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Coluna: Spotlight e sua denúncia sobre o silêncio

Fui ensinado de que existem três coisas que devem e merecem permanecer intocáveis: Política, futebol e religião. Você com toda certeza já recebeu esse conselho, não? Não mexe ai, isso é assunto seleto. Pois bem, eis aquele momento em que cai por terra todos esses costumes e bloqueios e você nota que política é assunto primordial para a vida de qualquer ser humano, futebol é facultativo e religião, bem, religião está por toda parte e a pessoa que se preze deve construir nem que seja um fragmento de opinião sobre isso. Já falamos por meses e meses sobre política aqui, debatemos sobre manobras, modos de se fazer política e sobre tudo o jeito como este país está sendo governado. Hoje não fugiremos da política, infelizmente (ou felizmente?), pois existem aqueles que desejam se apropriar da religião para se alavancar no meio citado. Hoje iremos nos aprofundar nos erros grotescos que ocorrem nas mais variadas religiões, falaremos sobre atos que nunca deveriam ter acontecido, e sobre os que acontecem e continuam por ser varridos para debaixo do tapete. Nossa inspiração? O longa “Spotlight”, indicado pela Academia em 6 categorias no Oscar 2016. Nosso embasamento? A falta de fé e palavra de alguns líderes.

O filme “Spotlight” trás para as telas uma investigação realizada por determinada equipe de uma jornal norte-americano sobre crimes sexuais cometidos por membros do clero da igreja católica de Boston. A partir de poucos casos descobertos de estupros e assédios cometidos por sacerdotes, os repórteres se aprofundam no caso, revelando um escândalo gigantesco, onde mais de cem vítimas foram totalizadas, isso repercutiu mundo a fora e todos nós sabemos a profundidade dos casos, até onde chegaram, como tais atos desumanos invadiram as paredes sagradas da cidade farol do catolicismo, como padres, bispos, cardeais estupraram crianças e passaram despercebidos, foram encobertos pela Igreja. Hoje temos em mente que a praça de São Pedro não só foi lavada por sangue das guerras santas, mas por lágrimas de crianças mundo a fora. O filme é de uma realidade que aterroriza, mas iremos nos conter por hora pois neste sábado uma crítica sobre o longa irá ao ar com detalhes cruciais do filme. Indicamos um outro filme com esta temática, e de certa forma avassalador assim como “Spotlight”. “O Clube” é o título do longa lançado também ano passado que conta como se dá “a punição” destes padres estupradores e criminosos perante a Igreja. Você confere o trailer abaixo:

Antes de nos aprofundarmos neste tema, é preciso dar destaque a algo: A religião é falha. Isto é fato. Não digo que suas escrituras são falhas, que pecam em cada frase, longe disso, ainda iremos falar sobre os livros sagrados pois é necessário de toda forma, mas o que desejamos passar é que a religião, por ser administrada por homens consequentemente encontra um caminho falho, já que homem nenhum é perfeito. No fim das contas, a religião é o reflexo de seus seguidores, e acima de tudo, daqueles que se dizem “Líderes” e comandantes de tal legião. Sobre os abusos sexuais até hoje são contabilizados mais e mais casos semelhantes aos descobertos em Boston, mas o ápice ocorrera durante o papado de Bento XVI. Fora lá que o mundo conseguiu encarar a face manipuladora da Igreja, novamente. O Papa sobre tal situação primeiramente proferiu declarações duvidosas, parecidíssimas com o que tanto fora repetido décadas após décadas sobre os crimes abafados. Após receber acusações de que estava por acobertar ainda mais os criminosos, o Papa remodelou seu discurso, o deixou apresentável ao público: Resumindo, falou o que os fieis e os não-fiéis desejavam ouvir, mas as ações que realmente deveriam ser tomadas só vieram emergir no papado seguinte, com o atual pontífice, Francisco, que por meio de mudanças drásticas na cúpula da religião está encaminhando uma onda de modificações no modo como a igreja reage frente a assuntos como esse. Que fique claro também outro quesito: Não se fala aqui da fé ou dos dogmas da religião, mas sim de seus representantes. Não é intensão nossa reivindicar mudanças nos dogmas religiosos, pois caso isso ocorresse deixariam de ser dogmas. Isto é assunto da Igreja para a Igreja, de determinada religião para esta e só, não cabe as pessoas que estão fora de tal âmbito querer interferir na fé alheia. Mas quando o assunto extrapola e atinge as áreas judiciais e cidadãs, bem, é dever de qualquer um, ateu, espírita, católico ou protestante, agir. Estupros que ocorrem sob o teto sacro não ficam apenas neste, eles em algum momento surgem para aqueles que procuram saber sobre e nenhuma proteção, nenhum abrigo deve ser dado para pessoas que cometem tão horrenda ação. Justiça, é a palavra-chave neste caso e nenhuma batina tem como serventia defender estrupidadores nos tribunais, pelo menos assim deveria ser.

