Artigos assinados por

Emanuel Antunes

Atualizações

MÚSICA: "Caderno de Poesias", de Maria Bethânia entra em pré-venda

Surpreendendo os fãs que aguardavam (e aguardam) o lançamento do DVD referente ao show “Abraçar e Agradecer”, que comemorou os cinquenta anos de carreira da interprete e que passou por diversas capitais do país, a gravadora biscoito fino acaba de divulgar o mais novo trabalho de dona Maria. Gravado na Universidade Federal de Minas Gerais, o espetáculo “Bethânia e as Palavras” já passara por diversas cidades e agora acaba por ganhar um dvd exclusivo, intitulado de “Caderno de Poesia”, onde Maria Bethânia recita e canta textos que vão de Fernando Pessoa até Clarice Lispector, tendo entre esses algumas produções suas. Você confere a sinopse do produto abaixo:

Gravado ao vivo na Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Bethânia interpreta obras literárias e musicais de grandes escritores, poetas e músicos brasileiros e portugueses, incluindo nomes como Guimarães Rosa, Dorival Caymmi, Carlos Drummond de Andrade, Fausto Fawcett, Manuel Bandeira, Ascenso Ferreira, Mario de Andrade, Capinam, Wally Salomão, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, Fernando Pessoa, Vicente Celestino, Chico Buarque, Castro Alves, Maria Isabel Velloso, Renato Teixeira, Olavo Bilac, Sophia de Mello Breyner, Gerônimo, Jorge Benjor, Moraes Moreira, entre outros.

Você pode saber a lista das poesias usadas no dvd acessando este link, obtendo informações de compra entre outros pontos referentes ao novo DVD da cantora, homenageada este ano no prêmio da Música Brasileira. Maria Bethânia dá sequência a uma série de trabalhos que aparentam não ter pausa por muito tempo, começou com o lançamento de “Meus Quintais”, cd referente ao íntimo da cultura brasileira, passando para o início da turnê “Abraçar e Agradecer” que ainda este ano terá cd e dvd sendo lançados, indo para várias apresentações de “Bethânia e as Palavras” entre espetáculos do Prêmio da Música Brasileira. Maria Bethânia revelou recentemente em entrevista à folha de Pernambuco que anda lendo muito Castro Alves e que em breve podemos ter notícias sobre projetos referentes ao autor e tema. Você pode conferir outras notícias sobre música e cultura nacional em tempo real aqui, no Beco Literário.

