. Isso o leva de volta ao veterinário que cuidou do seu ferimento quando chegou à cidade. Naquela ocasião, já havia sido insinuada a existência de alguns serviços para Mike caso ele quisesse. E nós já sabemos no que isso vai dar. Mike deverá fazer alguns trabalhos no submundo do crime em busca de dinheiro para a nora e a neta.

Não poderia terminar essa review sem falar um pouco de Kim. A personagem, no início da série, parecia ser promissora. Havia todo o mistério sobre sua real relação com James e o que aconteceu entre eles. Agora, vimos um beijo entre os dois no flashback, mas nada muito revelador. Enfim, o que quero dizer é que ela está sendo muito pouco aproveitada até agora e se tornando apenas um quebra-galho de James. Sim, sua história com o advogado ainda me intriga. O problema é que não passa disso. Quando olho para ela como um personagem individual, vejo alguém descartável. Espero que isso comece a mudar daqui em diante.

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Review: The Vampire Diaries 6×17 – A Bird in a Gilded Cage

Com a ajuda de Bonnie e Kai, Damon e Elena armam um plano para resgatar Lily, a mãe dos Salvatore. Enzo e Alaric tentam trazer Caroline de volta. Por último, um presente de Bonnie deixa Damon profundamente abalado.

CONTÉM SPOILERS

Bom, e mantendo a qualidade dos episódios dessa temporada, esse não foi diferente. Com a volta da mamãe Salvatore, os nossos vampiros bonzinhos sendo C-R-A-Z-Y, e a Bonnie ativando modo vingança, posso dizer que foi um episódio cheio de emoções.

Começando os primeiros momentos, com a Caroline arrumando o bar e mantendo sua falta de humanidade completamente sobre controle (acho que ela não entendeu o ponto de “sem humanidade), e cantando maravilhosamente para a audição de uma peça, até o momento que querido Stefan arranca a cabeça do diretor (devo admitir… eu comecei a rir). E depois a sequência de devoluções dos dois, com a moto sendo desmontada, a menina sendo torturada, ele sendo torturado, depois ela, aí a briga e o tão aguardado momento HOT COM OS DOIS FINALMENTE….bom, vocês sabem, hahaha. Podemos dizer que a Carol está oficialmente fora de controle (ouvi um amém?).

No outro plot do episódio tivemos Damon rasgando sofás e destruindo abajur com a descoberta do Stefan sem humanidade e a mãe viva, e a Elena ficando toda animada porque ainda vai poder conhecer a sogra (acho que ela não entendeu também o que são 3.000 pessoas mortas…). Mas eles decidem que buscar a mãe é a melhor alternativa para trazer a humanidade do irmão de volta, porém precisam que a Bonnie trabalhe com o Kai, afinal sangue Bennet + ascendente = necessário pra chegar nas prisões.

Eu confesso que gostei da mamãe (completamente maluca) Salvatore, ela não sabia como ficar perto dos filhos sem matá-los, então se afastou, achei justo. Mas a minha cara quando ela falou “ok, vamos embora, mas esperem porque tenho que chamar meus amiguinhos!” foi impagável, porque em TVD a palavra amiguinhos nunca quer dizer coisa boa…e eles serem vampirinhos desidratados ainda não me agrada.

E o que dizer da Bonnie preparando uma armadilha pro Kai ficar novamente em uma das prisões? Acho que meu senso moral deve estar desligado, porque eu realmente fiquei triste e com dó vendo o Kai ser deixado pra trás… mesmo porque ele vem sendo a estrela da sexta temporada, então espero que tragam-no de volta, e espero que com sangue nas veias ainda, considerando que ele provavelmente vai virar banco de sangue pros amiguinhos desidratados (até escorreu uma lágrima gente!).

Teve uns sub-plots engraçadinhos durante o episódio também, como Alaric esquecendo que o bebê dele vai precisar de um nome, e ele se juntando com Enzo pra tentar prender os nossos descontroladinhos favoritos. Foi uma parceria interessante e que eu não tinha visto ainda, e teve até salvamentos (awn!).

OBS1. A mamãe Salvatore olhando pro computador como se aquilo fosse mágica: eu fui obrigada a cair na risada.

OBS2. Damon e Elena tendo um momento muito hot na pia da cozinha, com roupas saindo, declarações sendo feitas e a Bonnie aparecendo… E-M-B-A-R-A-Ç-O-S-O (mas hilário).

E pro toque final da noite que ninguém esperava (pelo menos não eu): A CURA VOLTOU! É, eu não estava sentindo falta dela, mas agora Damon tem mais uma decisão pra tomar – dá-la para Elena ou para Stefan ou pra qualquer pessoa que passar na rua (minha preferência).

Enfim, para sabermos o que vai acontecer vamos ter que esperar um mês todo, porque temos o querido (só que não mesmo) hiatus novamente… e a série só volta no dia 16 de Abril, então só nos resta aguardar e ver a prévia do próximo episódio que estou deixando aqui embaixo pra vocês.

 

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Review: Grey's Anatomy 11×16 – Don’t Dream It’s Over

CONTÉM SPOILERS

Nessa semana, Grey’s Anatomy vem nos mostrar que as coisas nem sempre são o que aparentam. E que, na dúvida, geralmente a explicação mais simples é a correta. O problema é quando essa explicação pode fazer tudo que uma pessoa construiu desmoronar. Afinal, Derek traiu ou não Meredith? Essa é a questão que paira durante todo o episódio. E a resposta pode ser assustadora.

