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Resenha: Um perfeito cavalheiro, Julia Quinn

Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse é um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, ela consegue entrar às escondidas no baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhce o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois, Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica.

Pensei que o terceiro livro da série seguiria o padrão dos outros, mas a Julia me surpreendeu e foi além trazendo a tona um dos meus assuntos favoritos no mundo que são conto de fadas. E de cara, tivemos mais uma história baseada no clássico da ”Cinderela”.

No terceiro livro da série os Bridgertons conhecemos Benedict, o segundo filho da grande linhagem de Bridgertons espalhados por toda Londres. Benedict é um personagem fofo que se encontra perdido com sua mãe, Lady Violet e sua insistência em lhe arrumar uma noiva.

Mas como Violet sempre consegue ter o quer dos filhos por puro amor, acaba reunindo-os em um baile de máscaras ao qual a mesma é anfitriã. E mesmo Benedict não tendo o desejo de estar presente, acaba ”aparecendo”, afinal, é o que a mãe quer. Então sabe aquela coisa de estar no lugar certo no momento certo? Eu costumo chamar de magia.

”- Eu quero… – A voz dele virou um sussurro, e seus olhos pareceram vagamente surpresos, como se ele não conseguisse acreditar nas próprias palavras. – Eu quero o seu futuro. Cada pedacinho seu.”

De outro lado, temos Sophie, filha bastarda de um Conde, que ao morrer a deixou para trás com suas irmãs postiças e sua madrasta, que fazem questão de tornar a vida da nossa pequena um inferno desde quando colocaram seus pés na casa do Conde.

E devido a este baile, ao qual a fada madrinha de nossa pequena Sophie consegue leva-la, nosso casal de pombinhos se conhece e se apaixonam. Essa foi uma das minhas partes favoritas do livro por tantos motivos que se fosse enumera-los teríamos um grande lista de páginas e páginas. Mas como nem tudo são rosas, é claro que Benedict não descobre quem é a linda moça que adentrou a porta de sua casa naquela noite e principalmente, as portas de seu coração.

Para que enfim nosso casal tenha algum contato, é preciso que se passem anos até o reencontro. E durante esses anos houveram tantas mudanças que é difícil saber se eles finalmente ficarão juntos.

“– O que você está vendo? – indagou.
Sophie tropeçou, mas não tirou os olhos dos dele em nenhum momento.
– Minha alma. – sussurrou. – Estou vendo minha alma.”

Sophie é uma das personagens mais doces e amorosas que conheci até hoje. Julia conseguiu passar para ela toda a magia que é ser uma princesa. É de encontro a ”Cinderela” mais fofa que conheci até hoje – depois da original. Além de ter toda uma graça incrível que me fez dar altas risadas.

Benedict me surpreendeu tanto que me encantei por ele. Ele é doce, amável, educado e mesmo as vezes em que passou dos limites, não atrapalharam o amor que fora colocado ao redor de seu nome em meu coração.

O livro me arrancou lágrimas e que o concluí apenas em uma madrugada. Agora tenho um apreço bem maior por Benedict, mas meu personagem favorito continua sendo Colin – mesmo aparecendo pouco na trama – e estou super feliz que o próximo livro é do meu Bridgerton favorito(<3)!

 

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Resenha: O duque e eu, Julia Quinn

Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta. Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.

Como uma grande fã de romances de época, acabei me apaixonando pela a série ”Os Bridgertons” antes mesmo de lê-la. No começo, me arrependi um pouco por ter colocado tanta expectativa em cima dos livros da Julia, mas depois acabei me apaixonando perdidamente pela história, personagens e por tudo que engloba a família Bridgerton.

Antes de ler essa resenha, você precisa entender que a série trata-se de uma grande família, para ser mais exata da grande família Bridgerton, ao qual os filhos foram nomeados segundo a ordem alfabética. E em cada livro, sabemos mais um pouco da história de cada um dos maravilhosos filhos de Violet e Edmund.

“Eu quero um marido. Uma família. Não é tão bobo quando se pensa nisso. Sou a quarta de oito filhos. Só conheço famílias grandes. Não sei se saberia existir fora de uma.”

Neste livro conhecemos Daphne, a quarta filha dos Bridgertons. Graças a sua mãe, nossa mocinha se encontra perdida entre os bailes da sociedade londrina em busca de um marido, mas a cada passo que dá para mais um baile, parece que são dois passos a menos o altar, pois infelizmente os únicos dispostos a lhe pedir a mão são cheios de asneiras por dentro e por fora

Até que em uma noite, enquanto foge de um de seus pretendentes malucos, acaba conhecendo o Conde/melhor amigo de seu irmão, até então desconhecido e por isso chamado apenas de Simon por Daphne. Após aos grandes acontecimentos que marcam a noite em que se conheceram e depois as devidas apresentações, nasce uma grande amizade entre ambos. Que mais em breve acaba-se tornando amor. Um amor louco e as vezes doentio, mas amor.