Autorais

Autoria: É um tempo de guerra

Ando com o andar de quem vai para o abate, de quem está pronto para ser sacrificado. Ando por ai sem saber com quem vou esbarrar e como essa pessoa vai reagir a tal erro da natureza. Passaram-se os anos, muitos anos por assim dizer, mas chegou o maldito dia em que a realidade fez de minha consciência seu abrigo e por fim revoltei-me. Rasgo tudo que me ensinaram desde pequeno e jogo tudo isso aos leões, jogo no mais profundo inferno e esses predecessores, esses inúteis reprodutores de preconceitos, esses senhores e senhoras que se dizem de bem, se joguem junto a ele, vão em busca de seu produto imensurável, vão e mergulhem no inferno que me colocaram. É um grito de alívio e medo, este que coloco por aqui. Medo por não saber as reações, o que isso causará à minha pessoa no fim de tudo, como verei tudo isso no fim da semana que vem, quando parar para ler os escritos, absurdos, mal feitos, não capazes para uma pessoa de meu porte. Tem absoluta certeza que foi você que escreveu isso? Já me perguntaram por diversas vezes. Tem certeza que não copiou de algum lugar? Sim, copiei do ódio que aprendi a dar fermento, fiz cópia de todo mal que já me lançaram “sem querer”. Não sou mais a criança que sofria por ter a cor que tem, não sou mais o filhote de uma mãe sozinha, não sou mais um sem voz. Em uma dessas aventuras desse sistema imbecil, consegui obter nem que seja alguns minutos de poder, consegui colocar para fora minha súplica contida em Castros e Alves, medo, é o que tenho diariamente, hora após hora, de não se rejeitado como sempre fui por milhares. Alívio por saber que esses milhares não importam. Sou dono de herança tão grande, herança que vem de atlânticos transplantados, que vem de longe e de tão perto. Sou cada sangue derramado nos navios brancos que conduziam homens para o abate, aquele que tanto falei e falarei. O abate da liberdade. Sou terços de corajosos vermelhos tupinambás, xavantes, guaranis, sou feito deles e por eles continuarei minha estadia nesse lugar que chamam de casa. Não, eu não sou daqui. Sou de onde o sol, quando acorda clama por Oiá e quando se põe abraça seus filhos em nome de mamãe Oxum, mas esse mesmo sol banha o recôncavo, o marco zero, a Pessoa de todos nós, é desse sol que falo, é ele que me guia no meio de tantos negativos, é esse sol que me faz acordar e clamar por um pouco de coragem. Sol esse que não brilha para todos, não, ele brilha para os ofendidos, para os que sofrem e mesmo assim continuam por lutar, esse sol brilha para aqueles que não conseguem aceitar tais modelos a serem seguidos, tais vitrines a serem contempladas. Meu sol é totalmente meu e não divido com seu ninguém, que julguem, que desfaçam, que tentem me puxar para sua escuridão, mas em nome de todos aqueles que me fizeram, continuo, persisto. Sou sangue, sofrimento e crença, sou parte de tribos e tribos trazidas e excluídas por entre as eras. Sou batuque no fim da tarde, flecha que transpassa as floretas, sou a resistência de uma voz que ainda canta. Canta a mais bela canção de revolta, que chora seus mortos, mas os comemora, porque estes não desistiram quando todos achavam que fariam tal coisa. Sou desse povo que grita por justiça, que não espera sentado vendo o tempo passar, sou dessa gente que não consegue absorver os insultos, que os repudia e continua a levar a vida como sinônimo de bravura. Não, por fim, perco o medo e deixo explodir o que por tanto ficou entalado no meio da garganta. Que tentem nos derrubar com seus padrões pré-fabricados, que façam de tudo para nos extinguir, que façam. Até aqui chegamos e por muito mais continuaremos com essa saga, de raça e suor. Seja na terra ou nas frases mais que bem fixadas, frases feitas não por mera vontade, mas por forças que não condizem com o normal. Força que é motivo para que isso exista.

Resenhas

Resenha: A de Mar – A história de Domar Della, Ana Clara Medeiros

Em sua obra anterior, “Cartas de Henry”, Ana Clara Medeiros conseguiu mostrar como e para quem escreve, o primeiro livro da autora foi publicado digitalmente pela editora Saraiva (Assim como o segundo, este que será resenhado a seguir), e narrou a história de um garoto depressivo e as diversas formas de lidar com as situações que o destino lhe oferecia. Você pode adquirir o livro clicando aqui e com toda certeza encontrara uma ótima leitura, mas vamos ao que interessa, com cortes cirúrgicos, semelhantes à obra que para o escritor que vos fala, não influenciando pelo espírito de fã, mas como crítico de toda a literatura, sabendo a metodologia e as fases que são submetidas para a produção de algo do porte, é o livro do ano no cenário nacional.

