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Resenha: Contra a perfeição, Michael Sandel

Vivemos na era das modificações e melhoramentos genéticos. Novos avanços e descobertas permitiram que a área da Bioengenharia se desenvolvesse ao ponto de pais e mães decidirem todas as características de seus filhos mesmo antes de nascerem e atletas melhorarem seus corpos para organismos super humanos. Mas como isso altera os conceitos éticos e morais dos indivíduos? É sobre isso que Michael J. Sandel discute em seu livro “Contra a perfeição: ética na era engenharia genética” (160 pgs., R$39,90, Grupo Editorial Record). Em que ponto as promessas da engenharia genética se transformam em dilemas morais?  

Michael J. Sandel é um escritor, filósofo e professor que em suas obras procura debater questões polêmicas e contestar conceitos contemporâneos como Justiça e Moral. Nesse livro os argumentos são usados em questões éticas pautadas na relação do ser humano com os dilemas morais consequentes da busca pelo aperfeiçoamento da espécie. Dividido em cinco capítulos, a obra é fruto de estudos e principalmente da participação do autor no Conselho de Bioética criado por George W. Bush em 2001.

Somos apresentados a vários casos de escolhas genéticas controversas que nos levam a pensar se a decisão de modificar um feto para que ele nasça de acordo com as características desejadas pelos pais ou até o que há exatamente de errado em clonar um ente querido já falecido. O que está em discussão é, de fato, o que nos leva a ter essa sensação de desconforto com a ideia de predeterminar características físicas e mentais de uma criança que ainda não nasceu.

Segundo o autor, a biotecnologia está se desenvolvendo a ponto do melhoramento muscular, de memória, a escolha do sexo, altura e cor dos olhos serem opções de consumo rotineiro. Apesar das melhorias genéticas começarem como uma maneira de prevenir ou abolir um determinado distúrbio genético ou doença, está sendo usado como maneira de melhorar a espécie. Dessa maneira, a humanidade vai acabar por articular seus conceitos morais a fim de se adaptar a esse mundo de evoluções precoces proporcionado pela bioengenharia.

Com uma linguagem simples e questões complexas, o autor consegue nos prender em suas ideias e refletir acerca do assunto de maneira instigante. É essencial a todos aqueles que se interessam pelas questões sociais e desafios da ciência nos dias atuais.

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Resenha: Você (Não) é o Homem da Minha Vida, Alexandra Potter

No instante em que Lucy conhece Nate em Veneza, durante o intercâmbio da faculdade, ela tem certeza de que é o amor da sua vida. Com toda a magia do primeiro amor, eles se beijam ao pôr do sol sob a Ponte dos Suspiros, o que, segundo a lenda local, os uniria para sempre.

Passados dez anos, porém, eles perderam contato por completo. Até que Lucy se muda para Nova York, e o destino faz com que se reencontrem. E se reencontrem. E se reencontrem. Mas o Nate atual é muito diferente do que ela conheceu aos 19 anos, e Lucy preferia o antigo. Será que ele é mesmo sua alma gêmea? Como ela conseguirá se livrar dele? Afinal “para sempre” pode ser muito tempo…

Uma comédia romântica original e mágica sobre o que acontece quando o sonho de toda menina de encontrar sua alma gêmea se torna verdade.

O sonho da maioria das mulheres é encontrar o homem da sua vida. Lucy só quer se livrar dele.

Como descobri esse livro? Sou apaixonada por capas, e isso foi a primeira coisa que me chamou atenção. Além do título que achei bem divertido, quem nunca achou que aquela pessoa era sua alma gêmea? Então, depois de ler a sinopse, resolvi dar uma chance.

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Durante suas férias de verão em Veneza, Lucy conheceu Nate. A história de amor entre os dois é intensa e eles resolvem eternizar seu amor. Mas mesmo assim, com o tempo, suas vidas seguem caminhos diferentes. Dez anos depois, ela ainda sonha com Nate. E não consegue se desapegar das lembranças românticas daquele relacionamento tão perfeito e mágico. Todos os relacionamentos que seguiram fracassaram e ela vive com a sensação que perdeu, para sempre, sua alma gêmea.

Está bem, eu confesso. Já o procurei no Google uma vez.
Talvez duas.
Ah, está certo, então perdi a conta ao longo dos anos. Mas e daí? Quem não foi para casa e procurou no Google o homem que ama?”

Um certo dia, inesperadamente ele se reencontram, e Lucy vê ali, diante do seu grande amor, uma nova chance. Um momento cheio de expectativa e emocionante. Mas eles acabam descobrindo que o tempo passa e as pessoas mudam. Como cada um seguiu seu caminho, suas realidades são bastante diferentes da vivida 10 anos atrás. E então, decidem se afastar. Quanto mais eles tentam, mais eles continuam a se encontrar. Parece que uma força misteriosa quer mantê-los juntos.  E ficarem distantes um do outro, se torna quase impossível.