A partir de agora colocaremos o assunto acima, que serviu como guia para onde acabamos de chegar, de lado. Spotlight é uma obra prima e nos apareceu como a ponta do iceberg. Se mergulharmos bem mais fundo veremos uma montanha grotesca de hipocrisias e atos que vão de contra ao que as seguintes religiões pregam. Sem querer, pois estava ouvindo música no youtube, deparei-me com um vídeo interessante e que me causou vergonha alheia de principio, mas após alguns segundos pude observar a gravidade de tudo aquilo. Lá está no vídeo o pastor Marco Feliciano, presidente da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, pregando em mais um dos rotineiros cultos da Igreja. Até ai, tudo bem, nada mais normal que isso, não? Um pastor pregando? Mas o tema até que é engraçado, aos poucos o pastor vai introduzindo uma narrativa cheia de entremeios, com algumas (várias) mentiras nas suas frases, até chegar no cantor e compositor Caetano Veloso. O pastor simplesmente acusa Caetano Veloso de ter recebido auxílio de satanás, o próprio, para a venda de um disco seu que continha a música “Sozinho” (as vezes no silêncio da noite... você conhece). Feliciano neste vídeo que é antigo (2013) mas que comprova a pessoa do pastor, usa dados que para ele e seus fiéis são verídicos para destinar todo o sucesso de Caetano a pactos realizados em terreiros de candomblé. Em uma das partes do vídeo ele faz uma interpretação digna de Oscar para revelar o segredo de Caetano Veloso ter conseguido vender um milhão de cópias, e por fim fala que a força do cantor vem de uma mãe de santo, nomeada Mãe Menininha do Patuá. É ai meus amigos que a coisa começa a virar uma piada completa (já era). Quem conhece o candomblé, ou ao menos um pouco sobre a religião, sabe que um dos expoentes da mesmo é Mãe Menininha do Gantois (que na pronúncia fica Gantuá), veja, Marco Feliciano só precisaria fazer uma simples pesquisa para deixar sua fantasia ainda mais convincente, mas não, é muito trabalho para enganar milhares de fiéis. Esse discurso de Feliciano, ao colocar a Iyálorixá como servidora do demônio, e transformar os Orixás em o próprio satanás adentra na mente das pessoas, chega no ouvido de crianças, pais e mães e as deixa completamente desnorteadas. Em uma sociedade onde o negro é associado a escravidão, e religião negra é associada ao submundo por questões históricas que se transvestem nos dias de hoje para reproduzir o maior nível de preconceito possível, tais palavras vindas de um líder só pode repercutir em algo maior. E infelizmente aconteceu isso. Além do preconceito habitual gerado pelas diversas religiões em relação as de matrizes africanas (que não deve existir), um caso chocou o país há algum tempo. Uma garota, vinda do culto de candomblé, foi apedrejada. Os presentes relataram que os agressores portavam bíblias. Perceba, todo o discurso de ódio reproduzido por Felicianos nas mais diversas igrejas, independente da religião, resultam em atos fanáticos que tiram vidas ou deixam pessoas gravemente feridas. É certo que, como falei, não devemos agir no que condiz a ações internas das religiões, mas é um erro grotesco ficar parado ao ver que os atos de tais religiões em seus templos resultam em uma guerra constante nutrida de palavras de ódio e violência. O amor ao próximo, o respeito, a fraternidade ensinada por Jesus transformou-se em “desrespeitai, odiai e matarás” o teu próximo. Atingimos um estágio de alienação popular que deixa qualquer um bestializado. Voltamos a época em que negros não podem cruzar pontes, em que qualquer cidade do interior ou da capital transformou-se na nova Selma. Sobre esse processo de uso da oratória para enganar milhares com tão pouco, indicamos o filme “A Onda”, que para muitos já é clichê, mas pode servir como um “alerta” sobre determinadas coisas. Confira o trailer abaixo:

