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Análise Capitães da Areia, de Jorge Amado
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Análise: Capitães da areia, Jorge Amado

O livro “Capitães da areia” é um dos grandes sucessos do autor Jorge Amado. O romance que se passa na cidade de Salvador, conta a história de um grupo de meninos de rua. Esses meninos praticam pequenos furtos e roubam, além de assustar os moradores da cidade. Jorge Amado utiliza o livro para mostrar a realidade que leva esses meninos a cometerem os crimes.

Logo no início, o livro mostra uma série de reportagem sobre os meninos. Eles são conhecidos como “Capitães da areia”, e a história se direciona para mostrar a vida individual deles. O chefe do grupo é Pedro Bala, um menino que é filho de um grevista e segue a risca a ideologia do pai. Além de Pedro, outros integrantes vão sendo apresentados ao longo da narrativa. Em nenhum momento o autor tenta justificar os roubos, apenas apresenta ao leitor que o meio e a condição de vida dos meninos influencia diretamente suas decisões.

Um dos personagens é O professor, um menino que sabia ler e passava as noites lendo. Gato é outro personagem que compõe a trupe. No livro, ele é descrito como muito bonito e vaidoso, e isso faz com os outros meninos do bando se sintam ameaçados por ele. Durante a história, Gato se apaixona por uma prostituta e passa a se relacionar com ela. Outro personagem de destaque é Sem pernas, por ser manco, ele era utilizado como distração para a gangue praticar os roubos. A única menina do grupo é Dora, que sofre por ser mulher e órfã.

Em certo momento da narrativa, Pedro Bala e Dora acabam sendo presos por tomarem a culpa pelo bando todo. Após os Capitães da areia libertarem Pedro, encontram Dora em um orfanato quase morta. Dora passa alguns dias com os meninos e morre, o que é uma situação chave no roteiro. A partir da morte dela, os meninos passam a trilhar caminhos diferentes e traçar seu futuro.

Por ter um narrador onisciente (aquele que sabe de tudo), a leitura flui facilmente. A escrita do autor te envolve rapidamente e te faz agarrar na história desde o primeiro capítulo. A temática do romance é o descaso social, que é mostrado com clareza ao longo da história. O assunto é abordado por meio de falas das personagens ou comentários do narrador. Além disso, outro ponto também muito citado é ausência da presença materna, no capítulo “Família”. O menino Sem pernas entrava em casas ricas, dizia que era órfão e pedia um lugar para morar. Depois que se instalava, ele chamava os Capitães da areia para cometerem furtos. Neste capítulo, no entanto, o personagem conhece pessoas que o acolhem como verdadeiro filho e fica balançado. No fim, Sem pernas decide ser leal ao grupo e comete o roubo.

O livro é tão pedido em provas e vestibulares porque tem uma temática atemporal. Os problemas decorrentes na narrativa, infelizmente, estão presentes na nossa sociedade até hoje. Jorge Amado consegue nesta obra nos fazer refletir sobre nossa própria realidade. É impossível ler “Capitães da areia” e não sentir empatia, compaixão e tristeza. É necessário pensar sobre o mundo, e mais do que isso, tentar lutar sobre o que o destino nos impõe.

Os pobres não tinham nada. O padre José Pedro dizia que os pobres um dia iriam para o reino dos céus, onde Deus seria igual para todos. Mas a razão de jovem Pedro Bala não achava justiça naquilo. No reino do céu seriam iguais. Mas já tinham sido desiguais na terra, a balança pendia sempre para um lado. (Capitães da areia, p.94)

SEJAMOS TODOS FEMINISTAS, CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE
Livros, Resenhas

Resenha: Sejamos todos feministas, Chimamanda Ngozi Adichie

Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘Você apoia o terrorismo!’”. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.

A resenha de Sejamos todos feministas é um pouco diferente porque foi o primeiro livro escolhido para discussão e debate no Beco Club, grupo de leitores VIPs do Beco Literário, e foi produzida por todos que participaram. Dessa forma, ela será apresentada aqui em forma de diálogo, com a devida assinatura de cada um dos Becudos que participaram.

O livro fala o quanto é importante que todos conheçam sobre o movimento feminista. Conta sobre suas primeiras impressões e o quanto foram negativas, pois as pessoas que desconhecem deturpam o movimento, pois quem desconhece acha que é sobre o odiar o gênero masculino, mas não é isso, trata-se de igualdade e equidade entre os sexos. A autora fala que podemos sim ter poderes socioeconômico e políticos equivalentes ao do homem. E o quanto incomoda não se considerar subjacente perante a uma sociedade extremamente patriarcal, machista e misógina. É possível e necessário que todos apoiem o movimento, pois é sobre todas as mulheres e seus direitos, é sobre não se acuar quando quisermos conquistar algo. Eu acho que esse livro da Chimamanda deveria ser lido por todos, pois é uma forma didática e rápida de explicar que não é sobre ódio, é sobre acordar, levantar e fazer algo. — Mayara da Silva Esteves

