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Resenha: Anjo de Quatro Patas, Walcyr Carrasco

Uma linda história de amor e amizade entre um homem e seu cachorro.
Neste livro, o escritor Walcyr Carrasco registra os momentos mais engraçados e comoventes vividos ao lado de Uno, um cão que, além de um simples companheiro, tornou-se um verdadeiro amigo, ensilhou-lhe a enxergar as pessoas de outra maneira e, sobretudo, devolver-lhe a alegria de viver. Entre mordidas e lambidas, você irá rir e se emocionar com as aventuras desse anjo de quatro patas que renovou a rotina e os sentimentos de seu dono.

Minha paixão pelos livros do Walcyr Carrasco é uma coisa que vem de muito tempo atrás, do ensino fundamental, quando eu li Estrelas Tortas para uma prova, e a história conseguiu me tocar profundamente, fiz até minha avó ler, e ela também amou. Com Anjo de Quatro Patas, não foi diferente. O título e a capa me atraíram de uma maneira extremamente incomum quando vi o livro no folheto da Saraiva. Comprei o livro pouco tempo depois e o li em uma tarde.

Minha tristeza foi substituída por um sentimento de alívio. Abracei-o. Afundei a cabeça nos seus pêlos.
– Meu amigo! – murmurei.

O livro conta a história do autor, Walcyr, com seu cachorro Uno, um husky siberiano, filhote único de um casal de cães de seu irmão que pretendia lucrar com o negócio de vender cachorros, que na época estavam na moda.

A fidelidade de um cão costuma ser maior que a de uma pessoa, mesmo quando o animal é submetido a situações extremas.

Quando o autor aceita ficar com Uno, que recebeu este nome justamente porque não possuiu irmãos, ele passava por um momento muito difícil em sua vida, já que havia perdido sua amada há pouco tempo, e estava beirando a depressão. Sem muitas expectativas com o filhote, este surpreende e se torna o melhor amigo de Walcyr, que nessa altura está morando sozinho.

Queria correr riscos. Só chora quem realmente amou, e sem amor a ida é apenas uma passagem desolada.

Em meio das inúmeras aventuras que Uno se envolve, forçando Carrasco a se envolver também, o cão vira seu fiel escudeiro e como o autor cita em determinado ponto do livro, “não paga a ração que come”.

A vida se renova, os sentimentos desabrocham. Meu cachorro me ensinou a amar. Estou pronto para me apaixonar novamente.

A trama se encerra juntamente com a história de Uno, mostrando inclusive alguns dos e-mails que o autor recebeu, sobre histórias de pessoas com seus anjos de quatro patas. É um livro extremamente tocante, capaz de despertar inúmeras emoções no leitor, assim como a maioria das tramas de Walcyr, tanto na literatura quanto na televisão. Indico para qualquer pessoa, principalmente aquelas que possuem um amor incondicional pelos seus cães, estas especialmente, se sentirão mais emotivas com relação a esta história de amor que bate qualquer romance barato.

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Resenha: Máscara, Luiz Henrique Mazzaron

Liam é um garoto que viveu por muito tempo isolado devido aos constantes castigos do sádico tio, um carrasco ex-militar. Porém,inesperadamente, surge uma entidade maléfica, uma figura das trevas trajando uma máscara, e passa a o perseguir, levando-o a participar de um jogo num mundo surreal, chamado Domus.

Junto a um grupo, Liam parte para uma experiência alucinante, em que os pecados da humanidade serão colocados em xeque, como numa espécie de julgamento. Um combate onde o principal objetivo do adversário é mostrar o quão odiosa é a raça humana…

Mas ainda há muitos mistérios que rodeiam este intrincado jogo. Por qual motivo a criatura possui tamanha obsessão por ele? E vale a pena prosseguir, já que a morte é a única certeza?

Desde que recebi o livro do Luiz Henrique, alimentei uma curiosidade imensa para lê-lo, devido ao resumo e ao pequeno trecho da orelha. Não deu outra, comecei o livro no dia seguinte, e no que era para ser apenas uma leitura introdutória, isto é, eu leria apenas os primeiros capítulos para me adentrar na história, virou uma noite sem dormir, com o livro.