“A de Mar” para pularmos justamente essa parte introdutória e partirmos para o diálogo com os personagens e seu enredo, conta a história do jovem escritor, Domar Della, como o título sugere, e sua relação com uma inesperada moça, que se apresenta logo à primeira vista como Iara. Domar Della escreve crônicas para um Jornal que circula em Pernambuco, estado onde nasceu e reside. A história começa a desenrolar justamente quando Domar, após crônicas e mais crônicas aclamadas pelo público e pela crítica, acaba por escrever uma história que não condiz com sua linha produtiva, o público sente que a última história publicada por Domar no jornal é sua pior, por assim dizer. É nesse mesmo momento, antes da repercussão negativa da crônica, que Domar pede férias de seu trabalho, por se sentir esgotado e incerto sobre determinadas coisas, as férias são concedidas. Só que este seria incumbido, após sua última história ter sido rejeitada, de voltar ao Jornal com uma crônica que deve ser bem melhor de todas aquelas que este publicara, justamente para superar essa má fase causada pela última. Domar se vê com um mês para conseguir inspiração e colocar no papel algo que para início parece forçado.

“Viu que viver era isso, um mar a ser desbravado”.

É justamente neste mês que este se aproxima da prostituta Iara, conhecida por ele em uma de suas noites entre os bares do Recife Antigo. Iara se transformara de figurante para personagem de grande importância no enredo de “A de Mar”, é ela que comporá todo o quadro atual de Domar, neto de um grande marinheiro. Marinheiro esse que deixa sua sombra como plano de fundo do livro. O avô de Domar, Henrique Della, sempre está nas entrelinhas, aparecendo aqui, acolá, principalmente quando todo o rebuliço causado na vida de Domar ocorre justamente porque esse retratou a história do avó na crônica que foi debatida mais acima.

O livro é intenso, desde a primeira frase até sua última página, desde quando fala sobre Henrique Della e seu amor, Orun, bem no começo da narrativa, até quando adentra na história de seu neto, Domar, e sua relação com a história, com o humano, com o Ser tão intensificado no último bloco da obra. Estabeleceremos uma linha efetiva de avaliação sobre “A de Mar” a partir de agora, comecemos pelo enredo. O contexto adotado por Ana Clara Medeiros é contemporâneo, utiliza da paisagem de Recife como plano de fundo e em algumas partes como atuante desta história, é em Recife, principalmente no Marco Zero que pulsa “A de Mar”, tem o ar das vanguardas literárias Pernambucanas, tem ar e forma destas vanguardas, pois inova completamente não só na forma de se escrever, mas o que adota como tema, indo de mitologia Iorubá e o ocorrente sincretismo religioso ocorrido no Brasil, até a psique. Um ponto alto de toda obra é esse estudo bem calculado da psique humano, é um deleite para qualquer leitor. Vemos entre as páginas a exploração dos efeitos e defeitos que a mente oferece, de como o homem pode ser traído ou saber manejar suas ações, é magistral a habilidade da escritora, principalmente neste ponto e se preciso falaremos dele por muito tempo. Para quem leu sua primeira obra, já citada aqui, pode-se perceber uma maturidade, não só temporal como teórica, no momento da escrita. É algo que vem do íntimo, nada superficial como é retratado pela maioria dos “escritores” atuais, e parte para o macro, para a mentalidade não só do escritor, mas de todo e qualquer homem.

“A experiência de amar algo ou alguém até que me parecia bonita na poesia, mas não havia nada melhor do que atribuir aquele sentimento tão incrível para si mesmo. Viver nas condições de um amor próprio muitíssimo sadio me parecia melhor negócio. Não precisava de outra pessoa para me completar porque eu já me sentia inteiro o suficiente. A solidão vinha de bônus, tanto por sorte como por azar. Ao fim da cartada, ser humano também necessita da solitude”.