Achei ela super didática na forma de abordar o tema, a linguagem clara que faz com que a gente entenda facilmente. Eu tinha lido Americanah dela e gostei mto da linguagem também, fiquei curiosa pra ler os outros livros. — Danielle Rocha Gonzales

Bem, primeiramente, o livro, como já foi dito, é de uma leitura simples e objetiva. Nas primeiras páginas, a autora conta como foi o primeiro contato com o título de feminista, demonstrando através de fatos por ela vividos. Mas enfim, isso, nesse momento, não é tão relevante quanto o fato dela evidenciar um fato bastante interessante, que ao meu ver foi, de certa forma, inconsciente: feminismo é mais que uma palavra. É simples ver que ela por si só já era feminista antes mesmo de saber definir o que é isso. Um ponto importante que ela destacou é que o machismo às vezes é inerente à sociedade em situações simples, como o fato de o homem sentir-se obrigado a pagar tudo durante o encontro (ato que é visto como romântico) ou no simples fato de a mulher se sentir obrigada a se vestir como um homem, pois passa a visão de que será ouvida (mesmo que inconsciente). Ademais, a autora destaca a importância de salientar que o feminismo não é um movimento de oposição a homens. Pelo contrário, a ideia de tornar um mundo com maior equidade de gênero deveria ser vista como algo bom, inclusive para os homens. Outro ponto importante é a negligência que homens e mulheres têm para com a questão de gênero, ou seja, muitos deixam de lado as discussões que envolvem esse tema, por ser tudo como irrelevante ou delicado. Por fim, não se pode negar a existência do machismo, já que, num exemplo prático, se numa sala houver um homem pobre e uma mulher rica, embora de classe e estrato socioeconômico mais elevado, o homem pobre tem o benefício de ser homem. Para finalizar esse texto enorme, eu preciso falar sobre as duas últimas páginas: homens e mulheres muitas vezes não reivindicam o título de “feministas” mesmo que sejam em pequenas atitudes. O simples fato de se negar a receber menos exercendo a mesma profissão, torna uma mulher feminista. O simples fato de um homem reconhecer o problema e tomar as rédeas de uma luta contra a desigualdade o torna feministo. Então, lutemos por igualdade, lutemos por justiça, sejamos todos feministas. — Pedro Henrique de Jesus

Só um adendo homens que apoiam o movimento são pró-feminismo. — Mayara da Silva Esteves

Para mim, foi uma leitura cansativa, pois eu já tinha o conhecimento e pensamento como o que ela expressa no livro… E, mesmo assim, acho que é um livro que deveria ser lido e estudado por todos. Eu faço parte de um grupo de mulheres no intuito de empoderamento e empatia. Falamos muito sobre vários assuntos, principalmente, situações que englobam a discriminação e o machismo. E é bem difícil de acreditar q este assunto seja novo para a maioria das pessoas. — Jaqueline Pereira

Eu sou homem, mas eu acredito que o feminismo foi se vulgarizando como um movimento parecido com o Black Block: o Movimento Social de perturbação da paz. Por isso, talvez, as mulheres não se sintam representadas pelo feminismo. — Pedro Henrique de Jesus

Isso acontece porque a mídia deturpa, não é interessante para o patriarcado ver que mulheres não “obedecem” mais o que é imposto a elas. — Mayara da Silva Esteves

O problema no feminismo está o radicalismo, que, convenhamos, existe em tudo. — Jaqueline Pereira

Além de tudo eu acho que é uma questão muito histórica. Minha mãe, por exemplo, conversa comigo e fala coisas que eu mesmo a repreendo, porque, de certa forma, lhe foi imputada como normal. — Pedro Henrique de Jesus

Não dá pra militar apenas através da tela de um computador. Claro que a internet ajuda muito na disseminação do movimento, ajuda a chegar a diversos lugares. — Mayara da Silva Esteves

Quando pontuo o fato de eu ser homem, é por conta da questão de lugar de fala. — Pedro Henrique de Jesus

Claro, todo meio de comunicação tem seu lado ruim. Por isso temos que aproveitar o que tem de melhor para fazer o que é bom. Eu vou recomendar para que assim que puderem, lerem alguns livros de Bell Hooks e Angela Davis. Por tudo o que já li e discuti sobre, o que mais precisa são as mulheres aprenderem a se respeitar. Falta empatia. O dia que a mulherada aprender que uma apoiando a outra todas conseguirão crescer a distância que existe hoje entre os gêneros será mínima. — Jaqueline Pereira

Como eu disse, a intenção vai ser sempre separar as mulheres, pois sabem que mulheres juntas e unidas conquistam coisas, principalmente liberdade. Por isso é bom sempre conversar com as pessoas do nosso convívio sobre o assunto. Um passa pro outro, pro outro e pro outro, quando formos ver, já chegamos lá. — Mayara da Silva Esteves

Outra questão bem interessante foi o fato de o livro ser uma adaptação de um discurso dela. Não foi algo que ela sentou e escreveu. Ela se levantou e falou, depois resolveu escrever. Ou seja, se fôssemos colocar outro título na obra seria “Descubra agora se você é feminista” — Pedro Henrique de Jesus