“- As mães da sociedade, seu tolo. Aqueles dragões cuspidores de fogo que têm filhas em idade de casar, que Deus nos ajude. Você pode fugir, mas é impossível se esconder delas. E devo alertá-lo para o fato de que a minha é a pior de todas. – Minha nossa… E eu pensando que a África era perigosa.”

Eu me apaixonei pelo livro de uma forma que não dá para explicar e ele foi sem dúvidas o ponta pé inicial para que a série torna-se meu xodó. Sem contar que fora os personagens principais é incrível ver a forma como a família Bridgerton vive! E outra coisa maravilhosa é estar por dentro de todos os acontecimentos da sociedade londrina por ninguém mais, ninguém menos que Lady Whistledown, que é tipo ”Gossip Girl” na história!

Ah, e tente não se apaixonar por Colin Bridgerton, porque esse já é o meu favorito Bridgerton favorito!

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Resenha: Capitão Britânia – O Mundo Distorcido – Alan Moore & Alan Davis

“O Capitão Britânia embarca numa surpreendente aventura que o leva a uma versão sombria e distorcida da Grã-Bretanha, na qual se depara com a insanidade do manipulador de realidade Mad Jim Jaspers e tem de enfrentar o aterrorizante assassino de heróis, o cybionte fúria. O Leão de Londres também se reúne à bela Saturnyne, bem como enfrenta um de seus mais letais inimigos, o Mestre Assassino, a anárquica Gangue Maluca e é caçado por Cão de Guerra e o Poder Executivo. Ação e aventura britânicas trazidas até você à Magnipotente Moda Marvel.”

Se você se deparar com um quadrinho ou graphic novel com o nome de Alan Moore, é quase certeza de que será uma HQ campeã, ou ao menos, deixará sua cabeça doendo na hora em que terminá-la. O artista Alan Davis também não é exceção, a combinação dos dois “Alans” foi uma fase incrível para o Capitão Britânia. Davis tem uma grande técnica narrativa e sua arte incrível evoluiu no decorrer da história, é possível literalmente observar a evolução de seus traços. O mesmo vale para Moore, que começa com um roteiro devagar que evolui até se tornar uma história envolvente, refinando mais ainda o seu estilo característico.

Capitão Britânia, Saturnyne, Jackdaw e outros heróis estão em meio ao caos que se instaura na Inglaterra. Lutam desesperadamente para combater um inimigo que surgira, Fúria o Cybionte. Porém ao tentar lutar contra algo tão poderoso como o Fúria, Capitão Britânia é atingido e rechaçado. Após observar o capitão ser derrotado, Saturnyne decide bater em retirada convocando a Vanguarda e teleportando-se para longe, deixando seus companheiros para trás e traindo a confiança não só do Capitão Britânia mas também de Jackdaw.

Em meio a confusão Fúria segue desintegrando os heróis, o capitão se recupera apenas para observar seu amigo e companheiro Jackdaw ser atingido pelas costas, estarrecido ele segura seu amigo enquanto a vida do mesmo se esvai lentamente. Após presenciar a morte de Jackdaw o Capitão Britânia se enfurece e ataca o Fúria, porém seus esforços são em vão, a criatura é forte demais para ser derrotada apenas por ele, o capitão é atingido e cai novamente sem esperanças, quando tudo parece perdido surge Mad Jim Jaspers, não para ajudar mas sim para perturbar a mente do pobre herói.

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O capitão sobe na nave de Mad Jim e se depara com um vilão insano e poderoso com a habilidade de mudar a realidade, o homem louco, muda de roupa a cada quadro que se segue, enquanto mergulha o Capitão Britânia em um mundo de insanidade. Revivendo imagens de seus amigos que morreram agora a pouco. Desesperado o capitão pula da nave, porém com seu braço danificado ele não consegue erguer voo e cai violentamente. Com a mente fatigada e trincada ele lamenta-se enquanto o Fúria se prepara para acabar com sua existência.

“Capitão Britânia – O Mundo Distorcido” é uma excelente HQ, complexa e envolvente. Alan Moore mostra mais uma vez o porque de ser considerado um dos gênios dos quadrinhos, explorando universos alternativos como também várias outras versões do Capitão Britânia em outras terras. Ele cria uma história espetacular, com uma série de tramas dentro da história principal que torna a HQ em algo bem mais profunda do que aparenta ser em seu início. A arte de Davis como dito antes evolui a cada página, um traço agradável e ao mesmo tempo forte com belas expressões corporais. Uma HQ recomendadíssima para todos que querem conhecer um herói que não tem a mesma popularidade que os grandes do universo Marvel.

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Resenha: O Orfanato da Srta Peregrine para crianças peculiares, Ransom Riggs

Um garoto comum, um avô que é visto como maluco, e uma coleção de fotos peculiares. Esse livro é algo totalmente diferente de tudo que já li. Uma história que vai te prender do começo ao fim, e quando terminar, vai te deixar com um gostinho de quero mais.

