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Resenha: Um Milhão De Finais Felizes, de Vitor Martins

Um Milhão de Finais Felizes é o segundo romance do autor e ilustrador Vitor Martins. Publicado (nem tão) recentemente pela Globo Alt, a história dessa vez vai um pouquinho além no quesito idade dos protagonistas, se diferenciando um pouco do já resenhado por aqui, Quinze Dias. Aqui, os protagonistas já dividem o seu tempo com estudos, trabalhos, problemas familiares e a tentativa de conseguir manter uma vida social no meio de tudo. Já começo dizendo que ambos os livros não possuem relação, mas passa a impressão de que a melhor ordem de leitura é Quinze Dias > Um Milhão de Finais Felizes, pois, no primeiro você se encanta e no segundo você fica meio: “eita, essa é minha vida”.

Acompanhamos a história de Jonas, um ‘barman’ no conceituadíssimo Rocket Café, uma versão intergaláctica da Starbucks, que tenta mesclar seu tempo com sua cabeça multicriativa a ponto de ele andar com um bloquinho de anotações por aí para anotar qualquer ideia para um livro que ele possa ter ao decorrer do dia. Jonas lida com uma mãe bem religiosa e um pai que… bem, como podemos descrever? Folgado acho que se encaixa bem. Ele ainda não estuda, mas, já sente a pressão por ainda não ter ‘encontrado algo para fazer’, o que é bem normal quando estamos em nossos 19-20 anos (palavra de quem trocou 3 vezes de faculdade neste mesmo período). E é durante o expediente de trabalho que Jonas conhece Arthur, o lindo ruivo, com cabelos ruivos, coque e jeito bonitão que nos deixa babando. Arthur se torna uma inspiração para Jonas, que começa a escrever um romance LGBT com o bonitão em mente, que mais legal, é apresentado durante o livro! Ou seja, temos uma história nova dentro de uma história (e isso foi muito demais, sério).

Os encontros e desencontros desenvolvidos são muito corriqueiros e são coisas que realmente acontecem conosco – a dificuldade me reunir todos nossos amigos e a necessidade de tê-los com você quando as coisas se apertam, a frustração por acharmos que não estamos fazendo o que deveríamos – como se profissionalizando em algo ou buscando melhores oportunidades, por não nos encaixarmos em algum molde que a ‘sociedade’ julga que devemos estar. Os embates entre o personagem principal e a família são de dar um nó na garganta de tão reais. O que mais chama a atenção nessa parte é o fato de o assunto não ter se resolvido com a facilidade que estamos acostumados ao ler em outras histórias: não tivemos um final feliz ou triste, considero inclusive um final real, pois, é bem comum as coisas ficarem como estão e termos que lidar com isso: sem choro nem vela. A amizade de Jonas com sua companheira de trabalho Karina também é algo a se destacar: afinal, acaba sendo normal a gente se apegar muito aos amigos que estão inseridos em nossa rotina e acabar se culpando por se afastar daqueles de escola, e tentar juntar estes ciclos de amigos para ter todos juntos: as vezes dá certo, ás vezes não dá, e tudo bem com isso;  são os encontros e desencontros que falei ali em cima.

Preciso dizer que o melhor de Um Milhão de Finais Felizes está em Jonas: em seu jeito desajeitado, a forma que ele viu o Arthur e se encantou a ponto de se sentir tão inspirado por ele, o modo como tenta ajudar e ser um apoio para os seus amigos. Sabe aquele vídeo da Oprah dizendo “ela é a mãe que eu nunca tive, a irmã que todos querem, ela é a amiga que todo mundo merece, eu não conheço uma pessoa melhor”, se não viu, clique aqui, então. É o Jonas para mim. Inclusive, a Mariana Mortan fez um vídeo bem legal no canal dela, Chá de Prosa, que deixo aqui para vocês assistirem, que resume bem essa personalidade incrível do Jonas e a forma como o Vitor Martins conseguiu construí-lo de um jeito bem verossímil:

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Conheça: Editora Hoo, livros com representatividade LGBTQ+

Você é o tipo de leitor que busca histórias com mais representatividade? Ou, apenas, gostaria de ver mais personagens LGBTQ+ em livros jovens? Então, você já conhece a editora Hoo! Não? Bom, fica tranquilo que a gente te apresenta!