Os personagens contribuem demais para essa linha divertida. As amigas Magda, Robyn e a irmã Kate, são um caso à parte. Com historias bem desenvolvidas durante a trama, e igualmente engraçadas. A autora consegue transitar tanto pelo romance como pela comédia nesse livro. Sendo bem sucedida em ambos os momentos. O enredo é construído no eterno clichê de encontrar sua alma gêmea. Mas se destaca pelo efeito antagônico em meados da trama. A relação entre a expectativa e a realidade, que muitas vezes podem interferir consideravelmente na “vida real”. O tempo, o amadurecimento, as idealizações que fazemos, são os elementos que nos fazem questionar as nossas certezas.

Você (não) é o homem da minha vida, nos ensina que tudo é relativo. O momento que você vive hoje, pode ser mágico, perfeito. Mas amanhã, talvez seja diferente. Não devemos idealizar um amor. Algumas vezes estamos tão ocupados fazendo isso, que deixamos de buscar na nossa realidade o que realmente nos completa. Quem sabe sua alma gêmea não é nada do que você sonhou mas mesmo assim é perfeita para você?!

A leitura é leve e divertida. Superou minhas expectativas! 

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Resenha: Quarteto Fantástico – O Fim, Alan Davis

“Num futuro distante, o Quarteto Fantástico é reverenciado por ter levado a humanidade a uma nova Era de Ouro. O sistema solar foi colonizado mas há muito tempo a heroica família debandou. Agora, um misterioso oponente do passado ameaça destruir tudo o que eles lutaram tanto para criar. O Quarteto precisará se reunir — não só pelo bem da família, mas pela sobrevivência de toda a Galáxia.”

Assim como em Capitão América: A Escolha, Quarteto Fantástico: O Fim foi uma outra série Marvel criada para dar uma espécie de conclusão definitiva a um personagem ou equipe. E assumindo a posição de roteirista e desenhista, está Alan Davis, um dos maiores desenhistas ingleses que já passaram pela Marvel.

Em Quarteto Fantástico: O Fim, a equipe que deu origem a todo um universo, conta com a presença de todos os personagens mais importantes criados nos primeiros anos por Stan Lee e Jack Kirby. Doutor Destino, Os Inumanos, os Vingadores, Doutor Estranho e, claro, Galactus, todos encontram seu lugar na história, criando um fim épico e bastante adequado para as narrativas do Quarteto.

O Sr. Fantástico conversa com a Mulher Hulk, ele se lamenta pelo passado, pois em um último confronto contra o Dr. Destino, perdera os seus filhos. Reed ficara devastado, pensando no que poderia ter feito de diferente, no que poderia ter mudado para que os seus filhos ainda estivessem vivos. Mas mesmo com o coração quebrado ele seguiu em frente. Muitos anos se passaram, e Reed com sua mente brilhante levou a humanidade a outro patamar, criou o chamado Tratamento Matusalém, que permite aos humanos retardar o envelhecimento. Com sua mente brilhante guiou a raça humana para fora das trevas, conquistando todo o sistema solar com as suas invenções e trazendo uma verdadeira Era de Ouro para sua raça.

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Mas apesar de estarem vivendo em uma Era de Ouro, tudo que foi construído por Reed é ameaçado pelos anarquistas, um grupo rebelde que visa destruir a utopia. Mas para impedir que isso aconteça, existem os vingadores ao lado da SHIELD, eles estão sempre em alerta para impedir qualquer investida que a comunidade utópica sofrer. O trabalho deles é constante, lidando com cópias de Ultron e outras cópias de vilões do passado, todas visando desestabilizar o grupo de heróis e criar uma brecha para por um fim na criação de Richards.

Longe de todo o conflito, temos Susan Storm, a esposa do Sr. Fantástico, ela tem outras prioridades em mente, pois apesar de fazer muito tempo desde que perdera os seus filhos, ela não desistira de reencontrá-los. Procura constantemente uma forma de voltar ao exato momento em que eles se foram, e resgatá-los das garras do Dr. Destino. Suas procuras a levaram ao fundo do oceano, está atrás do Globo de Gnomon, algo que pode ajudá-la a recuperar os seus filhos. Durante a sua aventura ela irá se deparar com um inimigo antigo (E bota antigo nisso). Conseguirá ela recuperar o Globo? Reed conseguirá deter os Anarquistas? E acima de tudo, conseguirão eles reaverem os seus filhos? Ou será o fim?

