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Andréa Fanton

Hábito de estudo: a melhor forma para alcançar sucesso acadêmico
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Hábito de estudo: a melhor forma para alcançar sucesso acadêmico

Diante do panorama atual, no qual a oferta de atividades de lazer, em sua maioria, é proporcionada pela tecnologia, como games, Instagram, Whatsapp, Tiktok, entre outros, observamos que as crianças e adolescentes passam um grande período conectadas, deixando de lado suas obrigações escolares e de construírem um hábito de estudo.

Essa falta de organização do tempo e dos afazeres escolares causa um acúmulo de atividades e, consequentemente, gera grande ansiedade e um sentimento de incapacidade por não dar conta da demanda escolar, provocando também uma baixa autoestima com a comprovação de notas baixas que chegam no boletim.

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O que podemos fazer para ajudar os estudantes a se organizarem e alcançarem melhores resultados acadêmicos?

Primeiramente, deve-se criar o hábito de estudo e, para isso, é necessário ter disciplina, determinação, esforço, comprometimento e vontade de melhorar. Sabemos que o prazer que a tecnologia oferece é imediato, mas a satisfação de alcançar seus objetivos, mesmo que pequenos, provocará uma maior motivação para os próximos desafios durante toda a sua vida.

O que é necessário para criar um hábito de estudo?

Lembre-se de que o hábito de estudar pode variar de indivíduo para indivíduo e precisa ser ensinado. Devemos fazer com que o estudante entenda a importância de criar uma rotina, observando suas individualidades. Nem sempre a rotina de um é igual à do outro. Deve-se levar em conta qual a sua disponibilidade de tempo, e assim criar o próprio plano de estudos. Com planejamento e dedicação, ela trará muitas vantagens para os estudantes.

Abaixo, estão algumas dicas para criar o hábito de estudar com uma rotina de estudos leve e agradável que ajudará na conquista de seus objetivos acadêmicos:

  • Ter um planejamento organizado
  • Ter disciplina para cumprir as metas estabelecidas
  • Ter um local e horário adequado para estudar
  • Ficar longe de distrações (tv, celular, computador, barulho…)
  • Criar seu próprio método de estudo
  • Organizar seu tempo

Ao montar um plano de estudos, o estudante deve estabelecer, no início, metas de curto prazo. É mais fácil de conseguir alcançá-las e isso trará maior motivação para seguir em frente. Fazer um quadro onde pode marcar cada atividade concluída facilitará a visualização do progresso. Criar uma tabela ou um planner semanal com horários das atividades extras que tem durante a semana e encaixar nos intervalos um tempo para estudar são estratégias que ajudarão a evitar que o estudante acabe se perdendo no tempo e não chegue no final do dia com a sensação de que não conseguiu realizar as atividades escolares. Se organizar e determinar quais as matérias que serão estudadas em cada dia fazem toda a diferença.

Não inicie a rotina de estudos com um tempo que poderá não conseguir cumprir. É melhor começar com trinta minutos por dia e ir aumentando gradativamente. Lembre-se de fazer uma pausa durante o tempo de estudos! Intervalos curtos deixam o estudo menos cansativo. Cumpra o seu plano de estudos de segunda a sexta-feira e deixe os finais de semana para descansar e se organizar para a próxima semana.

Escolha um local adequado, longe de celular, computador, barulho, TV, pois esses são os maiores “sabotadores” do tempo e ajudam a desviar do foco. Deixar o celular desligado, ou no silencioso para não ver as notificações, é uma boa estratégia.

Deixe o material de estudo sempre à mão e em um único local para evitar ter que se levantar para ir buscar. Alterne as matérias que vai estudar no mesmo dia para não ficar cansativo.

Criar o seu próprio método de estudo é o que ajudará a ter bons resultados acadêmicos. Faça resumos, anotações com caneta colorida no livro, esquemas que resumam informações em sequência… Lembre-se de rever a matéria que foi dada durante a aula. Sabe-se que, de acordo com a teoria da “Curva do esquecimento” do filósofo alemão Ebbinghaus, após estudar um conteúdo, o cérebro vai desarmazenando os conteúdos que foram aprendidos e é por isso que é muito importante rever os conteúdos periodicamente. As lições de casa devem ser feitas no dia que o professor pediu para fazer, não deixe para fazer em outro dia. Isso ajudará na fixação do conteúdo dado em aula e não correrá o risco de esquecer de fazer.

Ao estabelecer suas listas de atividades ou metas a serem cumpridas, mantenha o foco e determinação para realizá-las. Se priorizar a diversão ou as redes sociais, o aprendizado não será eficiente. Não adianta passar a tarde fazendo exercícios se está preocupado com a festa do final de semana.

Se perceber que está com dificuldade em organizar o seu tempo e sua rotina de estudo, peça ajuda à sua família, aos professores e Orientadores Educacionais do seu Colégio. Com certeza eles ajudarão a montar uma rotina de estudos e com determinação e compromisso, e você alcançará o sucesso!

O uso da letra cursiva está com os dias contados?
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O uso da letra cursiva está com os dias contados?