A editora Hoo surgiu em 2015 sendo composta 100% por autores nacionais. Hoje, a editora já traz algumas obras traduzidas, dando voz, principalmente, a personagens LGBTQ+. A Hoo busca promover uma representação LGBT em suas histórias, porque, afinal, eles também têm coisas muito importantes para nos contar e aventuras instigantes que podemos acompanhar!

divulgação Hoo facebook

A nova aposta da editora é o livro História é tudo que me deixou, do Adam Silvera, em que conhecemos um pouco a história de Griffin, um garoto que já está na faculdade, na Califórnia, quando seu ex-namorado, Théo, morre afogado. Griffin, embora já esteja namorando Jackson, terá que aprender a lidar com o luto, enfrentando o passado que viveu com Théo. O livro é emocionante e promete dar, além de boas lágrimas, uma grande reflexão sobre o luto, depressão e amor.

Acreditando no renascimento de boas histórias, em dar voz às pessoas sem limitá-las à orientação sexual, retratando a vida como ela é, sem preconceitos e nem vernizes sociais, a Hoo surge para preencher uma lacuna dentro da Universo dos Livros

A editora juntou-se à Universo dos Livros e é no site deles que você poderá encontrar todo o catálogo deles. O sucesso Minha versão de você, da Christina Lauren,foi trazido ao Brasil por eles e esteve em todos os últimos eventos literários como a Bienal de São Paulo e a Flipop.

A Hoo tem uma pegada mais jovem e engajada. Eles aproximam os leitores promovendo ações divertidas. Na Flipop, o festival literário dedicado à literatura jovem, eles distribuíram tatuagens temporárias e brindes de orgulho LGBT.

Então, se esse é seu tipo de leitura, ou se você está só buscando saber um pouquinho mais sobre esses personagens, vale a pena conferir o catálogo da editora e, ainda por cima, acaba dando uma força para a literatura nacional.

Para todos os garotos que já amei
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Resenha: Para todos os garotos que já amei, Jenny Han

É com o coração cheio de ciúminho que venho aqui fazer essa resenha de Para todos os garotos que já amei pra vocês. Esse livro é tão lindo e repleto de fofura, que eu queria que ele fosse só meu. Mas em prol do bem geral da nação, vamos falar um pouco da Lara Jean pra vocês?

+ Resenha: Fogo sobre fogo, Jenny Han & Siobhan Vivian

Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.

Lara Jean é uma jovem de 16 anos, que teve que amadurecer rapidamente após a morte de sua mãe. Junto com suas duas irmãs, elas assumem um pacto de fazer a vida do seu pai mais fácil, tomarem conta da rotina da casa e serem boas meninas. Lara Jean faz seu papel de filha do meio muito bem, mas não se sente destemida como sua irmã mais velha Margot ou determinada como sua irmã pequena Kitty. Lara Jean se sente “apenas” a filha do meio.

Além disso, Lara Jean tem um segredo. Na verdade ela tem cinco segredos: ela escreve cartas de amor. Não cartas para seus namorados (afinal ela nunca teve nenhum), ela escreve cartas de despedida quando quer se desapaixonar. Quando sente que precisa esquecer e colocar um ponto final naquela história, ela se liberta escrevendo tudo que queria ter dito para os cinco garotos que ela já amou. E guarda. Numa caixa muito preciosa.

“Se o amor é como uma possessão, talvez minhas cartas sejam meu exorcismo. As cartas me libertam. Ou pelo menos deveriam.”

Então imagine a surpresa da nossa protagonista quando descobre que suas cartas foram todas enviadas? Uma dessas cartas é a mais perigosa: a carta para o namorado de Margot, Josh. Lara Jean nutre uma paixão secreta pelo namorado de sua irmã há anos, e com medo que o garoto pense que ela ainda está apaixonada por ele, Lara Jean faz um acordo com outro destinatário de suas cartas: Peter Kavinsky. Aparentemente ela e Peter não tem nada em comum: ele é popular, jogador de Lacrosse e divertido enquanto ela gosta de ficar em casa de pijama lendo e fazendo cookies. E é mais ou menos por aí que começamos a nos apaixonar pela história. O namoro de mentira entre Peter e Lara Jean é uma das coisas mais lindas que já li em muito tempo.