Atenção, os trechos em destaque podem conter spoilers!

Jacob Portman, é um garoto aparentemente comum, que vive na Flórida junto com seus pais. Quando não está trabalhando na rede de supermercados da sua rica família, o jovem passa a maior parte do tempo com seu avô Abe Portman, que sempre lhe enchia a cabeça com histórias sobre um orfanato no qual viveu durante parte da segunda-guerra mundial, antes de se alistar no exército.

Apesar de por um longo tempo ter acreditado nas histórias e nas fotos fantasiosas que seu avô mostrava, Jacob já era um adolescente prestes a terminar o ensino médio, por isso a história do peculiar orfanato com crianças capazes de soltar fogo pela mão, levantar uma pedra apenas com a força de um braço, e até mesmo voar, já não o impressionava mais. Ele sabia que tudo aquilo não passava de um delírio de seu avô, que provavelmente inventou esse orfanato incrível para fugir da cruel realidade vivida na guerra.

Em um dos vários dias tediosos no trabalho que Jacob odiava, e sempre tentará causar sua própria demissão, o jovem é surpreendido com uma ligação de seu avô, que estava desesperado do outro lado da linha. Acostumado com os delírios cada vez mais recorrentes, no qual Abe dizia estar sendo seguido por monstros, Jacob não deu muita bola, e tentou acalmar seu avô que gritava muito, e a qualquer custo queria saber onde estava a chave do armário onde ele guardava sua coleção de armas.

Ao ouvir as palavras arma, Jacob corre para a casa de seu avô, preocupado com o que ele seria capaz de fazer caso conseguisse abrir a porta daquele armário. [Começo do Spoiler] Ao chegar na casa ele chama por Abe, mas não recebe nenhuma resposta. Jacob vai adentrado cada vez mais a casa, até encontrar a porta que dá para o quintal aberta, onde ele segue e se depara com seu avô, todo ensanguentado, que no seu último suspiro faz um pedido ao neto. Que saia dali, e siga para o orfanato da Srta Peregrine, onde estaria protegido. Jacob ouve um barulho ao fundo, e ao apontar uma lanterna vê algo que seus olhos não puderam acreditar, uma criatura horrível, um monstro. Seria aquilo que teria matado seu avô? [Fim do Spoiler]

Após várias consultas psiquiátricas com o Dr. Golan, Jacob se convence de que o que ele havia visto poderia muito bem ser uma reação nervosa a situação horrível pela qual passou. Mas mesmo assim, decide convencer seus pais a deixa-lo passar uma semana na ilha, com o argumento de que seria bom para ele conhecer a história de seu avô, além disso convenceu seu pai que era um escritor fracassado, de que seria um ótimo lugar onde ele poderia fotografar e estudar pássaros exóticos para seu próximo livro.

Jacob parte então numa aventura para uma pequena ilha no País de Gales, e chegando lá logo se empolga em procurar o orfanato no qual seu avô tinha vivido. Ele sabia que provavelmente o local não era mais habitado e nem administrado pelas mesmas pessoas, mas com sorte, conseguiria alguma informação. Mas para sua decepção total, tudo que ele encontra é uma casa velha, destruída, que segundo os moradores locais, foi atingida por uma bomba, onde todos haviam morrido, inclusive a Srta Peregrine.

Não satisfeito, Jacob resolve voltar várias vezes ao local durante sua estadia, e encontra um baú de fotos, uma das poucas lembranças daquele local bombardeado pelos alemães. Analisando as fotos, ele reconhece várias das crianças, são as mesmas que seu avô lhe mostrará nas fotos peculiares, uma menina flutuando, outra levantando uma pedra com uma mão, um garoto soltando abelhas pela boca. Cada foto mais esquisita que a outra, e Jacob prestava atenção a cada uma delas, tentando descobrir como foram forjadas, até que um barulho na casa o deixa estagnado. Ao apontar a luz fraca de seu celular ele tem um choque, uma garota o observava, a mesma garota que ele virá segundo atrás nas fotos, com uma bola de fogo nas mãos. Mas como seria possível? Mesmo que estivesse viva, como explicar a aparência que continuou a mesma depois de mais de 60 anos? Naquele momento ele toma uma atitude, e sai correndo atrás da garota, que foge e por um momento some de sua vista, até que ele é surpreendido e capturado por ela. Com os braços amarrados, e a cabeça a mil, Jacob é levado, e ao chegar ao seu destino, as coisas começam a ficar ainda mais estranhas.

O orfanato da Srta Peregrine para crianças peculiares’, é uma narrativa intrigante, cheia de mistérios e fotos que deixam o livro ainda mais interessante. O texto com as imagens funcionam perfeitamente juntos, e despertam a curiosidade do leitor a cada página que passa. Em seus onze capítulos, o tempo parece passar mais rápido, e quando você percebe já está no fim da história.