Assim como João Cabral de Melo e Neto apresentava toda uma intimidade exclusiva com o Rio, Ana Clara Medeiros é amiga de infância do Mar, todo o lirismo que este oferece é acolhido pela autora, é estudado e sentido, por fim escrito sabidamente, sem barroquismo, sem extravagâncias, é uma escrita concisa e poética ao mesmo tempo, não fica presa na necessidade de se mostrar bela, e por isso mesmo consegue ser poesia pura. A orla de Recife já ganhou diversos significados através do tempos, por dezenas de escritores, mas em “A de Mar” se vê algo totalmente diferente, não conseguirei conceituar o que senti lendo sobre o Mar, sobre o que o compõe, sobre como ele dilacera e une pessoas, nunca que terei consciência para isso, o mar não permite, e ficou claro bem mais que isso em “A de Mar”, o mar em seu vai-e-vem trás milhares de significados na escrita de Ana Medeiros, como disse, não serei capaz de traduzir concretamente tudo que se pode captar da relação homem-mar colocada à mesa pela autora, como diria Fernando Pessoa, “Sinta quem lê”, pois sintam com todo o prazer do mundo o que é exposto na história de Domar Della.

A estética não apresenta erros evidentes, pois procurarei por muito tempo e tenho certeza que não encontrarei, está tudo bem amarrado, como falei, é poesia pura que engrandece o real. Não se encontra palavras fora do lugar, frases dispersas apenas para interligar capítulos e/ou situações, o livro foi meticulosamente planejado e executado de forma limpa. “A de Mar” é além de tudo isso, um livro onde o sentimento vaga, literalmente, a flor da pele, se respira paixão, medo, naturalismo. A personagem que começa o livro sendo denominado Iara é um esplendor de tudo isso, é poesia viva que aparece para Domar desvendar, dedilhar música e transforma-la em literatura bruta. Ana Clara Medeiros faz tudo isso, e faz em dobro, pois consegue repetir com seu personagem, ambos senhores de seus mundos, ou não. Iara estaria para Domar como o verso da canção “A Beira e o Mar”, interpretada por Maria Bethânia em 84, quando esta diz “Você será sempre a beira, e eu toda água do mar.

“[…] Agora, quero deixar um tiro me invadir, jogar-me no escuro e te beijar mais tão profundamente até me enfiar por dentro do seu ser lá no fundo, no encobrimento dos pensamentos, onde nossas mãos irão de unir e eu finalmente descobrirei, ou melhor, descobri sem ao menos fazer isso que era no seu mar que este homem sem eira nem beira nem volta e meia deveria navegar, que foi através do partimento do cais, do dinheiro sujo, do sexo barato, que pude conhecer então a chave que me libertara do privilégio de não conhecer verdadeiramente o significado da palavrinha com vi.”

É uma história que cativa de imediato, sem precisa de entre meios para convencer o leitor, esquematizada da melhor forma para um livro do gênero e com um porte fantástico, composta por alegorias presentes na mentalidade de todo e qualquer ledor, que ao se deparar com este livro ficará surpreso, lerá cada página boquiaberto, o terá como um de seus preferidos. Intrigante, bem mais que provocativo e sobre todas as coisas uma obra para se ler com toda a atenção e apreço que possa existir. Quando chega-se o momento de mergulhar, não se encontra meias-voltas, desculpas, não, não se fala. Se mergulha.

Mergulhe na mais bela obra do ano. Obra essa que peca em apenas um ponto: Acaba num piscar de olhos.

 

Para adquirir “A de Mar -A história de Domar Della”, clique aqui e compre seu exemplar. E para acompanhar todas as novidade sobre a obra, curta a página no facebook acessando esse link.

 

Atualizações

Correspondente do Pottermore revela bastidores de "Animais Fantásticos"

Durante as filmagens do spin-off de Harry Potter na cidade de Liverpool, o correspondente do Pottermore divulgou diversos momentos dos bastidores, postou curiosidades sobre o elenco e como esse se portava durante todo o processo. Frequentemente recebemos diversas notícias sobre “Animais Fantásticos e Onde Habitam” na plataforma do Pottermore, abaixo você pode conferir o conteúdo da “viagem” do correspondente até Liverpool, traduzida pela equipe do Potterish (O nome dos tradutores foi disponibilizado pelo site brasileiro e reproduziremos com tais). Confira:

Indo pra Liverpool com o filme de ‘Animais Fantásticos’
20 de novembro de 2015 – O Correspondente do Pottermore

Traduzido por: Rodrigo Cavalheiro em 20/11/2015.
Revisado por: Lucas Souza em 20/11/2015.
Nossa! Viajar para Liverpool com o elenco e a equipe de Animais Fantásticos parece com fugir com o circo, mas, felizmente, há menos palhaços.