Os casos médicos sempre se encaixam perfeitamente. Enquanto não faço faculdade de medicina, nada melhor do que aprender em Grey’s. Primeiro, o Alzheimer, que sempre será um assunto delicado na série, e que na realidade nem era Alzheimer. Depois, as vítimas do acidente. E um parto feito mesmo após a morte da mãe. É medicina para ninguém botar defeito. O drama dos pacientes também foi muito bem desenvolvido. A decisão de um deles de voltar a esquecer quem é para não conviver com a culpa nos provoca uma boa reflexão. Honestamente, achei que foi covardia da parte dele. Foi a doença que ele escolheu ter de volta a culpada pelo acidente. Por mais que seja difícil lidar com a morte de alguém, foi bem extrema sua decisão.

Para quem torce pela volta de Callie e Arizona, uma esperança (mesmo que pequena). As duas continuam a se reaproximar timidamente. Callie está de volta à pista, saindo em encontros, e isso deu margem a inúmeras conversas entre as duas. Só pelo fato de estarem em cena juntas, mesmo que na defensiva, mas se entendendo, já é algo super válido. Adoro a dinâmica entre as duas, mesmo como amigas. A volta do casal indiscutivelmente tem uma grande torcida e pelo modo como tudo está fluindo, não pode ser totalmente descartada (felizmente). Porém, deve ser considerada com cuidado. É esperar para ver.

Enquanto alguns casais continuam separados, Amelia e Owen estão se entendendo muito bem. Mas vida de médico não é fácil. Sempre existe uma chamada para atrapalhar as coisas. Confesso que no início não aprovei muito a ideia dos dois juntos. Talvez fosse resquício do quanto gostava do casal Owen e Cristina. Mas afinal, ele precisa seguir em frente, e porque não com Amelia? Acompanho a personagem desde o spin-off Private Practice e ela já passou por poucas e boas na vida. Merece alguém para ser feliz, assim como Hunt.

April e Jackson, por sua vez, continuam lidando com a perda do filho. Kepner quer deixar de ser tratada como uma pessoa frágil e tentar voltar a ser o que era antes. Já Avery expõe o quanto isso está sendo difícil para ele e o quanto se preocupa com a esposa. Retomar a vida de casal já é um passo e tanto. A cumplicidade dos dois é muito importante nesse ponto e é bonito ver como eles estão enfrentando essa dificuldade juntos.

Webber lida com o dilema de contar ou não para Maggie sobre o risco genético de desenvolver Alzheimer proveniente de Ellis. Felizmente, o eterno Chief toma a decisão correta e conversa com a filha. Só para acabar descobrindo que ela já sabia disso. Deve ser horrível conviver com a ideia de que a qualquer momento você pode deixar de ser quem é. Isso só me faz gostar mais da cirurgiã. Além disso, vê-la em uma boa relação com o pai é confortante.

Jo Wilson passa pela situação que é praticamente um rito de passagem. Lidar todos os dias com a morte abala qualquer pessoa, ainda mais um residente. Mas isso a tornará uma médica melhor e faz parte do treinamento. É um mal necessário pelo qual todos devem passar.

Agora, voltemos à grande dúvida do episódio. Não tiro a razão de Meredith por desconfiar do marido. O casamento dos dois está abalado e Derek tem um histórico favorável à traição. Mesmo assim, em nenhum momento considerei isso possível. Não após a evolução de ambos os personagens e tudo que passaram juntos. Shepherd não é mais aquele cara no bar em busca de garotas. Espero estar certo sobre isso.

Só que as coisas não estão nada favoráveis para McDreamy. Sua chegada repentina praticamente estampa “culpado” em sua testa. E a expressão dele ao falar sobre a ligação? Ninguém pega o primeiro voo para casa por um mal entendido. Bastava ele ligar e explicar. Mesmo assim, minha mente não quer aceitar que ele tenha traído Grey.

Só nos resta esperar até semana que vem para ver a explicação disso tudo. Em Grey’s Anatomy, nada é impossível.

Extra: Veja o promo do próximo episódio “With or Without You“, que vai ao ar dia 26 de março. E já vá preparando seu coração.

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Review: Bates Motel 3×02 – The Arcanum Club

Bates Motel abre as portas para uma temporada que promete ser devastadora. Vivemos sob a vista de um fim iminente que, claro, todo mundo já conhece. Ao mesmo tempo em que ansiamos por uma continuidade na história, um alongamento de roteiro ou qualquer coisa parecida, a família Bates caminha em direção ao desastre.

No segundo episódio da série, intitulado “The Arcanum Club”, temos a continuação do mistério envolvendo o desaparecimento de Annika Johnson, a “garota do quarto 4”. Desconfortável por não ver nenhum sinal da garota há dois dias, Norma levanta a suspeita de que há algo relacionado com Norman, e sua teoria é ainda reforçada após Emma dizer que o então namorado e a garota saíram juntos do motel duas noites atrás. O fato nos apresenta a uma Norma desconfiada do filho que, em determinada cena, deixa transparecer a dúvida a respeito da confiança que tem no filho sob as atuais circunstâncias.

