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Gabu Camacho

Halloween: 5 livros de terror para entrar no clima
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Halloween: 5 livros de terror para entrar no clima

Comemorado no dia 31 de outubro, o Dia das Bruxas – também conhecido como Halloween ou até mesmo Dia do Saci, aqui no Brasil – deriva de um festival pagão celta, intitulado Samhain, que celebrava a chegada do inverno e era tido como o momento em que a barreira que separava os mortos dos vivos deixava de estar presente.

Já o terror é um dos gêneros que mais desperta curiosidade e fascínio, assim como trata de questões relevantes por meio de alegorias e analogias. Mary Shelley, Bram Stoker, Horace Walpole e Edgar Allan Poe são exemplos de autores clássicos do terror, que inspiram obras até hoje. A mais recente série de terror da Netflix leva o nome de um dos contos de Edgar Allan Poe: A Queda da Casa de Usher.

Por conta da colheita que era feita antes do inverno, a abóbora era um dos símbolos do Samhain. O Halloween se tornou cada vez mais como conhecemos hoje após a influência do catolicismo ao mesclar as tradições celtas ao Dia de Todos os Santos.

A atmosfera sobrenatural que cerca a data certamente inspira a leitura de histórias de terror e as nuances que estão presentes no gênero, seja por meio do mistério, do horror, do misticismo ou até mesmo do que é considerado científico. Para se aprofundar mais nas histórias que não te deixarão dormir, confira cinco livros que são clássicos do medo.

5 livros de terror (e um bônus) para entrar no clima de Halloween

Drácula, de Bram Stoker

Elaborado como um romance a partir de uma série de cartas, relatos, diários pessoais, reportagens de jornais, registros de bordo, etc, o livro nos apresenta os costumes, tradições e a cultura da Inglaterra vitoriana e a reação dos britânicos com relação ao que vem do estrangeiro, personificado através do medo da figura do vampiro.

Quando foi publicado em 1897, “Drácula” não foi um best-seller imediato. O romance tornou-se mais significativo para os leitores modernos do que foi para os leitores contemporâneos do autor, atingindo seu grande status lendário clássico ao longo do século XX. A edição bilíngue de “Drácula” pela Editora Landmark conta com um primeiro capítulo excluído por Stoker da publicação e recuperado após a morte do autor.

O Estranho Caso do Doutor Jekyll e do Senhor Hyde, de Robert Louis Stevenson

Escrito em 1886, o clássico conta a história de Utterson, um advogado que acompanha os horrores acontecidos em Londres no final do século XIX por um misterioso homem que comete crimes e provoca a polícia local. O clima sombrio da capital inglesa contorna a história e dá o tom de mistério, pois mesmo durante o dia, a névoa deixa a cidade escura.

O contexto histórico do país é transcrito na trama: avanço nas pesquisas e experimentos científicos, êxodo rural devido à Revolução Industrial, contraste econômico, poluição e aumento dos índices criminais, motivo pelo qual, em 1829, foi criada a Scotland Yard. Em meio a esta conjuntura, o lado tenebroso da sociedade vitoriana e a dualidade do homem são discutidas pela obra.

Frankenstein, de Mary Shelley

O livro relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que busca recriar um ser vivo, uma criatura, através do uso da ciência em seu laboratório. Mary Shelley escreveu a obra quando tinha 19 anos. Publicada em 1818, sem o devido crédito para a autora em sua primeira edição, o romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero, tendo influência na literatura e na cultura popular ocidental.

Frankenstein aborda diversos temas ao longo de sua narrativa, sendo a mais gritante a relação entre a criatura e o seu criador, com óbvias implicações religiosas. Preconceito, ingratidão e injustiça também estão presentes. A criatura é sempre julgada por sua aparência, e agredida antes de ter a oportunidade de se defender. Por fim, a inevitabilidade do destino, tema muito desenvolvido na literatura clássica, é constantemente aludida ao longo da obra que se presta a múltiplas interpretações e leituras.

O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux

Publicado originalmente em série na famosa revista literária “Le Gallois”, entre 23 de setembro de 1909 e 8 de janeiro de 1910, e posteriormente em livro em abril de 1910. O romance é parcialmente inspirado em fatos históricos da Ópera de Paris durante o século XIX e em um conto relativo à descoberta de um esqueleto de um bailarino durante a produção da ópera “O Franco-atirador”, de Carl Maria von Weber, em 1841.

O livro combina romance e suspense para narrar o triângulo amoroso entre a linda e talentosa cantora lírica Christine Daaé, o frágil e apaixonado visconde Raoul de Chagny e o sinistro e obcecado gênio da música que habita os porões do teatro. Relatado como uma investigação real, a obra busca atestar a existência do habitante do subterrâneo da Ópera de Paris. Com contornos de relato histórico, a narrativa conduz o leitor pelos labirintos da Ópera de Paris e do coração humano, revelando o que há de mais obscuro em ambos.

A Volta do Parafuso, de Henry James

Para aqueles que se interessam por histórias mais sobrenaturais, em A Volta do Parafuso somos levados ao dia a dia de uma governanta num casarão em Bly, Inglaterra, a qual cuida de duas crianças, que serão possuídas por espíritos de um criado de quarto e de sua antecessora na função.

O livro provocou polêmica quando foi publicado porque nunca ficou claro se tudo o que se passou foi de fato real ou apenas fruto de uma imaginação obsessiva da narradora da história. Essas leituras em aberto são capazes de levarem a grandes acertos e enormes absurdos na experiência de interpretação do livro.

Bônus: 1984, de George Orwell

Mais real do que se espera, distopias também podem dar medo. 1984 oferece uma descrição quase realista do vastíssimo sistema de fiscalização em que passaram a assentar as sociedades capitalistas modernas. A história se passa em um futuro onde o Estado impõe um regime extremamente totalitário, através da vigilância do Grande Irmão, imposta pelo partido (Ingsoc), onde ninguém escapa do seu poder.

