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Gabu Camacho

Circo Graffiti, após 15 anos, estreia Bossa Nova Cabaret Bar no Teatro do Sesi - SP
Ary Brandi
Cultura, Teatro & Exposições

Circo Graffiti, após 15 anos, estreia Bossa Nova Cabaret Bar no Teatro do Sesi – SP

Depois de um hiato de quinze anos, o grupo paulistano Circo Graffiti estreia Bossa Nova Cabaret Bar, uma comédia de variedades com números musicais que trazem histórias livremente inspiradas em personagens, fatos e canções da Bossa Nova. A estreia acontece no dia 12 de outubro de 2023, no Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp (Av. Paulista, 1313, São Paulo, SP) e a temporada segue até fevereiro de 2024. Os ingressos são gratuitos.

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No elenco estão Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro e Paloma Rodrigues. A ideia é misturar gerações de atores, com suas diferentes características e experiências para falar de amor e de música.

O texto e a direção geral são de dois fundadores do Circo Graffiti, Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian, que criaram um espetáculo de quadros que se passa em um bar com cenas inspiradas em canções do período inicial da Bossa Nova – principalmente entre o final de 1958 e 1963 – justamente os anos que marcam os primeiros álbuns de João Gilberto. Cada cena traz um elemento teatral, circense ou de cabaré, misturando a linguagem sofisticada da bossa nova com o escracho, a poesia, as cores e a alegria do carnaval, se comunicando com públicos de diferentes idades e situações de vida.

Como é característico no trabalho do grupo, Bossa Nova Cabaret Bartraz o estilo de décadas de atuação do Circo Graffiti: ênfase na comédia musical, o texto inédito, e muita música com arranjos inéditos. No caso do novo espetáculo, foi criada uma carnavalização da Bossa Nova sob o filtro do humor e do lirismo.

Bossa Nova Cabaret Bar é uma comédia musical cujo tema central, é claro, é a Bossa Nova. A ação acontece no fictício espaço do “Copacabana Cabaret Bar”, em cenário criado por Attilio Martiñs, onde uma trupe de comediantes, atores e cantores faz um show sobre a Bossa Nova. Em cena, a banda formada por piano (Pedro Paulo Bogossian), Contrabaixo (Giullia Assmann), Bateria (Rodrigo Mardegan), Percussão (Jesum Biasin), Sax e Flauta (Ana Eliza Colomar) compõem este cenário, que traz ainda referências dos bares que revelaram muitos dos músicos da Bossa Nova como uma paisagem básica do bairro carioca de Ipanema.

Cenário e figurino, assim como o texto, não buscam ser um documentário da época, mas trazer referências que fazem o espectador identificar o movimento. Por se tratar de uma comédia de quadros, cada um deles muitas vezes têm a sua estética, às vezes um pouco circense, um pouco clownesca, que também fazem parte da linguagem do grupo. É uma mistura desses elementos todos – a atmosfera de cabaret dos anos 1930, a música dos anos 1960, o trabalho do clown, e do teatro de revista.

“Nosso maior objetivo é o entretenimento do público através desse formato particular que é a marca registrada dos nossos espetáculos”, adianta Helen Helene. São vários episódios encadeados como uma revista musical e inspirados em shows de cabaré europeu e no teatro brasileiro. As músicas e os fatos desta época compõem o tema de cada cena formando o arco dramático. “A gente ri, se emociona e compartilha com prazer cada momento dessa viagem que é a cara do Brasil”, conta.

O que serviu de norte para a pesquisa musical foi o período áureo da Bossa Nova – entre 1958 e 1963. Essas canções geraram cenas, serviram de apoio de cenas que foram criadas independentemente da música. “De certo modo o nosso trabalho entende que a nossa comédia é gerada por alguns princípios que são o deslocamento, muitas vezes de época, de lugar. Então as canções vão receber um tratamento carnavalizado para compor essa nossa comédia”, conta Pedro Paulo Bogossian, diretor musical do espetáculo. Nenhuma canção aparece exatamente como ela foi gravada, elas receberam arranjos e instrumentações que muitas vezes dão aquele toque diferente.

