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As melhores frases de "João de Deus - O abuso da fé"
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As melhores frases de “João de Deus – O abuso da fé”

Em setembro de 2018, Cristina Fibe, jornalista que fez carreira nas principais redações do país, deu início a uma apuração que revelaria, três meses depois, os estupros cometidos pelo autoproclamado médium João de Deus.

+ Resenha: João de Deus – O abuso da fé, Cristina Fibe

João de Deus: o abuso da fé é um livro-reportagem com informações apuradas e checadas em viagens a Abadiânia, visitas a IMLs, delegacias e tribunais, além de um mergulho em mais de mil páginas de processos criminais. Dentre as centenas de entrevistas, há depoimentos exclusivos de figuras públicas próximas de João, como o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.

Com a sensibilidade e as ferramentas de quem se especializou na cobertura dos direitos das mulheres, Cristina Fibe dá voz também a algumas das mais de trezentas sobreviventes dos abusos, em relatos muitas vezes chocantes, mas necessários para interromper o silêncio que leva à impunidade.

Em um livro-reportagem investigativo, Cristina Fibe desconstrói o mito em torno do garimpeiro goiano desde a fundação de seu centro espiritual, na década de 1970, até a descoberta da rede de crimes que ele liderou por quase cinquenta anos.

As melhores (mais fortes/mais pesadas) frases de “João de Deus – O abuso da fé”

“João Teixeira de Faria é um homem que gosta de controlar a narrativa sobre si mesmo.”

“João tentava se proteger do enquadramento em um dos artigos do Código Penal brasileiro que poderiam levá-lo à cadeia pelos tratamentos que fazia.”

“Sem dinheiro, passou a usar drogas, ‘por desespero, mágoa, sofrimento, porque o pai que conheci com quase dez anos não foi um pai, foi minha destruição’.”

“‘Não é possível estabelecer, de forma estatística, quantos por cento recebem os benefícios pretendidos’, escreve Ismar Estulano. ‘Todavia, uma coisa é possível afirmar: se não for curado do mal físico, com certeza a pessoa receberá benefícios espirituais. Nada de negativo acontece com quem vai à Casa de Dom Inácio. Somente resultados positivos.'”

“Ele falou: ‘Sempre te deixo por último para ver teu sofrimento.'”

“A confiança, a sugestão dos doentes, o ambiente, a música, as orações, os remédios naturais, os alimentos, a água e o silêncio constituem circunstâncias importantes para se conseguir a cura.”

“Questionada sobre quais depoimentos mais a chocaram, ela lembra de uma mulher com tetraplegia: ‘Ela só mexia a cabeça. E João botava o pênis em sua boca’. Outra, grávida de oito meses, sofreu penetração anal, entrou em trabalho de parto prematuro, e seu casamento acabou quando o marido soube. Uma mulher escondeu o estupro do companheiro, mas pegou uma doença sexualmente transmissível e precisou se tratar em silêncio. Uma paciente com câncer foi abusada numa fase em que não tinha unhas, nem cabelo, nem mamas.”

“Mas, para os defensores de João Teixeira, era tudo bobagem.”

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Cassandra Clare marca sua estreia na literatura adulta com "O portador da espada"
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Cassandra Clare marca sua estreia na literatura adulta com “O portador da espada”

Os livros de Cassandra Clare, já alcançaram a marca de mais de três milhões de exemplares vendidos só no Brasil. Sua passagem pela Bienal do Livro Rio 2023, confirma todo esse sucesso entre seus leitores. O portador da espada é o primeiro volume de sua nova série, sendo o primeiro lançamento depois do sucesso mundial com as Crônicas dos Caçadores de Sombras

Os planos do orfão Kellian para o futuro sempre foram simples: se tornar um marinheiro, ou, quem sabe, se nada mais desse certo, ser um larápio das ruas de Castellane. A única coisa que Kel não esperava era ser levado do orfanato para o palácio, onde, aos dez anos, recebeu uma oferta de trabalho única: se tornar o Portador da Espada de Conor Aurelian, o Príncipe Herdeiro. Criado com o príncipe, Kel cresceu em meio ao luxo e à pompa, sendo treinado tanto para o combate de espadas quanto para as artimanhas políticas da corte. O preço de ser o dublê de corpo de Conor é ficar para sempre vinculado à alguém que ama como a um irmão — mas sem nunca ter a própria individualidade.