O país é dominado pelo medo e repressão, pois quem pensa contra o regime é acusado de cometer um crime. Neste mundo, o personagem principal, que representa o contraponto ao regime, Winston Smith logo começa a questionar o modo como age o Estado. Winston faz parte do Ministério da Verdade, sua função é falsificar registros históricos, a fim de moldar o passado à luz dos interesses do presente tirânico.

As melhores frases de Psicologia do Bolsonarismo: Por que tantas pessoas se curvam ao mito?
Marcelo Camargo
Frases, Livros

As melhores frases de “Psicologia do Bolsonarismo: Por que tantas pessoas se curvam ao mito?”

O que leva tantas pessoas a se curvarem diante de um “líder” político numa cega devoção e em total idolatria? Essa é uma pergunta que foi feita muitas vezes na história humana. No Brasil contemporâneo, com a chegada ao poder da religião do bolsonarismo essa se torna mais uma vez uma questão política urgente. Mas também, principalmente, uma questão psicológica do maior interesse. Como explicar a subserviente e satisfeita adoração do “gado do cercadinho” a seu “mito”?

+ Leituras para entender a invasão ao Capitólio

A questão ganha um interesse propriamente psicológico, dado que o “líder” do bolsonarismo em questão, o “mito”, não apresenta nenhuma das qualidades tradicionalmente reconhecíveis como dignas de alguma idolatria: não é particularmente inteligente, não tem o “dom da palavra”, não é um vitorioso chefe militar, não expõe uma vida exemplar no caminho sacerdotal-religioso, não apresenta grandes projetos – ilusórios que fossem – nem de dominação internacional, nem de desenvolvimento nacional. Como explicar, então, seu tão intenso poder de atração?

Em nome da seita do bolsonarismo os fiéis atacam amigos e familiares; defendem com a mesma veemência discursos contraditórios; aderem a projetos sociais e econômicos que contrariam seus próprios interesses; dispensam resultados concretos em termos de melhorias econômicas ou estruturais para manter acesa a chama da sua fé; e em tempos de pandemia, entregam-se voluntariamente à morte, sacrificando-se pela palavra do “mito” – entre tratamentos precoces mortíferos e o desprezo completo por qualquer precaução (da máscara à vacina).

Como explicar que seus parentes, amigos e vizinhos que talvez em outros momentos tenham te tratado com a devida cordialidade se voltem agressivamente contra você ao perceber que você não compactua com as ideias do “mito”? Como explicar que pessoas muito bem formadas em nossas universidades – professores, engenheiros, advogados – recusem vacinas, acreditem em versões alternativas delirantes da História do Brasil e do mundo e tomem as fake news mais toscas como as mais puras realidades? Como explicar que médicos rejeitem vacinas e invistam em medicamentos que os próprios laboratórios fabricantes (haveria alguém mais interessado em promovê-los?) já desacreditaram para o tratamento da covid?

São essas as intrigantes questões que o Doutor em Filosofia Diogo Bogéa investiga em seu novo livro. Com base em teorias psicanalíticas de Freud e MD Magno e um vigor nietzschiano, Bogéa, que é professor de Filosofia e Psicanálise da UERJ, faz uma original abordagem do bolsonarismo sob o ponto de vista psicológico.

Melhores frases de “Psicologia do Bolsonarismo: Por que tantas pessoas se curvam ao mito?”

“O fundamento psíquico de todo autoritarismo político é a projeção da fantasia de onipotência em um ser-humano supostamente especial.”

“(…) como os cristãos costumam lidar com a “providência divina”. Se alguém sofre um terrível acidente automobilístico, sofre graves ferimentos, passa meses de complicadíssima recuperação em um hospital, mas sai vivo da experiência, diz-se: ‘foi Deus que te salvou! Graças a Deus!’. Mas jamais se atribui a Deus – o governante supremo de todas as coisas – o próprio acidente e seus incômodos efeitos.”

“A identificação com o líder é sempre narcísica. No primeiro caso, uma espécie de narcisismo projetivo: aquilo que me falta, o ‘ideal de eu’ ao qual estou bem longe de corresponder na realidade está lá, neste outro que o encarna com perfeição. No segundo caso, um narcisismo mais propriamente especular: aquelas características que julgo possuir e das quais muito me orgulho e vanglorio em eterna autocomplacência estão também justamente lá, neste outro que se candidata a ser meu líder, só que nele essas características estão elevadas à enésima potência.”

“Bolsonaro é do segundo tipo. Ele é o que os brasileiros são. Numa lente de aumento.”

“O ‘brasileiro médio’ gosta de hierarquia, ama a autoridade e a família patriarcal, condena a homossexualidade, vê mulheres, negros e índios como inferiores e menos capazes, tem nojo de pobre, embora seja incapaz de perceber que é tão pobre quanto os que condena. Vê a pobreza e o desemprego dos outros como falta de fibra moral, mas percebe a própria miséria e falta de dinheiro como culpa dos outros e falta de oportunidade. Exige do governo benefícios de toda ordem que a lei lhe assegura, mas acha absurdo quando outros, principalmente mais pobres, têm o mesmo benefício.”

“Por isso não basta perguntar como é possível que um Presidente da República consiga ser tão indigno do cargo e ainda assim manter o apoio incondicional de um terço da população. A questão a ser respondida é como milhões de brasileiros mantêm vivos padrões tão altos de mediocridade, intolerância, preconceito e falta de senso crítico ao ponto de sentirem-se representados por tal governo.”

“Bolsonaro não está lá “apesar” de todas as atrocidades que diz e representa. Ele está lá por causa de todas as atrocidades que diz e representa.”

​”Questionar a proibição produz liberdade. Mas liberdade, como bem dizem os existencialistas, traz consigo também uma boa dose de angústia.”

“A verdade é que mesmo as classes médias mais bem estabelecidas, com seus salários mensais de 5 a 10 mil reais, ainda se encontram matematicamente muito mais próximas dos 900 reais mensais do salário mínimo do que dos mais de 170 mil mensais dos verdadeiramente ricos.”

“Em nossas fantasias, imaginamos voltar ‘lá’ naquele ‘ponto-chave’ da nossa história com a cabeça de hoje a fim de corrigi-lo! Mas ora, só temos a ‘cabeça de hoje’ porque aquilo aconteceu como aconteceu.”