“Acho que agora consigo ver a diferença entre amar alguém de longe e amar de perto. (…). O amor é assustador; ele se transforma; ele murcha. Faz parte do risco. Não quero mais ter medo. Quero ser corajosa…”

Apesar da história de fundo ser claramente o romance da protagonista, o livro vai muito além disso. Temos a representatividade de uma personagem oriental e que é fiel e orgulhosa de suas origens, temas como luto, a importância da família, abandono, bullying e patriarcado são tratados de maneira sutil mas efetiva. Apesar do destaque dado para as irmãs Song em todo o livro, pra mim, uma das melhores surpresas foi a construção dos personagens masculinos. Todos (e aqui eu digo TODOS) os personagens masculinos apresentados são sensacionais. Desde o pai de Lara Jean até os destinatários das cartas: não existem machistas ou aproveitadores – Homens, sejam assim!

Para todos os garotos que já amei foi o primeiro livro da autora Jenny Han que já li. Confesso que estava receosa de voltar a ler qualquer temática estudantil (já um pouco cansada de todas aquelas histórias de ensino médio…) mas meu Deus, obrigada por estar errada! Com uma escrita divertida e envolvente, Jenny Han nos entrega uma protagonista tão real em seus mínimos detalhes, que é impossível não se sentir parte dessa história. Leitura mais que recomendada. Faça esse carinho no seu coração e leia Para Todos Os Garotos Que Já Amei.

Ps. O livro é uma trilogia. Além dele temos a sequência “Ps. Ainda amo você” e “Agora e para sempre, Lara Jean”.

Imagem: Saraiva.com.br
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Resenha: O Milagre da Manhã, Hal Elrod

Imagem: Saraiva.com.br

Apesar de estar cansada de saber e ouvir sempre que acordar cedo é bom, eu sou o tipo de pessoa que quando posso, não perco uma oportunidade de acordar depois das 10h da manhã. No Brasil (ou seria “No mundo”?), grande parte das pessoas acorda cedo para a rotina de estudos e trabalho e acredita que os dias de folga são justamente para descansar e dormir até não aguentar mais. Mas quão benéfico pode ser sair da cama mais cedo que o habitual? “O Milagre da Manhã” é capaz de responder!

O livro “O Milagre da Manhã”, escrito por Hal Elrod e publicado no Brasil pela editora Best Seller, é um livro curto, com menos de 200 páginas e parágrafos pequenos que apresentam linguagem simples, o que é ótimo pois a leitura não se torna maçante e é possível ir lendo nos intervalos das atividades do dia-a-dia. A leitura é muito gostosa, ainda que no início a ideia e o conceito do livro pareçam um pouco superestimados. Os poucos capítulos do livro são muito inspiradores, motivadores e fonte de muito ensinamento.

O Milagre da Manhã” nos faz pensar justamente por outra perspectiva. Você já acordou cedo um dia, resolveu várias pendências antes do meio dia e ficou se perguntando como aquilo foi possível? Talvez a parte mais difícil para a maioria de nós seja não dormir tão tarde para conseguir acordar mais cedo no dia seguinte. O autor, Hal Elrod, sugere acordar uma hora antes de iniciar suas atividades cotidianas, mas isso pode ser adaptável ao seu estilo de vida.

Mas daí surge aquela dúvida “Devo acordar mais cedo para ser mais produtivo, mas o que fazer nessa hora, por onde começar?” Uma coisa que funciona muito para mim e é ideia central do livro é: Ter motivação! Traçar um roteiro, planejar seu dia, organizar suas atividades… O Milagre da Manhã serve de corrimão, te guia, apoia e te indica um caminho, mas não necessariamente você deve fazer exatamente o que o autor indica, é possível personalizar seu roteiro de acordo com suas necessidades.  Hal Elrod pontua seis tópicos a serem trabalhados antes de “iniciar” seu dia, seja de estudo ou de trabalho:

Silêncio: Simplesmente, manter-se em silêncio! Seja meditando, refletindo ou qualquer outra atividade silenciosa (só não vale cochilar nesse momento, hein?).

