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Julia Lourenço

Atualizações, Filmes, Reviews de Séries

Review: A despedida de “The Fosters”

Chegou ao fim, no dia 6 de junho, a série The Fosters. Depois de 5 temporadas emocionantes a série encerrou a história dos Adam-Fosters. A produção da Freeform vinha de cinco anos sólidos e relevantes não apenas para o universo cinematográfico, mas para a sociedade como um todo.

A série conta a história da família Foster composta pelo casal Lena e Stef, as mães mais fofas de toda televisão e os filhos Brandon (que é filho biológico de Stef), Jesus e Mariana que foram adotados por ela na infância. A casa da família é considerada uma referência para a comunidade e Callie, uma jovem problemática do reformatório, é mandada para lá. Entretanto ela carrega consigo uma inquietação, seu irmão mais novo, Jude, ainda está no lar adotivo abusivo de onde ela saiu. Ela se une a Brandon para tentar recupera-lo logo no primeiro episódio. E essa união gera um conflito uma vez que os dois acabam criando laços muito fortes que evoluem para sentimentos ainda mais profundos.

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A série aborda diversos assuntos de uma maneira muito responsável e empática. The Foster fala sobre os problemas da adolescência, fala sobre preconceito, aceitação e principalmente sobre família, a série tem como principal lema “família é feita por amor e não por laços sanguíneos”. Ao longo de toda a história personagens múltiplos e com histórias diferentes são introduzidos, transexuais, latinos, bissexuais, com distúrbios psicológicos e diferentes condições de família.

As cinco temporadas contam com emocionantes reviravoltas e o amor profundo entre a família que mesmo com as adversidades se mantém unida. Em tempos de tanto sensacionalismo e cenas explícitas e quase doentias, The Fosters aborda todos os problemas de forma muito leve e consciente transformando a narrativa em um serviço prestado a sociedade. Para nós que vamos ficar órfãos da história mais linda da televisão há uma alternativa. Em 2019 a série vai ganhar um spin off contando a história de Mariana e Callie na faculdade e ainda há uma onda de fãs pedindo que a vida das mães também seja contada em um especial de alguns capítulos.

Em suma The Fosters é uma das melhores séries de toda televisão da atualidade e agora com seu fim mais que especial temos ainda mais certeza que aprendemos e que “It’s not where you come from It’s where you belong you are home with me right where you belong”

Resenha: Quinze Dias, Vitor Martins
Resenha: Quinze Dias, Vitor Martins
Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Quinze Dias, Vitor Martins

“Para todo mundo que já entrou na piscina de camiseta”

Quinze Dias é o primeiro livro publicado pelo escritor e ilustrador Vitor Martins. O livro conta a história de Felipe, um menino gordo de personalidade adorável, que se vê tendo que passar os primeiros quinze dias das férias de julho dividindo quarto com Caio, extremamente perfeito e sua paixão de infância.

Agora você entende o meu desespero? Gordo, gay e apaixonado por um garoto que nem responde ao meu “bom dia” no elevador. Tudo pode dar errado. Tudo vai dar errado. E eu não tenho tempo de pensar num plano de fuga emergencial porque a campainha está tocando. E minha mãe está abrindo a porta. E eu, claro, estou todo suado.

O livro já começa maravilhoso pela capa, feita pelo próprio Vitor Martins, mas não fica somente na estética, a narrativa é simplesmente impecável, os fatos são contados de uma maneira extremamente simples, mas sem ser simplório como se um adolescente de verdade tão adorável quanto Felipe descreveria. Por ter uma narração tão verdadeira o leitor logo se vê como amigo do personagem principal e divide com ele suas inseguranças e seu senso de humor leve.

Todos os personagens são bem escritos, possuem profundidade e são tão envolventes que passa-se a saber como eles vão se portar ou não diante a certas situações porque é tudo tão realista que coisas como “isso é típico do Felipe” ou “isso é a cara do Caio” se tornam frequentes. Mesmo assim os plots que a história tem deixam o leitor sempre ávido por saber o que vai acontecer no decorrer das situações.

As referencias que o livro contém são maravilhosas e tornam tudo ainda mais concreto. Alusões sagazes como o flamingo de plástico chamado Harry Styles ou tocar Linkin Park nos créditos de um filme sobre robôs tornam a leitura ainda mais dinâmica e interessante. O fato de Caio e Felipe poderem ser facilmente nossos colegas do ensino médio ou nossos vizinhos conferem ainda mais sensibilidade ao livro.

A sala de cinema fica parada ouvindo uma música ruim do Linkin Park que faz parte da trilha sonora de Zombie robots: o ataque 2.