Isso é tão legal. É uma mulher de voz, isso enche nossos corações e principalmente das mulheres negras que são representadas de duas formas. — Mayara Cristina dos Santos Ferreira

Então, antes de começar a falar do livro, gostaria de dizer que ele veio na hora certa. Comecei a fazer um curso chamado Escola de Liderança para Meninas esse ano, e lá temos oficinas que falam sobre tudo que as meninas têm o direito de saber, porém a maioria não tem interesse, e um dos principais temas foi o feminismo. Quando vi o livro, eu fiquei louca pra ler e ver o ponto de vista da autora sobre o tema, e me identifiquei muito quando ela fala ouviu ser chamada de feminista como uma ofensa. O livro aborda um tema tão importante para nós, meninas, que estamos conquistando cada vez mais nosso lugar e não deixando ninguém nos calar… tão importante, mas também triste saber que muitas não veem desse jeito. Ainda mais os homens. O episódio em que ela e o amigo vão sair, e finalmente cai a ficha dele de que há sim essa diferença entre meninas e meninos, me deixou com um sentimento de “finalmente! ainda há esperança”

Marquei um trecho que me tocou de uma forma diferente. “Se repetimos uma coisa várias vezes, ela se torna normal. Se vemos uma coisa com frequência, ela se torna normal. […] Se só os homens ocupam cargos de chefia nas empresas, começamos a achar ‘normal’ que esses cargos de chefia só sejam ocupados por homens.”

Eu ouvi uma frase um dia que dizia “O feminismo existe pra deixar de existir”, pois o movimento existe justamente porque não há a igualdade de gênero, caso existisse essa igualdade, o movimento não iria precisar existir. — Camila Alves de Souza

A predominância do feminismo é muito boa em relação a termos líderes mundiais como ministras de Estado, presidente e outros papéis importantes. Estamos ainda em passos lentos existe ainda esperanças de mudanças. — Silvia Paula Campos Rainho

Vocês sabiam que nós mulheres somos 70% da população miserável mundial? E que se o meio político quisesse acabar com a fome para melhorar este quadro poderiam? Mas como nós alimentamos o sistema capitalista que é comandado pelo sistema patriarcal, não vão acabar com isso. Quanto mais pobres, mais filhos. Quanto mais filhos, mais fácil de se explorar. Por isso nossos corpos não são nossos de fato, precisamos de autorização para uma simples laqueadura. E pasmem, só pode se tiver dois filhos, 25 anos e assinatura do marido. Do marido, isso mesmo. — Mayara da Silva Esteves

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Caminho Longo, Vinícius Fernandes
Livros, Resenhas

Resenha: Caminho longo, Vinícius Fernandes

Sinopse: Uma tragédia afastou para sempre Bruno de seu irmão Mateus. Sem seu melhor amigo e confidente, ele se prende a lembranças e tenta superar o luto.

Entre angústias e o crescimento pessoal, ele precisará definir do que é possível abrir mão em nome da felicidade, mesmo que isso represente viver de um modo que seus pais podem não aceitar.

Enquanto define o que deseja de seu futuro, Bruno irá descobrir que nossas existências são feitas de momentos e que cada um deles é um aprendizado nesse caminho longo chamado de vida.

Quando recebi o primeiro texto sobre “Caminho Longo”, algo já despertou em mim aquele comichão pra ler, ainda mais que sou apaixonado por romances e dramas, com a qualificação de que era LGBT. Me ganhou pela temática. Recebi o livro do autor um pouco tempo depois e comecei a ler no dia em que terminei meu TCC, querendo esfriar a cabeça e passar um tempo livre. Eu tinha uma hora de leitura antes da faculdade e pensei, bom, vou começar o livro e depois termino. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram.

Caminho Longo conta a história de Bruno, um garoto gay que ainda está se descobrindo como tal. Ele sabe que é diferente dos outros de sua idade e sabe que há uma remota possibilidade de gostar de garotos. A trama tem um prólogo que me deixou ansioso e um desenvolvimento rápido, que mostra Bruno criança e logo depois, já no ensino médio, quando conhece Luiz, sua primeira paixão avassaladora.

O romance com Luiz logo se desenvolve em proporções inimagináveis. Eles ficam juntos no colégio, saem pra tomar café e ir no cinema depois dele, viajam pela primeira vez juntos e tem outras primeiras vezes que acontecem de forma tão sutil no livro que chega a ser bem fofo. Isso é algo que vale destaque, porque poucas pessoas conseguem dosar a sutileza de uma cena de sexo a ponto de saber que ela está ali, mas não a ponto de chegar no erótico-sensual-maior-de-idade.

Ao longo desse caminho, Bruno ainda não se assumiu para sua família, mas sempre teve o apoio do irmão mais velho, Mateus, que é precocemente e brutalmente morto em um assalto logo nas páginas iniciais. Sim, você chora já de início e foi isso que me fez não largar o livro depois da minha primeira hora de leitura e ir pra faculdade lendo depois. Terminei logo em seguida, incapaz de deixar pra trás sem saber o que aconteceria dali em diante.