Escrito pelo cineasta, fotografo e autor Ransom Riggs, o livro faz parte de uma trilogia, e sua adaptação para o cinema dirigido por ninguém menos que Tim Burton (A fantástica fábrica de chocolate), estreia em Setembro desse ano. Confira algumas fotos do filme que terá o ator Asa Butterfield (O Menino do Pijama Listrado) como protagonista.

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Resenha: Sombrio, Luke Delaney

“Quando um corpo é encontrado na floresta com sinais de tortura e sadismo, o detetive Sean Corrigan entra na investigação. Ele sabe que está atrás de alguém que tem o estranho prazer de sequestrar as mulheres e as manter em cativeiro, antes de matá-las.
O assassino, um homem obcecado, busca em cada mulher que sequestra ao menos uma sombra da ‘garota de seus sonhos’. Mas parece que nenhuma delas chega aos pés da mulher perfeita que ele almeja. No dia que ele a encontrar, será para sempre. Mesmo que ela não queira.”

Nunca senti tanto medo e fiquei tão angustiada ao ler um livro, como fiquei com Sombrio. Embora o título em português ter sido traduzido de modo diferente (em inglês se chama “The Keeper”), o nome é perfeito para representar o tom pesado do livro. Sombrio é o segundo livro da série do Detetive- Inspetor Sean Corrigan, devo confessar que não li o primeiro, Brutal, mas agora estou super curiosa para conhecer um pouco mais das histórias do escritor Luke Delaney.

Sean Corrigan trabalha no departamento de investigação de homicídios em Londres, mesmo não sendo de sua responsabilidade, ele e sua equipe são designados a investigar um misterioso caso de desaparecimento.

A desaparecida é Louise Russel, uma jovem de 30 anos, sequestrada em sua própria casa, lá há vestígios de clorofórmio no chão, seu carro foi deixado numa floresta e as pistas que levam ao culpado são escassas, mas as investigações se iniciam e eles correm contra o tempo, antes que o desaparecimento se torne um caso de homicídio.

O sequestrador, Thomas Keller, viveu uma infância muito difícil e traumática, na sua infância se apaixonou por uma colega de escola, chamada Sam, porém não teve seu amor correspondido, por esse motivo começa a procurar uma substituta para ela, que vai amá-lo do jeito que ele sempre sonhou.

Ele procura mulheres – todas jovens, altas, de cabelos castanhos e curtos e olhos verdes, parecidas com Sam – que irão satisfazer suas fantasias. É movido pela sua obsessão, portanto não tem o menor cuidado em não deixar vestígios de seus crimes, que acontecem em ciclos planejados ou não.

Primeiro, descobre tudo que puder sobre sua futura Sam, usando de um artifício ( que não posso contar, porque é spoiler), entra na casa da vítima, sequestra, leva até o porão de sua casa e a mantém por alguns dias trancada em uma gaiola. No começo a trata muito bem, porque não tem a menor dúvida que a mulher realmente é sua amada, mas logo sua fantasia não é o bastante, ele precisa de outra substituta. Então vem o terror, os estupros, a violência, os abusos físicos e psicológicos, ele mata a vítima e vai atrás de outra.

Quando o corpo de Karen Green é achado completamente machucado e violado, com as marcas do DNA do sequestrador de Louise, Sean entra na mente de Thomas e percebe o ciclo de suas fantasias, ele sabe que Louise tem pouco tempo e que outra garota será sequestrada. A partir de então, começa uma corrida contra o tempo para encontrar Louise e, impedir que ela seja a próxima a ser assassinada cruelmente.

Sombrio prende o leitor do começo ao fim, a narrativa em 3ª pessoa, varia entre o ponto de vista dos principais personagens, é possível saber o que ele estão sentindo e pensando, algumas vezes isso é um pouco perturbador

Eu nunca senti tanto ódio a um personagem quanto senti por Thomas Keller (até mais do que meu ódio por Dolores Umbridge, de Harry Potter, o que eu achava impossível). Quando a narrativa focava nele, eu me sentia mal. Sua mente é doentia, obsessiva, seus pensamentos e suas ações são sujas e você acaba se sentindo suja também. Traumas e sofrimentos moldaram sua personalidade, desde a infância ele é desprezado e humilhado pelos outros. Mas isso não é justificativa, ele é um ser humano que dá nojo.

Quando Keller estupra as vítimas (o que é descrito de maneira bastante explícita), ele coloca toda sua frustação e ódio nas mulheres. Mantê-las submissas e indefesas lhe traz satisfação. Como todo estuprador, submeter sua vítima a esse tipo de humilhação e violência é uma demonstração de poder e superioridade, que ele não encontra em outro lugar. É muito difícil ler essa parte da história, fiquei revoltada com o que ele fazia, minha vontade era de entrar no livro e tirar as mulheres daquela situação. O pior é pensar que isso realmente acontece com milhares de meninas e mulheres no mundo todo.