Afirmações:  Ser positivo e generoso você mesmo, reconhecer suas qualidades, não se depreciar e apontar os próprios defeitos, falar em voz altas seus objetivos, trabalhar inseguranças e a autoestima.

Visualização: Avistar seu horizonte, seu futuro, pensar sobre onde você quer estar e quem quer ser no futuro, seja ele próximo ou distante.

Exercícios: Realizar qualquer tipo de atividade física, uma que você se identifique e te faça sentir bem e disposto.

Leitura: Procurar ler livros, revistas, artigos, o que quer que seja, que te acrescente algo.

Diário: Escrever ideias, metas, escrever razões pelo qual é grato, textos autorais, etc.

Vale lembrar que a ordem em que cada uma dessas atividades será realizada você quem vai decidir. Confesso que a parte de realizar exercícios físicos é a mais difícil para mim e por muitas vezes procrastinei até não dar mais tempo de fazer nenhuma atividade (não sigam meu exemplo!!) mas estou tentando reparar isso. Percebi ainda nesse período, quão fundamental é ficar em silêncio, desfrutando da minha companhia, pensando sobre coisas que são importantes para mim, geralmente, já aproveito o momento após o silêncio para anotar meus pensamentos e ideias.

Tendo em vista a dificuldade de acordar cedo e tornar esse tempo produtivo, Hal Elrod sugere se afastar de tudo aquilo que te afasta do seu objetivo. Não ficar perto de pessoas preguiçosas ou que te desmotivem pode ser determinante para o seu sucesso no desafio. Além disso, perder o hábito de dizer que não é uma pessoa matutina e se convencer do contrário também pode ser o empurrãozinho que te falta para tornar o ato de acordar cedo uma coisa natural.

No livro, o autor ensina também algumas táticas para não sabotar a si mesmo no desafio do milagre da manhã, como levantar e já trocar de roupa ou colocar o celular para despertar longe da cama e assim ser obrigado a levantar para desligá-lo. Sei que muitas pessoas rejeitam ou subestimam livros de desenvolvimento pessoal mas eu os convido a dar uma oportunidade para “O Milagre da Manhã” e depois se quiserem, compartilhar comigo a experiência nos comentários. Eu vou adorar saber o milagre da manhã de vocês!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Confesse
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Resenha: Confesse, Colleen Hoover

Quando ouvi falar pela primeira vez sobre “Confesse”, minha atenção logo foi despertada. O livro conta a história de Owen, um artista plástico que usa os segredos deixados por pessoas aleatórias em sua porta como inspirações para seus quadros – e a autora afirmou que as confissões usadas ao longo do livro eram todas verídicas e enviadas pelos leitores. Além disso, conhecemos Auburn, uma jovem que desistiu do amor aos 15 anos de idade.

+ Veja outro ponto de vista de Confesse, da Colleen Hoover

Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.

Sempre que começo um livro da Colleen, vou preparada para muito choro e (com todo respeito) um certo desgraçamento psicológico. E logo no prólogo ela não deixa a desejar: ao final da página quatro estou em lágrimas e cogitando tomar um anti-depressivo antes de continuar a leitura.

Mas acaba aí. Estranho, eu sei. Mas todo o drama pesado e o envolvimento emocional forte que costumam acompanhar os livros de Colleen foram substituídos por uma leitura leve e divertida. Ela novamente nos entrega um mocinho livre de defeitos (estragando os demais homens do mundo), juntamente com uma protagonista forte e marcada por traumas passados que a impedem de confiar ou se entregar ao romance. É um pouco clichê? É. Eu estou reclamando? Não. E só digo isso porque a autora consegue, mesmo envolta no roteiro mais batido da história da literatura, trazer personagens profundos que nos envolvem em uma leitura muito fluída e divertida. Somado a isso os mistérios da vida de Auburn, quando você se dá conta já está acabando o livro.

“Todos os dias da minha vida eu sinto como se estivesse tentando subir por uma escada que só anda para baixo. E não importa o quão rápido ou quanta força eu faça para correr e atingir o topo, eu continuo no mesmo lugar, correndo, sem chegar a lugar nenhum.”