“​Negar, portanto, uma pequena circunstância que seja do nosso passado, fazer o exercício imaginário de ‘consertar’ um evento do nosso passado, é negar inteiramente quem somos hoje, é negar nosso eu real em nome de um eu ideal.”

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Crítica: João Sem Deus - A Queda de Abadiânia (2023)
Mariana Caldas
Reviews de Séries, Séries

Crítica: João Sem Deus – A Queda de Abadiânia (2023)

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia, dirigida por Marina Person, é a primeira série de coprodução internacional independente entre Brasil e Portugal, de Canal Brasil, Ventre Studio, Coral Europa e TVI. Em três episódios de 50 minutos, ela acompanha, pela perspectiva feminina, o escândalo que desmascarou o médium a partir de denúncias da imprensa, até sua prisão.

Eu (Gabu) sou completamente fascinado pelo caso João de Deus, ou pelo caso João Sem Deus, como diz o nome da série. Para mim, é um crime com tantas camadas, tanta podridão da existência humana que só lendo e assistindo reportagens dos mais variados pontos de vista que consigo chegar próximo de uma compreensão de que sim, isso existiu e isso aconteceu. Não é ficção. Aconteceu em Abadiânia e ainda acontece em muitos outros templos religiosos do mundo.

A série, inspirada em eventos reais, começa contando a história de Carmem, que chegou em Abadiânia com a irmã Cecília, que estava com um tumor seríssimo no cérebro e quase sem nenhuma visão. Ela é uma mulher de muita fé, que depois de “presenciar o milagre” com a irmã, acaba ficando na cidade e ajudando na Casa Dom Inácio de Loyola, formando sua família e ficando por lá. Em Abadiânia, ela se apaixona por Lindinho, o braço direito de João Teixeira, com quem tem uma filha, Ariane. Juntos, além de trabalharem na casa, eles comandam uma pousada, que é aprovada pela entidade.

A série mostra o cotidiano de Carmem, até que as primeiras denúncias sobre o médium chegam na mídia, por meio do programa de Pedro Bial. Enquanto isso, Cecília, que está completamente curada, vive em Lisboa e é convencida por uma amiga, jornalista da CNN Portugal a relatar o que ela passou nas mãos do médium. Ela não quer reviver aquilo, mas ao voltar para o inferno, como ela chama Abadiânia, sente que precisa fazer a sua parte. Encorajada por centenas de mulheres quem estão indo a público, Cecília resolve contar sua história.

Na primeira vez em que visitou A Casa, com a irmã, ela foi selecionada para um atendimento particular com João de Deus. Com a visão quase toda comprometida, foi na sala, na presença da irmã, que ela foi abusada pelo falso profeta. E é nesse ponto que a série retrata, de forma fiel e extremamente gráfica, a história de Cecília. É chocante de assistir, mas necessário para que a gente não esqueça e, acima de tudo, lute contra a impunidade que o criminoso recebe nos dias de hoje.

A sequência da série se dá com Ceci contando a história para Carmem, que não acredita, afinal, ela trabalha muitos anos na Casa, já viu curas acontecerem e nunca viu nenhum desvio de conduta de João. Mas a história começa a mudar quando Lindinho, seu marido e braço direito de João, começa a esconder provas contra o médium, a encobrir a Casa e a falar que homem é homem. Que João, é sim, médium, mas acima de tudo, é homem.

Incomodada com a forma como a Casa vem sido deturpada por conta de João, Carmem continua fiel à sua fé do que acontece ali, mas passa a ficar com um pé atrás com o João. Sentimento que é reforçado quando ela descobre que Ariane, sua filha, foi abusada pelo médium desde que era uma criança. A menina, que não havia entendido que aquilo era um abuso até o momento em que ouviu as histórias, acaba confiando e contando tudo para a tia, Cecília.

A trama se desenrola mostrando o ponto de vista diferente de três mulheres: Carmem é a fé, nos poderes de cura, na fé e no trabalho que é feito ali dentro. Cecília é a vítima que foi abusada em frente a irmã, que estava de olhos fechados e não viu, mas também demorou para acreditar na versão dela e Ariane, que é uma garota que cresce em Abadiânia e com o “tio João” e descobre que sim, aquilo que aconteceu com ela foi um abuso e ela não tem culpa e não precisa sentir vergonha.

É uma série extremamente bem produzida, com um roteiro impecável e super fiel aos fatos do caso. Obviamente que há efeitos dramáticos e há ficção ali, por ser um produto televisivo, mas a forma gráfica como os acontecimentos reais são demonstrados faz a gente questionar até que ponto falhamos como seres humanos, até que ponto a justiça foi feita ou até que ponto, deixamos o nosso fanatismo nos cegar.

João de Deus usou da fé humana para ludibriar, para enganar e para manipular centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. E não são apenas pessoas com baixo grau de instrução, pessoas devotas ou pessoas sem pensamento crítico: todo mundo caiu em sua lábia. Até que ponto um mestre, um guru, ou um médium é tão poderoso assim a ponto de ser colocado em um pedestal e responder de lá de cima? Até que ponto vamos nos colocar em posição de inferioridade para essas figuras, deixando-as em uma posição de que elas sabem mais que nós? De que suas intuições são mais valiosas que as nossas?

É um ponto de reflexão sobre a nossa fé, mas que, de forma alguma, deve ser usado como forma de culpar as vítimas. Um ser humano em fragilidade é capaz de qualquer coisa para salvar sua vida. O ser humano é movido por uma pulsão de vida, por um instinto de sobrevivência, então sim, a gente se entrega e só depois é que somos capazes de dar conta do que aconteceu. E quando isso acontece, achamos que a culpa é nossa. Cecília chegou a pensar isso na série. Ariane disse que não sabia direito o que tinha acontecido e que achava que pudesse até ter gostado… Vítimas são vítimas. Não importa o quê.

“As três protagonistas representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person.

Marco Nanini é o antagonista da trama: “O convite para participar de ‘João Sem Deus’ me fez mergulhar na história que inspira a série, que conta com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro”, diz o ator.