“Eu acredito que essas composições da bossa equilibram e revelam um modo de cantar brasileiro que foge dos cantores com as grandes vozes, o que causou na época um impacto muito grande e que segue até hoje. Na Bossa se equilibram os instrumentos com a voz, um estilo de harmonia, ao mesmo tempo que ela mistura ritmos como samba, jazz, e até um toque de clássico”, completa Bogossian.

Para retornar aos palcos em uma temporada longa (e gratuita), o Grupo escolheu como tema revalorizar a música brasileira.

“A gente se considera um pouco herdeiro desse modo de fazer teatro, um teatro que passa pelas mudanças da sociedade, de como fazer comédia a partir desses elementos da revista”, diz Bogossian. Isso resultou num projeto que é popular, falar do Brasil, da importância da música popular brasileira também para o mundo, como é a Bossa Nova. Também falar do hibridismo que vai fundar este estilo musical – que traz em sua formação o samba, o jazz, e a coloquialidade de uma paisagem de uma determinada época, mas que vai se transformando também ao longo dos anos e está aí até hoje. “Também pensamos em trabalhar com atores mais jovens, exatamente para haver essa troca sobre como fazer uma comédia musical nos dias de hoje e como esses atores jovens pensam no que seria como fazer uma comédia nesse estilo hoje”, conclui o artista.

Resenha: Finalmente 15, Galera Record
Beco Literário
Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Finalmente 15, Galera Record

A editora mais jovem do Grupo Editorial Record está completando 15 anos – de muitas histórias e publicações memoráveis. A idade de debutar é um marco na vida de todo adolescente e não poderia ser diferente no caso do selo editorial. Em comemoração ao aniversário, os principais nomes da literatura jovem nacional se encontram em Finalmente 15, antologia emocionante e cheia de representatividade.

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Finalmente 15 é uma antologia com 15 autores com histórias em que nós conhecemos os sonhos, os crushes, os dramas, as descobertas e as reviravoltas de se fazer quinze anos, tudo isso pela imaginação da nova geração de autores que estão definindo tendências no gênero YA nacional.

São leituras rápidas e leves, que nos transportam diretamente para nossa adolescência, fazendo-nos lembrar de como tudo era mais fácil (pelo menos vendo agora, quase 15 anos depois…). É um livro gostoso e muito fofo (vou repetir isso muitas vezes ao longo do texto, se acostume e não me jugue).

A edição está linda, com uma arte de capa e uma diagramação impecáveis com grandes nomes da literatura jovem que sabem muito bem como mexer (ou dilacerar) os nossos coraçõezinhos. O lançamento está previsto para 9 de outubro e a pré-venda já está rolando na Amazon (links no final do psot). Agora, vou comentar um pouquinho sobre cada um dos contos, falando o que gostei e o que eu não gostei:

Um príncipe para chamar de meu, Felipe Cabral

O livro começa com o conto mais fofo do mundo. Nele, conhecemos a história dos irmãos Leonardo e Leonora, os Léos. Chegou o dia da tão sonhada festa de debutante e Léo precisa sair do armário para sua irmã e para sua família, enquanto tenta chegar no seu crush supremo do colégio. É uma história leve, que nos faz ter esperanças de um mundo melhor.

Minha irmã deixava qualquer Evelyn Hugo no chinelo.

Meu amor, de novo e outra vez, Karine Ribeiro

O segundo conto da antologia fala sobre o dia do fim do mundo, quando Lu está na festa de 15 anos de sua melhor amiga, e por quem nutre uma paixão secreta, Érica e o mundo acaba. Mas, em vez de morrer, ela volta um ano no passado e precisa refazer toda a sua vida até a festa de 15 anos, quando tudo acontece de novo. Érica vai e volta no tempo até aprender a ser fiel aos seus sentimentos. Queria ter lido algo assim com 15 anos.