O livro tem elipses temporais que vão e voltam, até que chega no ponto presente em que a história se desenvolve com uma certa linearidade. Não é confuso de entender, muito pelo contrário, o autor deixa bem claro quando se trata de uma lembrança e quando se trata de presente, o que também torna a leitura mais agradável.

Na época da morte de Mateus, descobrimos então, que Bruno não está mais com Luiz, seu primeiro amor, mesmo achando que eles ficariam juntos para sempre. Luiz passou em uma faculdade em outra cidade e o relacionamento não sobreviveu à distância. Cada vez mais longe, Luiz deu o gostinho doloroso e ácido de sua ausência para Bruno, seguido da pancada de uma traição na festa universitária. Essa parte do livro dói como um tiro, e se você já foi traído alguma vez na sua vida, vai te fazer rememorar da mesma forma e sofrer na pele de Bruno. A escrita bela de Vinícius Fernandes é ao mesmo tempo, brutal para o nosso coração fraco de leitor.

Bruno segue em frente com amores rasos, cada vez mais se decepcionando com as pessoas. Sonhando em ser escritor, lança o primeiro livro que é sucesso de vendas e conhece Diego, um fã que acaba por ser o grande amor de sua vida. Não é o primeiro, não é o segundo e tudo nos leva a crer que é o verdadeiro. E somos enganados mais uma vez. Depois de se assumir para os seus pais, se mudar para a casa de Diego e depois para o Canadá (!!!), Bruno e Diego começam a esfriar o relacionamento, como quem se perdeu e não sabe como se encontrar. Até tentam chamar uma terceira pessoa, Sam, por quem nutro ódio mortal para uma noite de aventuras, fato que aparece só afastar os dois ainda mais. Pausa para falar que uma parte sadomasoquista de mim gostou do relacionamento ter ido para a ruína depois de chamarem Sam para um sexo a três. Sempre tive a opinião de que isso mais atrapalha que ajuda e vê-la confirmada, mesmo que na ficção me traz uma pontada de paz interior.

Bruno até tenta salvar o relacionamento, mas Diego fica imaginando outra pessoa ao seu lado. Nada vai pra frente dessa forma, infelizmente e o livro se encerra com mais acontecimentos brutais na vida de Bruno que o levam para caminhos cada vez mais diferentes pelos quais nunca imaginou passar. “Caminho Longo” é uma leitura leve, daquelas que você consegue e precisa terminar em uma única leitura, mas espinhenta com muitas adagas enfiadas no seu coração. Mas o que mais eu poderia esperar de um drama, certo? Leitura obrigatória para quem é LGBT e já sofreu com decepções amorosas, o autor parece acessar a mente do leitor de alguma forma assustadora mas que traz aquela sensação de cura e calmaria. Recomendo muito (não só porque meu lado sádico gostou de sofrer com Bruno, mas também porque é realmente um bom livro).

45 do primeiro tempo, Patrick Santos
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Resenha: 45 do primeiro tempo, Patrick Santos

De leitura rápida, 45 do primeiro tempo é o primeiro livro do jornalista Patrick Santos, nascido em São Paulo, que ficou a frente de vários projetos na Rádio Jovem Pan por muitos anos, até que decidiu tirar um período sabático, deixando para trás uma carreira executiva estressante para encontrar mais equilíbrio em sua vida.

O livro é escrito como se fosse uma partida de futebol, em duas partes e com capítulos que também lembram certos momentos que rodeiam o jogo. Na primeira parte, Patrick comenta sobre as decisões e pensamentos que o fizeram chegar até o ano sabático. Com capítulos como “O caminho até o vestiário” e “Bate-bola na livraria”, ele tenta se encontrar e refletir se essa é mesmo a melhor decisão a se tomar naquele momento, levando em conta seu passado, presente e futuro, afinal, depois do sabático a vida continua.

Em certo ponto dos primeiros capítulos, o autor chega a comentar sobre suas primeiras experiências como estudante de Jornalismo e é impossível não se identificar. Acho que todos nós, jornalistas ou estudantes, chegamos na faculdade com aquela vontade de mudar o mundo com as nossas palavras, levando um pouquinho de cada um daqueles que admiramos na mochila.

Logo depois, ele conta sobre suas idas a livraria e esse é um outro momento que me identifiquei bastante e marquei para comentar. Santos fala sobre os livros milagrosos, que dizem que “basta querer mudar de vida para tornar-se um homem de sucesso”, que muitas vezes faz o efeito contrário na vida das pessoas e traz uma vida fadada ao fracasso, induzindo as pessoas a olharem suas dificuldades como uma falha de atitude. Sim, dramas reais exigem atitudes reais, não dez regras receita-de-bolo para mudar.