Bem vindo ao jogo.

Máscara, conta a história de Liam, sobrinho de um carrasco ex-militar, que sofria constantes abusos físicos e morais. Certo dia, ao ver uma oportunidade, o garoto acaba fugindo e acabando com a vida do tio. É nesse contexto improvável, que se desenvolve todo o enredo do livro.

Aquela imagem nunca mais sairia de sua mente, um anjo enfrentando um demônio.

Liam é salvo por uma horda de policiais, inúmeras vezes, haja vista os fatos que se desencadeiam após sua fuga de casa e a morte do malévolo tio. Este dia, ficara conhecido como o Massacre de Green Valley.

As pessoas riem e sorriem. Sorrisos falsos. Máscaras. É isso que me fascina em vocês.

Alguns anos se passam, e Liam é um adolescente, que recomeçou sua vida com uma nova família totalmente improvável, mas não demora muito para os fantasmas de seu passado voltarem a assombrá-lo, o que o faz parar em um hospital psiquiátrico. Em uma invasão misteriosa, o garoto passa a participar de um jogo, em um mundo paralelo chamado de Domus.

Mas também sentiu remorso por não ter tido toda essa vontade de viver como teve agora. Era bom viver.

Nessa altura do livro, eu estava exasperado por saber o que aconteceria a seguir na trama misteriosa. O livro, é dividido em seis partes, e eu, que me apego extremamente rápido aos personagens, já sofri logo na primeira, com a morte de alguns deles. No mundo de Domus, Liam parte para uma aventura com um grupo de pessoas totalmente improvável, composto por pessoas dos mais variados tipos: de drag queens a covardes.

Se a vida desse homem era uma droga, talvez essa seja a cura.

São inúmeras as aventuras que o grupo passa a enfrentar em conjunto, colocando contra a parede os pecados de cada um, assim como todos cometidos pela humanidade, para tentar conquistar a tão sonhada liberdade, e sair daquele mundo, controlado por Nero, uma figura onipresente e totalmente maléfica, que faz questão de deixar claro que o jogo é para Liam. Não é exagero dizer que a cada página que eu passei do livro, eu ficava mais afoito para saber o que aconteceria em seguida, e acabei por devorá-lo em poucos dias, lidando apenas com um problema: as noites sem dormir.

Ele era o mal. Ele era aquilo que você mais teme. Ele era a sombra que o perseguia na luz.

A trama de Mazzaron é extremamente cativante, e me fez imaginar exatamente cada cena proposta, assim como criar um carinho especial por cada um dos personagens. Este é um livro que sem nenhuma sombra de dúvidas, é o meu novo preferido, uma vez que há séculos nenhum conseguira me prender de tal forma. Já disse aos meus amigos que presentearei todos eles com uma cópia, porque essa história é realmente digna de um best-seller e com toda certeza arrecadaria sucesso em bilheterias caso tivesse uma adaptação cinematográfica. Mal posso esperar pela continuação da série, já que o final perfeito, está me deixando cada vez mais ansioso pelo próximo livro. Recomendo a todos vocês, assim como já recomendei para todas as pessoas que são mais próximas a mim.

Compre o livro!

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Resenha: Água para Elefantes, Sara Gruen

Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Por 70 anos Jacob guardou um segredo. Ele nunca falou a ninguém sobre os anos de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora.
Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento – o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.
Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais.
É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.
“Água para Elefantes” é tão envolvente que seus personagens continuam vivos muito depois de termos virado a última página. Sara Gruen nos transporta a um mundo misterioso e encantador, construído com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera.

CONTÉM SPOILERS!

Jacob é filho de um casal falecido recentemente, e devido a isso descobre que não pode continuar com sua faculdade de veterinária, porque está de uma alguma forma, falido.

E assim, é obrigado a procurar um emprego, e com sorte ele consegue achar um trabalho de veterinário em um circo. Jacob já trabalhava há algum tempo no circo quando conheceu Marlene, uma mulher bonita, divertida, que Jacob, por algum motivo, se apaixona por ela, mesmo sabendo que é casada com August, seu chefe.