A atriz Karine Teles interpreta Cecília, a irmã que sofre abuso sexual: “Precisamos falar sobre abuso de poder, mentiras e ganância, mais do que nunca. Essa história é próxima da gente aqui no Brasil, mas é tristemente universal. Aceitei participar desse projeto delicado e difícil porque acredito no poder restaurador da arte. Espero que chegue nas pessoas e provoque reflexões em cada um de nós”.

Já Bianca Comparato vive a protagonista Carmem, a irmã que acredita nos poderes do médium: “O que me atraiu nesse projeto foi a abordagem para contar a história da queda de João de Deus, mas pela perspectiva feminina. Até o começo da série, a minha personagem, Carmem, está cega em relação aos relatos de abusos, mas, aos poucos, vai entendendo o monstro que está ao seu lado. Ela chega a se perguntar a quem ela foi devota por todo esse tempo, a Deus ou ao diabo? É sobre essa dúvida de Carmem e sua dificuldade de aceitar que ela não ajudou mulheres abusadas”.

A produção de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” tem a predominância feminina na equipe, principalmente nas posições de liderança, nas quais as decisões criativas e executivas são tomadas por mulheres. O projeto teve acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.

“Sou sobrevivente de abuso sexual, então esse tema me toca muito. Tivemos um cuidado e sensibilidade enormes na sala de roteiro por se tratar de vidas reais dessas mulheres, traumas que ainda não cicatrizaram para elas. Um desafio grande foi ter empatia com as mulheres que estavam ao lado do João, trabalhando dentro da Casa. Mas sempre acreditamos que o ponto de vista delas merecia ser contado e honrado. Elas também foram vítimas em muitos níveis”, pontua Patricia Corso, roteirista e cocriadora da série.

“A trama nunca é contada sob o ponto de vista do abusador, mas das sobreviventes que enfrentaram a rede de proteção e o silenciamento que permitiu que esses abusos continuassem por tanto tempo. É uma história, infelizmente, ainda muito relevante no Brasil – tanto pela perigosa associação entre fé e política, quanto pela cada vez mais frequente utilização de discursos morais e religiosos para acobertar estupros, misoginia, usurpação financeira e exploração sexual”, afirma Leo Moreira, roteirista e cocriador da série.

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” foi gravada em Portugal e no Brasil e o set teve apoio da ONG Cinema Verde. Essa é uma iniciativa que visa reduzir o impacto ambiental causado pelas produções audiovisuais. As vendas internacionais são lideradas pela Onza Distribution e começaram em outubro, na MIPCOM.

Sessão da Tarde: veja os filmes da semana de 16 a 20 de outubro
TV Globo
Filmes

Sessão da Tarde: veja os filmes da semana de 16 a 20 de outubro

Tem algo melhor que sentar no sofá todas as tardes para curtir um filme na Sessão da Tarde, da Globo?! Mesmo cheio de cortes muitas vezes, o horário é propício para estourar aquela pipoca e dar uma pausa nos afazeres do dia.

+ 5 crimes reais que inspiraram filmes

Pensando nisso, separamos neste artigo os filmes dessa semana que vão fazer você se aconchegar no sofá e curtir uma boa sessão de cinema em casa. Prepare-se para risadas, aventuras e muita diversão. Vamos lá? Aqui estão os títulos que vão animar os seus dias!

Filmes da Sessão da Tarde de 16 a 20 de outubro

Segunda-feira, 16 de outubro: O Túnel

Não recomendado para menores de 12 anos

Em O Túnel, Jung-su (Jung-woo Ha) é um vendedor de carros. Certo dia, ele sai de seu trabalho procurando dirigir o mais rapidamente possível para casa, tentando chegar a tempo de comemorar seu aniversário com sua família. No entanto, algo bizarro e inesperado impede a conclusão de sua jornada: um túnel despenca, deixando-o preso nos escombros.

Terça-feira, 17 de outubro: Beleza no mundo dos negócios

Lane (Hilary Duff) está a procura do homem perfeito com todos os requisitos da sua lista. Ao mesmo tempo, a escritora freelancer vende uma história a revista Comopolitan sobre encontrar o amor no ambiente de trabalho. Para realizar sua pesquisa, ela se disfarça em uma companhia de finanças.

Quarta-feira, 18 de outubro: Bem-vindo, doutor

1975. Seyolo Zantoko (Marc Zinga) é um médico que acabou de se formar em Kinshasa, capital do seu país natal, o Congo. De lá, ele decide partir para uma pequena aldeia francesa, um vilarejo que lhe deu uma imperdível oportunidade de trabalho. Com a sua família ao seu lado, Zantoko embarca na maior jornada de sua vida, onde precisará vencer o preconceito e as barreiras culturais para vencer.

Quinta-feira, 19 de outubro: Roteiro de casamento

Não recomendado para menores de 12 anos

Uma atriz iniciante e desconhecida, namorada do diretor do filme no qual está trabalhando, acaba se apaixonando por outro homem. No entanto, o maior problema é que sua nova paixão não é uma pessoa real: é o personagem que é o protagonista do filme, interpretado pela estrela da produção.

Sexta-feira, 20 de outubro: As branquelas

Não recomendado para menores de 12 anos

Em As Branquelas, os irmãos Marcus (Marlon Wayans) e Kevin Copeland (Shawn Wayans) são detetives do FBI que estão com problemas no trabalho. A última investigação da dupla foi um grande fracasso e eles estão sob a ameaça de serem demitidos. Quando um plano para sequestrar as mimadas irmãs Brittany (Maitland Ward) e Tiffany Wilson (Anne Dudek) é descoberto, o caso é entregue aos principais rivais dos irmãos Copeland, os agentes Vincent Gomez (Eddie Velez) e Jack Harper (Lochlyn Munro). Para aumentar ainda mais a humilhação da dupla, eles são escalados para escoltar as jovens mimadas do aeroporto até o local de um evento pelo qual elas esperaram por meses. Porém no trajeto um acidente de carro provoca um verdadeiro desastre: enquanto uma das irmãs arranha o nariz, a outra corta o lábio. Desesperadas, elas se recusam a ir ao evento. É quando,para salvar o emprego, Marcus e Kevin decidem por assumir as identidades das irmãs.