Ocasionalmente nos deparamos com umas confissões tristes ou pesadas (como por exemplo: “Sou grata todos os dias que meu marido e seu irmão são exatamente iguais, Isso significa que é pequena a chance de meu marido descobrir que nosso filho não é dele.”) e logo depois um diálogo espirituoso e divertido entre Owen e Auburn. O casal tem uma ligação instantânea, mas um relacionamento que vai sendo construído aos poucos (o que acho ótimo, porque chega de amores relâmpagos nos livros atuais). Ainda há a discussão importante de temas como depressão e relacionamentos abusivos, sempre presentes nos livros da autora, mas de maneira nenhuma tão impactantes quanto em livros anteriores (como por exemplo, “É assim que acaba”).

“Existem pessoas que você encontra e passa a conhecer, e existem pessoas que você encontra, mas já as conhece.”

Esse foi certamente o livro menos emocionante da autora, mas longe de ser o que menos gostei. Confesse traz a medida certa de entretenimento e drama, sabendo balancear as emoções e deixar o leitor voraz até o último capítulo (e vale ressaltar, esse último é uma grata – e linda – surpresa aos leitores!)

A mulher na janela
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Resenha: A mulher na janela, A. J. Finn

A mulher na janela, de A. J. Finn, publicado pela editora Arqueiro, é o livro mais surpreendente que você vai ver esse ano e eu vou te dizer porquê. Vamos começar pelo autor que eu nunca tinha ouvido falar até o dia que recebi esse livro no evento da editora para livreiros e blogueiros e comecei a lê-lo.

A. J. Finn é formado em Oxford e já foi crítico literário em diversos jornais conceituados como o Los Angeles Times, The Washington Post e o The Times Literary Supplement. A mulher na janela é seu primeiro romance e já foi vendido para 36 países, está sendo adaptado para o cinema pela Fox e é número 1 na lista do The New York Times. Não é pouca coisa, né?

+ Especial: Conheça A. J. Finn

Continuando, bem na capa do livro, já temos a seguinte frase: Não é paranoia se está realmente acontecendo. Instigante. Aí, você já começa a leitura com essa pulga atrás da orelha. Existe a paranóia? Não existe? E se essa frase foi colocada ali só para me confundir? E se não foi? Você vai enlouquecendo um pouco no processo, mas é normal.

O livro começa contando a rotina da Dra. Anna Fox, uma psicóloga infantil que sofre de Agorafobia, medo de lugares abertos. No caso, a Dra. Fox sofre fortes crises de pânico e ansiedade quando é exposta a espaços fora da sua casa, mesmo que seja só o seu jardim. Na verdade, ela nem consegue deixar as janelas abertas ou se aproximar da porta da frente por saber o que a espera além daquilo.

Ela mora sozinha em uma casa constantemente fechada e escura, bebe muito vinho, é viciada em filmes antigos e seus passatempos incluem jogar xadrez online, orientar outras pessoas que sofrem de agorafobia em um fórum virtual e vigiar a vida dos vizinhos. Sim, munida de uma câmera com um super zoom e dona de uma casa de três andares com muitas janelas, Anna Fox sabe de tudo o que acontece em cada casa de sua pequena vizinhança, acompanhando a vida das outras pessoas que podem sair de casa e conviver em sociedade, tendo nisso uma espécie de distração e consolo, como se ela pudesse viver através delas.

Testemunha ocular de cada passo de seus vizinhos, Anna também vigia suas páginas em redes sociais, sabe onde trabalham, suas rotinas, quem vai embora e quem chega, enfim, nenhum detalhe escapa da sua super lente. É quando os Russell chegam. A família Russell composta pelo pai, a mãe e o filho adolescente rapidamente chama a atenção da Dra. Fox, afinal, era uma família totalmente nova para estudar. Ela teria que aprender a rotina deles, descobrir por que estavam ali, de onde vieram e o que faziam para poder integrá-los em seu pequeno reino particular.