“Não sei mais por quanto tempo consigo fazer isso…”

Norma ainda se vê desprendida do compromisso com o Xerife Romero, que deixa o motel após o fim da construção de sua casa. Confesso que eu nutro por esses dois um romance maluco e a cena da despedida deles foi muito bem feita – me lembrou meus tempos de adolescente, quando eu precisava me despedir da pessoa que eu gostava e, apesar de querer muito dar um beijo estilo Hollywood, terminava com um abraço sem açúcar seguido de um “até mais”.

Sem Romero por perto, Norma agora está um pouco vulnerável e vemos no decorrer do episódio seus picos de loucura. Cá entre nós, eu admiro Norma Bates. Apesar de toda a porcaria que acontece em sua vida, ela ainda assim vai atrás do paradeiro de Annika e acaba descobrindo coisas muito mais sinistras envolvendo a cidade.

Se na temporada passada tivemos o enredo todo se fechando em volta das plantações de maconha, dessa vez, o Clube Arcano (ou, The Arcanum Club) nos deixa aquela sensação de “o que diabos estão fazendo lá?”, claro que Norma vai descobrir – ainda mais com Romero nos esquemas…

“Não sei porque, mas mulheres desequilibradas parecem ser atraídas por você.”

Falando da maconha… O pai-tio de Dylan resolveu ficar de vez e o cheiro de problema que eu senti exalando dele desde a primeira aparição ficou mais forte nessa temporada. Tentando ser um “pai” para Dylan, Caleb acaba revelando um lado mais explosivo e violento – para quê matar o cachorro? Para quem acompanha desde o início a história da família Bates, sabe que Caleb não foi o tipo de irmão exemplar que Norma gostaria de ter por perto.

Ou gostaria?

Ainda no núcleo de Dylan, somos apresentados a um vizinho esquisitão que faz algumas observações sobre a plantação de maconha. Interessado demais nos assuntos administrativos da “família Cooper”, Chick Hogan possui um grande arsenal de arma de fogo e faz um alerta a pai e filho para que mantenham a paz na floresta. Caleb ouve e vai embora, mas não antes de fazer um discurso de ordem do tipo quem-manda-na-parada-sou-eu. Caleb fede a problema e, pobre de Dylan, ainda vai causar muito alvoroço nos negócios do rapaz.

“E as namoradas?” Como já esperávamos, Norman e Emma estão vivendo um romance e o que isso pode desencadear na mente do rapaz ainda é uma incógnita perturbadora para os fãs. Emma vem se mostrando uma verdadeira adulta, auxiliando Norman com o motel, os estudos e ainda demonstrando um interesse em fazer coisas que amigos não fazem que deixa Norman um pouco desnorteado. E é aqui o ponto chave desse episódio.

“Sabe, às vezes parece esmagador…” “É, sexo é complicado”.

Com a proposta implícita de sexo, Norman e Emma estão numa espécie de corda bamba na qual alguém vai cair e se machucar feio – aposto minhas fichas de que não será Norman. O atual gerente do “famoso” Motel Bates sabe dos seus problemas e sabe que, se em determinado momento chegar ao ponto final com Emma, as coisas podem sair do controle e é isso que me preocupa como fã. Gosto deles como um casal, mas, juntos acabam sendo uma bomba relógio que vai explodir a qualquer momento.

A sombra do Norman de “Psicose” está cada vez mais presente e as expressões que o garoto demonstra ao falar de sexo, ou, de mulheres, nos aproxima daquele psicopata que sabemos que vive dentro dele.  Nesse ponto é importante que se elogie o trabalho excelente feito por Freddie Highmore. Os olhares e engasgos durante as cenas me deixam curioso sobre o que se passa dentro da cabeça de um psicopata quando tocamos em seu ponto fraco.

Como sempre, o episódio acaba respondendo e levantando dúvidas. Desta vez, o corpo de uma jovem se encontra flutuando já apresentando sinais de decomposição devido à água – deve estar ali há uns dois dias, creio eu. Quem era? Quem a colocou ali? Talvez saibamos a resposta. Agora, o que será de Norma e Romero? Emma e Norman? Dylan e Caleb? Vejo o elenco se dividindo e se distanciando à medida em que o seriado caminha para o grande epílogo.

Quanto a quem restará no final, pergunte a um cara chamado Hitchcock, acredito que ele tenha a resposta.

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Review: The Vampire Diaries 6×16 – The Downward Spiral

Não sabendo como lidar com a nova Caroline, a tentativa de Stefan de intervir acarreta uma série de eventos perigosos que colocam ele e Elena em uma corrida contra o relógio. Enquanto isso Damon busca saber mais sobre a mãe e Bonnie tenta se adaptar.

CONTÉM SPOILERS

E TVD finalmente retornou do hiatus, depois de nos deixar chorosos com a morte da Xerife Forbes, o timing péssimo de Stefan pra se declarar e Caroline desligando a humanidade (aaah os feels!).