Crimes reais brasileiros: O caso Nardoni
Andre Penner e Sérgio Castro
Atualizações, Colunas, Histórias, Sociedade

Crimes reais brasileiros: O caso Nardoni

O ano de 2007 testemunhou um dos crimes mais notórios e controversos do Brasil: o caso Nardoni. A tragédia ocorreu em São Paulo, onde Isabella Nardoni, uma menina de 5 anos, foi defenestrada do sexto andar de um edifício residencial. O que a princípio foi considerado um acidente logo deu lugar a uma investigação minuciosa e a um julgamento que capturou a atenção do público e da mídia. Os culpados pelo assassinato? O pai e a madrasta da menina.

+ Quem é o “Serial Killer de Brasília“ e quais crimes ele cometeu

A investigação

A investigação do caso Nardoni foi conduzida meticulosamente pelas autoridades. O apartamento onde a família morava tornou-se uma cena de crime complexa. A janela do quarto de Isabella estava danificada, o que sugeriu que a queda foi de uma altura considerável. Inicialmente, o casal, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, alegou que uma invasão e um roubo havia ocorrido, mas a falta de evidências sustentáveis para essa versão logo levou a suspeitas mais sérias.

Um elemento central da investigação foi a análise das lesões no corpo de Isabella. Elas eram inconsistentes com uma queda acidental, sugerindo a possibilidade de estrangulamento antes da queda e de machucados realizados dentro do apartamento . A reconstrução da noite do incidente e as declarações conflitantes do casal aumentaram as suspeitas sobre a participação deles na morte da criança.

Perícia do caso Nardoni

O papel da perícia foi fundamental na investigação e no julgamento do caso. Dada a natureza do crime e as circunstâncias nebulosas em torno da morte da criança, a perícia desempenhou um papel crucial em estabelecer os fatos e fornecer evidências sólidas para o julgamento.

O trabalho da perícia incluiu várias áreas de expertise, tais como:

  1. Perícia Criminalística: Peritos em criminalística foram responsáveis pela análise da cena do crime, coletando evidências e documentando detalhes cruciais. Eles examinaram o apartamento onde Isabella caiu e analisaram a janela e quaisquer vestígios que pudessem lançar luz sobre o que realmente aconteceu naquela noite.
  2. Perícia Médico-Legal: Médicos legistas e peritos médicos foram cruciais para determinar a causa da morte de Isabella. Eles conduziram autópsias detalhadas e examinaram o corpo da vítima em busca de lesões que pudessem indicar a natureza da queda e a possibilidade de estrangulamento.
  3. Análise de Provas Científicas: Isso incluiu a análise de amostras de sangue, DNA e outros vestígios encontrados no local do crime e no corpo da vítima. Essas análises foram essenciais para determinar se havia evidências que ligavam os acusados à morte da criança.
  4. Reconstrução da Cena do Crime: Peritos em reconstrução de cena do crime trabalharam para recriar a sequência de eventos que levaram à morte de Isabella. Isso envolveu a análise de testemunhos, evidências físicas e as condições da cena.

Os resultados da perícia foram fundamentais no processo de julgamento do caso. Os peritos conseguiram estabelecer que as lesões encontradas no corpo da vítima eram incompatíveis com uma queda acidental, o que fortaleceu a teoria de que houve estrangulamento antes da queda. Além disso, a análise das evidências deu suporte à ideia de que o casal Nardoni estava envolvido na morte de Isabella.

Julgamento

O julgamento do caso Nardoni foi amplamente divulgado na mídia brasileira. O Ministério Público apresentou um caso sólido contra Alexandre e Anna Carolina, alegando homicídio doloso. O júri, após ouvir depoimentos, examinar provas e considerar as circunstâncias, os declarou culpados, ao som de comemorações em frente ao tribunal e em todo o país.

As penas

Em 27 de março de 2008, o veredicto foi anunciado. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados por homicídio doloso, resultando em longas penas de prisão. Alexandre recebeu uma sentença de 31 anos e 1 mês, enquanto Anna Carolina foi condenada a 26 anos e 8 meses de prisão.

Atualmente, Jatobá já cumpre pena em regime aberto, enquanto Nardoni luta para conquistar o mesmo direito (e deve conseguir em pouco tempo).

Homicídio doloso

Homicídio doloso se refere a um tipo de homicídio intencional, no qual o autor do crime age com a intenção de matar a vítima ou com a intenção de causar lesões graves que resultam na morte da vítima. Em outras palavras, no homicídio doloso, o autor age de forma deliberada, consciente e com a intenção de tirar a vida de outra pessoa.

Repercussão midiática do caso Nardoni

O caso Nardoni não se limitou às paredes do tribunal. Tornou-se um evento altamente midiático que envolveu debates intensos em todo o Brasil. A cobertura da mídia focou não apenas nos detalhes do crime, mas também nas questões mais amplas, como a eficácia do sistema judicial e a importância de um julgamento justo. Durante o julgamento, multidões iam para a frente dos tribunais exigir a condenação do casal. A comoção foi tanta, que chegou a ser comparada à final de Copa do Mundo pela mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, que foi proibida de acompanhar o júri.

Hoje em dia

O caso Nardoni continua a ser um dos crimes mais notórios e trágicos do Brasil. Ele destacou a importância de proteger as crianças e garantir que a justiça seja cumprida, independentemente da complexidade e da comoção que possam cercar um caso.

Isabella Nardoni tornou-se um símbolo da necessidade de proteção infantil. O caso também sublinhou a importância da justiça, imparcialidade e respeito pelas leis em um sistema jurídico.

Leitura desproporcional: Resgatando a profundidade na leitura
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Autorais, Colunas, Histórias

Leitura desproporcional: Resgatando a profundidade na leitura

É inegável que vivemos em uma época onde a velocidade e a eficiência são valorizadas como nunca antes. Isso se reflete em todas as esferas de nossas vidas, incluindo a forma como abordamos a leitura. Hoje, vemos uma tendência crescente de pessoas que competem para ler mais rápido, completar pilhas de livros em tempo recorde e ostentar sua capacidade de leitura. Mas será que essa corrida pela quantidade de páginas viradas está custando o verdadeiro valor da leitura?