Sean Corrigan é um personagem singular. É muito dedicado a seu trabalho, vive e respira o trabalho 24h por dia. Sean tem um dom muito especial que o ajuda a solucionar os crimes, combinado com situações traumáticas de seu passado e uma imaginação fértil, ele consegue recriar os crimes em sua mente, entrar na cabeça do criminoso e ver com muita nitidez como os casos ocorreram, de forma quase mediúnica (o livro deixa claro que ele não é médium, mas eu ainda acho ele é sim!). Acho até um pouco exagerado, pequenas pistas já fazem com que ele descubra muito mais do que elas mostram, em muitos momentos achei seus dons um tanto forçados, a não ser que ele seja médium mesmo, só assim faz sentido.

Enfim, Sombrio é um livro que eu indico para todos aqueles que gostam de mistério e investigação policial. Mostra bem o cotidiano dos detetives e policiais, é muito interessante conhecer como os crimes são investigados. Mas já te aviso, você vai ficar angustiado. Toda vez em que ouvir os passos de Keller descendo as escadas que levam ao porão, seu coração vai disparar, sua respiração vai ficar acelerada, vai ter medo pelas mulheres aprisionadas, vai chorar quando forem violentadas e vai desejar mais que tudo que Sean encontre esse maluco.

Ps. Te odeio Thomas Keller!!! Se eu te encontrar um dia, não respondo pelos meus atos.

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Resenha: Depois de você, Jojo Moyes

Quando uma história termina, outra tem que começar. Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Como eu era antes de você conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.
Em Depois de você, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.
Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente.

ATENÇÃO: Essa resenha contém spoilers do livro #1 “Como eu era antes de você”.

Minha primeira resenha oficial para o Beco Literário foi de um livro muito especial: Como eu era antes de você, um dos meus livros preferidos, o livro mais tocante e emocionante que já tive o prazer de ler. Declamei meu amor em muitas palavras nessa resenha (que você pode conferir clicando aqui). Então, foi com muita alegria que recebi a notícia que essa história iria ganhar uma continuação…

“Você não me deu uma vida, deu? De jeito nenhum. Só acabou com a minha antiga. Desfez em pedacinhos. O que eu faço com o que sobrou?”

Abalada após a perda de Will, Lou cumpre sua promessa e viaja pelo mundo, parando especialmente em Paris, a pedido de Will e aproveitando o que a cidade tem a oferecer. Após passar meses viajando sem rumo e sem se sentir ela mesma, Louisa volta à Inglaterra, mas decide não morar em sua cidade natal pois não se encontra preparada para as lembranças que a aguardam lá. Com o dinheiro deixado por Will, Lou compra um apartamento e encontra um emprego como garçonete em um bar no aeroporto e procura algum sentido pra sua vida.

Você se animou com o parágrafo acima? Pois é, eu também não. Por esse motivo, demorei a engatar a leitura, sempre pensando “calma, Rafa… vai melhorar”. Cheguei a última página esperando essa melhora e não encontrei.

Peço desculpas mas não gostei de “Depois de você”. Comecei a leitura ciente de que, muito provavelmente eu iria me decepcionar em algum grau, mas nunca imaginei que seria tanto. Louisa continua a mesma personagem conformada com o comodismo, encostada no trabalho que lhe parece mais fácil e com medo de arriscar. Talvez até pior. A premissa de “Como eu era antes de você” e todos os ensinamentos que ela aprendeu com Will foram sobre viver a vida e agarrar as oportunidades que aparecem, deixar o comodismo de lado e ir atrás dos seus objetivos. Minha impressão foi que Lou enterrou tudo que tinha aprendido junto com Will.

“Aprendemos a conviver com a perda, com as pessoas que nos deixam. Porque elas permanecem conosco, mesmo não estando vivas, mesmo não respirando mais. Não é a mesma dor avassaladora que sentimos no começo, aquela que nos invade e dá vontade de chorar nos lugares errados, que nos deixa irracionalmente irritados com todos os idiotas que ainda continuam vivos, enquanto quem amamos está morto. Mas aprendemos a nos adaptar. É como se acostumar com um buraco dentro de nós.”

Logicamente eu não esperava uma Louisa feliz e radiante após a perda de um grande amor, mas esperava que ela pelo menos tentasse. Tentasse viver e correr atrás dos seus sonhos (cadê a faculdade de moda? cadê a criatividade de criar roupas coloridas?). Também não gostei do pretexto utilizado pela autora para levar Lou de volta a vida e a família de Will… sinceramente achei forçado e desnecessário. Com relação aos personagens, esperava que a autora nos apresentasse aos amigos do grupo de apoio que Lou sempre conversava, mas ela trás novos personagens que não capturaram minha atenção completamente. No geral, tive a sensação que eu não estava lendo a continuação daquele primeiro livro maravilhoso, e sim um livro completamente diferente.

