Autoria: Versos de uma doce Alvorada
Autoria: Versos de uma doce Alvorada
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Autoria: Versos de uma doce Alvorada

– O Leão andava de um lado para o outro na terra nua, cantando a nova canção. Era mais suave e ritmada do que a canção com a qual convocara as estrelas e o sol; uma canção doce, sussurrante. À medida que caminhava e cantava, o vale ia ficando verde de capim. O capim se espalhava desde onde estava o Leão, como uma força, e subia pelas encostas dos pequenos montes como uma onda. Em poucos minutos deslizava pelas vertentes mais baixas das montanhas distantes, suavizando cada vez mais aquele mundo novo. Podia-se ouvir a brisa encrespando a relva.

C.S. Lewis, As Crônicas de Nárnia

Aprecio o azul do céu, tão límpido, distante, embaçado com algumas pinceladas de branco neve, esfumaçadas por toda a dimensão de tom cárdeo celeste… Sim, estou falando das nuvens, seres mágicos do ar perdidos pelo paraíso azulado. Safira para quem quer sair um pouco da terra, voar e não andar, extasiar do ar mais puro e não simplesmente respirar.

Sonho. Realidade. Viver…

É arrebatador ficar observando como muda a tonalidade do céu ao amanhecer, os raios solares ao incidirem sobre o firmamento anuviado e sereno, se transforma do azul anil para uma coloração mais avermelhada, e então passam a surgir tons alaranjados e por um pouco mais afastado, longínquo até, bem perto do sol, riscas de amarelo canário.

Foi um dia difícil, tirei minhas sandálias e fui caminhar pela areia. Um lugar paradisíaco, isolado, fúnebre de tanta perfeição. As gaivotas assoviam enquanto sobrevoam as águas e a maré que, vagarosamente aumenta, banha os meus pés me convidando para entrar e estar com ela.

Em um pequeno rochedo, camuflado por algas e pequenos crustáceos e cascos velhos dos pequenos animais encouraçados, leves e singelos reflexos de um pote de vidro incide sobre meus olhos. O limpo e então percebo que estou segurando uma garrafa de vidro que se mostra exausta de tanto perambular pelo mar aberto com uma pequena rachadura no envolto de seu casco.

Cristalizo minha atenção naquela garrafa e encontro um pequeno papel envolto de uma fita dourada acompanhada por um lindo laço carmesim que tinha como função fixar o formato cilíndrico do papel que de grossa espessura, logo se mostrava amarelado devido a pequenas gotas de água salgada ter conseguido penetrar no vidro pela fenda na garrafa.

No papel estava escrito um poema. Para quem, não sei responder, por qual motivo… Essa eu respondo, e digo que, com toda certeza, era o amor.

Sinto-te mesmo sem te tocar
Estou contigo mesmo sabendo da sua… Distância

Conheço-te sem te conhecer
Entendo-te sem te entender
Penso em você imaginando tudo ou nada

Conheço tua voz sem nunca tê-la escutado
Reconheço teus olhos sem nunca tê-los visto
Lembro-me do teu sorriso mesmo nunca estado ao teu lado quando se alegrou

Sinto junto a ti a lágrima que escorre em tua face,
Meras presunções
Plausível veracidade

Sinto-te
Por mais que precises, te espero
Por mais que chores, te consolo
Por mais que desejes, te amo
O tempo não é o inimigo do amor

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8 comentários

  • Responder Mariana 24/10/17 em 19:59

    Você escreve muito bem! Parabéns.

  • Responder @meuslivrosmeusvicios 23/10/17 em 11:04

    Adorei seu texto. Muito bem escrito. Parabéns!

  • Responder Dan - meu romeo 23/10/17 em 10:17

    Que texto maravilhoso!! Você como sempre arrasando Guh!!

  • Responder Bruna vieira 21/10/17 em 23:22

    Muito bem escrito !! Arrasou muito, ficou incrível

  • Responder Aline - leitora contumaz 19/10/17 em 18:55

    Adorei. Adorei. Adorei. Você é muito talentoso, de verdade. Vou esperar pela publicação dos seus livros.

  • Responder Ilane 19/10/17 em 16:24

    Haa meu Deus tem uma gota nos meus olhos! Que lindo! Amei ❤ você tem um grande talento 😊😘.

  • Responder Juliana Sandis 18/10/17 em 21:16

    Aaaaaaaah, eu amei! Você escreve demais! Parabéns, de verdade😄

  • Responder Recanto_literario_blog 18/10/17 em 17:36

    Que resenha incrível, muito bem escrita. 📚

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