Ian Somerhalder, nosso querido Damon, finalmente teve sua vez de produzir um episódio e veio com tudo trazendo a nova Caroline sem humanidade, o que particularmente foi um prazer de assistir, porque ela vinha sendo um ‘bom’ vampiro há tempo demais, sem cometer erros e sempre ajudando os outros a se manterem estáveis e na linha. E na verdade foi uma surpresa, porque nunca achei que ela seria tão incrível com a humanidade desligada. E convenhamos que estávamos necessitados de más decisões que causam uma série de problemas seguidos e nos animam. E já que estamos falando de más decisões, nunca vi um episódio com uma sequência tão grande delas…afinal, ninguém se livrou.

Acho que não existiu um momento em que pensamos “boa ideia” sobre os planos tomados por algum deles… Mas vamos a lista: primeiro o Stefan tentando trazer a humanidade da Caroline de volta, quando ela especificamente disse que não causaria problemas se deixassem ela ser feliz por um tempo, e é claro, ele não deixou. Resultado: Sarah perdeu o baço e Liam provavelmente está traumatizado e nunca mais será médico, mesmo porque Elena quebrou as mãos dele (boa Stefan, AGORA a culpa é sua!).

Segundo, Damon checando novidades sobre mamãe Salvatore (não entendo porque esse povo nunca aprende a deixar as coisas como estão) e descobrindo que ela está em uma das prisões criada pelo Gemini Coven por ter sido uma vampira estripadora igual o Stefan, só que com 3 mil mortos na lista…será que é de família isso?

Terceiro, Liam dando em cima da Caroline, que usou ele de petisco e de novo pra brincar de médico com a sobrinha do Stefan…Depois, pra continuar com as más ideias, Damon concorda em conciliar o Kai com a Bonnie, que está tendo surtos psicóticos depois de ficar presa tanto tempo e avisou que nunca mais queria olhar pro psicopata (e é compreensível, afinal, o Kai atirou uma flecha nela, enforcou, esfaqueou a barriga, roubou a mágica…preciso continuar?). Resultado: Damon quase morreu sufocado.

E a melhor decisão (ou não) da noite e que vai nos render bons episódios daqui pra frente foi o STEFAN DESLIGAR A HUMANIDADE. Resultado final: Caroline não se importa mais e Stefan menos ainda, voltando a suas origens estripadoras… acho que não sou a única a pensar que isso será terrivelmente incrível, certo?

Resumindo, o episódio distribuiu muito bem o tempo, focando em todos os personagens que estavam passando por situações diferentes, mas sem deixar nada superficial. O plot da mamãe Salvatore foi a única parte que poderia ter sido melhor feita, porque se ela deixou tudo isso de mortos, com certeza nos seus 150 anos de vida algum dos dois teria ouvido falar disso, porém não deixou de ser emocionante.

Agora é só aguardar e ver se a Caroline vai conseguir acompanhar o Stefan Estripador no próximo episódio, que vai ao ar quinta-feira, dia 19 nos Estados Unidos.

EXTRA: Confira o vídeo promocional do próximo episódio “A Bird in a Gilded Cage”.

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Review: Better Call Saul 1×07 – Bingo

CONTÉM SPOILERS

Depois do marcante episódio sobre o passado de Mike, Bingo se apresenta de maneira moderada. E, mesmo nesses 47 minutos mais calmos, não deixa nada a desejar. Principalmente porque conta com mais cenas entre Mike e James, que sempre funcionam bem.

Chuck aparece brevemente e começa a tentar se recuperar de sua doença, expondo-se pouco a pouco ao eletromagnetismo. Toda sua situação com a polícia e a internação o fizeram perceber que precisava voltar à ativa. Mesmo assim, será um processo lento, que deverá contar com a ajuda de James. E isso implica o advogado se manter fora de confusões, o que parece inevitável. A própria recuperação repentina de Chuck já demonstra que seu estado de saúde está interligado à situação do irmão. E essa dependência pode ser muito prejudicial para ambos. Dito isso, acho que foi equivocada a decisão de não interná-lo para tratamento apropriado. Sua condição exige uma abordagem profissional.

Sobre a carreira de James, parece que ela finalmente começa a alavancar, mesmo que timidamente, agora que ele exerce o direito para pessoas idosas. Tanto que ele já planeja um novo escritório num local bem mais adequado do que o atual (convenhamos que qualquer canto já seria melhor do que os fundos de um salão de beleza), com direito a vista da cidade e escritório para um parceiro.

E era Kim que Jimmy pensava em ter como sócia. A advogada, porém, se sente em dívida com a Hamlin, Hamlin & McGill, e não poderia abandoná-los. A decepção de James com isso é evidente, o que nos faz questionar qual é o nível da relação entre os dois, se é apenas amizade ou se algo mais sério já aconteceu. O que fica claro é que os dois são bem unidos e espero que a origem do que agora parece uma amizade seja explorada nos próximos episódios.

Mike e James voltam a ser destaque nesse episódio e suas cenas juntos acabam se tornando as mais interessantes da série. Esses dois caras completamente diferentes se completam, dinamicamente falando. A personalidade mais “pra cima” de James em contraponto à frieza de Mike transforma essa interação entre eles em algo único e improvável. E isso tem sido muito bem aproveitado até agora.

A volta dos Kettleman, por sua vez, vem encerrar uma ponta solta dos primeiros episódios. Kim se vê obrigada a abrir o jogo e mostrar que o melhor seria assumir a culpa e devolver o dinheiro. Só assim uma pena de trinta anos seria reduzida para pouco mais de um. Que eles são culpados, todos já sabemos. Mas admitir isso não está em questão. Indignados, eles não só recusam um acordo como dispensam a advogada. Só resta a eles recorrer a quem haviam ignorado antes: James McGill.