O autor então dá play no seu tão sonhado período sabático, na segunda parte do livro e nessa parte, somos transportados para sua vida pessoal como um livro aberto, literalmente. Aqui me identifico novamente quando ele comenta sobre pessoas revoltadas por vidas não vividas. É pesado conviver com elas ou somente estar ao lado delas.

Você já reparou como é pesado estar ao lado de alguém que cospe revolta por uma vida não vivida? A pessoa não sorri, nada pulsa nela, a não ser o pessimismo. Está morta, só não se deu conta do fato.

Outro ponto que vale a pena comentar é como nós jornalistas somos iguais em essência. Há um capítulo chamado “O mundo em meu bairro”, em que Patrick comenta que antes de conhecer o mundo, devemos conhecer o bairro em que vivemos, que me transportou diretamente para o meu primeiro semestre na faculdade de jornalismo. Chegamos entusiastas por fazer matérias investigativas criminais que revelariam para o mundo as falcatruas do governo. Minha professora olhou e disse as exatas palavras de Patrick: antes vocês precisam conhecer os problemas do bairro de vocês. E essa foi minha primeira matéria no jornalismo, meu bairro e os problemas de acessibilidade nas calçadas. Fui bloqueado por pelo menos cinco vereadores e meses depois, algumas reformas “de rotina” da prefeitura começaram nas ruas adjacentes a minha. Antes de mudar o mundo, podemos mudar o nosso primeiro mundo.

O livro se encerra com o fim do período sabático de Patrick Santos, e ele diz que pode reencontrar sua história e compreender que todos temos problemas, o que muda é a forma com a qual lidamos com eles. Revigorado, o autor agora se prepara para o início do seu segundo tempo no gramado da vida.

Posso estar sendo utópico, mas acredito firmemente que é preciso dar um sentido a nossa vida, cada um de nós, para que o mundo do futuro não seja apenas destruição e morte. É hora de subir as escadas e voltar ao gramado. O segundo tempo vai começar.

09- Donas da Rua - Emma Watson
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Emma Watson é homenageada pela Turma da Mônica

Quando se fala o nome Emma Watson, a primeira imagem que vem à mente da maioria das pessoas e dos fãs é a Hermione Granger, personagem icônica do filme Harry Potter, série de filmes britânico-americana baseada na série de livros homônima da escritora J.K. Rowling. O longa levou à atriz ao estrelato desde criança.

Nascida em Paris, mas criada na Inglaterra, a atriz, recentemente graduada em Literatura Inglesa pela Universidade Brown, é famosa não apenas pela sua carreira artística. Nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, desde 2014 vem se dedicando a engajar meninos e meninas, mulheres e homens na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial, e ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade. A atriz é uma das protagonistas da iniciativa ElesPorElas (HeforShe), movimento criado pela ONU Mulheres.

09- Donas da Rua - Emma Watson

Levando em conta esse comprometimento, o projeto Donas da Rua escolheu a atriz para comemorar o quinto aniversário do movimento ElesPorElas (HeforShe). A dona da rua em pessoa, Mônica, foi a personagem escolhida para a homenagem.

O Donas da Rua foi criado em março de 2016 e tem o apoio da ONU Mulheres. Nesta parceria, a MSP tornou-se signatária dos Princípios de Empoderamento da ONU Mulheres. Uma de suas áreas, o Donas da Rua da Ciência, tem como objetivo resgatar a trajetória de pesquisadoras e cientistas que marcaram a humanidade com suas ações.

Anjos e Demônios, Dan Brown
Livros, Resenhas

Resenha: Anjos e Demônios, Dan Brown

Antes de decifrar O Código Da Vinci, Robert Langdon, o famoso professor de Simbologia de Harvard, vive sua primeira aventura em Anjos e Demônios, quando tenta impedir que uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano.

Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça.

Ele descobre indícios de algo inimaginável: a assinatura macabra no corpo da vítima – um ambigrama, uma palavra que pode ser lida tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo – é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há 400 anos.

A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a Igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal.

Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma junto com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana. Numa caçada frenética por criptas, igrejas e catedrais, os dois desvendam enigmas e seguem uma trilha que pode levar ao covil dos Illuminati – um refúgio secreto onde está a única esperança de salvação da Igreja nesta guerra entre ciência e religião.

O livro começa com um terrível assassinato a sangue frio. O assassino deixa o corpo da vítima marcado a fogo com a palavra Illuminati, que é uma antiga sociedade que estaria extinta há mais de 400 anos. O professor Robert Langdon, especialista em simbologia e com conhecimentos a respeito dessa sociedade, é chamado para ajudar na investigação do crime. 

“Professor Langdon, passou a vida inteira pesquisando símbolos como este que agora tem nas mãos. Eu lhe pergunto, por quanto tempo mais ainda vamos que ter que fingir que já não decidiu vir comigo?”

Então, Langdon viaja para o CERN (Centro de Pesquisas Nucleares), na Suíça, e descobre que a vítima se chamava Leonardo Vetra e era um cientista do Centro que trabalhava com um projeto secreto, chamado antimatéria. Esse material era considerado muito perigoso, pois uma gota da antimatéria poderia devastar tudo a um raio de um quilômetro de distância. Para agravar ainda mais a situação, essa antimatéria havia sido roubada.