Antes da peça festa, Olívia Pilar

Sabe o frio na barriga do primeiro flerte LGBTQIAP+ que a gente sente? Quando a gente se sente vivo pela primeira vez? Esse conto é sobre isso, quando Gabriela espera para fazer um teste para uma peça teatral e conhece Zuri, por quem nutre uma paixão adolescente avassaladora. Senti o friozinho na barriga daqui enquanto eu lia, que delícia.

O diário da princesa, Ray Tavares

Gente, que conto bom! Sério, nunca li nada parecido. Malu é filha de um príncipe do Brasil. De verdade. Uma daquelas pessoas que sonham em trazer a monarquia de volta mas sequer são capazes de reconhecer paternidades. Ela vai atrás dele, atrás dos seus direitos e, no final, surpreende todos nós com um pensamento crítico afiado que me fez respirar bem aliviado.

A sorte dos bons encontros, Vinicius Grossos

Vinicius gosta de massacrar o coração da gente, né? Aqui, ao contrário dos protagonistas humanos que tem ou estão fazendo 15 anos, quem tem 15 anos é Lady, a cachorrinha. Me arrancou lágrimas verdadeiras e me deixou muito feliz de, pelo menos por alguns minutos, entrar dentro da cabeça dos nossos amigos de quatro patas.

Rebobine, Maria Freitas

Também conseguiu me arrancar lágrimas quando eu menos esperava. Bernardo está saindo do velório do avô quando recebe uma fita antiga de uma desconhecida. Ao rebobinar, ele tem a oportunidade de viajar no tempo para conhecer o avô durante a adolescência. Tem uma pitada meio De volta para o futuro que me agradou bastante.

“A gente sempre acha que vai ter tempo”, ele continuou seu desabafo. “É. Mas tempo é uma coisa que a gente nunca tem.”

Esqueceram de nós, Lola Salgado

Vitor vai para uma viagem escolar enquanto conversa com um crush do Twitter. Lá, ele é esquecido pela escola junto com Rafael, seu crush supremo, sem sinal de celular e sem perspectiva de resgate. Mas, Rafael é muita areia pro caminhãozinho de Vitor, não? Só preciso dizer: FOFOOOOOOOOOS!

Tinham estudado juntos quase a vida inteira e não dava para ignorar o afeto construído por anos. Assim como não dava para evitar que esse mesmo afeto diminuísse cada vez mais.

O futuro que nunca foi nosso, Pedro Rhuas

O conto do Pedro foi um grande balde de água fria para mim. A primeira parte cria uma expectativa linda de um romance entre dois garotos de 15 anos que moram longe e amam Percy Jackson. Talvez, pela identificação, eu tenha criado muitas expectativas para a parte dois, que se passa 15 anos depois… e então veio o balde de água fria. Talvez seja pra gente aprender a cuidar mais das nossas expectativas.

Mas tudo que restava dele era o vazio, o coração desenhado a lápis no apoio branco da carteira do colégio, usando, para disfarçar, o nome dos nossos personagens no RPG de Percy Jackson. Ele, Alexander, filho de Atena. Eu, Jack, filho de Hefesto.

Menina moça, Stefano Volp

Essa é uma história com uma temática mais pesada, mas necessária. A protagonista engravida aos 15 anos, sofre um aborto espontâneo no colégio e agora precisa lutar para reconstruir sua honra, que foi tirada pelos amigos por tantos julgamentos. No fundo, ela só queria ser uma debutante normal. Esse tema deveria ser mais abordado em histórias.

Deixe a chuva cair, Juan Jullian

Eu estava tenso enquanto lia o conto do Juan porque sei que ele gosta de massacrar nosso coração. Tive taaaaanto medo pelo Salaminho! Mas é uma história sobre as coisas não saírem como o planejado mas, que ainda sim, podem ser mágicas. Lorrayne e Camila são lindas juntas (ainda mais com o Salaminho que espero que viva muito tempo com elas).