Um grande medo que tive desde o inicio da leitura foi Lou encontrar um novo amor. Sei que isso é o natural e também o que ela merece, mas sempre pensei “se eu não superei Will, como Lou pode superar?” e meus medos foram se concretizados da pior forma: achei o romance entre Lou e Sam um pouco forçado, como se o personagem fosse moldado a ser perfeito para conquistar os fãs, diferentemente de Will, que mesmo ranzinza e rabugento conquistou a todos nós. Um dos poucos pontos favoráveis na leitura são os trechos com a participação do grupo de apoio “Seguindo em frente”, onde além de belas histórias e lições, também nos divertimos com as discussões dos personagens.

“E o que aprendemos compartilhando nossas memórias, nossas tristezas e nossas pequenas vitórias é que não há problema em ficar triste. Ou perdido. Ou com raiva. É normal sentir certas coisas que os outros não podem entender, e algumas vezes por bastante tempo. Todo mundo tem um percurso próprio. Nós não julgamos.”

Por fim, é com um coração pesado que digo que: se você quer manter a magia e encantamento de “Como eu era antes de você”, não leia “Depois de você”.

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Resenha: Capitão América – Morre uma Lenda – Jeph Loeb, J. Michael Straczynski, Leinil Yu, Ed McGuinness, John Romita Jr., David Finch & John Cassaday

“Durante mais de 70 anos, o Capitão América lutou para proteger o país que ama, até ser baleado por um assassino misterioso, Agora, a comunidade de super-heróis precisa encontrar uma forma de lidar com a dor enquanto chora pelo fim de um dos seus maiores heróis, e também aceitar a responsabilidade que possa ter pela morte do Capitão América.”

A Marvel sempre leva a sério o assunto de matar um personagem, seja ele importante ou não. Por isso, quando o herói escolhido se tratava do icônico Capitão América, obviamente a história e suas repercussões teriam que ser imensas.

De certa forma o capitão sempre foi um dos personagens mais importantes do Universo Marvel, apesar de sua primeira aparição pré-datar o início oficial (“Quarteto Fantástico 1” 1961). Ele surgiu 20 anos antes como cocriação de Joe Simon e Jack Kirby, apesar disso ele certamente tinha tudo necessário para ser considerado um herói Marvel, mesmo antes de Stan Lee trazê-lo de volta em 1963.

O roteiro idealizado por Straczynski mas produzido por Loeb é bastante focado nos detalhes onde sempre é possível perceber várias referências de outras histórias e a arte foi feita por Yu, McGuinness e Romita Jr. É claramente possível ver a diferença dos traços durante as edições, mas os três são mestres no que fazem e não deixam nada a desejar.

Steve Rogers o Capitão América se rende pondo um fim a “Guerra Civil”, uma guerra que levou dois grupos de super-heróis as ruas para lutarem pelo registro dos heróis ou pelo anonimato, o capitão por sua vez liderou a resistência contra o Homem de Ferro e, por fim, percebendo que seus atos estavam trazendo mais o mal do que o bem, decide se render pondo um fim a guerra.

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Durante sua escolta para o tribunal ele é baleado gravemente várias vezes, com isso Nova Iorque se torna um Caos, enquanto Tony Stark lidera a S.H.I.E.L.D procurando o culpado o mesmo acontece com os heróis que ainda resistem a lei do registro. Ninguém quer acreditar mas enquanto todos procuram lidar com o luto e a certeza de que não mais poderão contar com o Capitão América, inimigos surgem para ameaçar o mundo, enquanto o mesmo enfrenta a morte de um ícone.

“Capitão América – Morre uma Lenda” é uma HQ tocante que passa a tristeza da morte de um dos maiores personagens do Universo Marvel de forma palpável, fazendo o leitor sentir o mesmo que os demais personagens, ao mesmo tempo que a tristeza toca também temos cenas de ação frenéticas e muito bem elaboradas, com tantos talentos trabalhando na mesma história não é uma surpresa que tenha sido um grande sucesso, recomendada principalmente para os fãs do “primeiro vingador”.

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Resenha: A Instrução da Noite, Maurício de Almeida

É raro conseguir ler literatura brasileira no Brasil, principalmente a atual literatura. É difícil encontrar Brasil nos livros lançados nos últimos anos. Resultado de toda uma transformação do mercado literário, isso é óbvio, mas na contra-mão vem outro movimento, um vestígio de mudança, mostrando que ainda se escreve sim a literatura que de tanto sonharmos tornou-se utopia, é de uma coragem fora do normal a adotada por Maurício de Almeida em “A Instrução da Noite”. O leitor corre o risco de ser atingido a cada frase bem calculada, de se perder em tamanho labirinto lógico criado pelo autor, tudo isso para ao chegarmos no fim da obra nos sentirmos os mais enérgicos e culpados seres humanos. Existe uma troca intensa de esforços, entre o leitor e a história e isso é água no deserto que estabeleceu-se em nosso cenário.