O homem então descobre que por dentro daquelas tendas de circo, é uma ilusão para quem assiste o espetáculo, já que dentro das misteriosas tendas, animais são maltratados, inimizades e brigas estão sempre acontencendo. No entanto, foi lá que ele formou grandes amizades, onde pessoas se ajudam mutuamente e onde encontrou o grande amor da sua vida.

O livro é intercalado por duas fases da vida de Jacob, o passado e o presente, aquele quando ele tinha 23 anos e vivia no circo, e este ele vive em uma casa de repouso com 93 anos.

Sara Gruen, leva uma leitura envolvente, e ágil com escrita impecável, os personagens não possuem limitações. A autora permeou muito bem as personalidades de cada personagem. O acabamento editorial como a capa e a lombada são de perfeitos estado e qualidade.

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Resenha: A Guerra dos Tronos, George R. R. Martin

Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha – uma cruel mulher do clã Lannister – e sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda sua família.

A princípio, o tamanho desse livro pode assustar: quase seiscentas páginas com uma fonte pequena, e eu, que li na edição especial, o livro contava com o dobro de páginas e passava de mil.

Um homem que luta por moedas é leal apenas à sua carteira.

A trama de Martin, extremamente complexa e recheada de personagens diferentes (existe inclusive, um apêndice no fim do livro com os nomes de cada personagem e o que eles são, para que o leitor não se perca), é também muito envolvente. Começa no castelo de Winterfell, contando a história da família Stark, e os preparativos para a chegada do rei Robert Baratheon, cuja “Mão” fora assassinada.

O inverno está chegando.

Concomitantemente, vemos o enredo de Daenerys que juntamente com seu irmão Viserys, são os últimos descententes Casa Targaryen. Viserys era um guardião bastante cruel, mas era a única família da garota, até que ela se casa com o Khal Drogo, um dothraki, isto é, ele pertence a um povo diferente do seu, e não falam nem a mesma língua.

Sou Daenerys, nascida na Tempestade, filha de dragões, noiva de dragões, mãe de dragões, não vê?

Eddard Stark, patriarca da família de Winterfell, também conhecido como Ned, aceita então ser a nova Mão do Rei e se muda para Porto Real e promete a mão da filha Sansa para o filho do rei, o príncipe Joffrey. Lá, ele passa pelos mais diversos apuros chegando até mesmo a causar a ira da rainha Cersei Lannister e seu irmão gêmeo, Jaime.

Uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada.

Há também, Jon Snow, filho bastardo de Ned, que vai trabalhar com os Patrulheiros na Muralha que protege os sete reinos, se envolvendo inclusive em brigas e chegando em seu ápice de saudades da vida antiga.

O medo golpeia mais profundamente que as espadas.

A narrativa de Martin é extremamente detalhada permeada com informações que chegam até mesmo a ser desnecessárias em algum ponto, o que deixa o livro um tanto quanto cansativo no seu meio, apesar de ser uma história extremamente cativante, com povos diferentes e várias histórias rolando ao mesmo tempo. Me confundi inúmeras vezes com a quantidade absurda de personagens, que eu entendo, já que a cada capítulo morre uns cinco, no entanto é um livro muito bom, que deve ser lido com calma e paciência para melhor compreensão.

Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o mundo não se lembrará. Faça disso sua força. Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com esta lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo.

Quero deixar claro também, meu grande amor pela Cersei Lannister, que muitos dos leitores provavelmente odeiam, mas para mim é a melhor personagem do livro , assim como seu irmão Tyrion, o filósofo, com as melhores frases.

Quando se joga o jogo dos tronos, você vence ou você morre. Não existe meio-termo.

O final é de uma grandeza inigualável que faz você querer logo avançar para o próximo livro, que a propósito, não tive a chance de ler ainda. Recomendo para os que possuem paciência e que curtem o gênero da história, e que possuem certo grau de intimidade com a literatura, isto é, se você está acostumado aos romances leves e clichês, com finais felizes, provavelmente não se acostumará tão fácil com a narrativa desse autor. Vá com calma!