Eu no seu lugar, Clara Alves

Preciso dizer que eu adorei a escrita da Clara Alves! Já entrevistei uma vez mas ainda não tinha tido a oportunidade de ler nada dela. E esse conto foi cativante, ainda com música da Demi Lovato. Conta a história de Maiara e Camy, que até então, não tem nada em comum e trocam de corpo no dia da festa de 15 anos de Maiara. Tem uma vibe meio Como eu era antes de você? que me agradou muito.

Mas não dá pra ser feliz se preocupando tanto com a vida dos outros. Eu não sou feliz assim. Mas quero ser.

Eu e o meu robô, Giu Domingues

Me deu um pouco de medo, mas eu amei! Mira, a protagonista, conhece o Alex, uma inteligência artificial que pode fazer tudo o que ela não pode: passar na prova de matemática, ajudar qual resposta dar para a crush no WhatsApp… Até que ela sai de controle para tomar o mundo real. O mais engraçado do conto é que, lendo hoje, me parece bem verossímil.

Onde vivem as serpentes, Arthur Malvavisco

Confesso que entre todos os contos, esse foi um dos que menos gostei. Não entendi muito bem a história, a narrativa e achei confuso. Não prendeu minha atenção e acabei não chegando ao final, porque não curto muito histórias pós-apocalípticas que envolvem outros planetas e galáxias.

LIN – Uma história do C.O.N.E, Glau Kenp

Ainda na mesma linha do anterior, esse fala de uma sociedade em que os filhos são criados pelos pais com o melhor da genética. Tem uma pitada de ciência futurística e por isso, é construído de uma forma que nos deixa chocados e nos faz querer entender o que está acontecendo. Me pegou porque lembra Jogos Vorazes, que eu amo.

15, Elayne Baeta

Tinha que ter um enemies-to-lovers pra encerrar a antologia, né? É uma história leve sobre descobrir quem a gente ama e sobre estar preparado para dar o primeiro beijo – e respeitar o tempo de quem não está. Não tem uma conclusão muito forte como os outros contos, mas dá uma alegriazinha de ler.

Vinicius de Moraes é homenageado pela Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
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Cultura

Vinicius de Moraes é homenageado pela Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

O quarto evento da Série Literária 2023, promovida pela Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, será no dia 7 de outubro, das 10h30 às 17h, com o tema “Vamos falar de Vinicius de Moraes”.

Realizado na própria Fundação, localizada no bairro do Morumbi, em São Paulo (SP), o encontro celebrará os 110 anos do nascimento de Vinicius de Moraes, visitará a obra e a vida do Poetinha (apelido que ganhou de Tom Jobim) e apresentará uma perspectiva musical, com apresentações ao vivo de suas canções.

José Miguel Wisnik, professor, ensaísta e músico que tem parcerias com Chico Buarque, Caetano Veloso e Tom Zé, ministrará uma aula-show para celebrar a obra de Vinicius. Eduardo Monteiro, pianista, professor e Diretor Cultural da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, tocará canções que Vinicius compôs em Paris com o maestro Cláudio Santoro, cantadas pela soprano Raquel Paulin. Georgiana de Moraes, psicanalista e filha do poeta, contará histórias sobre o pai e Daniel Gil, escritor e especialista em Vinicius, apresentará poemas inéditos do autor.

Vinicius de Moraes (1913-1980), grande poeta brasileiro e um dos principais responsáveis pelo surgimento da bossa nova, ainda é, mais de quatro décadas depois de seu falecimento, um dos autores da música brasileira mais tocada no mundo, “Garota de Ipanema”. Em 1958, o filme “Orfeu Negro”, do cineasta francês Marcel Camus, que é uma adaptação da peça teatral escrita por Vinicius e Tom Jobim, ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, e o Oscar de melhor filme estrangeiro, em Hollywood.