Quarteto Fantástico: O Fim é uma HQ repleta de ação e muito sentimentalismo, vemos um quarteto fragmentado, onde todos estão separados e cuidando de suas vidas. O casamento entre Reed e Susan está abalado, pois Richards se tornou uma pessoa reservada, e aceitou o destino de seus filhos. Já Susan tem convicção de que seja possível reavê-los, e luta por isso. O roteiro é bem produzido, mantendo o leitor preso até o fim, a arte é outra coisa de grande destaque, pois os traços de Davis são fortes e bem detalhados. Ambas as características criam uma história memorável e digna do Quarteto Fantástico.

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Resenha: Traços, Eduardo Cilto

Foi durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que tive a oportunidade de conhecer Eduardo Cilto, autor de Traços – seu romance de estréia. Eu tinha acabado de comprar meu exemplar, e é claro que não perderia a chance de pedir um autógrafo. Enquanto ele autografava, eu mal podia imaginar que a história escrita por Edu se assimilaria muito com a minha própria história. Aquela que tracei e ainda traço para mim mesmo.

“Ninguém precisa tentar entender ou julgar o que acontece do lado esquerdo do peito de cada um. No fim, nada mais importa se o sentimento é verdadeiro, certo?!” – Eduardo Cilto (Traços)

Sabe aquela amizade da qual você tem certeza de que irá durar para sempre? Simplesmente porque você não se vê sem a outra pessoa. Mal consegue se lembrar de como era sua vida antes disso. Essa é a amizade que Matheus, ou simplesmente Math, cultivava com Beatriz.

Math é aquele cara legal, porém nada popular. Seu fanatismo por quadrinhos e séries americanas, fazem dele um habitante de seu próprio mundo, no qual vive são e salvo de qualquer loucura, comum entre os adolescentes. Bebidas alcoólicas? Nada disso. Sair de casa sem dar satisfação aos pais? Nem pensar. Sair no meio da noite para encontrar uma garota? Isso é loucura!

Já Beatriz, é completamente o oposto do melhor amigo geek. Sem medo de se arriscar, ela simplesmente vai atrás das coisas que quer. E não precisa da aprovação de ninguém para isso. As vezes o excesso de opinião própria e persistência em suas idéias, fazem a garota agir de modo grosseiro em determinadas situações em que é contrariada ou tem seus sentimentos mais profundos postos a prova.

Foi numa festa junina do colégio, que Math e Beatriz viriam suas vidas começarem a mudar radicalmente. Ao começar pela garrafa de bebida que pela primeira vez, havia sido esvaziada por ele e não por ela. Durante toda aquela euforia, os dois foram convencidos por Fernanda, que se dizia bruxa, a irem para sua casa, onde ela poderia provar seus poderes num ritual mistico. E assim, mais uma vez, Math se viu envolvido em uma das loucuras de Beatriz. A garota queria a todo custo ouvir o que a tal bruxa tinha a dizer sobre seu futuro.

A noite se mostrou mais longa do que deveria, e após uma pitada de drama, Beatriz saiu daquele ritual (de origem duvidosa) decidida a encontrar seu destino, que estava a milhares de quilômetros dali. Em São Paulo. E é claro, que mesmo não topando inicialmente, Math não foi capaz de deixar sua melhor amiga partir rumo a maior cidade do Brasil sozinha. Os dois embarcaram nessa viagem juntos!

A viagem para São Paulo durou apenas alguns dias, mas foram tantos os acontecimentos, que esses dias pareceram durar longas e intermináveis semanas. Repleto de drama e reviravoltas, Traços acaba de uma forma inesperada e surpreendente. O destino nem sempre é aquele que nós esperamos que seja. Cada um é responsável por traçar o seu, mas os resultados não dependem simplesmente de nossas vontades.

Repleto de referencias a séries como American Horror Story e filmes como Harry Potter, a leitura de Traços é gostosa e reconfortante. O protagonista não é alguém dotado de qualidades magnificas e está longe de ser super fodão. Math é completamente comum, assim como a maioria de nós, e é isso que o torna tão apaixonante e nos faz identificar-se de alma e coração com ele.

Livros, Resenhas

Resenha: O Ano que Te Conheci, Cecelia Ahern

 Bem-vindos ao mundo imperfeito de Jasmine e Matt. Vizinhos, eles não têm o menor interesse em tornarem-se amigos e nunca haviam se falado antes. Estavam sempre ocupados demais com suas carreiras para manter qualquer tipo de contato. Jasmine, mesmo sem nunca tê-lo encontrado, tem motivos para não suportar Matt. Ambos estão em uma licença forçada do trabalho e sofrendo com seus dramas familiares. Eles precisam de ajuda. Na véspera de Ano-Novo, os olhares de Jasmine e Matt se encontram de forma inusitada pela primeira vez. Eles têm muito tempo livre e precisam rever seus conceitos para poder seguir em frente. Conforme as estações do ano passam, uma amizade improvável lentamente começa a florescer. Uma história dramática, original e divertida como só Cecelia Ahern é capaz de escrever.