+ Bienal do Livro Rio comemora 40 anos e anuncia a vinda de Cassandra Clare, fenômeno da literatura de fantasia

A médica Lin Caster faz parte da comunidade Ashkar, um pequeno grupo que possui habilidades e conhecimentos mágicos mesmo depois da Ruptura, acontecimento que extirpou toda a magia do mundo. Apesar das restrições impostas ao seu povo, Lin ultrapassa as barreiras para cuidar dos doentes do reino.

Quando uma tentativa de assassinar o príncipe é frustrada pelo Portador da Espada, Kel e Lin se aproximam e se veem diante da trama ardilosa do misterioso Rei dos Ladrões, o criminoso que comanda o submundo de Castellane e oferece aos dois aquilo o que mais desejam. No entanto, nesse mundo de sombras e intrigas, eles descobrem uma conspiração que vai das sarjetas até o mais alto escalão da nobreza decadente.

Quando segredos guardados há muito tempo ameaçam vir à tona, Kel e Lin se perguntam: vale a pena pagar o preço da traição para obter conhecimento mágico? Um amor proibido pode ser a ruína de um reino? Será que as revelações podem levar guerra a Castellane — e caos ao mundo?

Sobre Cassandra Clare

Cassandra Clare é autora número 1 do New York Times, do USA Today e do Wall Street Journal, e é a mente brilhante por trás das bem-sucedidas Crônicas dos Caçadores de Sombras. Também é coautora da série de fantasia Magisterium com Holly Black. As Crônicas dos Caçadores de Sombras foram adaptadas tanto para o cinema quanto para uma série da Netflix. Seus livros ultrapassaram a marca de 50 milhões de exemplares vendidos e foram traduzidos para mais de trinta idiomas. Cassandra vive em Massachusetts com o marido e três gatos temíveis.

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Resenha: João de Deus - O abuso da fé, Cristina Fibe
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Resenha: João de Deus – O abuso da fé, Cristina Fibe

Fazia muito tempo que eu queria ler João de Deus – O abuso da fé, da jornalista Cristina Fibe. Dessa vez, a Globo Livros não quis me encaminhar o livro ou o e-book para ler, então demorou um pouquinho até que eu conseguisse comprar e escrever a resenha (então me valorizem comprando o livro pelos links do Beco no final do post, viu?).

+ Crítica: João Sem Deus – A Queda de Abadiânia (2023)

Ao contrário de outros livros do caso João de Deus, esse da Cristina Fibe traz um jornalismo mais denso. Eu já li “A Casa”, do Chico Felitti, já vi todos os documentários disponíveis e li bastante sobre o caso na internet e nenhum deles me trouxe o material que esse me forneceu. Mas, antes que você me ache maluco, deixe-me explicar: eu amo livros sobre crimes reais brasileiros e o interesse só cresce quando o assunto é seita ou religião.

João de Deus – O abuso da fé é um livro-reportagem, isso significa que ele não traz a autora contando a história em primeira pessoa sobre suas investigações. É como se fosse uma grande reportagem de um jornal ou de uma revista, escrita de forma seca e crua, com depoimentos, falas e registros documentais que baseiam a apuração. E disso eu gosto muito, como bom jornalista, valorizo uma apuração que me mostra de onde veio aquilo ali, mais do que só o jornalista se colocando como personagem de um caso que ele não é.

Dividido em 15 capítulos, o livro fala sobre como o castelo de João de Deus começou a ruir em Abadiânia, como sua imagem mítica foi construída há mais de 40 anos, como era a relação abusiva com a filha Dalva e até mesmo como João de Deus virou John Of God.