Érico Vital Brazil, responsável por parte da criação e produção executiva das séries culturais da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, explica que, quando a Série Literária deste ano foi pensada, era certo que Vinicius de Moraes seria celebrado: “Ele reúne pontas fundamentais do Brasil. Nossa genética de brasilidade vai cantar nesse evento. Sendo um grande conhecedor de Vinicius ou não, quem estiver lá vai poder se aproximar muito da sua própria identidade”.

“É curioso que Vinicius produziu muito e não viveu tanto. É que a poesia dele foi vivenciada, ele se apaixonava verdadeiramente e escrevia sobre isso. Ele era muito intenso e muito criativo. Vinicius de Moraes foi genial, não tem outra palavra”, completa Vital Brazil, tentando traduzir a grandiosidade do poeta.

Série Literária “Vamos falar de…”

A Série Literária da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano surgiu em 2022, com uma abertura dedicada ao grande poeta, dramaturgo e ator inglês William Shakespeare (1564-1616). Este ano, no aniversário de 400 anos da primeira edição da obra do poeta inglês, a Fundação decidiu celebrá-lo mais uma vez.

Outros nomes que ganharam um lugar especial na programação da Série Literária deste ano foram Machado de Assis (1839-1908), escritor brasileiro considerado por muitos o maior nome da literatura do país, e Cora Coralina (1889-1985), poeta e contista brasileira de renome.

Vital Brazil explica que, na retomada de uma agenda cultural presencial, no ano de 2022, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano quis experimentar outros formatos e temáticas: “Nós queríamos conhecer outros públicos e trabalhar outros temas de interesse, foi aí que surgiu a literatura. Então, nós propusemos uma série num molde de mergulho, é um dia inteiro de aprofundamento na obra e na trajetória pessoal do autor. Tem dado muito certo, as pessoas gostam e elogiam”.

Quando perguntado sobre o objetivo da Série Literária, Vital Brazil responde: “É promover a literatura, a palavra, o belo. No momento em que os autores, as falas e os intérpretes chegam ao público presente, que se emociona, nosso trabalho ganha sentido”.

5 livros para começar a ler clássicos
Editora Landmark
Livros

5 livros para começar a ler clássicos

É definido como clássico uma obra que se torna influente de forma atemporal. Um clássico surge, por exemplo, quando um livro se torna cada vez mais atual e relevante com o tempo. Muitos autores, como Machado de Assis e Ítalo Calvino, já trouxeram alguma definição sobre clássicos, assim como os motivos para ler cada um deles.

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Dentre as razões para a leitura de livros clássicos estão o fato de que essas obras aguçam o senso crítico, aumentam os conhecimentos de vocabulário e também as referências do leitor. No entanto, isso não exclui a leitura de livros atuais, possivelmente alguns deles serão clássicos no futuro, afinal, Machado de Assis provavelmente não sabia que se tornaria tão famoso quanto é hoje.

As obras tidas como clássicas podem ser uma fonte para aumentar o vocabulário, afinal, a narrativa e desenvolvimento dos personagens demandam uma variedade grande de palavras, fazendo com que o leitor expanda o conhecimento nesse sentido.

Para Fábio Pedro-Cyrino, diretor editorial da Editora Landmark – especializada em publicar obras clássicas em edições bilíngues –, os clássicos também são uma fonte de referências. “Muitas obras atuais referenciam clássicos seja de forma sutil ou não, através da adaptação de seus argumentos ou mesmo adaptações de suas histórias para as mais diversas plataformas e formatos. Um exemplo disso é o filme ‘Policarpo Quaresma, Herói do Brasil’ de 1998, baseado na obra de Lima Barreto”, comenta ele.

Além disso, Machado de Assis já foi inspiração até de Carlos Drummond de Andrade no poema “A um bruxo, com amor…”. Um fator que também deve ser evidenciado pela leitura dos clássicos é o senso crítico, como mostra o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, que coloca em primeiro plano a interpretação do leitor por ser uma obra sem uma resolução direta.