Realizando uma quebra no assunto “Intolerância religiosa”, vamos para um tópico que se enquadra muito bem nesta questão de se contradizer. Em Uberaba, centro do Espiritismo no Brasil, ano passado, presenciei uma cena que deixaria qualquer um entendedor da Doutrina revoltado. Nos foi informado que nenhuma loja da cidade estava autorizada a vender material que estivesse estampado com qualquer que fosse a figura relacionada a Chico Xavier (Grande nome da religião não só no país, mas em todo o planeta), até ai tudo bem, os responsáveis estariam preservando a imagem do médium, mas o que ocorreu, neste mesmo dia fomos até o museu destinado a Francisco Cândido Xavier e encontramos de tudo. Bolsa, chaveiro, camisa, caneca, copo, tudo que um bom capitalista iria adorar ver se encontrava no local estampados com o rosto sorridente e sereno de Chico Xavier. O que aconteceu em Uberaba (e ainda deve está acontecendo, não sei, quem for de Uberaba ou passara por lá há pouco, conte-nos nos comentários, estamos curiosos) fora nada menos que um monopólio comercial; realizado por REPRESENTANTES, eu disse, do legado do médium. Homem que pregara o desprendimento das coisas materiais. Trabalhadores de uma religião que tem como eixo principal a caridade e valorização dos bons atos, doutrina que nada necessita materialmente, mas oferece espiritual e fisicamente. Também em Uberaba, nos foi informado que em alguns centro espíritas (entre os mais de sessenta da cidade) falsos médiuns fingiam incorporar o espírito de Chico Xavier, trazendo mensagens descaradamente comerciais, e os homens e mulheres, nauseados por uma fé cega, acreditavam e atendiam as exigências demandadas pelos charlatões. No distrito central da religião no país, atos como esses se repetem e nos perguntamos: O que a religião faz sobre isso? Vou melhor formular minha pergunta: O que os representantes da religião fazem sobre isso?

Recentemente presenciamos a festa de Iemanjá em Salvador e em outras cidades do país. Milhares de pessoas enviando suas oferendas à Dona Janaína. Junto a festa também surgiu um questionamento que há tempos se vem fazendo presente mas que desta vez ganhou maior evidência: Para onde vão esses barcos e oferendas maiores? Vão para o fundo do mar que acaba por ficar poluído com uma demanda gigantesca de material que não dissolve fácil, que vai passar anos vagando por ai ou regressar para a praia. O candomblé tem seu Deus maior, Olorum, criador de tudo e todos. Fora Olorum que criara os Orixás e esses se fazem presente como entidades ligadas à natureza, eles são a natureza. Sendo assim é necessário no candomblé todo um respeito imenso para com a natureza. “Kosi Ewé, Kosi Òrìsà”, em Iorubá significa “Sem folha não há Orixá”, ou seja, sem folha não há nada, sem natureza não existe candomblé, então porque, para o culto a determinado Orixá tanto dano se causa à natureza? Líderes da religião tentam ao passar dos anos transformar os rituais, adapta-lós para a atualidade. Um filme que pode ajudar a compreensão de tal tema é “Jardim das folhas sagradas”. Nele, além da questão já levantada anteriormente, vemos o debate religioso interno sobre o sacrifício de animais nos cultos, assunto esse que não adentraremos pois não nos cabe, como já deixamos claro diversas vezes nessa coluna, modificar dogmas que não afetam a sociedade como atos ilegais e/ou possam causar danos futuros por conta de discursos de ódio ou repressão. Para dar uma olhada rápida no trailer do filme citado acima, clique no vídeo:

Como foi demonstrado, a religião é falha, por ser guiada por homens que em sua plenitude não condizem com as escrituras que seguem, ou nem mesmo em poucas parcelas são o retrato daqueles ensinamentos. Não falamos da fé, pois isso é íntimo, mas é preciso que as pessoas “orem e vigiem”, notem o que está acontecendo de errado e falem, coloquem um basta em certas atitudes que só perpetuam o ódio e o preconceito. A constituição vigente permite o culto livre, então que se faça, sem precisar ser apedrejado por adorar seu Orixá, sem ser ridicularizado por acreditar em fenômenos mediúnicos ou ter como guia milagres relatados em escrituras que para aquela pessoa é sagrada. Não se pode julgar as pessoas por suas vestes ritualísticas ou por comemorarem natal ou Hanukkah. A fé, a crença ou a descrença são pertencentes aqueles que destinam suas energias para tais, não para pessoas que em nada pertencem aquilo, mas existe um limite que não deve nem ser extrapolado por quem está fora, nem por quem está agindo em determinada situação. Não podemos fechar os olhos para estupros só porque existe uma religião envolvida, é ai que todo cidadão deve reunir forças para combater atos criminosos. Ouvir discurso de ódio, na igreja ou fora dela e ficar calado é contribuir para a proliferação deste. Escutar pastor, sacerdote, palestrante ou rabino falar que gay, negro e mulher são seres inferiores e ficar calado é fazer parte do insulto, do preconceito e da monstruosidade nutrida por determinados representantes religiosos. O longa “Spotlight”, nosso amigo que nos fez chegar até aqui, também deixa explícito uma questão básica que muitos de nós temos em mente desde que eramos um feto, e é o seguinte: Não se aposta contra a Igreja. Essa frase é repetida mil vezes durante o filme. Não se aposta contra a Igreja. Não se aposta contra a religião. Bem, amigos, é onde chegamos e por aqui nos despedimos, mas quero dizer: Quando a religião, por meio de seus representantes se mostra errática, bem, se aposta contra sim. Quando se nota que em determinado momento estado e religião são a mesma coisa e que estamos em um labirinto que de “Laico” só tem a placa, é o momento de ir contra qualquer que seja o culpado por tal erro ocorrer.

Neste sábado (10/02) nossa crítica do filme “Spotlight” entrará no ar, enquanto isso você pode ver o trailer e dar aquela conferida no filme.

Atualizações, Críticas de Cinema

Crítica: The Big Short (2015)

A economia mundial preserva sua estabilidade dia após dia, assim enxergavam todas as pessoas durante 2007 e 2008, mas sempre, acredite, sempre existirá aquele que conseguirá prever o caos em meio a tanta tranquilidade. “The Big Short” conta a história de poucos homens que conseguiram prever a crise que estava se apossando do mercado, tudo isso por poucos números, visíveis a todos. Mas não adentraremos na questão econômica da coisa, falaremos aqui exclusivamente do filme e por acidente acabaremos por cair em algumas explicações sobre o assunto recorrente do longa. É um filme que precisa ser esculpido com o passar dos minutos, ele não vem pronto, explícito para quem assiste, é difícil de se achar filmes assim, e ainda mais complicado conseguir entende-lo por completo.

“The Big Short”, como o próprio título diz “A Grande aposta” coloca nas telas a história de algumas pessoas que conseguiram se movimentar e se aprofundar na magnitude da crise que estava por vir, quando ninguém mais visualizava aquilo. Era algo arriscado, que envolveria milhões e milhões de dólares, mas eles acabaram apostando. Aguardamos o momento da “verdade” com grande ansiedade, loucos para encararmos os personagens após tantos obstáculos e comemorarmos a vitória prevista. Nada disso ocorre. Mas comecemos do começo. Temos o investidor Michael Burry, interpretado por Christian Bale (que por sinal está gigantesco neste filme, falaremos daqui a pouco sobre isso), ele acredita que o sistema imobiliário dos EUA vai despencar gradativamente e em determinado momento enfrentará um abismo quase que sem fim. Ninguém acredita em Burry, por esse motivo e tantos outros ele saca o dinheiro das pessoas que investem em sua empresa e aposta tudo contra o sistema. Ninguém antes fizera isso e tinha se saído bem. A empresa de Burry entra em colapso e ele sustenta sua aposta por entre os meses, isso reflete em todo o sub-mercado, pessoas começam a saber dos atos de Michael Burry e outros empresários como Mark Baum (Steve Carell) e Jared Vennett (Ryan Gosling) junto a dois iniciantes nos negócios, adentram no tal “esporte” de apostar contra o mercado. Vemos ai uma teia formada pelo roteirista que funciona muito bem mesmo quando esses personagens não acabam por se encontrar, cada qual em seu lugar, poucos são aqueles que se relacionam com os outros. Temos polos divididos em toda Wall Street, mas ao mesmo tempo correlacionados por estaremos envolvidos em um mesmo investimento, isso deixa o filme com um elenco principal gigantesco e um elenco secundário três vezes maior, porque não só se fala de economia. Temos os relacionamentos pessoas de ambos personagens. Vemos Michael Burry se envolver drasticamente com a situação e acabar por encorporar uma loucura maior que a já presente, encaramos Mark Baum enfrentando o suicídio do irmão e os dois jovens estreantes tentando gravar seus nomes na parede gigantesca do mercado norte-americano.