Foi durante as várias horas de vigia que Anna começou a perceber algumas coisas que não se encaixavam e a se questionar outras que não conseguia entender. Por que o jovem Ethan estudava em casa, passava a maior parte do tempo parado diante do computador e parecia tão triste? Será que o Sr. Russell era um desses pais dominadores e abusivos? Por que a Sra. Russell só apareceu uma vez e, agora, ela não conseguia encontrá-la em nenhuma janela da casa?

Ao longo da descrição da rotina de Anna, vamos conhecendo mais sua história, como o acidente de carro que ela teve um tempo atrás e que desencadeou sua fobia, a fazendo viver longe do marido e da filha. Vamos vivendo junto com ela o drama das pessoas do fórum que desabafam suas próprias situações e o drama dos vizinhos que Anna continua vigiando.

Até que a tal Sra. Russell aparece em uma situação em que ajuda Anna em um ataque de pânico na porta de sua casa. As duas passam horas conversando, coisas são ditas ou insinuadas e o quebra-cabeça parece começar a se encaixar. Ou, pelo menos, era o que a Dra. Fox pensava antes de assistir Jane Russell ser esfaqueada bem de frente da janela de sua sala. Ali, na casa ao lado, no meio da madrugada e relativamente bêbada, Anna Fox não podia fazer muito mais do que chamar a polícia. E é aí que tudo começa.

Outra mulher aparece alegando ser Jane Russell e todos acreditam que Anna está delirando devido a sua grande quantidade de remédios misturados ao álcool. A partir daí, vivemos vários e vários capítulos envoltos nessa dúvida: Anna Fox viu mesmo o que disse ter visto ou tudo não passou de um delírio da sua doença aliado ao excesso de vinho? Ela conheceu mesmo Jane Russell naquele dia em sua casa ou fantasiou tudo aquilo por se sentir muito sozinha? Alistair Russell teria mesmo matado a sua mulher e colocado uma impostora no lugar ou eles são só uma britânica família comum sem nenhum segredo escuso?

Mergulhamos na cabeça de Anna, nos perguntamos junto com ela e duvidamos junto com ela. Afinal, seria A mulher na janela um emocionante thriller cheio de conspiração e suspense ou só os relatos de uma pobre mulher que enlouquece sozinha em sua casa depois de uma grande tragédia?

Volto à palavra que usei no primeiro parágrafo dessa resenha: surpreendente. Tenha certeza que sua opinião mudará várias e várias vezes durante essa leitura. Você duvidará de Anna, duvidará de todos os outros e duvidará até de si mesmo. Até que ponto algo é mesmo real e até que ponto não é? Quem conhece realmente os mistérios da mente humana e como podemos confiar 100% em tudo o que vemos? No fim, a frase que estampa a capa de A mulher na janela pode, afinal, ser usada como um norte e nos guiar para a verdade: Não é paranoia se está realmente acontecendo.

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BECO NA BIENAL: Resenha Dois Garotos se Beijando, David Levithan #19

Um beijo para quebrar um recorde mundial, primeiros encontros apaixonados e histórias envolventes. Dois garotos se beijando, de David Levithan, é um livro para se encantar e emocionar. Como sempre, o autor não falha em criar uma ponte sólida entre leitor e personagem, despertando a empatia da maneira mais sutil.

O livro gira ao redor de cinco histórias distintas que, como esperado, se entrelaçarão. Tudo começa com Harry e Craig, dois garotos, que não são um casal, mas querem quebrar o recorde do beijo mais longo do mundo, como forma de protesto contra manifestações homofóbicas. Para isso, terão que se beijar por 32 horas 12 minutos e 10 segundos.

Além disso, somos apresentados a Ryan e Avery, dois garotos de cabelo colorido que se encontram em um improvável baile LGBT.  Acompanhamos o primeiro encontro dos dois. Avery tem cabelos cor de rosa, é transsexual e tem medo disso afastar Ryan, o garoto de cabelo azul e espetado com quem cruzou na festa. Também, conhecemos Cooper, um garoto solitário que encontra problemas para ter sua sexualidade aceita. Neil e Patrick namoram há bastante tempo e encontram problemas típicos de relacionamentos entre jovens. E, finalmente, Tariq, um garoto que nos mostra como é ser agredido apenas por ser quem é. Todos os garotos são diferentes, alguns são aceitos, outros nem tanto. Alguns estão em relacionamentos, outros só estão quebrando recordes de beijos. A leitura é um passeio por todas essas histórias, até que elas se unam.