Muitos dos casos apurados por Cristina Fibe neste livro, não foram apurados ou tratados pela mídia em outros materiais. A gente sabe que os casos contra o autoproclamado médium João de Deus só crescem e é humanamente impossível para a mídia apurar todos, mas gostei da forma como ela deu atenção para pessoas que gostariam de falar e passaram despercebidas pela mídia tradicional.

Um ponto forte de Cristina Fibe no livro é que você precisa ler com cuidado e com estômago. Como livro-reportagem, ela não poupa a gente dos detalhes sórdidos de alguns casos e conta na íntegra com o depoimento das vítimas. É um livro que deveria ter um alerta de gatilho enorme logo na capa, porque é de dar ânsia.

Para mim, o ponto negativo também faz parte do ponto positivo. Por ser um livro mais seco, muitas vezes nos perdemos na história que está sendo retratada, já que são muitos nomes envolvidos, muitos acontecimentos entrelaçados que a autora nem sempre consegue esclarecer (e nem conseguiria, como um livro narrativo faria). Então, alguns pontos você precisa ler, reler, voltar algumas páginas e então, seguir adiante.

Quando terminei, fiquei sabendo que era o livro de estreia de Cristina Fibe, o que me deixou boquiaberto pela qualidade do material. Normalmente, autores estreantes deixam muitas pontas soltas, mas Cristina costura a maioria delas e por isso, merece cinco estrelas.

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Maralto Edições lança Eu, Bernardo, uma obra de ficção sobre os percalços da adolescência
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Maralto Edições lança Eu, Bernardo, uma obra de ficção sobre os percalços da adolescência

A Maralto Edições lança, no próximo dia 14 de novembro, o livro Eu, Bernardo, uma obra de ficção de Daniela Pinotti, psicóloga clínica formada pela PUC-SP e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unicamp. O livro, que faz uma imersão no cotidiano de um adolescente nada convencional, convida o leitor a refletir sobre a própria trajetória de vida, seja como o protagonista, o ouvinte receptivo ou o psicoterapeuta.

Apostando no gênero Young Adult, a obra é permeada por ilustrações, recortes e rabiscos que ajudam a criar uma atmosfera de imersão, fazendo com que a história ganhe vida e transporte o leitor diretamente para as emoções do personagem.

“Sempre fui encantada por essa fase do desenvolvimento”, explica Daniela Pinotti. “Acho a adolescência um momento privilegiado da vida e cultivo uma adolescente em mim até hoje, com quase 50 anos. Um dia, caminhando sozinha pela Av. Paulista, em São Paulo, olhando vários jovens, uns em bandos, outros sozinhos, ali no meio deles, Bernardo apareceu. Ele já veio com nome, com suas características, com tudo. Posso dizer que, literalmente, esbarrei com ele na rua. Depois disso deixei Bernardo falar e segui seus passos.”

Eu, Bernardo narra a trajetória de autoconhecimento de um adolescente de 16 anos, um pouco geek, vegano, ávido fã das icônicas bandas das décadas de 1980 e 1990, que passa por um momento tumultuado. Além de seus conflitos internos, ele enfrenta dificuldades em se relacionar emocionalmente. A timidez e a insegurança o impedem de se conectar verdadeiramente com as pessoas ao seu redor, e ele sente que sua vida está à deriva a ponto de pensar em suicídio.

Decidido a encontrar respostas para suas dúvidas existenciais e superar seus desafios emocionais, ele inicia um processo de psicoterapia com uma psicóloga experiente. Durante as sessões, ela o encoraja a escrever um diário, que ele batiza de Oscar em homenagem ao romance O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, em que um retrato esconde os segredos mais sombrios do protagonista. À medida que preenche as páginas de Oscar, Bernardo começa a desvendar suas emoções e conflitos internos. O diário se torna uma ferramenta terapêutica poderosa, ajudando-o a compreender suas próprias motivações, medos e desejos.