A caracterização dos personagens é de um detalhismo fora de série. Começando por Michael Burry vemos que os roteiristas ( Adam McKay e Charles Randolph) conseguiram adaptar a obra de Michael Lewis fantasticamente, e além de tudo acrescentaram características aos personagens, isso é somado as grandes atuações de todo o elenco e temos um filme que passa rápido até demais, um filme encharcado de teorias e jargões economicistas que só nos aproximam do ambiente ao invés de deixar o longa enfadonho. “The Big Short” é indicado a Melhor Roteiro Adaptado e concorre com o incrível “Room”, não temos toda a certeza sobre essa categoria, mas que os roteiristas fizerem um trabalho descomunal, não existe certeza maior. Michael Burry, o personagem que há pouco falávamos recebeu como interprete Christian Bale, que está em sua melhor forma neste filme. Com um olho falso, uma atuação inquietante e diversos momentos de êxtase irracional, frente à uma bateria ou na mesa do escritório, Bale consegue fazer de seu personagem um dos mais bem produzidos do longa, junto ao de Steve Carell. Bale concorre na categoria “Melhor ator coadjuvante”, enfrentando Tom Hardy que vem acompanhado do frio e as estatuetas já ganhas por “O Regresso”. É uma briga que acompanharemos até o grande dia como espectadores frenéticos. Devemos falar também de Steve Carell, que já se mostrou ser um bom ator para interpretar psicóticos em “Foxcatcher”, e faz o mesmo em “The Big Short” só que mil vezes melhor. O personagem oferecido a Carell tem muitas faces, é o senhor da teoria da conspiração e prova que no fim das contas está certo, é o típico apostador do contra. Depois do suicídio do irmão ele reforçou suas teorias, e é aqui que vemos os dois lados de Wall Street, a loucura que está impregnada nos prédios, no ato de se fazer economia, isso transpira dos mais variados personagens, mas exclusivamente em Mark Baum (Steve Carell) e Michael Burry (Christian Bale) temos a exemplificação de como os negócios podem transformar o homem, assim como toda forma de trabalho onde se é dedicada vida e morte. É desumano em certos momentos, o filme, e isso, para o fã do cinema, é maravilhoso de se ver.

“The big short” é indicado a melhor filme, mas convenhamos, não é para tanto. É um incrível filme, mas sozinho, sem concorrentes, tem tudo que é preciso para um longa que prende, que te deixa semanas pensando sobre, mas não é o ápice da sétima arte para conquistar a tão desejada estatueta. Não se aproxima de “Room” nem “O Regresso”, nem consegue ofuscar “Spotlight” com seu enredo desafiador. É um filme nutrido de técnicas não vistas em outros, como algumas tiradas e ângulos usados para captar os sentimentos de alguns personagens e o panorama central do enredo, mas não é o topo do “fazer cinema” e por isso mesmo não merece levar tal categoria, mas está nesta por mérito, diferentemente de Brooklyn (o que aquele filme está fazendo ali?). No mais, consegue suprir as expectativas e coloca as cartas necessárias para um jogo arriscado como esse, que é narrar economia frente ao grande público, misturar drama familiar com mercado mundial, transformar problemas mínimos em um amontoado de desastres. É bem feito e pensado para leigos econômicos ou conhecedores do mercado, mas nem de longe para desacostumados com o cinema, é longa para quem já viu centenas de filmes sobre o assunto, estreantes se perdem no labirinto de “The Big Short”.

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Novo trailer da season 2 de Demolidor é lançado!

Lançado nesta segunda-feira (15). O vídeo mostra finalmente o Justiceiro em ação, e contrastando com os métodos de luta contra o crime de Matt Murdock (Charlie Cox). “Você não termina o que começou. É um covarde”, diz o Justiceiro, interprado por Jon Bernthal.

O clipe ainda antecipa a aparição da “dama fatal” Elektra, interpretada por Elodie Young. Na trama, ela será uma anti-heroína, que despertará ainda mais o lado selvagem do Demolidor. em entrevista à Entertainment Weekly, o produtor Steve S. DeKnigthe contou que “Matt tenta sempre domar o lado selvagem, ela o liberta”. Além disso, ele prometeu que a relação entre o protagonista e Karen ficará mais próxima.

O Netflix promete ainda uma segunda prévia no final deste mês. Todos os episódios serão disponibilizados em 18 de março. Neste ano, a Marvel/Netflix terá ainda a segunda temporada de Jessica Jones e a estreia de Luke Cage.

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Corre e vem ver o primeiro teaser de “Star Wars: Episódio VIII”!