Dois garotos se beijando é uma grande lição de empatia, ainda mais pelos narradores do livro que são muito diferentes do que qualquer outro: são os gays do passado. O tempo todo recebemos a história pela voz daqueles que tinham ainda menos liberdade do que os personagens, que viveram e morreram no auge da AIDS. Percebemos, o tempo todo, o quão difícil era para eles e como eles enxergam a vida desses jovens garotos, as quais estão observando de um outro plano. O autor do livro não falha em descrever uma história envolvente com uma narração singular, levando o leitor, o tempo todo, a se colocar dentro do enredo. É fácil se apegar aos personagens e sentir a emoção dos narradores.

Se você está curioso para conhecer mais sobre David Levithan, esse é o momento! O autor estará na Bienal de São Paulo no dia 11 de agosto, dando palestra das 18:30 às 19:30. Não hesite em pesquisar um pouco mais sobre esse autor exemplar que transforma as histórias de livros jovens adultos em lições de vida.

 

Soman Chainani attends the Fast Track during the 2010 Los Angeles Film Festival at EVO Lofts on June 24, 2010 in Los Angeles, California. (Photo by Valerie Macon/WireImage)
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Beco na Bienal: Especial Soman Chainani #14

Soman Chainani é fascinado por contos de fadas. Cresceu lendo essas histórias e assistindo às animações da Disney. Quando fez sua graduação em literatura inglesa e americana em Harvard, praticamente criou uma matéria para ele mesmo sobre contos de fadas e escreveu uma tese sobre o motivo pelo qual os vilões são tão irresistíveis.

Roteirista aclamado, é mestre pela Columbia University na área de Cinema (Direção) e foi ganhador do prêmio máximo da instituição, o FMI Fellowship. Seus filmes já foram exibidos em mais de 150 festivais ao redor do mundo, tendo ganhado mais de 30 prêmios de júri e público. Suas premiações como autor incluem o Big Bear Lake, o New Draft, o CAPE Foundation, o Sun Valey Writers’ Conference e o cobiçado Shasha Grant, concedido por um júri internacional de executivos de cinema.

Quando não está escrevendo histórias ou lecionando em Nova York, Soman é um jogador de tênis habilidoso e difícil de vencer (ficou dez anos sem perder um primeiro set!). Até que começou a escrever A Escola do Bem e do Mal. Agora, ele perde sempre. A série A Escola do Bem e do Mal conta com quatro volumes: A Escola do Bem e do Mal, Um mundo sem príncipes, Infelizes para Sempre e Em Busca da Glória.

Soman Chainani estará na Arena de autógrafos BIC dia 10 de agosto às 16h. Para quem não conseguiu pegar senha, não se preocupe, pois ele também estará no Estande do Grupo Autência dia 11 às 16h. Para essa sessão de autógrafos do Grupo Autêntica, é obrigatório ter o 4º volume da série e poderão ser autografados até 4 livros, sendo um deles o Em Busca da Glória. Já na Arena BIC, só poderá ser 1 livro, mas pode ser qualquer um do autor.

Site oficial do autor: http://somanchainani.net/

Fonte: Editora Seguinte
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Beco na Bienal: Especial Victoria Aveyard #13

Na Bienal Internacional do Livro de São Paulo – evento que acontece de 03 a 12 de agosto de 2018 – Victoria Aveyard foi uma das primeiras autoras internacionais confirmada, juntamente com os autores Soman Chainani, Yoav Blum e Lauren Blakely.
Para quem é fã dessa escritora ou para quem gostaria de conhecer um pouco mais sobre seu trabalho, o Beco na Bienal de hoje traz um pouquinho sobre sua carreira.

A CARREIRA

Fonte: site da autora

A carreira de Aveyard teve reconhecimento instantâneo logo após o primeiro livro de sua saga mais conhecida: A Rainha Vermelha (2015) atingiu o 1º lugar na lista de livros mais lidos do New York Times, logo em sua primeira semana de publicação.