“… na sua boca cabe um inferno inteiro.” – página 104

O livro retrata a volta de um pai e como a família reage frente ao acontecimento. Temos como guia a visão do filho, aquele que ficou com toda a carga da família como sua responsabilidade, que tomou conta da mãe e da irmã, Teresa, a qual este dita cada erro e acerto que transpassa em sua mente. Teresa se fora e assim um novo vazio criou-se no íntimo do homem, duas partidas, a da irmã e de seu pai, que fazem do personagem uma pintura meticulosamente planejada, que o coloca na posição de qualquer leitor, que o transforma em narrador e espectador, fazendo de nós, desavisados, vítimas dessa história que utiliza uma poesia impecável. Se perde o ar entre as páginas de “A Instrução da Noite”. O álcool e a nicotina são essenciais para o desenvolvimento da trama, estão lá, presentes como oxigênio e hidrogênio, causando as mais variadas reações. Os acontecimentos seguem uma linha não convencional, somos jogados para um lado, para outro e estamos felizes com isso, ficamos encantados com a forma com que o autor se apropria do tempo e espaço e nos deixa próximos até demais do personagem, nos colocando naquela situação e nos fazendo em alguns momentos julgar, em outros apenas ouvir e obedecer. O livro sacode o ingênuo leitor e o transforma em sentinela constante, dos atos e dos homens, é mar bravio entre barcos desnorteados e isso torna a obra algo breve mas impactante, pequena mas de uma imensidão literária que nos espanta, já que acostumados com a escrita padronizada, vemos tal regresso autoral e nos espantamos.

“… e aquele baque que deveria ser rápido e seco reverberou num longo impacto que denunciou o insensato de minhas expectativas e explicou ser assim que as coisas se resolvem: caindo.” – página 27

É um livro que vai até o mais profundo pensamento humano e revela o que nele existe, que não tem medo de se apossar de temas desconcertantes muito menos de invadir o inabitável do ser, é belo e massacrante e o modo como isso é posto por Maurício de Almeida transforma a história em um marco. A obra é dividida em três partes: Alcoólica, Baldio e Noturno. Entre essas vemos o talento do autor ao colocar tanto significado nos espaços, no que sobra para alguns, para a escrita de Almeida é lacuna necessária para se preencher. Nós sabemos que o livro é de uma singularidade sem tamanho ao notarmos, quase no meio deste, que entre um “tudo bem?” e um “sim, pai.” existem oceanos a serem explorados, e isso é feito com uma maestria dificilmente vista. O comando principal da obra consegue nos transportar para lugares nunca vistos, incrível e poética é a história retratada.

“… o fato de que fui vítima de uma esperança risível: acreditar que estava prestes a algo que jamais terei.” – página 23

A caracterização dos personagens ocorre de forma gradual, não encontramos aquela feição pré-estabelecida, jogada para o autor abarcar e só, nada disso, vemos personagens flutuando frente a visão do ledor e nós conseguimos captar a medida em que o livro transcorre características, vícios e desejos. Uma redoma se cria no enredo de “A Instrução da Noite”, cobertura de realidade e receio, de medo e bravura, de um misto de sentimentos que acaba por deixar o leitor embriagado, por tanta verdade exposta em um só lugar.

“… o tempo é hiperbólico no abandono.” – página 24

Os anseios humanos desfilam e castigam os personagens, os temores e tais vontades são combustíveis necessários para termos tamanha narrativa. Reafirmo, Maurício de Almeida nos presente-a com o novo calcado no passado, a forma de se fazer literatura inspirada nas Clarices e Buarques marca-ponto na forma como o livro foi estruturado e isso agrada qualquer admirador da arte crua e verdeira, sem os modismos impostos pela indústria ou seu modelo pré-fabricado, é uma obra isenta de medos, mesmo os tratando, não apresenta falhas evidentes, ao mesmo tempo que invado o íntimo do homem e o estraçalha. Impecável e brilhante, uma teia de histórias que ao se unirem transformam o livro em algo inesquecível.

 

Resenhas

Resenha: Doutor Estranho – O Juramento, Brian K. Vaughan & Marcos Martín

“O doutor Stephen Strange precisa se lançar na investigação paranormal mais importante de sua carreira para resolver uma tentativa de assassinato – o seu! Com o fiel companheiro Wong muito próximo da morte, o grande mago se vê forçado a embarcar numa perigosa jornada até os confins do Universo Marvel. Ele percorrerá terras inexploradas – do submundo de Nova York até as dimensões ais mortíferas – numa inusitada viagem de maravilhosas descobertas.”

Pode-se dizer que a época dourada do Doutor Estranho foi entre a década de 60 e 70, primeiramente com Steve Ditko e Stan Lee e então com Steve Gerber e Frank Brunner. Apesar de nos últimos tempos Estranho não ter tido título mensal, ele vem sendo integrante regular dos Novos Vingadores e parte vital de grande parte dos maiores crossovers Marvel.