É uma operação gigante, levar todas as perucas, casacos, colchões para manobras perigosas, pôsteres, manequins, vestidos de lantejoula, câmeras, ferramentas para maquiagem, carros antigos, neve falsa, barracas e pessoas para uma nova locação. Gigante.

É impossível deixar Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Ezra Miller, Jon Voight, Dan Fogler, Alison Sudol, Samantha Morton e outras 535 pessoas em segredo, então nós nem tentamos. Fãs de Harry Potter e liverpuldianos sabem que estamos gravando na cidade – nós conseguimos ver vocês espiando por trás das tábuas pretas que cercavam o set. Nós podemos te ouvir, jovem cavalheiro que gritou ‘EXPECTO-O-O-O-O-O PATRONUM!’ do alto de um ônibus de dois andares que passava na rua.

Obviamente, nós não queremos estragar a magia para vocês. Contar exatamente o que aconteceu nessas cenas seria como contar para uma criança que a mãe dela é a Fada do Dente ou contar pra um fã de “Game of Thrones” quem é o próximo a morrer. Vocês acham que querem saber tudo, mas vocês não querem. Ainda não.

O que eu posso fazer é pintar um quadro com palavras de como era estar no set. Pode ser?

É noite de uma quarta-feira. Eu estou parado do lado de fora na fria escuridão com a minha vida (três barrinhas de Milky Way, um biscoito esfarelado, uma xícara de chá de hortelã, duas canetas, um pequeno caderno, um cachecol reserva e um carregador portátil) nos meus bolsos. Todos esfregamos as mãos e vemos Jon Voight sair de um imponente carro preto e subir as escadas do St. George’s Hall. Ele faz isso de novo e de novo, subindo as escadas enevoadas, para conseguir a tomada perfeita.

Do lado de dentro, Ezra Miller se prepara para a cena dele, fazendo um pouco de beat-box na sala verde [um espaço montado para que os atores esperem a sua vez de entrar em cena]. Ele passa e se apresenta, dizendo que é um fã de Harry Potter. Ele parece ser o tipo de ator que fica brincando e fazendo as pessoas rirem até ouvira palavra ‘Ação!’, e aí entrega suas falas sem problema algum. É algo impressionante de assistir.

Junto com Jon e Ezra, hoje há mais 444 figurantes no set. 40 maquiadores extras, 37 mesas de jantar completamente postas, dois cavalos e um Rolls-Royce antigo. Para alimentar todo mundo por um dia, o restaurante trouxe 750 peitos de frango, 40 quilos de bife, cubas de vegetais, litros de café, baldes de doces de dente do Drácula, um pomar de maçãs, a quantidade pão que você só acharia numa padaria e 700 fatias pré-cortadas de cheesecake de limão.
O filme é sua própria economia funcional; um mundo auto-suficiente nutrido por talento, cafeína, açúcar, lanches, excitação e a história dramática que J.K. Rowling fabricou.

No dia seguinte, a filmagem seguirá para o rio perto do Edifício Cunard.

No lado de dentro, o pessoal da Conselho Municipal de Liverpool tenta fazer suas tarefas diárias, sabendo que Eddie Redmayne está filmando lá embaixo. Eles passam na pontinha dos pés, sussurrando, e eu ouço algumas frases: ‘Aquele que ganhou o Oscar por aquele filme do Stephen Hawking… Sim, o novinho com sardas… Alguma coisa de Harry Potter, eu acho… Ele é muito gato… Oh, definitivamente bruxos…’

Eddie, enquanto isso, está quieto. Ele dá uma andada entre as tomadas, distribui pequenos sorrisos para todos, senta na sua cadeira de tecido preta e vai para a sala verde para um pouco de conforto de vez em quando. Ele coloca a jaqueta momentos antes de entrar na frente da câmera, e tira de novo gentilmente quando sai. Ele e Katherine sussurram um para o outro, talvez sejam suas falas, talvez estejam contando segredos, quem sabe?