O primeiro teaser (de muitos, esperamos, amém) de Star Wars: Episódio VIII foi divulgado nesta segunda-feira (15).
O vídeo foi batizado de “Production Announcement” e anuncia o início das filmagens.

O Episódio VIII contará com direção e roteiro de Rian Johnson e produção executiva de J.J. Abrams (diretor do Episódio VII), Jason McGatlin e Tom Karnowski.

Com estréia prevista para dezembro de 2017, a Disney também anunciou a participação de Del Toro, Laura Dern e Kelly Marie Tran no elenco do próximo filme.

Confira o vídeo aqui:

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Finalmente liberado o trailer final de “A Série Divergente: Convergente”!

Foi liberado há poucos minutos o trailer final da primeira parte do desfecho da série Divergente nos cinemas, Convergente. A franquia, adaptada da série de livros de Veronica Roth, tem seu penúltimo filme lançado no mês de Março nos cinemas do mundo todo. Confira:

A Série Divergente: Convergente – Trailer Final

SAIU! Confira agora o trailer final de A Série Divergente: Convergente, LEGENDADO!

Posted by Divergente Brasil on Sunday, February 14, 2016

Ainda não sabemos que rumos a série irá tomar nas telonas, tendo em vista as crescentes mudanças desde o filme anterior, Insurgente, e com o anúncio de um filme posterior, Ascendente. Tudo o que nos resta é esperar e torcer para que Tris e Quatro saiam ilesos de toda essa batalha épica.

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Crítica de Cinema: Mad Max – Estrada da Fúria (2015)

Quando terminei de assistir Mad Max, tive plena convicção que nunca assisti nada parecido em toda minha vida. George Miller voltou 30 anos depois da primeira trilogia com uma originalidade impressionante. Embora seja uma continuação, distanciou-se de seus antigos filmes, trouxe novas ideias, críticas sociais pesadas e muita, mas muita ação.

No longa, Immortan Joe (Hugh Kneays) é um ditador cruel, um mito, praticamente um Deus na Terra. Em um mundo pós apocalíptico, em que a água e o combustível são recursos escassos e motivo de guerra, quem os possui em abundância exerce dominação sob aqueles que não os possuem, e é exatamente assim que Immortan Joe exerce seu poder. Ele é dono de tecnologia capaz de captar água e cultivar em solo estéril.

O tirano tem tudo sob seu controle, mantém escravas sexuais, com a única função de procriar. Outras mulheres são usadas para produzir leite e são ordenhadas como se fossem vacas, é horrível de se ver a objetificação dessas mulheres e como a situação retratada não está tão distante da realidade.

Aliás, a objetificação do ser humano é um tema bastante abordado pelo filme, quando Max (Tom Hardy) é capturado no início do filme, ele é usado como bolsa de sangue para Nux (Nicholas Hoult), um jovem de meia-vida, dos chamados War Boys, soldados de Immortan, que o veneram como um Deus e que estão dispostos a morrer por ele.

A Imperatriz Furiosa (Charlize Teron) é motorista de um caminhão de combustível e é mandada ao Vale da Gasolina por Immortan. Mal sabia ele, que Furiosa havia libertado as escravas e fugia com elas na esperança de encontrar o Vale Verde. O tirano, quando percebe que foi enganado, manda um exército de peso atrás dela, é nas cenas de perseguição que o filme se concentra e onde Max encontra Furiosa e passa a ajudá-la em sua fuga.

A perseguição é completamente surreal, o caminhão de Furiosa é seguido por carros híbridos, caminhões, War Boys suicidas, fogo, explosivos, tudo ao som de uma guitarra elétrica flamejante tocada em um caminhão lotado de amplificadores. É uma maluquice enorme, você fica sem fôlego de assistir à quase 2h de pura ação. O diretor quis usar o mínimo possível de efeitos especiais, então tudo é retratado de maneira muito realista.

O filme tem poucos diálogos, isso é verdade. Mas a interpretação dos atores foi maravilhosa, suas ações e olhares supriram a falta de falas de maneira impressionante e transmitiram com eficácia a mensagem que o longa quis transmitir.

Furiosa é uma personagem grandiosa. A maneira como as mulheres foram representadas no filme, romperam com o clichê da frágil mulher que precisa ser salva por um homem. Ela não é masculinizada, é apenas uma mulher querendo mais do que tudo salvar outras mulheres que precisam dela, o empoderamento feminino é enorme.