O advogado no primeiro momento não quer aceitar o caso e tenta convencê-los a voltar para Kim, mas ele tinha aceitado um suborno de 30 mil dólares do casal, o que o obrigou a assumir o processo.

Sabendo que seria impossível ganhar em juízo, Jimmy resolve fazer “a coisa certa”, mesmo que isso tivesse grandes consequências para seus planos. Para isso, conta com a ajuda de Mike, que o devia pelos serviços prestados com os detetives. O dinheiro é então roubado da casa dos Kettleman, completado por James e encaminhado para a execução do acordo com a promotoria.

De uma vez só Jimmy devolve o suborno para evitar problemas, encaminha a finalização do caso dos Kettleman e consegue os clientes de volta para Kim, que havia sido punida por perdê-los. Mas tudo isso tem um preço: 30 mil dólares. Esse dinheiro perdido seria utilizado em seu novo escritório, para dar um salto em sua carreira. Essa é a causa de sua explosão no final. Mais uma vez, fazer a coisa certa o prejudicou grandemente. E isso já vem prejudicando-o há um bom tempo. Até quando ele irá aguentar?

Enfim, Bingo foi um episódio no qual dívidas e obrigações foram exploradas e mais uma vez as consequências dos atos de James voltaram para assombrá-lo. Além disso, mais um passo em seu caminho de retorno à criminalidade foi dado por James.

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Review: Better Call Saul 1×06 – Five-O

CONTÉM SPOILERS

Esqueça por enquanto James McGill e a história de sua transformação em Saul Goodman. Esse episódio foi de Mike Ehrmantraut. E que episódio! Se você achava que o passado de Jimmy era interessante, o de Mike é melhor.

Todas as questões levantadas no final do episódio anterior foram respondidas. Five-O alterna passado e presente de maneira magistral e devastadora. Toda a trama é conduzida como um quebra-cabeça, encaixando parte por parte até seu grande clímax.

A participação de Jimmy é bem pequena, além de ser a única parte mais “leve” do episódio. Mike exige a presença do advogado no seu interrogatório com os detetives que o procuraram para pegar o caderno de anotações e descobrir sobre a investigação. Chamar James foi um ato totalmente calculado por Mike, que já sabia que o advogado acabaria participando de seu esquema, apesar da hesitação no primeiro momento. James, por mais que se transforme constantemente, não consegue se desviar de sua essência. Esse é apenas mais um deslize que entra para sua lista e, mesmo que tenha sido bem intencionado, essa lista já é longa e sabemos que ele é capaz de coisa pior. Quanto tempo mais até que ele perca o controle?

Ficamos sabendo que o filho de Mike, Matty, também era um policial na Filadélfia e teria sido assassinado em uma emboscada. Ele era casado com Stacey e tinha uma filha com ela. Os detetives que interrogaram Ehrmantraut estavam ali em busca de informações sobre o parceiro de Matty na polícia, Hoffman, e do sargento Fensky, ambos assassinados pouco antes de Mike se mudar para Albuquerque.

Até mais ou menos a metade do episódio Mike nega saber qualquer informação sobre a morte tanto do filho como dos outros policiais. Mas a partir daí a verdade vai sendo revelada em flashbacks e culmina na confissão de Mike sobre toda a verdade. O roteiro é estruturado de maneira magnífica e os pouco mais de 40 minutos do episódio parecem 5.

Matty recusou-se a aceitar o dinheiro ilícito de drogas oferecido por seu parceiro. E sua primeira reação foi considerar fazer uma denúncia às autoridades. Por isso buscou um conselho do pai, mas Mike sabia que denunciar um policial era perigoso. Então, confessou que também fazia parte do esquema, admitiu que era “sujo”. E depois dissuadiu o filho a aceitar o dinheiro e desistir da denúncia. Mike o fez para protegê-lo, nisso não há dúvidas. Só ele poderia convencer o filho a fazer algo assim. Mas Hoffman e o sargento acreditaram que não poderiam confiar em Matty. E o mataram dois dias depois que ele aceitou o dinheiro. Tente imaginar a angústia desse pai que tentou ajudar o filho transformando-o em algo que ele não era, corrompendo-o para sempre, e no final, tudo ter sido vão.

O resultado? Mike se vingou da morte do filho. Em uma cena digna de cinema, Better Call Saul mostra toda sua qualidade de produção.

A atuação de Jonathan Banks é o grande destaque do episódio. Mike, desde Breaking Bad, era um personagem frio, minimalista, que não demonstrava grandes emoções. Mas aqui vemos aspectos dele que não imaginávamos. A origem do que o danificou. O desespero, a angústia e a culpa pelo que aconteceu ao filho. O alcoolismo. Tudo isso, até agora desconhecido, fez dele o que é hoje. “Eu quebrei o meu menino”, lamentou, “Eu o diminuí”.

Five-O foi um importante, necessário e coerente episódio. Mike sempre foi um personagem enigmático. E agora que pudemos entendê-lo melhor, agora que sabemos que a culpa pelo que aconteceu com o filho o corrói, podemos também simpatizar em parte com ele. Falhar em proteger o filho o mudou. Podemos culpá-lo por isso?