Tem algo tão certo sobre Eddie e Katherine. Eles são absolutamente perfeitos para esse filme, e eu mal posso esperar para que você veja a cena que eles filmaram hoje. É uma dramática. Teve uma enorme quantidade de corridas…

Atualizações

Segunda temporada de Better Call Saul ganha trailer e data de estreia

A série derivada de Breaking Bad já tem data marcada para o início de sua segunda temporada. A Netflix divulgou o primeiro trailer da continuação do spin-off, que você pode conferir abaixo:

O primeiro episódio desta segunda temporada vai ao ar no dia 16 de janeiro na Netflix, sendo cada episódio postado semanalmente. A série é protagonizada por Bob Odenkirk e toda sua primeira temporada já está disponível no site.

Música

Playlist semanal #2: Olha que eu tenho meu espelho cristalino

Já acordou? Se não, melhor ainda. A playlist dessa semana é um amontoado disso tudo, de sono, de noite mal dormida, de despertador causando dor de cabeça, de tudo um pouco e de todo pouco muito por demais, confira a segunda de muitas que estão por vir, com um dos melhores temas que poderíamos usar: Sim, hoje é dia de ser psicodélico. Não se acanhe não, tire os fones do ouvido, deixa tocar para quem quiser (ou não) ouvir.

(Lembrando, ao lado das músicas estão os respectivos interpretes, não seus compositores)

10 – Aquarius (Música da trilha de “Hair”)

https://www.youtube.com/watch?v=KtR3pqWzH6A

9 – Lucy in the Sky with Diamonds – The Beatles

https://www.youtube.com/watch?v=rUolDdyq9Fw

8 – Bob Dylan – Knockin’ on heaven’s door

7 – A Peleja do Diabo com o dono do Céu – Zé Ramalho

https://youtu.be/3g70csiBfQg

6 – Pepitas de Fogo – Zé Ramalho (De novo, por que sim!)

5 – O dia em que a terra parou – Rau Seixas

4 – Lucifer Sam – Pink Floyd

https://www.youtube.com/watch?v=wbIMx2MYNXk

3 – Espelho Cristalino – Alceu Valença

2 – Todos os Olhos – Tom Zé

1 – Expresso 2222 – Gilberto Gil

 

 

Música

Música: Playlist semanal #1 – Machistas não passarão!

A playlist desta semana segue a linha dos textos já postados aqui no Beco, sobre preconceito, sobre repressão e sobre lutar por ideais. A lista pensada para esse começo de semana é feminista sim, da 10º até a 1º música. Separamos músicas internacionais e nacionais, mas você pode indicar nos comentários aquela que sentiu falta. Comente e postaremos em nossa página no facebook. Mas vamos ao que importa…

(Obs: Está presente ao lado da música suas respectivas interpretes, não compositoras)

 

10 – Vaca Profana  – Gal Costa

 

9 – Pra quem não quiser ouvir meu canto – Maysa

https://www.youtube.com/watch?v=A21OBgs6I5U

 

8 – Feeling good – Nina Simone

https://www.youtube.com/watch?v=OfJRX-8SXOs

 

7 – O que foi feito deverá (De Vera) – Elis Regina

https://youtu.be/rYyGje7Wnl4

 

6 – O quereres – Maria Bethânia

 

5 – Don’t rain on my parede – Barbra Streisand

 

4 – I will Survive – Gloria Gaynor

https://www.youtube.com/watch?v=ZBR2G-iI3-I

 

3 – Aretha Franklin – Respect

 

2 – Canto de Ossanha – Maysa

https://youtu.be/s5Ghufgrvr0

 

1 – Non, Je ne regrette rien – Edith Piaf

 

Para ouvir esta playlist no Spotify, é só clicar aqui.