O primeiro livro logo se tornou uma saga, de igual reconhecimento, e Victoria ainda lançou: A Espada de Vidro (2016); A Prisão do Rei (2017) e Tempestade de Guerra, lançado neste ano.

A autora norte-americana contou ao jornal The Guardian que sua inspiração para a saga veio de uma única imagem:

Uma adolescente espancada, derrotada, prestes a ser executada, que então eletrocuta seu carrasco com seu próprio poder especial.

Em entrevista ao mesmo periódico, Aveyard se disse uma “escritora visual”, ou seja, a inspiração para suas histórias costumam partir de imagens. Depois de visualizar sua personagem principal, a autora continua a expandi-la e também a criar o mundo no qual essa personagem irá existir. Esse fato pode estar relacionado à sua formação, já que Victoria cursou Roteiro na Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.

Além disso, a autora costuma citar influências cinematográficas para suas obras, como Star Wars, Harry Potter, The Avengers e Jurassic Park. Essas obras a ajudaram a compor sua personagem principal e também as cenas de ação que aparecem na história.

A RAINHA VERMELHA

Fonte: Editora Seguinte

A saga Red Queen (título original) é uma narrativa de fantasia publicada nos Estados Unidos pela editora HarperCollins e no Brasil pela Editora Seguinte. São 4 livros + 2 pré-sequências: Canção da Rainha (2015) e Cicatrizes de Aço (2016).

Os livros são, geralmente, definidos como para o público jovem, mas vão além disso, já que acabaram conquistando públicos de todas as idades.

A história gira em torno de Mare Barrow e sua família, que pertencem aos vermelhos: plebeus que servem à elite prata, os quais possuem poderes sobrenaturais. A reviravolta acontece quando Mare começa a trabalhar no palácio real e descobre que também possui poderes.

Assim como a Princesa Leia e a bruxa Hermione Granger, Mare é mais uma personagem feminina que com certeza irá influenciar uma geração.

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação
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Beco na Bienal: Playlists do Beco Literário para aproveitar a Bienal do Livro e as viagens #12

Música é o que move a gente, não é verdade? Pois então, imagina misturar o evento literário mais esperado e muita música boa? É isso mesmo, a Bienal do Livro está ficando cada vez mais próxima e você não pode perder as atrações incríveis da 25ª edição que acontece em São Paulo entre os dias 03 a 12 de agosto no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Já garantiu o seu ingresso?

Leia Mais:

BECO NA BIENAL: CONHEÇA OS ESPAÇOS E ATRAÇÕES DA BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO 2018 #11

O Beco além de dar inúmeras dicas para você arrasar e aproveitar muito a edição deste ano, dará dicas de playlists para você aproveitar tanto a Bienal quanto nas viagens para quem mora um pouquinho mais longe. Vamos conferir?

Nas plataformas de streaming tanto Spotify quanto Deezer há inúmeras playlists para você escolher o que quer ouvir entre uma atração e outra na Bienal ou até mesmo no carro, no ónibus ou no avião. Tudo de acordo com o seu estilo e gosto musical.

A playlist Top Brasil disponível através do app Spotify trás um mix das músicas nacionais mais ouvidas e que estão bombando. Já no Deezer, a playlist Top Brazil também trás as músicas mais escutadas. Então escolha o seu melhor serviço de streaming e solta a música!

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BECO NA BIENAL: OPÇÕES BARATAS DE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE NA BIENAL DE SÃO PAULO #09

Durante as viagens você pode escutar versões mais lights de hits da nossa música popular brasileira na playlist Acústico MPB. Ou então ouvir o que está tocando de melhor da música pop tanto nacional quanto internacional. Claro que Anitta e Beyoncé não podem ficar de fora dessa, né?

No Deezer tem também a playlist Hits of the Moment com Marron 5, Alok, Demi Lovato, Nicki Minaj, Drake, Ed Sheeran, Calvin Harris e muito mais para você.

Só não se esqueça: escutar nossos artistas preferidos é ótimo, mas o ideal é deixar os fones de ouvidos na mochila e aproveitar muuuuuito a Bienal do Livro que está incrível e tem tudo para bombar!