5 clássicos para começar a ler

Outro motivo para a leitura dos clássicos é o estudo para os principais vestibulares do país como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Fuvest e as provas de universidades federais. Confira abaixo cinco clássicos para começar a entrar no universo da leitura de clássicos.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881)

Essa obra revolucionou o formato do romance por subverter os padrões do romantismo e é tida como realista, mas sem as críticas agressivas de outros escritores do movimento. O mote do livro é feito focando na burguesia por dentro, ou seja, de um ponto de vista psicológico. Por meio da história de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, chamado Brás Cubas, é possível refletir sobre a ociosidade da burguesia ao trazer tudo que o protagonista deixou de realizar ao longo da vida, mesmo com tantas oportunidades.

O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1890)

Esse livro é um romance naturalista que conta a história de pessoas que vivem em uma espécie de habitação coletiva precária e superlotada, localizada no Rio de Janeiro durante o século XIX. A história se desenrola em torno de João Romão, um ambicioso comerciante português que, a partir da exploração dos moradores do cortiço, consegue acumular riqueza. Ao longo da trama, o autor apresenta uma ampla gama de personagens que habitam o cortiço, representando diferentes camadas sociais e etnias de forma crua e realista, a qual é uma das principais características do movimento naturalista.

Mensagem, de Fernando Pessoa (1934)

De autoria do poeta português Fernando Pessoa, o livro é uma compilação de poemas que apresentam uma visão épica da história de Portugal, explorando temas como a identidade nacional, o destino coletivo e o mito do herói. Por meio da poesia, o livro retrata a trajetória de Portugal desde os tempos antigos até o presente, explorando a relação entre o passado e o presente e a busca por um sentido de identidade nacional e o papel de Portugal no contexto mundial. Nesta obra também são apresentados textos de autoria do próprio poeta que explicitam o modo de composição, a produção e um breve relato biográfico.

Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1915)

A obra narra a história de Policarpo Quaresma, um funcionário público apaixonado pelo Brasil e pelas tradições nacionais. Por meio da trajetória de Policarpo Quaresma, Lima Barreto faz uma crítica contundente à alienação, à falta de senso crítico e à dificuldade de adaptação de um indivíduo em um contexto social. O livro é um dos ícones do movimento pré-modernista, transição de escolas como realismo e naturalismo para o modernismo.

Iracema, de José de Alencar (1865)

A trama se passa durante a colonização do Brasil e retrata os conflitos entre os colonizadores europeus e as tribos indígenas. Iracema, filha do pajé da tribo dos tabajaras, é destinada a guardar um segredo, mas seu destino se cruza com o de Martim, um português, que se perde nas matas e é acolhido pela jovem. Entre eles, nasce um amor que desafia as barreiras culturais e sociais da época. O romance é marcado por uma linguagem poética, retratando a exuberância da natureza brasileira, os costumes indígenas e as paisagens do Ceará.

Aprenda a criar uma rotina de leitura para os últimos meses de 2023
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Aprenda a criar uma rotina de leitura para os últimos meses de 2023

Desde que o nicho da literatura cresceu na internet, criadores de conteúdo nos mostram a quantidade exorbitante de leituras que fazem durante o período de um ano. Conteúdos como “li 50 livros em 6 meses” estão cada vez mais comuns pelas redes sociais. Mas calma, se você ainda não leu o quanto queria em 2023, ainda dá tempo de inserir a leitura na sua rotina!

Daniel Moraes, especialista em marketing do Grupo IBEP e dono do @irmaoslivreiros, separou dicas para você salvar sua meta de leitura do ano e ficar muito engajado no hábito. Confira!