Atualizações, Talks

Entrevista com Rebeca Melo

Uma das autoras mais lidas do atual cenário literário nacional, Rebeca S. Melo é nome recorrente entre as histórias fantásticas publicadas nesta década. A escritora de “As Lendas de Saas”, livro este que você pode conferir e adquirir clicando aqui, nos concedeu entrevista exclusiva, sobre seus livros, o que já estão disponíveis e os que virão, sobre a carreira e principalmente sobre a escrita. Você pode conferir a matéria na íntegra abaixo:

Pergunta: Nossa literatura é intimista, explora demasiadamente a mentalidade do homem entre os tempos, foi assim com Machado, Lima Barreto, Drummond, Clarice e hoje vemos isso acontecer não só no âmbito literário, mas extrapolar em todas as artes, mas por outro lado, graças ao mercado internacional a produção “fantástica” começa a ganhar força. Escrever fantasia no Brasil chega a ser uma tarefa ainda mais complicada do que publicar um livro com outra temática e gênero? Sabemos que a aceitação de “As Lendas de Saas” foi tremenda, comentaremos sobre mais a frente, mas mesmo assim, é complicado produzir algo na linha Martin ou Tolkien por conta de preconceitos literários?

  • Resposta:  Bom, na verdade eu não me preocupo com os preconceitos literários ou com “o que está na moda”, não é assim que funciona pra mim… Se eu tenho uma boa ideia e acredito que o mundo precisa conhecer aquela história, então eu vou escrevê-la. E durante a escrita eu tento focar em contar a história dando sempre o meu melhor.

 Pergunta:Você nasceu em Brasília, passou por Minas, Guiné-Bissau e hoje reside em João Pessoa, o que cada lugar te ofereceu no momento da produção? Como eles influenciaram e influenciam na hora da escrita?

  • Resposta: Guiné-Bissau foi onde morei durante minha infância. Por não ter televisão ou computador, eu mesma inventava minhas brincadeiras e acredito que esta seja a razão da minha imaginação fértil. Quando morava em Minas Gerais comecei a escrever, nada muito sério na época. Foi só aqui em João Pessoa, durante o curso de Administração, que “assumi” o meu amor pela escrita e decidi ser escritora.

Pergunta: As influências, falemos delas. Quais escritores impulsionaram e deram base para Rebeca S. Melo produzir, e não só escritores, mas músicos, atores, filmes?

  • Resposta: Meu Deus, pergunta difícil! Eu gosto muito, muito mesmo de filmes/séries, músicas e livros. Então seria impossível selecionar um de cada! Acredito que somos uma mistura de tudo o que acreditamos, vemos, ouvimos e gostamos ou não. Mas posso citar o autor que foi o motivo de eu ter me tornado escritora: Sidney Sheldon.

Pergunta: Após todo o sucesso no Wattpad, começastes a publicar pela editora Bookstart, outras editoras já te procuraram? Podemos esperar novidades em breve sobre outros projetos além dos divulgados?

  • Respsota: Sim, antes da Bookstart eu já tinha recebido outras oito propotas de publicação para Rainha dos Corações Congelados. Atualmente estou fazendo TCC e tentando escrever mais um livro que não é ligado a nenhuma das séries (ALDS ou RDC). Mas não posso falar muito sobre ele, porque ainda estou tentando decidir como vou publicar o projeto (concurso, independente, wattpad ou por editora).

Pergunta: O que podemos aguardar da série “Rainha dos Corações Congelados”? E sobre a continuação de “As Lendas de Saas” que como sabemos tem lançamento para esse mês?

