Tópico I (Louvação à Iansã)
E quando você disser não
Pois bem
Serei o sim que não se muda
E que o faça de erro
Que se transforme em transtorno
Que se jogue do mais alto prédio
Sou presente e não arredo
Sou todo um horizonte, e ai
Ai daquele que fechar os olhos
Os feche e nunca mais consiga abrir.
Tópico II (Dos filhos)
Derrubei os muros que nos transformaram em estranhos
Cada qual com seu dialeto, com seu mundo
Derrubei a mesmice que nos impossibilitava a dança
Mas você acostumou-se com o cativeiro
Não sabe viver além do que já foi visto
Acabei com sua crença
Com sua falsa alegria
Derrubei e despenquei junto ao pesado concreto
Melhor não por aqui ficar do que ser o seu
Quando você nunca desejou posses
Ser sua nova prisão
Sou sim a entrada para os carnavais que por ai vierem
Sou a cidade quando queima e clama
Grita por um pouco de paz
Paz essa que sempre foi tua
Mas és cega, minto, te fazes disto para ocultar os olhos atentos
a malícia escorrendo pelo canto da boca
Podridão de meus esforços
Motivo pelo qual morro a cada dia que passa
Os derrubei
Os levei cá comigo
Para o sem fim do inferno que me colocastes ao se libertar de ti.