Desde que li “A vez da minha vida” fiquei fã da autora Cecelia Ahern. Me identifiquei muito com sua escrita e o desenvolvimento de suas histórias. Como ela aborda temas delicados de uma forma leve, emotiva e clara. “O Ano em que te conheci” não foi diferente, é um livro sobre a descoberta e a busca pelo autoconhecimento, por verdades que as vezes estamos ocupados demais com nossas vidas, para parar e analisar.

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O livro é narrado por Jasmine Butler, uma mulher bem sucedida, “workaholic” assumida, que não tem mais tempo para nada a não ser seu trabalho e sua irmã Heather. Após a morte da sua mãe, Jasmine virou super protetora e se sente responsável pela sua irmã que tem Síndrome de Down. Ao longo do livro percebemos o carinho, a rotina e como as pessoas envolvidas lidam com isso, achei de uma sensibilidade enorme a maneira pela qual a autora aborda o assunto.

Amo minha irmã, amo tudo sobre ela. Se eu pudesse, ficaria de olho nela sempre, mas ela não deixa. Depois de anos tentando ensiná-la de maneira que ela não poderia entender, o que finalmente aprendi com minha irmã é que Heather sempre foi e sempre será a professora, e eu sua aluna.

Jasmine se vê perdida, quando é demitida da empresa que ajudou a construir. Seu contrato a obriga ficar 1 ano de licença remunera antes que arrume outro emprego. Impedindo que seja contratada por empresas concorrentes, nem passe informações pertinentes. Agora tempo é o que ela teria de sobre, mas o que fazer com ele? Encontro com as amigas que não trabalham, visitas a maternidade, cafés a tarde. Tudo isso, depois de um tempo se torna monótono e cansativo, e cada vez mais Jasmine se sente fracassada e sem futuro.

Seu vizinho, Matt Marshall, tem um programa polêmico de rádio, também passa por problemas. Mesmo não gostando dele, ela começa a vigiá-lo. E fica submersa em sua vida começando aos poucos a se identificar com ele. O que era antes, uma relação de ódio, se transforma uma grande amizade. Além dele, ela começa a se interessar pela vida de seus vizinhos, o que nunca tinha passado por sua cabeça tão ocupada e submersa em trabalho. Um certo dia, depois de mais uma decepção, Jasmine decide cultivar um jardim e tudo começa a mudar depois disso.

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Milagres só crescem onde você os planta.

A historia se divide entre as quatro estações do ano. E 12 meses parece uma eternidade para ficar sem trabalho, em casa, fazendo absolutamente nada. Mas esse tempo se torna preciosos, e faz com que Jasmine reveja seus conceitos, transforme sua vida, mude seus hábitos.

O livro foca principalmente nos dilemas que temos na vida, família, trabalho, amizades, relacionamentos. Ele te leva a questionar suas prioridades, suas decisões e principalmente,  mostra que a amizade pode estar onde você nem imagina. Todo ele é focado na busca do autoconhecimento e amadurecimento dos personagens. Que são imperfeitos, cheios de inseguranças, medos. Que procurando seu lugar no mundo, fazem uma jornada em busca de si mesmos, para conseguir lidar com as dificuldade e adversidades, ao mesmo tempo que tentam ser corajosos, seguros e equilibrados.

Todos nós temos momentos marcantes em nossa vida, períodos que influenciaram mudanças pequenas ou profundas dentro de nós. Posso pensar em quatro momentos transformadores para mim: o ano em que nasci, o ano em que soube que ia morrer, o ano em que minha mãe morreu e agora tenho um novo, o ano em que te conheci.

A mensagem do livro é simples, mas que nos faz refletir: diminua o ritmo, respire, expire, explore, escute, admire, se solte, cobre-se menos e não se preocupe se a vida não saiu como o programado. Deixe que ela corra de maneira mais leve e livre, e busque encontrar o seu verdadeiro caminho.

Vale a pena a leitura e a reflexão. Super recomendo!