“Em minha experiência de 25 anos de prática clínica, tive o privilégio de acompanhar muitos adolescentes e jovens adultos”, reflete a autora. “Ouvir histórias diversas e estar muito próxima do pensar, do agir e do sentir dessa fase da vida foi fundamental para a construção do personagem. Deu para ele um frescor e uma consistência verossímil, sem deixar de ser ficção. O modo de atravessar essa passagem para a idade adulta tem se modificado rapidamente, e o consultório me garantiu não criar um adolescente ideal, assim como não me deixou presa em minha adolescência.”

Eu, Bernardo é um livro cativante que oferece uma perspectiva menos estereotipada e mais compassiva da adolescência, uma fase do desenvolvimento muitas vezes subestimada pela sociedade. A obra aprofunda as questões psicológicas complexas que cercam essa etapa da vida e conduz os adultos a compreender a riqueza das experiências que muitas vezes desvalorizam, como pertencimento a grupos, relacionamentos afetivos e as mudanças rápidas e abruptas no corpo.

Eu, Bernardo já está disponível para vendas no portal da Amazon e o evento de lançamento acontece no dia 14 de novembro, às 18h, na livraria Martins Fontes em São Paulo. A obra fará parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país.

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As melhores frases de “A mulher em mim”

“A mulher em mim” é uma história corajosa e surpreendentemente comovente sobre liberdade, fama, maternidade, sobrevivência, fé e esperança. Em junho de 2021, o mundo inteiro ouvia Britney Spears falar, publicamente, em uma corte perante uma juíza. O impacto ao compartilhar a sua voz ― a sua verdade ― foi inegável e mudou o curso tanto de sua vida como a de inúmeras outras pessoas. A mulher em mim revela pela primeira vez a incrível jornada e a força interior de uma das maiores artistas da história da música pop. Extraordinariamente escrita de forma sincera, direta e humorada, a inovadora autobiografia de Britney Spears esclarece o poder duradouro da música e do amor ― e a importância de uma mulher contar a sua própria história, em seus próprios termos, finalmente.

+ Resenha: A mulher em mim, Britney Spears

As melhores (ou piores) frases de “A mulher em mim”

“Eu sei que foi cafona, mas também foi muito legal a seu modo, e sempre fico feliz quando fazem paródias desse look no Halloween.”

“Meu amigo ficou chocado e acreditou que Justin [Timberlake] só tinha dito isso porque estava chapado e querendo se gabar. Havia rumores sobre ele e várias dançarinas e groupies. Eu deixei tudo isso pra lá, mas estava claro que ele dormia com outras pessoas. Era uma daquelas coisas que você sabe, mas simplesmente não diz nada.”

“Mas Justin [Timberlake] definitivamente não ficou feliz com a gravidez. Disse que não estávamos prontos para um bebê na nossa vida, que éramos jovens demais.”

“Por mais que Justin [Timberlake] tenha me machucado, o amor era grande demais, e quando ele me deixou eu fiquei destruída. Quando digo destruída quero dizer que mal conseguia falar durante meses.”

“Na mídia, fui descrita como uma prostituta que havia partido o coração do menino de ouro da América. A verdade: eu estava em coma na Louisiana, e ele corria alegremente por Hollywood.”

“Em Hollywood sempre houve mais liberdade para os homens do que para as mulheres. E eu vejo como eles são encorajados a falar mal das mulheres para se tornarem famosos e poderosos. Mas fiquei destruída.”

“O poeta Rumi afirma que uma ferida é o lugar por onde a luz adentra você. Eu sempre acreditei nisso.”

“Mas a fama? Esse mundo não é real, meus amigos. Não. É. Real.”

“Então eu era jovem e cometi muitos erros. Mas digo isto: não fui manipuladora. Fui simplesmente idiota.”

“A minha mãe sempre me fazia sentir como se eu fosse má ou culpada por algo, mesmo que eu tivesse me esforçado tanto para fazer tudo certo. Isto a minha família sempre fez – me tratou como se eu fosse má.”

“O livro foi algo gigantesco para ela, e tudo às minhas custas. O timing foi inacreditável pra cacete.”