Comece devagar 

Não adianta querer tirar o atraso das leituras de forma brusca e repentina ou até mesmo lendo livros com muitas centenas de páginas. Comece a rotina por aquele livro mais leve, curto, ou que trata um assunto que você já é bastante familiarizado. Se você optar por obras de conteúdo denso ou um calhamaço, pode acabar ficando desmotivado e não dar sequência à nova meta.

Opte por gêneros e obras que vai curtir 

É muito melhor que você comece a rotina de leitura por obras que te trarão um sentimento de prazer ao ler, já que ainda precisa se acostumar com a nova meta. Por isso, além de começar devagar, o ideal é investir naqueles temas que têm tudo a ver com o que você tem mais curiosidade de saber sobre, e os assuntos do entretenimento que mais te despertam interesse, a fim de deixar a leitura prazerosa – e não traumática.

Faça cronogramas e metas 

Separe horários específicos do seu dia para engatar exclusivamente na leitura. Isso vai te ajudar a ter foco nessa nova rotina, além de criar um hábito que vai te acompanhar nos próximos meses. Também é interessante elaborar metas de leitura, que casem com seu ritmo de funcionamento. Isso pode acontecer em relação ao tempo dedicado a um livro, ou até o número de páginas que você quer ler num dia, ou período de tempo.

Leia com amigos

Entrar nessa com outras pessoas pode te ajudar a ficar motivado e não sair da rotina. Convidar amigos para ter a mesma meta pode ser um incentivo tanto para você, quanto para eles. Hoje em dia, existem muitos clubes de leitura espalhados pelas redes sociais e, por lá, rolam metas de livros, discussões sobre obras diversas e momentos de leitura conjunta. Você pode participar de um ou montar o seu próprio com colegas!

Tenha seu próprio ritual

Uma coisa para deixar o momento de leitura mais prazeroso e, consequentemente motivador, é ter seu próprio ritual para o momento. Tem gente que tem ritual para antes de dormir, gente que tem ritual para ir na academia, e gente que tem um para ler!

Você pode ter um cantinho da leitura na sua casa, separar um copo de água, chá ou a bebida que preferir para relaxar nesse momento, ligar uma música ambiente – se isso funcionar para você – acender um incenso e voilà, deixar tudo fluir.

O importante é lembrar que a leitura deve ser vista como um hábito prazeroso priorizando o seu bem-estar e principalmente, seu ritmo, não queira ficar se comparando com outros leitores, cada um tem o seu.

Prime Video Anuncia o Começo da Produção do Filme Original Amazon Missão Porto Seguro
Juliana Cerdeira
Estreias, Filmes

Prime Video anuncia o começo da produção do filme Missão Porto Seguro

O Prime Video anuncia hoje o começo da produção do filme Original Amazon Missão Porto Seguro, dirigido por Cris D’Amato. O filme tem Giovanna Lancellotti, Igor Jansen, Sophia Valverde, e Miguel Falabella no elenco e será gravado em São Paulo e Porto Seguro.

O filme conta a história de Denise (Giovanna Lancellotti), uma policial desajeitada de 30 anos que se infiltra em uma viagem de formatura de colégio em busca de informações que a ajudem a desmantelar uma organização criminosa. Depois de ser afastada da operação pelo delegado responsável, que é seu próprio pai (Miguel Falabella), Denise decide arriscar seu emprego e embarcar para Porto Seguro, Bahia, onde vai se passar por uma adolescente para conseguir informações privilegiadas. Careta e cheia de amarras sociais, ela terá a ajuda de uma aliada improvável, Babi (Ademara), que tem a mesma idade dela, mas, no fundo, nunca cresceu. Ao mesmo tempo que aprofunda a investigação, Denise vive uma adolescência tardia cheia de emoções.

“É gratificante poder filmar em lugares fora do Rio e São Paulo, algo que reforça o comprometimento do Prime Video em trazer diversidade para seu catálogo, além de mostrar a riqueza do nosso país para o mundo. Missão Porto Seguro é um filme de ação divertido em que esperamos que nossos clientes tenham uma ótima experiência assistindo.” diz Malu Miranda, Head de Conteúdo Original para o Brasil do Amazon Studios.