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Resenha: O Teorema Katherine, John Green

Após seu mais recente e traumático pé na bunda – o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine – Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

CONTÉM SPOILERS!

Comprei esse livro, meu primeiro de John Green, porque gostei de sua capa e a pequena sinopse atrás havia me despertado uma certa curiosidade sobre o autor, que eu já vinha ouvindo falar massivamente há algum tempo.

Colin Singleton, o protagonista, é um nerd assumido que já levou nada menos que dezenove foras. Todos de meninas chamadas Katherines. Como ele mesmo diz em certos momentos do livro, não gostava de Caterines, Katerines ou qualquer outra variação. Eram apenas Katherines.

Eu não acho que seja possível preencher um espaço vazio com aquilo que você perdeu. Não acho que nossos pedaços perdidos caibam mais dentro da gente depois que eles se perdem. Agora foi a minha ficha que caiu: se eu de alguma forma a tivesse de volta, ela não encheria o buraco que a perda dela deixou.

O garoto, viciado em anagramas, depois de levar o fora da décima nona namorada, sai para uma viagem sem destino em seu Rabecão do Satã, com o amigo Hassan no banco do passageiro e um bloquinho de anotações no bolso, buscando inventar e comprovar seu Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, cujo objetivo é de observar através da linguagem matemática, quanto tempo determinado relacionamento duraria, quem seria o terminante e o terminado.

É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela.

Durante a viagem, os garotos conhecem Lindsey Lee Wells, uma “paramédica em treinamento”, e também guia turística em uma visita ao túmulo do arquiduque Franz Ferdinand. Em pouco tempo, Colin e Hassan ganham a confiança de Hollis, mãe de Lindsey, e garantem um emprego na fábrica que a mulher mantém na pequena cidade em que vive e logo, Colin tem seu momento “eureca” com relação a sua teoria e descobre que apesar da matemática ser exata, seus relacionamentos não são.

Logo: as garotas deveriam sempre tomar a iniciativa, porque (a) elas são, em geral, menos propensas a serem rejeitadas que os garotos e (b) dessa forma elas nunca serão beijadas, a menos que queiram.

Nesse contexto é que se desenvolve a trama principal do livro. Com Colin e Hassan morando na mesma casa que Lindsey e sua mãe, novos interesses amorosos começam a surgir de fatos totalmente inesperados, entre personagens improváveis. Ocorre uma certa inversão de papéis entre Colin e Lindsey, que nessa altura namora um menino xará do pequeno prodígio.

– As pessoas que estiveram nos seus esconderijos.
– As pessoas na frente de quem cê mordisca o polegar.
– Oi.
– Oi.
– …
– …

É uma história bem leve de romance descomplicado (apesar das dezenove namoradas anteriores), extremamente simples de ser lida e compreendida, e apta para qualquer idade. É um dos livros mais leves do John Green na minha opinião, isto é, sem nenhuma morte. Recomendo, mas não esperem um final esplêndido,  já que essa leveza apresentada durante todo o livro, permanece até sua última frase, o que faz muitas pessoas não gostarem, os fãs dos finais revolucionários principalmente. Mas é gostoso de ser lido e consegue arrancar sorrisos involuntários do leitor em determinados trechos.

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Resenha: Três Botões, Vanessa Sueroz

Será que ele não sabe que ele está lindo vestido assim? Que a camisa do uniforme tem que se manter todos os botões fechados? Sério! Isso é uma tentação.

Confesso que fiquei curioso com relação a esse conto, desde que comecei a trocar e-mails com a Vanessa a respeito da parceria com o Beco Literário e a entrevista, afinal a sinopse dele, e a capa, haviam me intrigado bastante. Então, comecei a leitura dele, apenas para me adentrar na história e terminei logo depois, e não foi devido ao seu tamanho.