+ Aprenda a criar uma rotina de leitura para os últimos meses de 2023

Não há dúvidas de que ler é uma atividade enriquecedora e uma ferramenta vital para o aprendizado, a empatia e o crescimento pessoal. No entanto, quando a leitura se torna uma competição desenfreada para devorar um número cada vez maior de livros, podemos nos ver presos em uma armadilha que prejudica nossa compreensão, reflexão e apreciação do conteúdo.

O fenômeno da “leitura desproporcional” é uma realidade com a qual muitos de nós podem se identificar. É quando nossa motivação para ler está mais ligada a bater metas de leitura do que a absorver e refletir sobre o que estamos lendo. Isso ocorre quando começamos a escolher livros com base em seu tamanho, preferindo obras curtas que possamos devorar em uma única sentada…

A ideia de ler muito não é, em si mesma, problemática. A questão está em como realizamos essa leitura. Ler rápido pode ser uma habilidade valiosa em determinados contextos, como em estudos acadêmicos ou na busca por informações específicas. Contudo, quando aplicado indiscriminadamente à literatura e à ficção, pode resultar em uma experiência vazia e superficial.

O grande perigo da leitura desproporcional é a perda da profundidade e da riqueza que os livros podem oferecer. A corrida para virar as páginas pode nos fazer negligenciar a reflexão, a conexão emocional com os personagens e a apreciação da prosa. Os detalhes intrincados, as metáforas bem tecidas e as nuances sutis podem escapar quando nosso foco está apenas na velocidade.

Além disso, essa competição frenética para ler mais rapidamente pode criar uma pressão desnecessária. A leitura deveria ser um prazer, não uma corrida. 

Então, como podemos escapar da armadilha da leitura desproporcional? A resposta está em encontrar um equilíbrio. Em vez de priorizar a quantidade, devemos buscar a qualidade da leitura. Ler de forma deliberada e atenciosa, permitindo-se parar e refletir sobre o que foi lido, pode enriquecer profundamente a experiência.

É importante lembrar que não existe uma fórmula única para ler. Cada pessoa tem seu próprio ritmo e suas próprias razões para ler. Não devemos nos sentir pressionados a competir com os outros, mas sim a nos desafiarmos a crescer através da leitura. Devemos abraçar a diversidade de estilos, gêneros e autores e lembrar que, independentemente do ritmo, o hábito é uma jornada pessoal.

Confira as previsões semanais para o seu signo de 12 de agosto a 18 de agosto
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Horóscopo

Horóscopo da Semana: A previsão dos signos de 14/10 a 22/10

Leia o horóscopo de acordo com aquilo que te agrega. O seu signo solar traz uma mensagem para a sua alma. 

+ Mês de outubro retoma o equilíbrio e a humildade

Se você conhece bem o seu mapa astral, leia também o horóscopo do seu ascendente, que traz previsões para o período de 14 de outubro a 22 de outubro e o horóscopo do signo onde está sua lua, que fala sobre os seus sentimentos durante a semana.


Horóscopo de ÁriesÁries (21/03 a 20/04)

Invista em recursos tecnológicos para ter uma motivação maior nos empreendimentos da vida. Busque a conciliação de interesses e evite ser intransigente em todos os âmbitos da vida.

Horóscopo de TouroTouro (21/04 a 20/05)

Você experimenta uma energia de renovação para retomar os planos que antes estavam parados. Alguma pendência emocional deverá ser superada nos próximos dias, invista nisso!

Gêmeos (21/05 a 20/06)

Podem ter algumas turbulências na sua vida amorosa e um dos dois lados terá que recuar. Suas realizações são mais potentes para agradar a todos, aproveite essa energia criativa.

Horóscopo de CâncerCâncer (21/06 a 21/07)

Faça uma reflexão sobre as coisas que você deveria fazer, de olho no seu futuro e na sua felicidade. Invista mais em conhecimento e inicie um novo curso esta semana, você vai se agradecer no futuro.

Horóscopo de LeãoLeão (22/07 a 22/08)

Período favorável para investir em tecnologias e em coisas que podem facilitar a sua vida cotidiana. Use a motivação que você sente para reformular algumas coisas na sua vida.

Horóscopo de VirgemVirgem (23/08 a 22/09)

A energia de contato com o estrangeiro está aberta e favorável a você. Use o seu interesse por outras culturas para ampliar a sua visão de mundo, mesmo que seja por intermédio da tecnologia.

Horóscopo de LibraLibra (23/09 a 22/10)

Valorize mais as suas capacidades e conquistas, elas não chegam por acaso. Você está com mais saúde, vitalidade e alegria de viver, aproveite para ampliar seus ganhos materiais merecidos.

Horóscopo de EscorpiãoEscorpião (23/10 a 21/11)

Bom momento para assumir novas responsabilidades e levá-las até o final. Tudo o que precisa ser realizado com excelência e sensibilidade com relação aos outros será mais valorizado esta semana.

Horóscopo de SagitárioSagitário (22/11 a 21/12)

Momento bom para introspecção e busca de um contato maior com o seu interior. Entenda como os seus desejos estão se transformando e como você aceita certas mudanças na sua vida.

Horóscopo de CapricórnioCapricórnio (22/12 a 20/01)

Fase positiva para reencontrar amigos do passado, interagir mais socialmente e investir em viagens para fazer bons negócios. Use as oportunidades de expansão intelectual em seu favor.

Horóscopo de AquárioAquário (21/01 a 19/02)

Você está numa crescente firme para seguir seus objetivos. Continue assim e direcione sua energia de ação e liderança para a sua vida profissional, acreditando que quem persevera, chega longe.

Horóscopo de PeixesPeixes (20/02 a 20/03)

Bom momento para terminar de resolver alguns assuntos domésticos que estão pendentes. Sua mente está mais ágil para inovar na sua vida, então busque novos caminhos no que precisa se renovar.