Atualmente, o valor da escrita à mão (letra cursiva) tem sido debatido nos círculos acadêmicos. Mais precisamente neste século 21, a discussão sobre o uso da letra cursiva tem reverberado de forma considerável no cenário educacional mundial.

A escrita é um processo simbólico, uma construção que revolucionou o pensamento e está inserida na formação do ser humano. Escrever é um ato complexo e baseado em inúmeros processos neurológicos.

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Ao longo da história da humanidade, a escrita das letras passou por mudanças consideráveis, desde a adoção das letras góticas nos anos 500 d.C. (uso da pena), permeando pela escrita escolar e caligráfica, até chegar à escrita contemporânea (escrita mais livre e com diversidade de materiais, como lápis, canetas esferográficas e papel), sem falar que, por muito tempo, uma boa caligrafia já foi associada a um alto nível de instrução.

No Colégio Presbiteriano Mackenzie, antiga Escola Americana, o uso da caligrafia mackenzista era uma marca registrada dos alunos e professores que passaram pelas suas salas de aula até os anos 90.

Com características peculiares da caligrafia americana — especialmente na grafia das iniciais maiúsculas do alfabeto –, a escrita cursiva mackenzista era facilmente reconhecida em diferentes contextos, atribuindo-lhes a singularidade de uma leve inclinação à direita, destacando a origem da caligrafia amplamente ensinada, com livros de autoria própria, para a execução correta dos movimentos.

Em 2015, países como a Finlândia e alguns estados americanos já se pronunciavam a respeito da possível exclusão desse “conteúdo” devido à expansão das ferramentas digitais presentes dentro das salas de aula, apontando o ensino da “letra de mão” como algo obsoleto para os tempos atuais.

Com a pandemia e a implantação do ensino remoto, o debate veio à tona novamente, reduzindo-se a caligrafia a um ato mecânico, que precisaria ceder espaço para o aprendizado de outras competências, como a navegação por meio de recursos digitais.

Alguns especialistas entendem que o ensinamento da letra cursiva pode ser ineficiente e segregador, e apresentam o fato de que muitas crianças com excelente aproveitamento acadêmico foram rotuladas por não apresentarem uma letra cursiva legível ou “bonita”.

Outros profissionais afirmam que a caligrafia em letra cursiva é uma habilidade não mais essencial, já que, nos dias atuais, com a existência das teclas, a escrita com lápis, caneta e papel tornou-se anacrônica.

Diante das discussões acaloradas sobre o uso da letra cursiva, estudos e especialistas dividem opiniões, mas uma significativa parcela advoga em favor da continuidade do ensino da letra cursiva e do traçado das letras, apontando habilidades e benefícios especiais para as crianças.

Segundo os estudos da professora de Psicologia Educacional, da Universidade de Washington, Virginia Beringer, escrever à mão, formando letras, envolve a mente e isso pode ajudar as crianças a prestarem atenção à linguagem escrita. Ela também argumenta que “a caligrafia e a sequência dos traços envolvem a parte pensante do cérebro”.

Berninger ainda registra que os estudos realizados com a caligrafia têm por objetivo defender a formação de crianças que sejam escritoras híbridas, ou seja, utilizando primeiramente a letra de forma para a leitura, auxiliando o reconhecimento das letras na educação infantil, depois com o uso da letra cursiva para a escrita e composição dos textos e, apenas ao final da séries iniciais do ensino fundamental, a digitação.

Recentemente, um estudo publicado na Revista Nature, em 26 de março deste ano, intitulado “Hight performance brain to text communication via handwriting”, abordou o impacto da caligrafia no cérebro e sua importância cognitiva como uma habilidade a ser desenvolvida ainda nos dias de hoje, mesmo com todo o aparato tecnológico.

A escrita em letra cursiva traz inúmeros benefícios, pois ela permite a continuidade do pensamento por meio do traçado uniforme e ligado, promovendo fluência e imprimindo velocidade ao ato de escrever. Há vantagens no aprendizado ortográfico e na composição das palavras, frases e textos, favorecendo a memorização, a concentração, o foco e auxiliando na produção de textos mais coesos, assim como constitui um componente importante no desenvolvimento de uma escrita pessoal.

Entende-se que, no atual cenário socioeducacional, há a necessidade de se repensar sobre o uso da escrita cursiva no que diz respeito aos extensos exercícios de cópias, sem nenhuma reflexão sobre o que está sendo feito, mas podemos otimizá-lo da melhor forma.

É compreensível o ajuste sobre qual tipo de letra usar para casos específicos, como por exemplo, os alunos com necessidades especiais, para quem a demanda do ensino e uso da letra manuscrita seria fator desagregador no processo de ensino-aprendizagem.

Considerando-se os estudos e pareceres nos círculos acadêmicos, a constatação dos benefícios elencados e as prerrogativas sobre a importância da escrita à mão, compreende-se que a apresentação da letra cursiva e o ensino do traçado das letras à mão devam ser mantidos nas escolas, destacando seu valor cognitivo e educacional na vida acadêmica das crianças.