“‘Eu sou Britney Spears agora’, ele [o pai] declarou.”

“Isso vai parecer loucura, mas vou repetir porque é a verdade: eu achei que eles fossem me matar.”

“Por que eu continuava falando com eles? Não tenho certeza. Por que continuamos em relacionamentos ruins? Uma coisa é certa: eu tinha medo deles e queria mostrar que estava me comportando. Legalmente, meu pai ainda era eu, e ele nunca hesitou em jogar isso na minha cara.”

Resenha: A mulher em mim, Britney Spears
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Resenha: A mulher em mim, Britney Spears

Eu confesso que não dei muita bola para quando saiu o anúncio de A mulher em mim, livro de memórias de Britney Spears. Pensei que fosse mais um daqueles escritos somente para fãs de verdade. Mas, quando comecei a ver o burburinho e o efeito Britney Spears vai contar tudo fiquei com vontade de ler. A editora foi rápida e me mandou o livro no dia do lançamento (obrigado, editora Buzz!).

Confesso também que não sou um grande fã da Britney, daquele de acompanhar cada passo e sonhar em ir em um show dela. Apesar disso, é impossível não dançar ou não conhecer uma música dela quando começa a tocar. Foi também impossível não ser solidário com a sua briga na justiça pelo fim da curatela e no fundo, torcer para sair uma nova música dela. Você pode não ser fã, como eu, mas com certeza uma parte sua, se você é millenial ou zillenial, cresceu conhecendo e gostando da Britney, mesmo que inconscientemente.

Devorei o livro em pouco menos de três horas. Com 280 páginas, ele é bem diagramado, com margens largas, então a leitura é rápida e impossível de largar capítulo após capítulo. O livro começa retratando sua infância, sua relação familiar, principalmente com o pai, que nunca foi um mar de rosas. Aliás, sempre foi uma tortura. Quem convive com pais narcisistas com certeza vai sentir alguns gatilhos dispararem em toda a leitura.

Nele, conhecemos a história de Britney Spears pela visão dela e não pela visão triste que a mídia sempre nos contou. Vemos uma mulher que cresceu nos holofotes e sofreu com qualquer acerto que a mídia pintou como erro e todos os erros virarem manchete. É legal ver o ponto de vista de uma atriz que começou cedo, como Jennette McCurdy contou em sua autobiografia e aqui, conseguimos ver algumas semelhanças: testes, negativas, vontade de desistir…

Mas Britney sempre foi uma estrela. Ela tinha algo a mais dentro dela que brilhava e chamava a atenção e foi por isso, que do dia para a noite, ela virou uma estrela mundial. E se apaixonou pelo então queridinho da América, Justin Timberlake. Seu relacionamento com ele foi intenso, como ela mesma descreve. Ela quis continuar, ele se afastou do nada e lançou um CD contando a história como se ela fosse a vilã da narrativa. Fez um aborto com ela em casa. De bonitinho, só o rosto. Mas bem que dizem que os homens que mais conquistam o mundo são aqueles que são mais ordinários.

Britney Spears aprendeu isso na prática e aprendeu também o peso do machismo estrutural desde a adolescência. Justin Timberlake havia traído ela milhares de vezes. Mas seu único deslize é que a fez vilã. Em depressão após o término, ela mal saía de casa enquanto Timberlake transava com dezenas de garotas todas as semanas. Sim, o mundo aplaude homens medíocres e espera que mulheres sejam mil vezes melhores para chegarem perto da média, mas nunca ficarem acima.

A mulher em mim é um relato cru de uma popstar que está no processo de encontrar o ser humano, a mulher que existe ali dentro. Que tem sentimentos. Que foi explorada pela própria família como se fosse uma máquina, um objeto. O ponto em que Spears fala da curatela é de arrepiar. Ela fazia milhões no mundo todo e era apenas uma marionete que precisava viver com dois mil dólares semanais e não podia sequer pagar um jantar para os amigos. No entanto, a família, sustentada por ela desde muito cedo, podia viver sempre com o bom e o melhor.