Enquanto Langdon ainda está no CERN, uma ligação é recebida. É o assassino que diz ser um Illuminati e avisa que a antimatéria está em Roma, e que a sociedade pretende destruir o Vaticano. Imediatamente, Langdon e Vittoria, filha de Leonardo e cientista que ajudava o pai nas pesquisas, partem para Roma para tentar impedir a tragédia.

Quando chegam ao Vaticano, Langdon e Vittoria são recebidos por um carmelengo que era uma espécie de camareiro e homem de confiança do papa. Todavia, o papa havia falecido há quinze dias, e era chegado o dia do conclave (escolha do novo papa). 

Enquanto Langdon e Vittoria estão fazendo pesquisas a respeito dos Illuminati nos arquivos do Vaticano, o assassino entra em contato novamente e avisa que os quatro cardeais preferidos para serem eleitos haviam sido sequestrados e, a partir das vinte horas, um deles seria assassinado em público, de hora em hora. 

“Nada desperta mais o interesse das pessoas do que a tragédia humana.”

Além disso, assassino avisa também que à meia noite a antimatéria iria explodir e, consequentemente, o Vaticano seria destruído. A partir do momento dessa ligação, Robert e Vittoria travam uma luta contra o tempo para tentar descobrir onde seriam esses quatro locais escolhidos para os assassinatos e onde estaria a antimatéria.

A capacidade de Dan Brown em misturar fatos históricos, artes, religião e narrativa é impressionante. A história é vívida, o que nos faz imaginar cada local, cada cena do livro, além de fazer os níveis de adrenalina irem lá no alto! 

O autor tem o incrível dom de aguçar a curiosidade do leitor a cada capítulo ao acrescentar suas típicas reviravoltas e retardando um pouco as respostas para algumas perguntas. Outro ponto que merece destaque é o livro traz uma discussão muito interessante entre religião e ciência. Uma leitura dinâmica e envolvente, cheia de suspense e adrenalina, digna de prender o leitor da primeira até a última página!

“A ciência e a religião não estão em desacordo. É que a ciência ainda é muito jovem para compreender.”

Já pensou em ganhar livros de graça? O Beco Literário te ajuda!
Já pensou em ganhar livros de graça? O Beco Literário te ajuda!
Atualizações, Livros

Já pensou em ganhar livros de graça? O Beco Literário te ajuda!

Quer ganhar livros de graça, sem pagar nenhum centavo, e sem sair de casa? Pois bem, sua chance chegou e é tão simples quanto parece. Vem participar da comunidade de Becudos do Beco Literário!

No ano passado, lançamos o Becolab. Uma plataforma de conteúdo colaborativo para vocês enviarem textos e eles serem trocados por pontos, que por sua vez, poderiam ser resgatados em livros físicos. O Becolab foi um sucesso e recebemos mais de cinco mil inscrições. Infelizmente não conseguimos atender a todos, mas agora, vamos além pra fazer você ter livros de graça.

COMO VOU GANHAR LIVROS DE GRAÇA SEM O BECOLAB?

Basta se inscrever na nossa comunidade de Becudos (leitores do Beco Literário) e ser um membro ativo. Todos os meses, faremos ações, sorteios e premiaremos aqueles que forem mais ativos e ajudarem mais a propagar a literatura por aí. Sim, é fácil mesmo! Só se inscrever, ser ativo e cruzar os dedinhos! Só tem a chance de participar dos sorteios para ganhar os livros quem for um membro ativo da comunidade. Não adianta só se inscrever e vir cobrando livros de graça porque não vai ganhar, viu? 

ATUALIZAÇÃO 2024: Devido ao grande número de pessoas se inscrevendo em nossa comunidade fechada, estamos com uma lista de espera. Aos poucos, chamaremos todas as pessoas para participarem conosco, então tenha paciência! Afinal, todo mundo quer uma oportunidade para ganhar livros de graça, né?

COMO ME INSCREVO?

Só preencher esse formulário aqui e indicar seus amigos para preencherem também! Ele está presente na barra lateral do Beco, em todas as páginas.

QUAIS SÃO AS VANTAGENS?

Você terá a oportunidade de estar em contato com uma comunidade exclusiva de leitores assim como você de forma gratuita e ainda por cima, saber das novidades do Beco Literário em primeira mão. Isso sem falar de promoções, sorteios, mimos… Quem é das antigas sabe o quanto gostamos de mimar nossos leitores, né não? Vale a pena ressaltar mais uma vez que não basta entrar na comunidade para ganhar livros de graça. É preciso participar das ações, acumular pontos e ser um membro ativo. Muitas vezes, recebemos e-mails de leitores contando histórias tristes para tentar ganhar livros de graça por aqui e nós NÃO ENVIAMOS livros fora da comunidade fechada, combinado?

O BECOLAB PARA GANHAR LIVROS DE GRAÇA ACABOU?