Nesse novo filme, Max não é mais aquele “machão” autossuficiente. Ele, como todo ser humano, possui suas fraquezas, suas dores e traumas, quebrando o estereótipo da masculinidade. Os homens não são super heróis, também precisam de ajuda. A relação de Max e Furiosa é de parceria e companheirismo, um homem e uma mulher se ajudando com igualdade, ela o salvando em várias ocasiões e ele a salvando também, um não é melhor do que outro. Traz uma lição de que homens e mulheres devem trabalhar juntos.

Outra atuação impressionante foi de Nicholas Hoult, que trabalha para Immortan Joe e possui uma vida curta, pois está repleto de tumores por conta da radiação a que foi exposto. Ele é enérgico, insano, suicida, daria sua vida com prazer pelo tirano, mas depois se decepciona com ele e o enxerga como realmente é, por isso muda de lado e ajuda as meninas a fugir.

A fotografia, o cenário, os objetos se encaixaram perfeitamente nesse universo apocalíptico e distópico. O clima desértico, quente, seco, há o uso de tons alaranjados e vermelhos. Tudo parece desgastado e sujo, os carros são formados por partes de diferentes automóveis. O figurino também ajudou muito na construção de personalidade dos personagens. A roupa de Immortan Joe é a mais assustadora, é quase como uma armadura para esconder seus defeitos físicos, a máscara com dentes animalescos é assustadora, admito que fiquei com um pouco de medo dele.

O que mais gostei da trama foram as diversas críticas realizadas. Temos a questão ambiental em pauta, a escassez de água, a infertilidade do solo, a radiação causada por guerras termonucleares. As mulheres questionam: “Quem destruiu o mundo?”.Homens gananciosos, que só pensam em si próprios e acabam prejudicando todo o planeta. É um drama real e que serve de alerta com o que estamos fazendo com o meio ambiente.

Outra crítica muito bem abordada foi a escravização de mulheres para fins sexuais. Gostaria de dizer que isso é história de filme, uma ficção distante e triste. Mas, não. Sabemos que essa é a realidade de milhares de mulheres, principalmente em áreas dominadas por terroristas, que adquirem territórios e estupram mulheres e meninas constantemente, para o prazer masculino ou mesmo para perpetuação de sua ideologia. A cena em que elas quebram uma calcinha de ferro que eram obrigadas a usar é um ótimo simbolismo da busca de liberdade, empoderamento e independência feminina em um mundo dominado por homens. Mulheres se unem para mudar o que está errado e gritam: “Nossos filhos não serão filhos da guerra.”

Ideologias doentias também são abordadas. A lavagem cerebral em jovens em nome de um Deus, de uma religião, fazem-os realizar atos horríveis e desumanos. Não preciso nem me alongar nesse assunto, basta ligar a televisão e ver todos os dias notícias de jovens recrutados por grupos jihadistas, esse futuro pós apocalíptico é muito mais plausível do que podemos imaginar.

Devo confessar que na primeira vez em que assisti ao filme não gostei muito, achei que tinha muita ação para pouco diálogo. Mas depois percebi a profundidade da história, que deve servir de modelo para os próximos filmes do gênero, pois não é ação pela ação. Mas é uma trama política, social e revolucionária, revolução essa, que deve partir das mulheres.

https://www.youtube.com/watch?v=V3_s8gltmNg

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Deadpool estreia hoje e já tem sequência em andamento

O sucesso do filme Deadpool, que como todos devem saber, estreia hoje no Brasil, é tão grande que um sequência já esta sendo planejada.

O Hollywood Reporter informou que a FOX já entrou em contato com os roteiristas, para que eles escrevam a história do próximo filme. Tim Limmer, que é o diretor, também foi escalado para a continuação, não se sabe se irá dirigir, mas é certeza que fará parte da criação.

Agora é só correr para o cinema e esperar ansiosamente por mais informações sobre o nosso querido anti-herói.

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Crítica de Cinema: Amy (2015)

Do mesmo diretor de Senna, Asif Kapadia, Amy é um dos documentários que concorre ao Oscar desse ano e que percorre a trajetória da cantora através de gravações de áudio, vídeos, fotos e depoimentos. O material coletado, parte dele inédito, é extremamente valioso e registra sua vida em detalhes, desde quando tem apenas 14 anos e brinca e canta com os amigos por diversão.