A mãe dentro dela também foi silenciada. Sem poder ver os filhos, com a vida cerceada e vigiada a todo momento, diziam que Britney havia surtado. E eu te pergunto: quem não teria surtado? O que é ter surtado? Spears foi forte, mas não precisava ter sido porque no fim das contas, não se deve cobrar forças de uma pessoa que foi abusada. Abusada emocionalmente, com seu patrimônio vilipendiado pelas pessoas que mais deveriam amá-la e protegê-la.

O livro tem inúmeros gatilhos, apesar de Britney Spears contar tudo com muita doçura, com muita paciência e perspicácia. Ela não precisava saber transformar o limão em limonada, mas neste livro, o primeiro trabalho público depois do fim da sua curatela, ela parece estar retomando e (re)descobrindo o que é viver e não apenas sobreviver. É uma leitura necessária para que a gente entenda que atrás de um ídolo existe um ser humano e que deveríamos repensar nosso comportamento de colocar pessoas em pedestais e retirar a força delas a sua humanidade. Um ídolo ainda é uma mulher, um homem, uma pessoa. E não deveria precisar ser um exemplo que só acerta 100% do tempo.

27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo já tem data e local marcados
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27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo já tem data e local marcados

A 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e organizada pela RX, está marcada para acontecer de 6 a 15 de setembro de 2024. Este ano, o evento será realizado no Distrito Anhembi, localizado na zona Norte de São Paulo.

+ Beco na Bienal: 03 motivos para visitar a Bienal do Livro de SP #05

Além disso, os visitantes que adquirirem ingressos para o evento receberão benefícios para a compra de livros. Os participantes com ingressos de valor inteira, custando R$ 35,00, receberão um cashback de R$15,00, enquanto aqueles com ingressos de meia-entrada, no valor de R$ 17,50, terão um retorno de R$ 7,50. Essa ação será válida somente para quem comprar os ingressos antecipadamente.

E para os interessados em participar como expositores na Bienal do Livro, as vendas de espaços estão oficialmente abertas. Editoras, livrarias, distribuidoras e autores independentes estão convidados a garantir seu espaço.

Sendo um dos maiores eventos literários da América Latina a Bienal Internacional do Livro de São Paulo vai além!

A 27ª edição promete ser um evento memorável, onde amantes da literatura de todas as idades poderão se reunir, explorar uma vasta gama de livros, participar de discussões fascinantes e interagir com seus autores favoritos.

Um novo olhar sobre o luto: 3 leituras para ressignificar perdas
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Luto: 3 leituras para ressignificar perdas

Embora a morte seja uma das poucas certezas que se tem na vida, lidar com a perda é sempre difícil para quem vivencia o luto. A dor por não ter mais aquela pessoa querida por perto vai existir, porém, é possível encontrar outras maneiras de se conectar e cultivar boas memórias.

+ Como o cérebro lida com o luto?

A partir desta perspectiva, selecionamos três livros que vão contribuir para ressignificar o luto e desconstruir a imagem temível da morte. Com estas obras, você poderá encontrar um novo sentido para as perdas e até mesmo para a própria existência.

3 leituras para lidar com o luto

Morte: a essência da vida

O que é o luto, se não uma oportunidade de enxergar a vida sob uma nova perspectiva? É essa visão que a escritora e defensora dos direitos humanos, Barbara Becker, apresenta no livro Morte: a essência da vida. Ao presenciar inúmeras perdas desde a juventude e, ao tomar conhecimento do diagnóstico terminal da melhor amiga de infância, Becker buscou o significado do que é ser mortal e qual o sentido de viver sabendo que a morte é o fim. As respostas estão reunidas neste livro.

(Autora: Barbara Becker | Editora: Latitude)

Vamos falar sobre a vida?