No momento, sim! Não estamos aceitando novas inscrições para o Becolab agora mas não quer dizer que isso não possa mudar no futuro. A melhor forma de saber, é estando em nossa comunidade fechada pra saber em primeira mão!

Atualizações, Livros

A poesia voltou: o resgate da essência literária

A poesia voltou com tudo na última Bienal do Livro do Rio. Entre os sucessos da nova geração, estão Akapoeta, Bráulio Bressa, Fabricio Carpinejar e JL Amaral. O catarinense e advogado Mauro Felippe também participa deste novo momento e traz na sua nova obra “Palavras Têm Vidas” reflexões, poemas, crônicas e provocações.

A poesia voltou! Com ela, a essência da literatura. Sim! Os versos que relatam as miudezas da vida retornaram com toda força. Há algum tempo o gênero deixou de figurar nas listas de best-sellers. Um título que vendesse mais de mil cópias era considerado sucesso absoluto. A volta por cima se deu com a fama instantânea dos poetas em diversas mídias e, principalmente, no Instagram e Facebook. A tendência ultrapassou o limite das redes sociais e fez dos escritores do gênero um novo (ou velho) fenômeno editorial.

É o caso do escritor catarinense Mauro Felippe, que lançou durante a última Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro a antologia Palavras Têm Vidas. O poeta também utiliza as mídias sociais para publicar os versos de suas outras obras: Humanos, Nove, Ócio e Espectros. Só no Facebook o autor tem mais de 160 mil fãs.

As poesias de Mauro imprimem a realidade humana, transparecem as adversidades, estão cheias de críticas ácidas e refletem a complexidade da mente. Em um estimulante jogo de palavras, Mauro revive o gênero literário em essência ao empregar ao leitor sensações que somente a poesia é capaz de proporcionar.

Após anos escrevendo, foi na poesia que o escritor se encontrou e pretende seguir no gênero. “Não mais saberia viver sem ler e escrever a todo instante, vejo que as palavras agora registradas nesta reunião de textos me impulsionam a continuar. Obviamente, uma nova parte virá!”, sugere.

Atualizações, Livros

Censura na Bienal do Rio – como foi e o que podemos fazer sobre

A Bienal do Livro do Rio, evento esperado com muita ansiedade para diversos leitores, foi palco de uma tragédia para aqueles que amam a literatura no país, ao ser alvo de censura por meio da Prefeitura da cidade. Com o objetivo de calar e tirar a voz de autores LGBT+, diversos fiscais foram enviados ao evento com o objetivo de envolver diversas publicações em plástico preto e determinar uma classificação de 18 anos para tais obras, mesmo aquelas sem qualquer cunho sexual.

O QUE ACONTECEU E O MOTIVO

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, determinou ontem (05) que exemplares dos quadrinhos “Vingadores: A Cruzada das Crianças” fosse recolhida da Bienal do Livro, que está ocorrendo no RioCentro. Segundo o prefeito, a história contém “conteúdo sexual para menores”, e por tal motivo, deveria ser retirado de circulação. O tal conteúdo sexual relatado, na verdade, se trata de um beijo entre dois rapazes, completamente vestidos, conforme pode ser visualizado na imagem ao lado. Publicado originalmente em 2016 pela Panini Comics, a obra se esgotou na manhã desta sexta-feira no evento. Fiscais da Prefeitura estiveram na Bienal, com o objetivo de lacrar e censurar diversos livros que, segundo nota, “contenham histórias ou cenas de homotransexualismo”. Tal ação ocorreu após a mãe de uma criança que comprou o livro na Bienal se revoltou ao ver um casal homossexual sendo relatado na história.

Logo após o ocorrido, os mesmos fiscais foram enviados para grandes e pequenos estandes, com o objetivo de encontrar tais obras – importante reforçar que livros de cunho erótico, como a saga 50 Tons de Cinza, passaram batidos pela fiscalização, deixando claro que se trata de uma censura ao público LGBT+. A organização da Bienal do Livro se manifestou de forma oficial com o seguinte parecer: “A Bienal Internacional do Livro Rio, consagrada como o maior evento literário do país, dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados, inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá três painéis para debater literatura Trans/LGBTQA+.”.

Apesar da posição oficial, diversos fiscais foram enviados com uma ordem extrajudicial para retirar as obras de circulação ou às envolver em plásticos pretos. Hoje, às 9:00 tais profissionais estavam carimbando e censurando obras conforme imagens compartilhadas pelo perfil no Twitter @valelerumlivro:

Importante reforçar que, envolver tais livros em plástico e sinalizar conteúdos eróticos é uma prática para obras com cunho eróticos, e o que está acontecendo é que histórias com personagens LGBT, que muitas vezes apresentam apenas beijos entre os personagens, estão sendo o grande foco de tal ação.