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Review: Better Call Saul 1×05 – Alpine Sheperd Boy

CONTÉM SPOILERS

Better Call Saul chega à metade da temporada apresentando um episódio bem dinâmico, que nos leva do cômico ao dramático e introduz uma nova linha de narração muito esperada. Nesse ponto, a série já saiu da sombra de Breaking Bad que pairava sobre ela e possui uma base muito bem construída e aproveitada.

Alpine Shepherd Boy confirma, mais uma vez, que nada vem fácil para James McGill. Como já era esperado, o grande plano que o transformou em herói não deu muito certo. O motivo? Aparecer na TV atrai todo tipo de pessoa, inclusive as loucas.

Na primeira parte do episódio, James segue em busca dos clientes que começam a surgir após seus 15 minutos de fama. Só que não são exatamente os casos que ele esperava. O primeiro cliente quer simplesmente separar suas terras dos Estados Unidos, criando o que seria seu próprio país. Para isso, oferece nada mais nada menos do que o valor de um milhão para o advogado. Só que, infelizmente, não era na moeda americana, mas na moeda da nova terra. Jimmy vai do céu ao inferno em segundos, e isso já diz tudo sobre sua atual fase.

O segundo cliente parecia ter um caso mais simples, envolvendo uma patente. Sua genial invenção era um dispositivo que, agregado ao vaso sanitário, diz frases de incentivo que ajudariam as crianças a aprender a usá-lo. Até aí tudo bem, se não fossem as hilárias frases utilizadas, cheias de conotação sexual, que pai nenhum com juízo usaria com o filho. Outro caso perdido. O terceiro cliente, por sua vez, era uma idosa que queria fazer a divisão de seus bens. Uma tarefa mais simples e que logo é resolvida.

Essas três situações dão uma maior leveza nesse início de episódio e mostram que James continua tentando ganhar a vida honestamente, mesmo depois de toda a armação para conseguir os clientes. Mas não é bem sucedido de novo. Isso só reforça o fato de que seu retorno definitivo para o mundo do crime está cada vez mais próximo. O cara tenta de tudo e nada funciona. Eventualmente isso vai cansá-lo e bastará apenas mais uma oportunidade para que ele saia dos eixos definitivamente.

As flutuações que a série faz entre partes carregadas de humor e partes mais pesadas já são características, e deixam o episódio bem mais ativo, com doses certas de drama e comédia.

O que segue é a situação de Chuck após ser detido e internado no hospital. Sua hipersensibilidade ao eletromagnetismo (ou “alergia à eletricidade”) teria se desenvolvido há cerca de dois anos. A grande questão aqui seria a origem dessa doença e se é algo realmente físico ou psicológico. E, ao que parece, tudo está apenas na cabeça de Chuck. O que teria feito esse advogado, sócio de uma empresa bem sucedida, desenvolver esse tipo de aversão a ponto de viver isolado de tudo e de todos? Definitivamente, algo desencadeou essa reação psicológica e James pode ter participação direta na origem dessa doença. Ele mesmo afirma que o irmão piora quando descobre as armações dele.

Optar por não internar o irmão, mesmo após a prova da médica de que seria algo psicológico, ilustrou mais uma vez a linha tênue em que Jimmy vive. Afinal, fazendo isso, ele se tornaria responsável pelas finanças de Chuck, tendo acesso ao que ele recebe da Hamlin, Hamlin & McGill. Mas, ao invés disso, ele resolve levar o irmão para casa, mostrando que quando se trata de Chuck, as coisas são diferentes. Ficou bem claro que James realmente se preocupa com o irmão e quer evitar, acima de tudo, decepcioná-lo, além de se sentir culpado por sua piora. Grande parte do que o Jimmy é hoje ele deve ao irmão e acredito que Chuck é o que mais pesa em suas tomadas de decisões.

Como um camaleão, James transforma mais uma vez seu visual para exercer o direito com idosos. Sendo o bom vendedor (ou vigarista) que é, adequa-se ao novo público e já começa a fazer sua propaganda entre os mais velhos, incluindo Mike. É notável essa sua capacidade de mudança e a lábia utilizada para conquistar esse novo tipo de cliente. Apesar das escolhas e atitudes erradas, ninguém pode dizer que o advogado não está tentando de tudo para continuar na legalidade.

No restante do episódio, James sai de cena e dá lugar a Mike, que começa a ter sua história desenvolvida, gerando mais perguntas do que respostas. Mike é um personagem enigmático desde Breaking Bad e essa linha de narração agora focada nele permitirá um entendimento melhor de quem ele se tornou e de suas atitudes futuras. O vemos vigiando uma mulher que aparenta conhecê-lo, mas o ignora. Seria sua filha? Aliás, a única coisa concreta que foi revelada de seu passado é que ele era policial. Mas não sabemos em quais circunstâncias ele saiu da corporação. Foi demitido? Fugiu? Tudo indica que estamos prestes a descobrir agora que a polícia bateu à sua porta.

Parece que, no final das contas, Mike irá precisar dos serviços de James.

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Review: Bates Motel 3×01 – A Death In The Family

“Aberto”. Após um longo e desesperador hiato a família Bates abre as portas de seu motel e nos hospeda em um quarto cheio de caos, drama e tensão.