A arte de Marcos Martín se encaixa muito bem no tom da história de Vaughan. A arte angular e as linhas finas são diretamente influenciadas pelos originais de Ditko na revista Strange Tales, uma série antológica da Marvel que trouxe vários outros personagens além do Dr. Estranho. O artista também retrata com perfeição tanto a versão mundana quanto a versão mística de Stephen Strange.

Stephen Strange foi baleado, mas graças ao seu aprendiz, Wong, ele é levado em segurança para a clínica da Enfermeira Noturna, uma mulher que costuma ajudar a todos os heróis feridos no dever de proteger a cidade. Enquanto é operado, Dr. Estranho usa sua projeção astral para conversar com a doutora, explicando o que aconteceu.

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Stephen explica que Wong está com câncer, um tumor agressivo no cérebro inoperável, e tem pouco tempo de vida. Tentando de tudo para curar o seu fiel aprendiz e ajudante, Dr. Estranho vai atrás de uma cura lendária que era tida como um mito até então, o problema é que outras pessoas também estão atrás dessa cura e farão de tudo para pôr as mãos nela.

Quando finalmente consegue obter a cura, Stephen se depara com um ladrão, que consegue entrar em seus domínios de forma perspicaz e ardilosa. Surpreso e agindo com a sua habitual arrogância, o Dr. Estranho subestima o ladrão e para seu infortúnio é baleado e deixado a beira da morte.

“Doutor Estranho – O Juramento” é uma ótima HQ, que faz jus a época dourada do personagem, mostrando sua personalidade difícil e ao mesmo tempo o seu passado genial como cirurgião, seu lado arrogante e mercenário, bem como a sua queda e retorno. Uma história divertida e envolvente de um personagem que em breve terá sua própria adaptação cinematográfica e apesar de não ser tão popular atualmente, torcemos para que isso venha a mudar.

Livros, Resenhas

Resenha: O Mar Infinito, Rick Yancey

O Mar Infinito é o segundo volume da trilogia A 5° Onda.

Depois de conseguirem exterminar quase 100% da humanidade, os Outros ainda não finalizaram o seu plano. Não enquanto ainda resta Cassie, Ben, Ringer e os outros membros do Esquadrão 53. Numa luta desesperada para sobreviver à temida 5° onda, os humanos sobreviventes precisaram ser mais fortes do que nunca ao enfrentar a fúria devastadora dos Outros.

Falar de uma sequência é muito difícil, principalmente se ela for de um livro que você adorou. Como eu costumo dizer, há continuações que conseguem superar o seu anterior, outras apenas continuam no mesmo nível ou caem um pouco e há aquelas que são desastrosas. Onde O Mar Infinito se encaixa? Essa é uma ótima pergunta. Durante uma parte da leitura, eu o achei tão bom quanto A 5° Onda, mas parece que da metade pro final, as coisas ficaram um pouco confusas e isso fez com que a qualidade decaísse, claro.

O Mar Infinito é um livro relativamente pequeno. Não passa de suas 300 páginas, ou seja, não há tantos acontecimentos explosivos e isso não é algo ruim, acreditem. Se no primeiro livro tínhamos as narrações de Ben e Cassie, neste, além do ponto de vista dos dois protagonistas, temos a visão de quase todos os personagens remanescentes do volume inicial. E, por incrível que pareça, em O Mar Infinito, quem acabou se tornando a protagonista da história foi Ringer. Por um momento me esqueci que existia Cassie e os outros. Particularmente, gostei da iniciativa do autor de colocar diversos POV pois deixa o leitor mais envolvido com a trama.

Uma coisa que eu gosto na premissa de A 5° Onda é a questão da sobrevivência. Eu amo jornadas onde pessoas tem que sobreviver a situações difíceis e que tudo é muito arriscado. Em O Mar Infinito, eu não senti tanto a presença disso quanto senti no livro anterior. Na verdade, esse volume é mais sobre o ser humano em si. Yancey soube trazer e tratar de maneira metaforizada diversas questões relacionadas à humanidade.

Os personagens se mostraram mais fortes, especialmente Ben. Mesmo com um turbilhão acontecendo ao seu redor, conseguiu ser pé no chão e não perdeu sua essência. Agora ponto negativo para Cassie que ficou um S-A-C-O. Sério. A garota tava se sentindo a rainha do mundo e, além disso, ainda ficou arrogante. Espero que isso melhore, de verdade. Como eu disse antes, a estrela de O Mar Infinito é Ringer. Além de narrar quase metade do livro, ainda se mostrou uma personagem inspiradora e determinada com seus ideais, mesmo quando tudo já estava perdido. Isso é admirável.

Se você leu A 5° Onda e gostou, dê uma chance a O Mar Infinito. É uma continuação que faz jus ao seu antecessor e sacia um leitor que busca uma história inteligente sobre o que é ser humano e que vai além da ficção-científica.