A morte de uma pessoa querida é um tema difícil de ser abordado com crianças e adolescentes, ainda mais quando os pais também vivenciam o luto. Depois de passar por essa experiência, a psicopedagoga Camila Capel escreveu Vamos Falar sobre a Vida? para conciliar a perda em família. Nesta obra, a autora convida o leitor a desconstruir imagens, conscientes e inconscientes que carrega sobre temas de vida e morte.

(Autora: Camila Capel)

Cuide dos seus achados, esqueça os seus perdidos

Ressignificar. Este é o convite que a cronista Aurê Aguiar faz aos leitores no livro Cuide dos seus achados, esqueça os seus perdidos. Na obra, publicada pela Citadel Grupo Editorial, a autora aborda diferentes tipos de luto: um ente querido, um amor, uma amizade e até mesmo um trabalho. E mostra de que maneiras é possível encontrar aprendizados até mesmo nos finais tristes.

(Autora: Aurê Aguiar | Editora: Citadel Grupo Editorial)

Romance vencedor do National Book Award aborda questões sobre indentidade racial e colorismo
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Romance vencedor do National Book Award aborda questões sobre indentidade racial e colorismo

Puta livro bom (Ed. Record) é o quarto e mais aclamado romance de Jason Mott. O livro foi vencedor em 2021 do National Book Award de ficção. Escrito de forma brilhante, com personagens marcantes e uma narrativa única, é uma história sobre o amor entre pais e filhos, família, fama e dinheiro, mas também é um livro sobre o significado de ser negro nos Estados Unidos. Jason Mott é autor de Ressurreição, seu livro de estreia que foi adaptado para uma série de TV

Nesse comovente romance com uma mistura de fantasia, conhecemos um autor anônimo que acaba de publicar seu primeiro livro, um menino chamado Fuligem e uma figura conhecida como o Garoto. Durante a turnê de divulgação do grande sucesso intitulado Puta livro bom, o autor anônimo percorre por alguns lugares dos Estados Unidos e em meio às entrevistas, aventuras amorosas e ressacas monumentais, começa a ver um garotinho de pele muito, muito preta. O Garoto, que também não tem nome, passa a segui-lo feito uma sombra. Esse Garoto reaparece ao longo de toda a viagem falando da própria vida e dos pais, além de um plano louco do pai e da mãe: ensiná-lo a ficar invisível para que se protegesse do destino que a cor da sua pele lhe reservava.

+ Eliana Cardoso se consagra vencedora do Prêmio Kindle de Literatura

E é verdade que o escritor é o único capaz de vê-lo; mas, como ele tem uma condição médica que o impede de distinguir imaginação de realidade, o autor tem certeza de que o menino não passa de fruto da sua mente. Logo, entretanto, suas visões se tornam mais intensas, forçando-o a encarar um passado do qual sempre tentou escapar e uma verdade que busca a todo custo encontrar corpo e voz.

Os capitulos vão se intercalando entre a história do autor e de Fuligem, um menino que recebeu cruelmente esse apelido dos valentões da escola, por conta da cor de sua pele. Os amorosos pais de Fuligem acreditam que podem mantê-lo seguro se ele conseguir ficar invisível. Mas um trágico acontecimento vira a vida de Fuligem de cabeça para baixo. À medida em que os três fios narrativos convergem e os limites entre ficção e a realidade se tornam confusos, a história adquire uma qualidade onírica que atrai, parte o coração e deixa o leitor mais do que um pouco inquieto.

“Todo dia, William queria conversar com o filho sobre isso. Todo dia, ele queria sentar com o menino e dizer: “O mundo é assim…” E desse jeito, com essa introdução modesta, ele entraria na realidade da vida do filho. Falaria da cor da pele do filho e o que ela significa. Falaria de todas as pessoas que vieram antes dele e que se pareciam com ele e de todas as coisas que haviam acontecido com ele. Falaria de como as regras eram diferentes. Da realidade e não da ficção que tinha sido apresentada a ele. Ele diaria ao filho: “Trate as pessoas como pessoas. Não se importe com a cor da pele de ninguém. Ame abertamente. Ame todo mundo.” E ai, no mesmo fôlego, ele teria que dizer para o filho: “Vão te tratar diferente por causa da sua pele. As regras são diferentes para você. É assim que você tem que agir quando encontra a polícia. É assim que você tem que se comportar quando cresce no Sul. Essa é a realidade do seu mundo.”