 

PARTE DA REPERCUSSÃO

Neste meio tempo, Luiz Schwarcz, CEO e fundador da editora Companhia das Letras afirmou em carta aberta que “Essas medidas, mais a suspensão do edital que daria apoio a produção de filmes LGBTQ+ por parte do governo federal, indicam uma perigosa ascensão do clima de censura no país – flagrantemente inconstitucional – e que traz a marca de um indesejável sentimento de intolerância discriminatória”. O autor do livro “Você Tem A Vida Inteira”, da editora Galera, Lucas Rocha, reforçou em seu twitter: “A gente não pode parar. Não dá pra parar. É tipo quando a gente sai do armário e percebe que não tem volta. Lutar para simplesmente TER PAZ é um processo quase de alcoólico anônimo, um dia depois do outro, uns melhores do que outros.”. Além de Lucas, a mesma editora possui diversos títulos voltados ao público LGBT, entre eles diversos de David Levithan; em seu instagram, a editora reforçou que não se deitar para a tentativa de censura: “Homofobia é crime e acreditamos que o papel do estado é incentivar a leitura e não criar barreiras que marginalizem uma parcela da população que já sofre com a intolerância. Nossos livros estão à venda no estande e em todas as livrarias brasileiras, online e físicas. Vamos continuar lutando para que todos os jovens se vejam representados em nossas histórias.”.

O QUE PODEMOS FAZER?

Sob ameaça de volta dos fiscais para o dia de amanhã, a programação da Bienal do Livro segue conforme programado. O que nós resta neste momento, é, da mesma forma que os quadrinhos do Vingadores se esgotaram rapidamente, é esgotar os livros de nossos amigos LGBT, apoiar os seus trabalhos e fazer o que fazemos de melhor: resistir. No twitter, a autora do livro Céu Sem Estrelas, Iris Figueiredo, separou uma thread com livros LGBT+ criados por autores NACIONAIS e que estarão nos próximos dias no RioCentro. Você pode conferir as indicações clicando aqui e inclusive sugerir outros que conheça.

 

 

Atualizações, Livros

O Dono do Tempo, sequência da saga A Arma Escarlate ganha data de lançamento e sessões de autógrafo

Após 5 anos desde o lançamento de “A Comissão Chapeleira”, a autora Renata Ventura anunciou nesta última semana a chegada do aguardado livro “O Dono do Tempo – Parte 1”, terceiro livro da saga “A Arma Escarlate”, trazida pela Editora Novo Século. A saga conta a história de Hugo Escarlate, um menino carioca, morador da favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, que, durante um tiroteio em 1997, descobre ser bruxo; fugindo de traficantes que o ameaçavam, Hugo passa a aprender magia para tentar derrotar os bandidos que ameaçam sua família.

Diretamente inspirada no universo de Harry Potter, Renata contou em entrevista em 2016 ao Portal UOL que a vontade de escrever sobre uma escola de magia e bruxaria brasileira veio diretamente de J.K. Rowling: “Eu tinha vontade de falar do Brasil através da fantasia. Enquanto eu lia ‘Harry Potter’, ficava imaginando como seria a comunidade bruxa brasileira, caso alguém escrevesse a respeito, até que eu decidi colocá-la no papel. Vi uma entrevista com J.K. Rowling, em que ela dizia não ver problemas caso alguém quisesse escrever sobre escolas de magia em outros países. Imediatamente, fiquei animada“. Hoje, Ventura conta com muitos fãs do bruxo britânico, que abraçaram a sua obra e hoje anseiam pelo desenrolar da história de Hugo.

O Dono do Tempo – Parte 1” será lançado digitalmente para leitura no Kindle nesta sexta-feira, 30 e a versão física chega ás livrarias em 12/09. Para aqueles que comprarem através do site da Saraiva, por R$56,61, o livro irá acompanhar um pôster autografado pela autora. Na Amazon, o e-book para leitura no Kindle está disponível por R$22.41. Além disso, serão realizadas diversas sessões de autógrafos nas próximas semanas: além de estar presente em todos os dias da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no estande da Novo Século, teremos a oportunidade de encontrá-la nos seguintes eventos:

SÃO PAULO, SP – 14/09 – 16:00: Livraria Cultura, Conjunto Nacional – Avenida Paulista

JUNDIAÍ, SP: 16/09 – 09:00: Bate Papo na Biblioteca Professor Nelson Foot

VARZEA PAULISTA, SP – 16/09 – 15:00: Bate Papo na Biblioteca Professor Zulmar Zuleika Turcato Maraccini

ITATIBA, SP – 17/09 – 9:00: Bate Papo na Biblioteca Francisco da Silveira Leme (Chico Leme)

PINHALZINHO, SP: 17/09 – 15:00: Bate Papo na Biblioteca João Teixeira Gonçalves

MOGI MIRIM, SP: 18/09 – 09:00: Bate Papo na biblioteca municipal de Mogi Mirim

Para quem ainda não conhece a história, acompanhe nossa resenha para o primeiro livro aqui, ou o segundo aqui. Sem dúvidas é uma história incrível que com certeza irá agradar os fãs de literatura Young-adult e Aventura. Inclusive, ambos os livros anteriores estão disponíveis gratuitamente para assinantes do Kindle Unlimited, na Amazon.