Autoria: Aconteceu de novo
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Autoria: Aconteceu de novo

Leia ouvindo: Call it what you want, Taylor Swift

Querido diário,

O quão clichê é manter um diário? Não sei. Foi a terapeuta da Sara, que recomendou para ela, e eu senti como se fosse para mim também. Gosto de divagar, e contar essa história do meio. Você não sabe o que veio antes dela, nem tampouco saberá o que virá depois. Mas aconteceu de novo.

Sabe quando acontece aquilo que você diz, jura de pés juntos, promete a si mesmo, que nunca mais vai deixar acontecer? Então. Mas eu deixei, e eu nem sei o porquê. É como diz Taylor Swift, talvez eu estivesse apenas dançando nesse jogo inebriante com as mãos amarradas. Não li a última página, nem tampouco lerei ou farei questão de escrevê-la.

A gente se agarra a algo só pelas memórias, mas não deveríamos então nos agarrar às memórias e não aos algos? As memórias se agarram na gente, os algos vão embora para sempre.

De vez em quando paro e vejo minha parede de polaroids. Quantas memórias de algos que já se foram, talvez eu mesmo tenha sido um algo partido para alguém. Mas aconteceu de novo.

Não sei se o problema sou eu. O clichê do problema sou eu. Acho que não, sou legal demais para isso e minha fase de me culpar por tudo o que acontece no mundo já passou. Sou prepotente, talvez. Mas acredito no meu potencial e sei que eu sei me reinventar. Será que apenas sei que sei ou sei saber? Mas é, a vida é um ciclo vicioso. A gente acha que as coisas vão mudar, teme as mudanças e elas mudam para ser o que eram antes.

Estou melhor que nunca estive, sei que me basto, sei que aquele garotinho que dizia que seu mundo caiu por conta dos egoísmos alheios morreu. Aquele menino, de cabelos castanhos e que usava coroa na rua, e chapéu em casa morreu. Assassinado.

Não precisa chamar a polícia. Ele simplesmente morreu, pisou na coroa e a quebrou em zilhões de pedaços. Pisou assim como todos que o pisaram. Talvez tenha crescido, talvez não. Mas aconteceu de novo.

Aconteceu de novo toda a sua história antes da coroa, mesmo depois de usá-la com orgulho. Então, de que adianta mantê-la? Nada. De nada adianta manter um cadáver. Hora ou outra ele começa a feder.

Adeus, Garoto da Coroa. Descanse em paz.

Sempre, Gustav Albuquerque.

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