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Resenha: A História de Nós Dois, Dani Atkins

Emma tem 27 anos, é linda e inteligente e vive cercada de pessoas que ama. Prestes a se casar com Richard, seu namorado desde a época de escola, ela não poderia estar mais empolgada.
Mas o que deveria ser o momento mais feliz de sua vida de repente vira uma tragédia. Emma sofre um acidente e é salva por um estranho minutos antes que o carro em que ela viajava explodisse.
Abalada, ela decide adiar o casamento. E nesse meio-tempo descobre segredos que a fazem questionar as pessoas nas quais sempre confiara – a ponto de duvidar se deve se casar afinal.
Para complicar, ela se sente cada vez mais ligada a Jack, o homem que a salvou e que não sai da sua cabeça. Jack é lindo, gentil e divertido, de um jeito diferente de todos que ela já conheceu. Por outro lado, é Richard quem ela sempre amou…
Uma mulher, dois homens, tantos destinos possíveis. Como essa história vai terminar?
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A autora Daniela Atkins já é bem reconhecida pelo livro “Uma Curva no Tempo” que ainda não tive a oportunidade de ler, mas confesso que sabendo do sucesso desse primeiro lançamento, já me enchi de expectativas para ler a sua nova obra “A História de Nós Dois” que a Arqueiro mandou  para gente devorar.

A sinopse me encantou e fiquei deslumbrado com essa capa linda e o tratamento da diagramação interna.  Como sabem, ou deveriam saber, em minhas resenhas não revelo nenhum tipo de spoiler, tento contar a história aguçando o máximo de sua curiosidade, mesclando com o que achei do livro.

O livro conta a história de Emma, uma jovem de 27 anos que sempre teve o sonho de sair de sua pequena cidade e trabalhar com Marketing, porém para que isso aconteça ela precisa romper os laços que construiu em sua cidade, grandes amigas, um namoro e amizade incrível com Richard. O destino não favorece para que Emma continue em seu emprego e ela é obrigada a sair e voltar para a sua cidade natal para cuidar de seus pais e reconquistar tudo o que deixou para trás. Emma consegue recuperar seu emprego na biblioteca da cidade e retoma o seu namoro com Richard que está prestes a evoluir para um casamento.

Como em um romance nada é um mar de rosas, dias antes, saindo de sua despedida de solteira, ela sofre um acidente de carro com as suas melhores amigas, Amy e Caroline, que vai gerar toda a trama da obra, pois nesse acidente elas são resgatadas por Jack, um homem que surge e consegue resgatar Emma das ferragens momentos antes do carro explodir. Esse acidente vai gerar muitas mudanças no rumo da vida dos personagens nas obras, primeiramente o casamento de Richard e Emma é adiado e ela entra em conflito consigo mesma, questionando seus sentimento e descobrindo um grande segredo que envolve pessoas próximas a ela.

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A leitura fluiu de forma natural, quando me dei conta já passei da página 200 e estava enlouquecendo querendo saber o final dessa brilhante narrativa que Atkins construiu. Em minha visão, os livros narrados em primeira pessoa trazem uma facilidade maior em nos aproximar da personagem principal, mas nos limita em saber o que realmente se passa na cabeça das pessoas que os cercam.

Isso não foi problema para Atkins, porque não existe somente o protagonismo e a boa construção das características de Emma, os personagens secundários trazem mais vida a trama e criam uma teia de temas interessantes abordados do cotidiano de uma vida turbulenta, já que a autora promove o recurso de criar uma narrativa que mistura passado e presente, além disso, cria formas inusitadas de desfecho de situações.

Esse livro traz um pouco de reflexão com os temas que aborda e acho interessante a mistura disso tudo com o fato de termos presente um triângulo amoroso entre Emma, Jack e Richard, como contei acima na sinopse. O final é sensacional e vai gerar diferentes opiniões, já que estamos em uma história que fala muito de escolhas, amizade, amor, família, destino, caráter.

Como um apaixonado por obras que contam sobre a vida e escolhas, não tinha como eu não gostar desse livro e fazer mil votos para que você tenha a oportunidade de desfrutar dessa leitura também. Agora só me resta uma pergunta minha para vocês, devo ler “Uma Curva no Tempo”? Me respondam nas minhas redes sociais, comentários ou até no e-mail [email protected].

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Resenha: O guia definitivo do mochileiro das galáxias, Douglas Adams