Israel-Palestina: entenda o conflito no Oriente Médio
Divulgação
Sociedade

Israel-Palestina: entenda o conflito no Oriente Médio

O mundo acompanha os desdobramentos da guerra entre Israel e Palestina, que envolve questões territoriais, religiosas e políticas, tornando-a incrivelmente complexa. O professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Luciano Muñoz detalha as origens do conflito e a escalada de violência. Apesar dos protestos contra tentativas de reduzir o poder do Judiciário em Israel, segundo o especialista, as divisões internas tendem a ser temporariamente suspensas, à medida que a população se une contra as ameaças do Hamas.

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De acordo com Munoz, o conflito remonta a 1948, quando as nações árabes vizinhas invadiram o recém-declarado estado de Israel. A história da região também é marcada pelos Acordos de Oslo de 1993. “Esses acordos foram destinados a estabelecer a paz entre Israel e Palestina e a criar um estado palestino. Eles levaram ao reconhecimento da OLP como parceiro legítimo para negociações internacionais”. No entanto, em 2006, uma divisão interna na Palestina surgiu, com o Fatah controlando a Cisjordânia e o Hamas assumindo o controle da Faixa de Gaza. Isso resultou em dois governos palestinos com agendas e visões diferentes.

Sobre a escalada de violência, Muñoz analisa as ações recentes e ressalta que as narrativas conflitantes tornam difícil apontar um único responsável pelo início do conflito atual. “O Hamas, considerado um grupo terrorista por alguns países, lançou ataques com foguetes contra Israel, alegando que a Faixa de Gaza sofre sob um bloqueio prolongado. Em resposta, Israel realizou bombardeios, mas a população civil está sofrendo em ambos os lados”, detalha.

O professor destaca a importância do apoio internacional nesse cenário, uma vez que Israel é apoiado pelos Estados Unidos e nações ocidentais, enquanto os palestinos contam apenas com o respaldo dos países árabes, embora haja divergências entre eles. “O papel dos mediadores, será fundamental na busca de uma solução pacífica, como o Egito, talvez a Turquia, a Jordânia, a Arábia Saudita”, aponta o docente do CEUB.

Perspectiva Futura: Israel e Palestina

Neste momento, a preocupação em Israel é a liderança do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que ocupa o cargo há muitos anos. Em 2022, uma coalizão de partidos foi formada na tentativa de tirá-lo do poder, mas ele retornou. “O país tem sido palco de intensos debates, já que Netanyahu busca aprovar reformas que diminuiriam o poder da Suprema Corte de Israel. Isso levou a manifestações e questionamentos sobre a democracia em Israel, gerando uma divisão interna significativa”, frisa.

O docente de Relações Internacionais do CEUB ressalta que a população israelense tem uma perspectiva clara quando se trata de segurança, uma vez que Israel enfrentou várias invasões e guerras ao longo de sua história. “Em momentos de conflito, os israelenses costumam se unir, deixando de lado suas diferenças políticas. Com a resposta aos ataques do Hamas, essas divisões internas de Israel podem ser temporariamente postas de lado”.

O resultado da guerra é incerto, mas é provável que a liderança de Netanyahu seja avaliada à luz das falhas de segurança que permitiram a invasão do Hamas no sul de Israel, indica Luciano Muñoz. “A situação é dinâmica e o desfecho da guerra deve influenciar a posição de Netanyahu no cenário político israelense. Vamos observar os desdobramentos, o resultado da guerra e seus impactos na política interna de Israel serão fundamentais para o futuro da região”, arremata.

5 crimes reais que inspiraram filmes
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Filmes

5 crimes reais que inspiraram filmes

Suspense é aquele gênero de filme que adora dar um rolê na vida real em busca de inspiração, desenterrando histórias reais tão complexas quanto os maiores mistérios. Ao mergulhar nessa realidade de crimes reais, o cinema ganha um cenário rico em nuances e reviravoltas inesperadas, que muitas vezes falamos: isso aconteceu mesmo? ou Isso só acontece em filme, mesmo.

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Pensando nisso, separamos cinco filmes de suspense que foram inspirados em crimes reais e estão disponíveis no streaming, confira:

“O Silêncio dos Inocentes” (1991)

“O Silêncio dos Inocentes” está disponível no Amazon Prime Video e Hulu.

Qual dos crimes reais é inspirado: Caso Ed Gein

“O Silêncio dos Inocentes”, dirigido por Jonathan Demme, é baseado em parte na vida e crimes de Ed Gein, um assassino em série e necrófilo da década de 1950. Gein inspirou não apenas esse filme, mas também outros clássicos do gênero, como “Psicose” e “O Massacre da Serra Elétrica”.

“Zodíaco” (2007)

“Zodíaco” pode ser assistido no Amazon Prime Video, Hulu e Paramount+.

Qual dos crimes reais é inspirado: Os assassinatos do Zodíaco

“Zodíaco”, dirigido por David Fincher, é um thriller que investiga os crimes do assassino em série conhecido como “Zodíaco”, que aterrorizou a área da Baía de São Francisco nos anos 1960 e 1970. O filme é baseado em eventos reais e em detalhes dos assassinatos e das investigações em torno do criminoso, que nunca foi capturado.

“Fargo” (1996)

“Fargo” pode ser assistido no serviço de streaming do Hulu.

Qual dos crimes reais é inspirado: Caso Jerry Lundegaard

O filme dos irmãos Coen, “Fargo”, é uma história fictícia que incorpora elementos do mundo real. A trama é inspirada em um caso de fraude ocorrido em Minnesota, envolvendo um vendedor de carros chamado Jerry Lundegaard, que contratou dois criminosos para sequestrar sua própria esposa e exigir um resgate de seu sogro rico.

“Alpha Dog” (2006)

Você pode encontrar “Alpha Dog” no catálogo do Amazon Prime Video.

Qual dos crimes reais é inspirado: Sequestro de Nicholas Markowitz

“Alpha Dog” é um drama policial inspirado no sequestro e assassinato de Nicholas Markowitz em 2000. O filme retrata a vida do líder de um grupo de adolescentes envolvidos no crime, explorando o complexo mundo das gangues suburbanas.