Por se tratar de um livro com temáticas como aceitação do corpo, sexualidade e adolescência, esperava-se que ele acabasse pesado demais ou muito clichê, mas muito pelo contrário, Vitor Martins conseguiu deixar tudo muito natural e ao mesmo tempo extremamente empoderador. Personagens gordos, gays, negros ou lésbicas não estão lá apenas para cumprir uma cota, mas se fazem presentes porque o mundo é assim e o livro exalta a pluralidade de todas formas de ser. Em tempos de “Love, Simon”, Quinze Dias mostra que autores brasileiros podem construir narrativas tão brilhantes e apaixonantes quanto os escritores internacionais.

Atualizações, Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Eu não sou um homem fácil (2018)

O filme Eu não sou um homem fácil (Je Ne Suis Pas un Homme Facile) da diretora francesa Eléonore Pourriat tem chamado a atenção desde sua estreia no site de streaming americano Netflix. O filme parte da premissa que o machão Damien, interpretado por Vincent Elbaz, sofre um pequeno acidente e acorda num mundo em que os papéis de gêneros foram invertidos e as mulheres ocupam agora o lugar de dominância na sociedade.

Por se tratar de uma comédia com um que de besteirol o enredo retrata o machismo com muita leveza, entretanto as críticas são escrachadas. Damien logo no começo é assediado por uma mulher em seu ambiente de trabalho e é compelido a mudar todo seu físico para se encaixar e voltar para o mercado de trabalho. Além disso todos os personagens homens nesse novo mundo representam exatamente os estereótipos femininos são todos dóceis, frágeis e subordinados enquanto as mulheres são fortes e cheias de virilidade.

As referenciais sutis das cenas também são muito provocativas, como por exemplo a parte em que as mulheres estão jogando pôquer e a carta da rainha é mais forte que a do rei e vence a partida mostrando que a figura feminina é forte naquele universo paralelo em todos os âmbitos. Outra passagem interessante são os beijos trocados por Damien e Alexandra (Marie-Sophie Ferdane) em que a máscula escritora levanta o protagonista contra a parede num gesto claro de dominação.

Por não ser uma produção americana certos aspectos da cultura francesa tornam o filme ainda mais interessante como por exemplo o padrão de beleza dos personagens. Tanto Damien quando Alexandra não seriam personagens considerados extremamente atraentes numa criação estadunidense, entretanto isso só deixa a narrativa ainda mais verídica uma vez que retrata uma sociedade muito genuína uma vez que não se engessa nos moldes hollywoodianos.

“Eu não sou um homem fácil” é aquele tipo de comédia que poderia ter três horas de duração que ainda sim haveriam assuntos para serem abordados. Os personagens não têm toda aquela profundidade, estão mais presos ao momento do que a suas individualidades, mas mesmo assim faz sentido dentro do contexto criado pelo enredo. Com opiniões ácidas posicionamentos bem claros, o filme de Eléonore é aquele tipo de entretenimento leve, mas o mesmo tempo conscientizador de domingo a noite.

Atualizações, Música

Saiba o que esperar dos shows do cantor Harry Styles no Brasil

A Harry Styles Live On Tour chega ao Brasil esse mês, o cantor britânico e integrante da banda One Direction vem ao nosso país pela primeira vez em sua carreira solo. Os shows que serão nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, nos dias 27 e 29, respectivamente, estão empolgando os fãs que aguardam ansiosos pela chegada do ídolo.

As apresentações ao redor do mundo têm sido muito impressionantes, o cantor vem mostrando que pode sim conduzir um grande espetáculo. Muito influenciado por nomes como David Bowie e Mick Jagger a nova fase de Styles é marcada por um som muito mais airoso, mas sem perder a claridade dos seus trabalhos anteriores.

O show sempre se mantém em alto nível, alternando entre a animação que músicas como Kiwi e Medicine trazem e a emoção de Two Ghosts, por exemplo. As performances estão sendo marcadas também pelo carisma que o cantor carrega naturalmente, Harry manifesta seu talento nato para o entretenimento interagindo livremente com público, dançando e mudando as letras para trazer ainda mais vida ao concerto.

Mas o show não fica apenas por conta do cantor, a plateia também comparece para um grande espetáculo de brilhos e vozes emocionadas em uníssono. O público está sempre se organizando para fazer composições de luzes, para formar com papéis a bandeira colorida, símbolo do movimento LGBT, ou como no Brasil, em que os fãs estão planejando plaquinhas com os dizeres “Choose Love” durante Sweet Creature.

Harry Styles vem fazendo apresentações muito consistentes e cheias de energia, levando todo o público a loucura com suas poderosas músicas. Por isso sabemos que o que realmente podemos esperar é um grande espetáculo por parte do cantor, de seus músicos e dos fãs.