Pela primeira vez, reunimos em um único volume os cinco livros da cultuada série O Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Com mais de 15 milhões de exemplares vendidos, a saga do britânico esquisitão Arthur Dent pela Galáxia conquistou leitores do mundo inteiro. O humor ácido e as tramas surreais de Douglas Adams se tornaram ícones de uma geração e seguem fascinando – e divertindo – leitores de todas as idades. Pegue sua toalha, embarque nessa aventura improvável e, é claro, não entre em pânico! O Guia do Mochileiro das Galáxias: segundos antes de a Terra ser destruída para dar lugar a uma via expressa interespacial, Arthur Dent é salvo por Ford Prefect, um E.T. que fazia pesquisa de campo para a nova edição de O Guia do Mochileiro das Galáxias. Pegando carona numa nave alienígena, os dois dão início a uma alucinante viagem pelo tempo e pelo espaço. O Restaurante no Fim do Universo: Arthur Dent e seus quatro estranhos companheiros viajam pela Galáxia a bordo da nave Coração de Ouro, em uma busca desesperada por algum lugar para comer. Depois de fazer a refeição mais estranha de suas vidas, eles seguem pelo espaço e acabam descobrindo a questão sobre a Vida, o Universo e Tudo Mais. A Vida, o Universo e Tudo Mais: Arthur Dent passou os últimos cinco anos abandonado na Terra pré-histórica, mas ainda acordava todos os dias com um grito de horror. No entanto, talvez fosse melhor continuar nessa tediosa rotina do que ser arrastado para a sua próxima missão: salvar o Universo dos temíveis e infelizes robôs xenófobos do planeta Krikkit. Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes!: depois de viajar pelo Universo, ver o aniquilamento da Terra, participar de guerras interestelares e conhecer criaturas extraordinárias, Arthur Dent está de volta ao seu planeta. E tudo parece estranhamente normal – exceto pelo desaparecimento dos golfinhos. Disposto a desvendar esse mistério, ele parte em uma nova jornada. Praticamente Inofensiva: após muitos anos vivendo separados, cada um em um canto mais insondável do Universo, Arthur Dent, Ford Prefect e Tricia McMillan se reencontram. Mas o que deveria ser uma festejada reunião de velhos amigos se transforma numa terrível confusão que põe em risco – mais uma vez – a vida de todos.

Já começo essa resenha com uma pausa. Que edição é essa, Arqueiro? Confesso que quando vi o livro na livraria, quis comprar na mesma hora. A capa dura, o cheiro, o cuidado na preparação do livro estão perfeitos… Eu, que sempre via promoções da série no Submarino, fiquei pensando essa é a oportunidade de ler todos os livros.

Vamos comentar um pouquinho sobre o enredo principal, e os cinco livros, que estão presentes em uma edição. Ford Prefect é um alienígena de um planeta bem distante e colaborador do Guia do Mochileiro das Galáxias, um livro essencial para pessoas e criaturas que desejam se aventurar pelo espaço sem gastar muito dinheiro. É quando o alien, que queria passar uma semana na Terra para atualizar o capítulo sobre o planeta acaba ficando por aqui por quinze anos, que a história começa a ficar melhor. O enredo é bem cativante, e você lê o livro sem nem perceber o tempo passar. O autor, que apesar do toque de surrealidade, consegue passar sua crítica à realidade e ao planeta, consegue nos prender do início ao fim de cada um dos volumes, que são bem curtinhos, você consegue ler em uma tarde.

Um tema bastante abordado, é que não podemos exigir respostas sem nem sabermos quais perguntas temos. Parece óbvio, mas essa é exatamente a realidade em que vivemos atualmente. O segundo volume dá continuidade à história com maestria, e apresenta críticas sociais ainda mais fortes. Temos mais viagens entre espaço e tempo e um restaurante, que as personagens conseguem ver o fim de todo o universo!

Parece que o terceiro livro, era o que finalizaria a trama, a princípio, porque vemos Arthur Dent – melhor amigo terráqueo de Ford – na pré-história, com personagens muito bem construídos e aqueles acontecimentos aleatórios que nos fazem amar e devorar cada vez mais a história. Gente, nesse ponto aqui eu já estava apavorado com a ideia da série acabar nesse livro. Tinha que continuar!

O quarto livro, mostra Arthur de volta à Terra, mesmo depois de passar anos viajando pelo espaço com Ford. Era um livro necessário, como eu disse anteriormente, e aqui vemos todo o processo de readequação do terráqueo, e a percepção de que nada mudou. Para alguns, a série termina aqui, porque o quinto livro parece algo desconexo dos outros , já que ambos os protagonistas estão separados. Parece também, que um sexto volume foi escrito por outro autor, e já foi inclusive lançado no Brasil. Quem já leu, deixa a opinião aí nos comentários: vale a pena, ou não?

É engraçado porque, como li em outras resenhas, é complicado explicar a trama de Mochileiro das Galáxias, por mais viciado que você seja. Leia confiando que a história é boa e você vai se apaixonar, além é claro, de descobrir muitas utilidades para uma toalha. Ele trata as críticas sociais com uma pitada de humor ácido, que deixa tudo mais gostoso se você, assim como eu, adora uns comentários que parecem ser um fósforo riscado em uma folha de papel.

Se você gostou, compra já essa edição com todos os volumes, porque eles são bem curtinhos e é linda. Além é claro, de você não precisar ficar sofrendo até estar com o próximo livro. E ah, importante: não é pesada!