O conto é sobre uma jovem chamada Ana, que é apaixonada pelo colega de trabalho, Carlos, mas não deixava isso transparecer, já que sempre que este pedia para sair com ela ou tentava beijá-la, ela negava. Foi assim nos últimos três anos, que ela conviveu com Carlos, “três anos de pedidos para sair com ele três vezes ao dia.”

Eu consegui tirar os olhos do peito gostoso dele. O problema é que agora eu não consigo tirar os olhos dos olhos esverdeados dele.

Ana está agora, em uma sala de reuniões, disfarçando ao ler um livro, enquanto observa Carlos e sua camisa com três botões abertos. Enquanto observa, a protagonista tem um conflito interno com si mesma, onde ela tenta se esconder da tentação que o colega de trabalho representa, mas sempre acaba cedendo no final, espiando pelos cantos.

Alguém além de mim reparou que ele me chamou de Aninha? Faz um ano que ele não fala comigo e agora vem falar como se não fosse nada e ainda me chama de Aninha.

É uma narrativa muito gostosa de se ler, e é por esse motivo que eu terminei tão rápido. Você fica rapidamente envolvido pelo o que Ana está sentindo, e pelos seus conflitos internos, ao mesmo passo que quer saber que rumo aquilo tudo vai tomar. Se encaixa perfeitamente no gênero de comédia romântica, já que soltei umas risadas involuntárias ao ler e interpretar as indecisões da protagonista.

Tenho o hábito de ouvir músicas enquanto leio, e nessa leitura, a música que mais se destacou e virou “minha trilha sonora do enredo” foi Who You Love, do John Mayer com a Katy Perry, o ritmo da música me pareceu combinar com a narrativa. É uma história bem levinha e recomendo bastante para vocês que curtem esses romances “rápidos e despreocupados”.

Skoob – Amazon – Saraiva – Siciliano – Kobo – Cultura

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Resenha: A Culpa é das Estrelas, John Green

A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

CONTÉM SPOILERS!

Antes de mais nada, esse é de longe o meu livro preferido. Ah, mas você disse isso nos outros livros do John Green também. Eu sei, mas quando se trata de John Green, é isso que acontece. Não sei se consigo descrever com toda a emoção contida nesse livro, mas é uma leitura que conseguiu, sem sombra nenhuma de dúvidas, tirar lágrimas mais que qualquer outra.

Alguns infinitos são maiores que outros… Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.

O livro conta a história de Hazel Grace, uma adolescente que foi diagnosticada com câncer na tireoide dias depois de virar uma mulher, aos 13 anos, em um quadro extremamente grave, que incluí metástase nos pulmões. Depois do diagnóstico, Hazel está sem ânimo nenhum para socializar com muitas pessoas de fora, nem tampouco realizar passeios ou sair de casa.

Faltando pouco para eu completar meu décimo sétimo ano de vida minha mãe resolveu que eu estava deprimida, provavelmente porque quase nunca saía de casa, passava horas na cama, lia o mesmo livro várias vezes, raramente comia e dedicava grande parte do meu abundante tempo livre pensando na morte. Sempre que você lê um folheto, uma página de internet ou sei lá o que mais sobre câncer, a depressão aparece na lista dos efeitos colaterais. Só que na verdade, ela não é um efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de se estar morrendo. (O câncer também é um efeito colateral de se estar morrendo. Quase tudo é, na verdade).

No entanto, em um dia que parecia ser como outro qualquer, a mãe da garota a obriga a ir em mais uma visita ao Grupo de Apoio para Crianças com Câncer, e lá, ela conhece Augustus Waters, apelidado de Gus. O garoto, possui dezessete anos e perdeu uma perna em um quadro de osteosarcoma que teve anos antes e, até o presente momento, está sem indícios de que o câncer possa voltar.

– Eu sou tipo. Tipo. Sou tipo uma granada, mãe. Eu sou uma granada e, em algum momento, vou explodir, e gostaria de diminuir a quantidade de vítimas, tá?
Meu pai inclinou a cabeça um pouquinho para o lado, como se eu fosse um cachorrinho que acabou de ser repreendido.
– Eu sou uma granada – repeti. – Só quero ficar longe das pessoas, ler livros, pensar e ficar com vocês dois, porque não há nada que eu possa fazer para não ferir vocês; vocês estão envolvidos demais, por isso me deixem fazer isso, tá? Não estou deprimida. Não preciso sair mais. E não posso ser uma adolescente normal porque sou uma granada.