“Helter Skelter” (2004)

Disponível para streaming no Amazon Prime Video e no serviço gratuito Crackle.

Qual dos crimes reais é inspirado: Os assassinatos de Charles Manson

O famoso caso dos assassinatos cometidos por seguidores de Charles Manson, incluindo a atriz Sharon Tate, serviu de base para o filme “Helter Skelter”. O longa explora o culto e a violência brutal associados a Manson e seus seguidores.

Resenha: O rei perverso, Holly Black
Beco Literário
Livros, Resenhas

Resenha: O rei perverso, Holly Black

Quando eu acabei de ler O príncipe cruel, eu quase subi nas paredes para ter O rei perverso em mãos. O livro acaba de uma forma que se você não tiver o próximo, você morre de ansiedade. E foi isso que aconteceu comigo.

+ Resenha: O príncipe cruel, Holly Black

O rei perverso chegou para mim numa sexta-feira. No sábado, eu passei o dia inteiro lendo. Antes de ler “O povo do ar” eu estava com uma ressaca literária imensa de livros de fantasia que foi curada pela saga. O livro começa pouco tempo depois do final do anterior. Jude Duarte agora é a mão por traz do reinado de Cardan. Como sua senescal, ela manda e desmanda, usando o então, inimigo mortal, como fantoche por um ano e um dia.

Você precisa ser forte o suficiente para golpear e golpear de novo sem se cansar. Vai doer. Mas a dor fortalece.

Ela achou que seria fácil agora que o pior passou. Mas, a jornada que ela aprende agora é que o poder é muito mais fácil de conseguir do que de manter. Nem preciso dizer que sentei para ler o livro e terminei em uma tacada só. É completamente impossível de parar.

Nós conseguimos poder tomando-o.

Cinco meses já se passaram, e ela não conseguiu fazer nada além de dar algumas ordens banais ao rei. Se quiser guardar o trono para seu irmão, Jude precisará pensar, e rápido, num plano para fazer Cardan se curvar a ela por mais tempo. Mas ter qualquer influência sobre o Grande Rei de Elfhame parece uma tarefa impossível, principalmente quando ele faz de tudo em seu poder para humilhá-la e prejudicá-la, mesmo que seu fascínio pela garota humana permaneça intacto. E é nessa parte que a gente começa a surtar: porque sim, tem cena de romance entre Jude e Cardan!

Te odeio tanto que às vezes não consigo pensar em outra coisa.

Eu gosto dos livros da Holly Black porque, apesar do romance existir, ela não deixa de lado as questões políticas para narrar histórias de amor, algo que vejo muito presente em livros da Cassandra Clare, por exemplo. Aqui, o romance faz parte da política. Jude e Cardan desejam um ao outro, mas também desejam poder. E eles são capazes de se beijarem, de transarem, de se entregarem ao instinto sempre pensando em um bem maior: subjugar um ao outro.

Mate-o antes que ele faça você amá-lo.

Os conflitos com Orlagh e todo o reino submarino também é um ponto importante neste livro. Aqui, entendemos melhor como funciona o poder da terra do Grande Rei de Elfhame e como são os domínios da rainha submarina. Um triângulo amoroso entre Jude-Cardan-Nicasia também parece se formar, já que, Orlagh dá um ultimato: Cardan precisa se casar com Nicasia, caso contrário, haverá guerra. E todos sabem que o povo submarino é unido, mas o povo da terra, dividido entre cortes Seelie e Unseelie, não são tão unidos assim e são facilmente manipuláveis.

Eu imagino o que teria acontecido se eu tivesse admitido que não consegui tirá-lo da cabeça.

Mas, se Cardan se casa com Nicasia, Orlagh e sua dinastia passam a ter o controle total de Elfhame, terra e água. E isso não é interessante.

O rei perverso é um livro de transição entre o início e fim de uma saga, portanto, de leitura rápida. É um livro que faz a gente se aprofundar um pouco mais dentro da história sem trazer grandes acontecimentos significativos como o primeiro, que tem tronos roubados, chantagens e batalhas intensas. Mas, não me entenda mal, porque isso nem de longe faz a série esfriar, muito pelo contrário. Os jogos políticos ganham um destaque maior com pessoas envenenando, encantando e ludibriando umas as outras, como só o povo feérico consegue fazer.

Agora me beije como se eu fosse Cardan.

E, como se não bastasse, alguém que a gente menos espera trai Jude. Eu chorei quando descobri a traição, vou confessar. E é somente no capítulo trinta, no último, que o título O rei perverso faz total sentido. Holly Black brinca com os nossos sentimentos. Vou explicar melhor no último parágrafo, com spoiler, após o Beconomize. Leia por sua conta e risco.


PARÁGRAFO DE SPOILERS, PARE DE LER AQUI SE NÃO QUISER PEGAR INFORMAÇÕES IMPORTANTES DO ENREDO!

Certo, a gente sabe que a Jude precisa ampliar o seu poder sobre Cardan. E ele não quer porque está gostando do trono e isso é previsível no enredo. Mas o que me deixou gritando sozinho é quando, nos meados dos últimos capítulos, Cardan pede Jude em casamento, transformando-a em Rainha de Elfhame, só para bani-la ao mundo mortal algumas páginas depois. Sério, Holly Black!!!!!! Isso deveria ser crime?

Eu já estava doido da cabeça achando que o enredo de enemies-to-lovers estava fechado, quando plau, Cardan pune Jude, perante Orlagh, pelo assassinato de Balekin a viver no mundo mortal até segunda ordem. Caso ela desobedeça e pise no mundo das fadas, morrerá imediatamente. E a gente sabe que a Jude tem horror ao mundo mortal.

Doce Jude. Você é a minha melhor punição.

Dessa vez, Rainha do Nada já está me esperando na estante e mal posso esperar para entender como vai ser o fim de O Povo do Ar, porque nem nos meus sonhos mais confusos eu poderia imaginar algo assim.

FIM DOS SPOILERS.