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Resenha: Capitão América – O Soldado Invernal, Ed Brubaker & Steve Epting

“As perguntas que perturbam os sonhos e as lembranças do Capitão América foram respondidas da maneira mais brutal possível. Como se não bastasse, no auge dos conflitos que assolam o bravo herói, o diabólico general Lukin faz seu primeiro assalto…rasgando feridas antigas e ameaçando abrir novas que jamais poderão ser curadas.”

Ser o roteirista do Capitão América no início dos anos 2000, não era uma tarefa fácil, era uma posição pouco desejada e com grandes dificuldades. Os EUA ainda se recuperava do 11 de setembro e sua administração se tornava mais impopular a cada dia. Um herói que ostenta as estrelas da bandeira não seria fácil de ser comercializado. O maior desafio era saber que versão apresentar dos Estados Unidos.

Ed Brubaker acabou sendo muito feliz em sua escolha de se distanciar de qualquer analogia do mundo real. Em vez disso, criou uma história inspirada em um dos principais eventos da carreira do Capitão América, a morte de seu melhor amigo, Bucky. Quando começaram a surgir os primeiros rumores sobre as intenções de Brubaker, os fãs soltaram duras críticas, pois muitos consideravam a morte de Bucky muito importante para a formação de Steve Rogers.

Steve Rogers acaba de voltar de uma missão onde enfrentara o poderoso esquadrão MODOC na Filadélfia, e assim que retorna é convocado por Nick Fury. O diretor da SHIELD tem motivos para acreditar que Bucky ainda esteja vivo, dessa forma ele apresenta fotos e vídeos onde o amigo do capitão aparece vivo. São provas coletadas a partir da década de cinquenta, todas em épocas em que o mundo fora afetado por grandes eventos políticos.

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Apesar das fortes evidências, o Capitão América não sabe em quem acreditar, mas Fury tem provas sólidas, e além do mais, Steve acredita ter visto Bucky durante sua batalha contra o esquadrão MODOC na noite anterior. Dessa forma, ele e sua equipe partem, seguindo a única pista que eles têm, Aleksander Lukin. Decididos a descobrir o paradeiro de Bucky e o segredo que existe por trás do Soldado Invernal, eles devem capturar Lukin e interrogá-lo. Steve encontrará seu velho amigo?

Ed Brubaker ignorou os protestos contra suas intenções e, ao lado de Steve Epting, criou uma história que arrebatou os fãs. As críticas se calaram e praticamente todos afirmaram que Brubaker conseguiu o impossível. Ele não só encontrou uma forma convincente de trazer o Bucky de volta, deixando o universo de Capitão América ainda mais vivo, ele também criou uma história obrigatória para qualquer fã. E para você que assistiu ao filme, não importa, leia!

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Resenha: A gata do Dalai Lama, David Michie

Alguns livros nos ensinam lições, outros são divertidos. Porém a A gata do Dalai Lama de David Michie consegue fazer ambos sem presunção. De modo leve e divertido ao mesmo tempo que passa ensinamentos budistas conta a historia de GSS, a gata adotada por Sua Santidade Dalai lama, e modo como ela vivencia o dia a dia do templo onde vive.

O livro – curiosamente – é narrado em primeira pessoa pela própria GSS, desde o momento em que é encontrado por Sua Santidade, e mostra o dia a dia e s reflexões da felina ao acompanhar as visitas e as viagens dele e de seus assessores mais próximos.

Ao participar do cotidiano do mosteiro GSS se vê envolvida tanto nas praticas budistas quanto no cotidiano comum, como da cozinheira ou do motorista. Essa relação de sobreposição entre o comum e o espiritual leva ao leitor pensar e sua própria rotina e como ambos aspectos de nossa vida estão conectados  diversas formas.

Devido a sua leitura fácil e bastante questionadora de diversos aspectos, A gata do Dalai lama, se trata de um livro que pode ser lido por diversas pessoas, independente de seu credo religioso, uma vez que o intuito do livro não é converter o leitor, mas sim demonstrar de forma sincera preceitos budistas aos leigos ou iniciados.

O propósito do budismo não é converter as pessoas. É dar a elas as ferramentas para que possa criar uma felicidade maior. Para que elas possam ser católicas mais felizes, ateus mais felizes, budistas mais felizes. É o maravilhoso paradoxo que a melhor maneira de alcançar a felicidade é dar a felicidade ao próximo.

Os ensinamentos budistas são difíceis de serem assimilados, porém com o passar da leitura talvez o livro consiga deixar pequenos ensinamentos que permaneçam conosco por muito tempo e nos traga mesmo que uma pequena dose de felicidade ao final.