O desenrolar do maravilhoso enredo criado por Green, se dá entre a amizade de Hazel e Gus, que após poucos minutos de conversa, descobrem inúmeros pontos em comuns e, quase que imediatamente, vira um romance, do tipo mais improvável possível, e também, o mais bonito que já li.

– O.k. – falei.
– O.k. – ele disse.
Eu ri e repeti:
– O.k.
Aí a linha ficou silenciosa, mas não completamente muda. Era quase como se ele estivesse no meu quarto comigo, mas de um jeito ainda melhor – como se eu não estivesse no meu quarto e ele, não no dele, mas, em vez disso, estivéssemos juntos numa invisível e tênue terceira dimensão até onde só podíamos ir pelo telefone.
– O.k. – ele disse, depois do que pareceu ser uma eternidade. – Talvez o.k. venha a ser o nosso sempre.
– O.k. – falei.
E foi o Augustus quem desligou.

Juntos, eles vivem suas vidas da melhor maneira possível, procurando aproveitar cada segundo, que parece ser especial e sagrado, e chegam até mesmo, a viajar para Amsterdã, para encontrar o autor preferido de Hazel e obter algumas respostas sobre seu livro preferido. Então, no que parece ser um sonho permeado com a realidade de uma noite de núpcias, o casal faz de tudo em busca da felicidade que fora privada de certa forma pela doença.

– Eu estou apaixonado por você – ele disse, baixinho.
– Augustus – falei.
– Eu estou – ele disse, me encarando, e pude ver os cantos dos seus olhos se enrugando. – Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenar um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.

Apesar do desenrolar triste que a história segue a partir da viagem, que faz você chorar inconsequentemente, o final não poderia ter sido mais perfeito, deixando algumas questões dentro da sua cabeça, para que você então, possa imaginar o que aconteceu. Em uma dessas questões que me surgiu, segui o exemplo de Hazel e enviei para o autor, John Green, que me respondeu que o livro pertence aos leitores. Cada qual tem sua concepção do que acontece depois do final, depois do Eu aceito, Augustus.

Passei a maior parte da minha vida tentando não chorar na frente das pessoas que me amavam, por isso sabia o que o Augustus estava fazendo. Você trinca os dentes. Você olha para cima. Você diz a si mesmo que se eles o virem chorando, aquilo vai magoá-los, e você não vai ser nada mais que uma Tristeza na vida deles. Você não deve se transformar numa mera tristeza, então não vai chorar, e você diz tudo isso para si mesmo enquanto olha para o teto. Aí engole em seco, mesmo que sua garganta não queira, olha para a pessoa que ama você e sorri.

A história passa uma lição de vida permeada de realidade, isto é, mostrando que nem sempre obtemos o final feliz que queremos, mas apesar disso, nossa cabeça deve permanecer sempre em pé, e não é válido reclamar do que temos, mesmo que seja pouco, já que mesmo o pouco, já é o suficiente. Somos privilegiados apenas por estarmos respirando, e que cada dia já é uma batalha merecidamente vencida, e portanto, precisamos ter vontade de viver.

Mas eu acredito em amor verdadeiro, sabe? Não acho que todo mundo possa continuar tendo dois olhos nem que possa evitar ficar doente, e tal, mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa.

É uma leitura que deveria ser considerada obrigatória para todas as pessoas, sejam nas escolas ou no trabalho, porque a mensagem que Green traz é perfeitamente realista de modo que, apesar dos momentos de tristeza, é preciso saber viver, e como contornar tudo isso. Foi de longe, o livro que mais chorei lendo, e o mais rápido também: quatro horas. É impossível interromper a leitura por muito tempo.

– Não é justo – falei. – É tudo tão injusto…
– O mundo não é uma fábrica de realização de desejos – ele retrucou.