O filme mostra com sensibilidade o íntimo de Amy, aquele que não conhecíamos e que nunca foi mostrado pela grande mídia. Aliás, paparazzi e o exagerado consumo de notícias sensacionalistas são uma das causas apontadas pelo filme pela morte da artista. A associação da sua saúde fragilizada com a bulimia, doença que tinha desde criança, além do uso excessivo do álcool – e foi o álcool, e não as drogas, como se noticiou – que a fizeram morrer. Mas a perseguição e a falta de privacidade que ela passou, assim como a irresponsabilidade de seu pai e gerente, que marcavam shows sabendo que ela não estava bem física e mentalmente sentenciaram sua morte.

Antes que as drogas fossem sua principal válvula de escape, Amy fazia da música sua fuga do mundo exterior. Inspirada por grandes nomes do jazz, ela se tornou uma artista completa, como afirma seu grande ídolo Tony Bennet, com quem fez um dueto em uma de suas atuações mais revigorantes. Os fatos apresentados no documentário são feitos de forma cronológica, mostrando altos e baixos, com depoimentos de amigos de infância a colegas de trabalho.

Amy mostra também a vida pré Black and Black, antes que a cantora estourasse mundialmente. Vídeos caseiros e entrevistas para jornais locais ingleses mostram o quanto ela era apaixonada por música e o quão feliz ficava em se apresentar para públicos pequenos. Descrita como uma pessoa doce e engraçada, ela também sabia ser impetuosa e tinha uma personalidade forte, apesar da essência fragilizada. A chegada e partida de Blake, namorado tempestuoso que a guiou para drogas mais pesadas, o afastamento de amigos de infância e de Nick, ex-gerente que a acompanhou a maior parte da carreira, além da recusa de procurar tratamento foram as consequências trágicas e finais de uma carreira brilhante.

Apesar de ser um documentário completo no sentido emocional, Amy tem suas falhas. Depoimentos em off e vídeos que são excessivamente reproduzidos em câmera lenta cansam o espectador. O modo como o material fotográfico foi apresentado também deixou a desejar. O constante zoom in e a simples passagem de uma foto a outra lembra uma colagem infinita. Assim como as falas rasas e vagas dos principais “personagens”, como Mitch (pai de Amy), Blake e o seu último gerente Ray Cosbert. Aliás, a falta de representatividade e uma suposta manipulação de depoimentos descontentaram o pai de Amy, que garante que lançará sua própria versão sobre a vida da artista.

Com o filme, entendemos um pouco as inspirações e motivações de Amy, assim como seus demônios e frustrações. Como a falta da figura paterna na infância a faz se tornar uma adolescente arredia e indisciplinada. A exultação em gravar seu primeiro álbum mascarada em indiferença. A aversão à fama desde o início da carreira, onde mais de uma vez em depoimentos ela afirma que não saberia lidar e sucumbiria. A paixão viciante por Blake. O tom esperançoso do início dá então lugar ao melancólico e ao desesperador fim.  O peso emocional de Amy reflete a personalidade da artista, que se rendeu aos exageros das drogas como uma válvula de escape ao que sua vida se tornara. É uma obra comovente que nos leva a conhecer duas Amys: a da fase “Frank”, com a cantora sendo criativa, engraçada e empolgada e a da fase “Back and Black”, com a cantora autodestrutiva e sombria que, infelizmente, conhecíamos muito bem.

 

 

Atualizações, Filmes

Novos pôsteres individuais de “Convergente” foram divulgados!

Com a estreia chegando cada vez mais perto (10 de março aqui no Brasil), a Lionsgate divgou novos pôsteres de divulgação do terceiro filme da série Divergente, Convergente, onde mostra o “grau de pureza” de cada personagem e o slogan “What makes us different ties us together” (em tradução literal, “o que nos torna diferentes nos une”). Confira a novidade com a gente!

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Atualizações, Filmes

Assista ao trailer do novo filme de Zac Efron e Anna Kendrick

Foi divulgado o trailer do próximo filme estrelado por Zac Efron, Anna Kendrick, Aubrey Plaza e Adam Devine, “Mike and Dave Need Wedding Dates”. O filme conta a história de dois irmãos, que por sempre estragarem as festas da família são obrigados a achar garotas, digamos assim, “comportadas” para levar como acompanhante no casamento da irmã deles no Havaí.

Eles então resolvem procurar por elas na televisão,e é aí que duas meninas, interpretadas por Aubrey e Anna, veem uma ótima oportunidade para viajar de graça.

Bom, o resto do filme parece ser bem maluco, vamos esperar ansiosamente pelo lançamento.