SOBRE O AUTOR
Jason Mott é autor de quatro romances. Seu primeiro livro, Ressurreição, foi best-seller do New York Times e adaptado para uma série de TV. É bacharel em escrita criativa com especialização em ficção e mestre também em escrita criativa com especialização em poesia pela Universidade da Carolina do Norte. Sua obra literária foi publicada em diversas revistas, e Puta livro bom foi o vencedor do National Book Award em 2021.

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Halloween: 5 livros de terror para ler hoje
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Halloween: 5 livros de terror para ler hoje

O fim de Outubro chegou, e com ele veio a época favorita dos amantes de terror. O Halloween é uma tradicional festa norte-americana que surgiu nas Ilhas Britânicas e é reproduzida em diferentes países, inclusive no Brasil. Pensando nisso, a Disal, referência no mercado editorial, criou a campanha “Circo das Palavras Sombrias”, para os fãs que buscam uma boa história fazer parte da sua noite sombria. 

+ Halloween: 5 livros de terror para entrar no clima

 A celebração conta com várias simbologias e personagens que abraçam o misterioso e enriquecem a atmosfera do medo. No âmbito científico, essa atração pelo sobrenatural pode ser justificável. Segundo especialistas, algumas pessoas são naturalmente predispostas a sentir atração por histórias de terror. Pode haver componentes hereditários, acompanhados de alterações localizadas nos sistemas neuronais responsáveis pela capacidade de gerar empatia e de sentir medo.

De acordo com o Relatório anual de Author’s Earnings de 2021, devido ao seu caráter literário especulativo, os gêneros suspense e terror são um dos mais lidos porque as pessoas querem saber sobre os segredos por trás do lado paranormal, místico e sombrio da vida humana. E você? Prefere doces, travessuras, um livro ou tudo junto?

Confira a seleção feita em parceria com o Beco Literário:

Box “Terríveis Mestres”

Nada melhor que entrar no clima de Dia das Bruxas com alguns dos maiores nomes do horror mundial. Histórias de Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft e Arthur Conan Doyle estão reunidas no box “Terríveis Mestres” e, com narrativas carregadas de mistérios e personagens sombrios, prometem prender o leitor da primeira à última página. 

“Carrie” – Stephen King

Em “Carrie”, adaptado para os cinemas como “Carrie, a Estranha”, King mescla o fanatismo religioso, as mudanças típicas da adolescência feminina e ocorrências sobrenaturais em uma de suas obras mais famosas. 

“O Vilarejo” – Raphael Montes

O horror nacional está mais vivo que nunca. Em “O Vilarejo”, Raphael Montes, autor de “Bom Dia, Verônica” e vencedor prêmio Jabuti de 2020, conta a história de um padre e demonologista que investiga a conexão de cada um dos pecados capitais com um demônio. A partir disso, descobre registros de um amaldiçoado vilarejo onde, gradativamente, a população é extinguida.

Por se tratar de um curto livro de contos, é uma alternativa perfeita para entreter-se na noite de Halloween.

“Frankenstein” – Mary Shelley

Em um dos mais célebres romances do século XX, Mary Shelley conta a história do cientista Victor Frankenstein que, após inúmeras tentativas, consegue dar vida a um monstro feito de restos humanos. Além do aspecto sombrio, a obra também aborda reflexões profundas sobre a solidão, o preconceito e a prepotência humana. 

“Drácula” – Bram Stoker

É impossível citar livros de terror para o Halloween sem mencionar o vampiro mais notório da história mundial. Em uma obra atemporal e majestosamente construída, Bram Stoker utiliza fragmentos de cartas, notícias e diários para narrar o conflito entre uma população londrina coagida pelo medo iminente e Conde Drácula, criatura morta-viva sedenta por sangue humano.