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Resenha: Maldosas, Sara Shepard

Pretty Little Liars fala sobre a vida de quatro garotas — Spencer, Hanna, Aria e Emily — que acabam se “separando” depois do sumiço de sua líder, Alison. Três anos depois, elas começam a receber mensagens de texto e alguém que está assinando como “A” e ameaça a expor seus segredos — incluindo os mais secretos que elas achavam que somente Alison sabia.

Quando comecei a leitura deste livro, eu já assistia ao seriado baseado, Pretty Little Liars, e ele estava no auge de sua segunda temporada. Grande fã da série, sempre surge aquele receio com questão a fidelidade entre adaptações televisivas ou cinematográficas/livro.

Três pessoas só podem guardar um segredo, se duas delas estiverem mortas.

No entanto, o livro é extremamente fiel ao enredo geral do seriado, isto é, conta a história de quatro garotas, Aria, Emily, Spencer e Hanna, que eram grandes amigas da menina mais popular do colégio e da cidade, Alison, líder do grupo. Um dia, o primeiro das tão esperadas férias de verão, as meninas resolvem fazer uma pequena festa do pijama particular em uma casa anexa à casa de Spencer,e Alison desaparece misteriosamente, sem deixar muitas pistas.

Antes de Ali, as garotas se sentiam como as calças jeans de cintura alta e pregas de suas mães – estranhas e notadas pelas razões erradas. Mas, depois, Ali fez com que se sentissem como as roupas esportivas mais perfeitas do mundo, feitas pela Stella McCartney – aquelas que são tão caras que ninguém pode comprar.

Por alguma ironia do destino, as meninas se separam depois do ocorrido, porém, três anos depois, quando Aria está de volta à cidade (ela havia se mudado para o exterior), as garotas passam a se aproximar novamente, e a serem ameaçadas por mensagens de texto, e-mails e cartas de uma pessoa que assina como “A“, mesma assinatura utilizada por Alison antes de desaparecer.

Era horrível pensar que Ali podia estar morta, mas… se estava, pelo menos seus segredos estariam seguros. E estavam. Pelo menos, por três anos.

A essa altura do campeonato, as garotas estão conformadas que Alison provavelmente está morta, já que são três anos sem nenhum tipo de notícia, e passam a viver suas vidas normalmente, e a ter novos interesses amorosos, lidando apenas, com as constantes ameaças de “A”, que estão cada vez piores, expondo segredos, dos mais sombrios possíveis, alguns apenas Ali sabia.

No que diz respeito a Spencer, Aria, Emily e Hanna, algo nelas também mudou. Agora, se elas passavam pela velha rua de Ali e davam uma olhada para a casa dela. não entravam mais no modo “choro instantâneo”. Em vez disso, começaram a sentir algo mais. Alívio.

Se compararmos com a história apresentada neste primeiro livro da série, com os capítulos do seriado, o enredo principal corresponde apenas ao primeiro episódio. Existem alguns fatos e situações que, são apresentados em outros capítulos da mesma temporada, aleatoriamente. É uma história totalmente fascinante esta que Shepard escreve, que faz você ansiar cada vez mais pelo próximo capítulo (cada capítulo é de uma menina), e querer descobrir cada vez mais sobre o que provoca cada fato do livro, totalmente misterioso.

Eu ainda estou aqui, suas vacas. E eu sei de tudo. – A

É incrível como é conciliado a vida real com a ficção, pelo menos ao meu ver, já que os constantes acontecimentos forçam as personagens a inventar mentiras de imediato, tanto para seus parentes, amigos e até mesmo aos policiais. Possui um desfecho incrível e é um livro que recomendo para qualquer pessoa e quase todas as idades. O preço é um pouco salgado, mas a qualidade do material em que é constituído, vale muito a pena. Sou fã de carteirinha dos livros da Rocco, e seus acabamentos totalmente incríveis e inigualáveis.