CONTÉM SPOILERS

Assim como diz o nome, o primeiro episódio da terceira temporada de Bates Motel se inicia com uma morte na família, mas não na dos Bates. Com a ligação de um advogado que se intenciona a abrir o testamento, Norma tem conhecimento do falecimento de sua mãe. Num primeiro momento temos a impressão de que a “Mother” pouco se interessa pelo acontecido – já que rejeita a conversa com o advogado; porém, se tratando de Norma Bates, sabemos que seu sorriso esconde mais dor do que ela costuma expressar.

Seguindo a família de Norma, a terceira temporada já começa com um retorno esperado: Caleb, o irmão de Norma Bates – aquele que fazia sexo com ela e que, por acaso, é pai de um de seus filhos. Caleb já era esperado nesse episódio uma vez que sua mãe morre e, agora sem família, vem em busca de Dylan para tentar um contato com o filho. O irmão de Norma, num primeiro momento, oferece o dinheiro da herança da mãe a Dylan, que rejeita a oferta. Já com a intenção de se reaproximar do rapaz, Caleb encontra uma forma de permanecer na cidade por alguns dias, mas, não conta com a aceitação imediata do filho.

O filho mais velho de Norma, nesse episódio, se mostra mais maduro e bem intencionado. Numa conversa com o Xerife, decide que não lhe convém mais ser o chefe do negócio com drogas que mantém na cidade. Dylan agora quer ser dono da própria fazenda, dentro dos limites legais – 99 mudas da planta. Além disso, quer direcionar a plantação e distribuição da maconha para ajudar pessoas com glaucoma e problemas com ansiedade. Agora, Dylan espera não ter problemas com o negócio, mas, estamos falando de uma cidade que tem o tráfico de drogas como a principal atividade econômica.

Após a visita da Narcóticos – o departamento policial que trata de assuntos envolvendo drogas – na cidade, Xerife acaba sofrendo pressão por parte de alguns dos antigos trabalhadores que agora se veem sem sua preciosa fonte de renda. Mas, quem em sã consciência ousaria ameaçar “o” Xerife? Terminar a noite com o nariz esmagado no balcão de um bar parece ser o desfecho menos doloroso para o corajoso que se arriscar a tal feito.

Voltando a atenção para o Motel, após uma conversa honesta com o filho mais velho, Norma mostra seu lado vulnerável ao falar da mãe, com quem não tem contato há cerca de 20 anos. Chorando no quarto, Norma se convence de que sofre pela ausência daquela que deveria ser sua guia, mas, não estamos falando da ausência repentina causada por uma morte não esperada. Falamos da ausência de uma mãe que por anos se escondeu atrás de pílulas para se proteger do sofrimento causado por um marido violento e perigoso. Assim sendo, quem mais poderia proteger Norma senão seu próprio irmão? Uma proteção que lhe “rendeu” um filho e um trauma. O clima dentro da família Bates, apesar de uma morte distante, está dentro do “normal”.

No Motel, Emma revela a Norman que tem notícias ruins para ele. Seu último exame constatou que sua atividade pulmonar novamente foi reduzida, logo, sua respiração é diretamente afetada e o risco de morte, que já estava presente em alguns episódios da temporada passada, aparece como uma sombra atrás da personagem.

Norman, agora gerente do Motel Bates, reconhece seu problema, porém, não sabe como controlá-lo. O fantasma da Senhorita Watson, degolada com o próprio colar pelas mãos de Norman, volta a assombrá-lo em seu retorno forçado à escola, o que faz com que Norma mude a estratégia e permita que o filho estude em casa. Já Norman, tentando estabelecer um nível de “normalidade” em sua vida, decide namorar Emma – que aceita, é claro. Juntos, os dois passam um bom tempo nos escritórios do motel, estudando. A relação com outra mulher senão sua mãe – que já não o permite em sua cama com a frequência de antes – parecer ser uma alternativa aos apagões que Norman sofre desde que o conhecemos duas temporadas atrás.

Tudo vai bem até a chegada de Annika, uma nova hóspede. Recebida por Norman e Norma, Annika é uma mulher sedutora, atraente, trajada em roupas finas e provocantes. A hóspede diz que trabalha em festas cheias de homens ricos, então, já sabemos o que ela faz. Norman também sabe. A presença de Anikka no Motel mexe com Norman que dá um dos primeiros indícios do trágico fim dessa história: ele espia Annika no banho.

As referências estão por toda parte. Começaram nos trailers, quando a produção e o elenco diziam “sabemos onde Psicose acaba”. É, sabemos sim, e por isso as evidências trazidas já no primeiro episódio provocam uma certa angústia naqueles que esperam ver ainda mais de Norman e Norma. Já são previstas algumas despedidas e, como disse, sabemos onde isso vai acabar. Norman e sua psicose, nessa temporada, vão nos levar a um choque de suspense e apreensão. A tensão do contato mãe-filho, a névoa entre a mente e corpo de Norman… A direção e produção da série já preparou o terreno – faz isso há dois anos, para que estejamos prontos para o pior dessa temporada.