  • Resposta: Eu AMO surpreender, então a única coisa que os leitores podem esperar de Rainha dos Corações Congelados e As Lendas de Saas é o meu jeito de escrever. Sobre o segundo livro de ALDS, com lançamento para este mês, eu pessoalemte fiquei muito satisfeita com o resultado. O primeiro livro de uma trilogia geralmente é construção de mundo, por isso o segundo tem mais aventura e ação que o primeiro.

Pergunta: Quando você começou a escrever tinha a consciência de que escrevia para se tornar uma das escritoras mais lidas do país ou isso ocorreu gradativamente?

  • Resposta: Na verdade eu sonhava com isto, porém confesso que não pensei que o meu desejo fosse se realizar. Ainda mais tão cedo! Sabe, eu tenho muito sonhos e a maioria deles são bastante ambiciosos, mas eu nunca coloco esperança nos meus sonhos, coloco minha esperança em Deus. Assim eu estou sempre me surpreendendo…

Pergunta: Qual foi tua reação ao ver a avalanche de visualizações no wattpad tanto de “As Lendas de Saas” quanto de “Rainha dos Corações Congelados”, que como foi divulgado recebeu 5 mil em apenas um dia?

  • Resposta: Essa avalanche não foi algo que aconteceu “de repente”. Quero dizer, ela foi o trabalho gradativo de muita divulgação. Lembro que eu percebi que estava mesmo ganhando destaque quando Rainha dos Corações Congelados atingiu duzentas mil leituras. Na época eu tinha uma média de cinco mil leituras por dia. Foi quando eu pensei: é, acho que estou no caminho certo.

Pergunta: Em “As Lendas de Saas” temos aquele personagem “predileto” da autora, que não morreria por nada e que estará a salvo até o fim da trilogia? E por trás da cortina, quanto tempo de pesquisa e o que foi usado de material externo para que a primeira parte da história ganhasse forma?

  • Resposta: Isso é uma tentativa de conseguir spoiler? (Kkkk) Olha, por mais estranho que pareça, eu não mando na história. Ela se desenvolve sozinha, de acordo com as decisões dos personagens. Tenho muito amor por cada um deles (em especial pelo Tenazd, mas não contem para os outros!), porém o meu carinho por eles não é o suficiente para definir o destino do livro. Eu demorei cerca de três anos no primeiro volume. Durante este tempo eu pesquisava, escrevia e tentava superar bloqueios.

Pergunta: Sobre o quadro atual de escritores, como você vê o cenário nacional tanto em produtividade, temáticas e abordagens quando os livros físicos mais vendidos do país são autorias de youtubers e/ou pseudo-famosos da televisão?

  • Resposta: Bom, eu acredito que, se temos uma boa história, devemos nos empenhar em contá-la. As modas existem porque, em algum momento, uma pessoa teve uma boa ideia e investiu nela. Isso não significa que o mercado é imutável ou que só há espaço para um gênero. Então fico feliz pelos brasileiros que estão conseguindo publicar seus livros, independentemente de onde venham: youtube, amazon ou wattpad.

Pergunta: Para encerrarmos, qual o conselho de Rebeca S. Melo para aqueles que pensam em publicar algo?

  • Resposta: Não existe fórmula para o sucesso. Por isso descubra aquilo que só você sabe fazer e aposte na sua ideia. Será necessário muito trabalho duro e apoio dos amigos, mas vale a pena!

Para ficar de olho em todas as novidades sobre os novos livros da autora, acesse a página no facebook, ou seu site oficial, clicando sobre o destino desejado. Em breve você poderá ler a resenha do Beco Literário sobre o primeiro volume de “As Lendas de Saas”. Para mais informações sobre as obras de Rebeca S. Melo e sua trajetória é só acompanhar a página do Beco durante esta semana, pois divulgaremos detalhes que podem não ter aparecido na matéria. Nossa série de entrevistas volta a ativa em duas semanas, com uma escritora Pernambucana que revelaremos em breve.