Atualizações, Resenhas

Resenha: Mentira Perfeita, Carina Rissi

Com Mentira Perfeita, Carina Rissi prova mais uma vez que o seu forte é contar boas histórias, com ritmo acelerado e repletas de paixão, humor e reviravoltas. Júlia não tem tempo para distrações. Ela é brilhante e sempre se esforça para ser a melhor naquilo que faz; por essa razão, sua vida pessoal acabou ficando de lado. Algo que sempre preocupou sua tia Berenice. Gravemente doente, a mulher teme que Júlia acabe completamente sozinha quando ela se for. Júlia faria qualquer coisa qualquer coisa mesmo! por tia Berê e, em seu desespero para agradar a única mãe que já conheceu, inventa um noivo enquanto torce por um milagre… E então o milagre acontece: Berenice se recupera e, assim que deixa o hospital, gasta todas as suas economias com o casamento dos sonhos para a sobrinha. Como Júlia pode contar a ela que mentiu, com a saúde da tia ainda tão frágil? É quando Júlia conhece Marcus Cassani. Ele é irritantemente cínico, mulherengo e lindo de um jeito que a deixa desconfortável. Marcus também está enfrentando problemas, e um acordo entre eles parece ser a solução. Tudo o que Júlia sabe é que deveria se afastar de Marcus. Mas seu coração tem uma ideia muito diferente… Mentira Perfeita é um spin-off de Procura-se Um Marido, uma história que se passa no mesmo universo da primeira. Aqui você vai conhecer novos personagens inesquecíveis, além de rever aqueles que já moram no seu coração.

Talvez seja eu que esteja cansada das tramas mocinha atrapalhada + galã perfeito ou a minha sensação de estar lendo uma versão de Procura-se um marido inferior que a original, mas me decepcionei um pouco com Mentira Perfeita. Não me entendam mal, o livro é divertido, tem uma narrativa fluída e consistente, tem personagens cativantes e um romance que faz seu coração bater mais rápido. Mas houveram alguns fatores que tirou Mentira Perfeita da minha lista de favoritos… Vamos descobrir porque?

Em Mentira Perfeita conhecemos Júlia, uma jovem batalhadora que, desde que foi abandonada pela mãe, vive com sua tia Berenice, uma senhora alegre e divertida cujo sonho é ver a sobrinha se casar. Conhecemos também Marcus (o irmão de Max, do livro Procura-se um Marido), um rapaz que desde que ficou paraplégico em um acidente de moto, luta diariamente para reconquistar sua independência e mostrar pra sua família super protetora que ele pode levar uma vida normal. Após um acidente doméstico, a família de Marcus acredita que o jovem tentou se matar, e só permite que ele se mude de casa se ele encontrar uma babá.

“[…] eu descobri que poucas coisas na vida estão sob o meu controle, Júlia. E as poucas que posso controlar, mesmo as menores e que pareçam insignificantes para outras pessoas, eu quero sob o meu domínio.”

Quando tia Berenice, que sofre de um grave problema do coração, tem um piora e é internada no hospital, o médico diz a Júlia que é crucial que Berenice não se aborreça e que neste momento o ideal é apenas lhe trazer boas notícias, Júlia então inventa que conheceu um rapaz e está noiva e apaixonada. Berenice melhora inexplicavelmente e disposta a lutar pela vida para ver a sobrinha casar. Júlia se vê numa situação complicada e com medo de aborrecer a tia, aceita o acordo de Marcus que traria vantagens para os dois: Marcus iria fingir ser o noivo perfeito de Júlia, que se passaria por sua babá.

“As vezes você se sente tão sozinho que parece estar á deriva no meio do oceano. Nada á frente, nada atrás, nada em lugar nenhum exceto as ondas que quebram sobre você, ameaçando engoli-lo. Mas algumas vezes – raras vezes – um ponto negro surge no horizonte e vai crescendo até se tornar a silhueta de um barco, até uma mão se esticar em sua direção e você sair do inferno. Júlia era o meu barco, a mão estendida, o ponto negro do meu nada.”

A história é bem divertida, mas todos que já leram Procura-se um Marido notam as similaridades. Talvez por ter lido sempre comparando essas duas obras eu tenha me decepcionado um pouco com a leitura. Uma outra coisa que me incomodou foi que o livro abordou muitos temas diferentes, raramente vistos em romances new adults como a deficiência física, abandono familiar e abuso sexual, o que seriam ótimos temas para serem aprofundados e levar o leitor a reflexão. No entanto, Carina falou desses temas de uma maneira muito superficial, nunca dando enfoque nas dificuldades ou consequências deles, mas literalmente romantizando todas as situações.

Independentemente dos clichês e dos muitos exageros (principalmente nas cenas relacionadas a tia Berenice), os livros da Carina Rissi sempre conseguem prender o leitor e seus casais protagonistas conquistam todos os leitores. Se você procura uma leitura leve, divertida e apaixonada, esta é a sua escolha!