Sabemos onde isso termina, mas, o caminho até lá promete parar nossa respiração em cada final de episódio, assim como já fez nesse primeiro. Acompanhada por Norman, Annika dirige até a cidade para ir a uma de suas “festas”. No caminho, a conversa com o novo gerente do Motel segue por curvas cheias de tensão sexual. Os olhos de Norman brilham, vazios, enquanto escuta Annika dizer que “sexo é sexo, todos precisam dele”. Por fim, tarde da noite, Norman retorna ao Motel dirigindo o esportivo de luxo de Annika. Estaciona de frente para os quartos, apaga os faróis e então desce do veículo.

Sozinho.

Reviews de Séries

Review: Better Call Saul 1×04 – Hero

O quebra-cabeça do que um dia foi Jimmy antes de se tornar advogado continua a ser montado em “Hero”. Em um novo vislumbre do seu passado, o jovem James vive uma vida à base de golpes que dá com a ajuda de um amigo. Ao que parece, nuances de seu passado serão agora frequentes na série. Essa construção do que ele foi forma a base para se compreender o que ele vai se tornar e como nem tudo é novo para ele no mundo do crime.

A partir disso, é possível perceber que James enfrenta situações que desafiam sua moralidade praticamente a todo o momento. E é impressionante sua capacidade de transformar uma coisa que o deixaria culpado ou que não considera como ética em algo que o beneficie sem nenhum conflito moral. Isso é muito bem exemplificado com o que acontece entre ele e os Kettleman após descobrir que o dinheiro foi mesmo roubado pelo patriarca, Craig. Aceitar o dinheiro como suborno para não falar do roubo seria errado. Porém, aceita-lo como pagamento por seus serviços de advogado seria mais do que justo, e o melhor: não levantaria suspeitas. Depois disso, era só a família fingir que saiu apenas para acampar que tudo se resolveria. James pode não ser um advogado de renome, mas sua capacidade de criar teorias e argumentos é considerável.

Resolvida, por enquanto, sua atuação com os Kettleman, o advogado usa o dinheiro que conseguiu para trabalhar em sua carreira. “Sob esta pedra edificarei minha igreja”, diz. Roupas novas, uma passada no salão e a exibição de um outdoor na cidade, nada disso foi por acaso. Muitos podem dizer que suas ações até agora acabaram se tornando erros de principiante, desde seu plano para conseguir Craig como cliente até a ligação que fez tentando alertá-lo do perigo de roubo. Mas o que não podemos esquecer é que lá no fundo temos uma mente do crime e não foi à toa toda sua nova caracterização para ficar parecido com Howard Hamlin e o uso descarado da logo praticamente igual à da firma Hamlin, Hamlin & McGill. É obvio que isso o associaria à empresa e poderia garantir alguns clientes. Entretanto, seu grande trunfo não era esse, mas ainda estava por vir.

Perder uma ação enfrentando uma firma de tamanho porte era inevitável e foi aí, após ser obrigado a fazer a retirada do outdoor, que James fez sua jogada de mestre. O que achamos que seria apenas a gravação de um vídeo em protesto à empresa onde ele se faria de coitadinho, era uma farsa. Better Call Saul exemplifica aqui, mais uma vez, uma de sua principal qualidade: a imprevisibilidade. Não apenas na história, mas nos atos do protagonista. Talvez porque já saibamos quem era Saul Goodman, o que sempre esperamos é que James tome decisões previsíveis, que o levem para um lado ruim. Mas isso não acontece. Ao mesmo tempo em que conhecemos seu passado como delinquente, também vemos uma pessoa que se sente culpada e arrependida por seus atos e que tenta, tanto quanto possível, permanecer dentro da lei. Isso nos confunde e a série aproveita muito bem essa ambiguidade do personagem para tornar suas atitudes incertas.

Voltando ao vídeo, o que seria apenas uma chance de fazer um ou outro se apiedar por sua história, acabou transformando-o em herói. James combinou com o homem que estava retirando o anúncio para que ele “acidentalmente” caísse, ficando pendurando em uma corda a vários metros do chão. E o “corajoso” advogado é quem o salva. Depois disso, claro, ele vira manchete e já começa a receber ligações de possíveis clientes. Finalmente, um de seus planos dá certo (pelo menos por enquanto).

Mas Jimmy sabe que o que fez não foi lá muito correto. Tanto que tenta esconder essa história de Chuck, que conhece bem o passado do irmão e tudo que ele já aprontou. Era certo que ao bater o olho na história ele desconfiaria do irmão. E nada deixou James mais suspeito do que a mentira que contou sobre o porquê de não ter trazido um dos jornais. O resultado disso fez com que, pela primeira vez, tivéssemos uma ideia do que se passa na cabeça atormentada de Chuck, que tem sensibilidade a todas as coisas eletromagnéticas. Isso acontece quando ele sai de casa em busca de um jornal e descobre o que o irmão escondia. De certa maneira, Chuck é a balança moral na história, aquele que tirou James da cadeia e provavelmente o fez voltar aos eixos. Descobrir o que seu irmão anda fazendo pode ser visto como um sinal de que ele está saindo de novo do controle, o que já sabemos que será inevitável.

Não poderia terminar essa review sem citar a referência à possível origem do futuro nome que será adotado por James. Quando a vítima de seu golpe no flashback pergunta seu nome, a resposta soa como “Saul”, para depois ser completada: “S’all good, man” (está tudo bem, cara).