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Resenha: A Elite, Kiera Cass

A Seleção começou com 35 garotas. Agora restam apenas seis, e a competição para ganhar o coração do príncipe Maxon está acirrada como nunca. Só uma se casará com o príncipe Maxon e será coroada princesa de Illéa. Quanto mais America se aproxima da coroa, mais se sente confusa. Os momentos que passa com Maxon parecem um conto de fadas. Quando ela está com Maxon, é arrebatada por esse novo romance de tirar o fôlego, e não consegue se imaginar com mais ninguém. Mas sempre que vê seu ex-namorado Aspen no palácio, trabalhando como guarda e se esforçando para protegê-la, ela sente que é nele que está o seu conforto, dominada pelas memórias da vida que eles planejavam ter juntos.
America precisa de mais tempo. Mas, enquanto ela está às voltas com o seu futuro, perdida em sua indecisão, o resto da Elite sabe exatamente o que quer — e ela está prestes a perder sua chance de escolher. E justo quando America tem certeza de que fez sua escolha, uma perda devastadora faz com que suas dúvidas retornem. E enquanto ela está se esforçando para decidir seu futuro, rebeldes violentos, determinados a derrubar a monarquia, estão se fortalecendo — e seus planos podem destruir as chances de qualquer final feliz.

CONTÉM SPOILERS!

No segundo livro da trilogia “A Seleção,” de Kiera Cass, America está ainda mais perdida e confusa em relação ao seu futuro, mesmo depois de Maxon ter deixado bem claro que se ela quisesse, ele pediria sua mão em casamento, mas a garota continua ainda mais confusa após a aparição de Aspen no palácio, trabalhando como guarda, e posteriormente seu protetor pessoal.

Rodeada de incertezas, America passa a ter encontros românticos com o príncipe e com o guarda, principalmente depois de ser magoada inúmeras vezes pelos encontros de Maxon com as outras garotas passarem a ser mais constantes. A candidata a ser princesa então, pede um tempo, algo que é impossível no momento, uma vez que o povo de Illéa e o rei, estão sofrendo constantes pressões para a escolha da futura rainha.

De repente me lembrei que Aspen sempre foi assim. Ele sacrificou noites de sono por mim, arriscou ser pego depois do toque de recolher por mim, juntava moedas para mim. A generosidade de Aspen era mais difícil de ser vista porque não era tão grandiosa quanto a de Maxon, mas o sentimento por detrás do que ele cedeu era muito maior.

Neste livro, apesar de interiorizar as incertezas de America mais fortes que nunca, é tratado também de questões políticas e históricas de Illéa, assim como o aumento constante dos ataques rebeldes ao palácio e a verdadeira personalidade do rei, frívolo e calculista, chegando até mesmo a açoitar o próprio filho.

Não importava o que viesse, eu enfrentaria. Tinha que enfrentar.

Particularmente, gostei bastante do enredo que o livro seguiu, até mesmo os personagens, e confesso que em muitos momentos passei a ficar assustada com suas ações e o que poderiam fazer em sequência. Sem dúvida nenhuma, ficou melhor que a primeira obra, já que explorou situações jamais aprofundadas antes, como já foi dito, a questão dos rebeldes e política do país.

Resenhas

Resenha: O Príncipe, Kiera Cass

Antes que trinta e cinco garotas fossem escolhidas para participar da Seleção… Antes que Aspen partisse o coração de America… Havia outra garota na vida do príncipe Maxon.

Antes que America fosse sorteada, o príncipe Maxon tinha outra garota em sua vida, uma garota que o amava, mas então ela se foi, e Maxon ficou inseguro para que pudesse receber mais 35 novas garotas em sua vida, e conhecer todas elas, depois escolher uma para passar o resto de sua vida ao lado dela.

Mas como Maxon não demonstra muito em ”A Seleção”, já que este é narrado por America, Kiera fez um outro pequeno livro, que consiste em revelar os pensamentos do Príncipe Maxon, e como ele reagiu a tudo que aconteceu no primeiro livro, o que foi uma ótima ideia, e eu particularmente adorei isso. O livro só está disponível em formato digital e seu download é gratuito no site da Saraiva ou da própria editora.