O elenco conta ainda com Antonio Tabet, Sophia Valverde, Igor Jansen, Letícia Pedro, Raphael Vicente, Estevam Nabote, Mariana Xavier, Érico Brás e Marcelo Médici; e terá a participação especial de Sheila Mello e Scheila Carvalho. O filme é produzido pela Glaz Entretenimento. O roteiro é de Denis Nielsen, Nathalia Cruz, Cris Werson, Vitor Brandt e Leandro Soares.

Após a estreia de Dom S2, Soltos em Salvador, Caravana das Drags, Negociador, da franquia de filmes Um Ano Inesquecível e Cangaço Novo, o anúncio do novo projeto mostra o foco do Prime Video em oferecer conteúdo local diversificado aos membros Prime em todo o mundo. O filme Missão Porto Seguro se juntará a milhares de programas de TV e filmes no catálogo do Prime Video, incluindo outras produções brasileiras Originais Amazon, produções premiadas e séries globais Originais Amazon aclamadas pela crítica, como O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, A Roda do Tempo, Jack Ryan de Tom Clancy, Good Omens e The Boys; além de filmes globais Originais Amazon, como o vencedor do Oscar The Sound of Metal, Um Príncipe em Nova York 2, Sem Remorso e A Guerra do Amanhã.

Os membros Prime poderão assistir à Missão Porto Seguro em qualquer lugar e a qualquer momento pelo aplicativo Prime Video para smart TVs, dispositivos móveis, Fire TV, Fire TV stick, tablets Fire, Apple TV e transmissão on-line. No aplicativo Prime Video, os membros Prime podem baixar filmes ou episódios em seus dispositivos móveis e tablets e assistir em qualquer lugar offline. O Prime Video está disponível no Brasil sem custo adicional na assinatura Prime por apenas R$14,99 por mês ou R$119 por ano. Novos clientes podem saber mais no site e se inscrever para um teste gratuito de 30 dias.

A escuridão ao nosso redor: romance reúne dois jovens que tentam descobrir seus propósitos no universo
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Livros, Novidades

A escuridão ao nosso redor: romance reúne dois jovens que tentam descobrir seus propósitos no universo

Numa época em que o mundo se dividiu entre dois lados completamente diferentes, um jovem de 17 anos parte em uma missão para resgatar a irmã, mas, para isso, precisará se unir ao inimigo. No romance A escuridão ao nosso redor, de Eliot Schrefer, que une o melhor de Os dois morrem no final e O guia do mochileiro das galáxias, o leitor embarcará em uma missão na qual amar pode ser a única maneira de sobreviver.

Ambrose Cusk acorda em uma nave sem saber como foi parar lá; as únicas coisas de que sabe é que o sistema operacional da espaçonave possui a voz de sua mãe, que ele precisa resgatar a irmã, Minerva, e que a única outra pessoa a bordo é Kodiak Celius — um jovem que é o oposto de Ambrose.

Sozinhos nesta missão, Ambrose e Kodiak precisarão colocar as diferenças de lado se quiserem desvendar todos os mistérios que os cercam e permanecerem vivos, enquanto tentam cumprir uma missão onde nada parece ser o que realmente é.

Lançamento exclusivo da Buzz Editora em setembro, o livro é um dos destaques da imprensa especializada, como a Booklist: “Schrefer magistralmente evoca e cria um suspense que mantém as páginas viradas rapidamente enquanto ainda reserva um tempo para retratar o relacionamento tocante e comovente de dois meninos. Se tudo isso for uma ópera espacial, os leitores vão querer um bis. Bravo.”

Já a Publishers Weekly apontou: “Uma odisseia sexy no espaço. O romance imersivo de Schrefer combina a construção de mistérios e a tensão do romance, desenrolando lentamente uma história iterativa sobre amor e atração, destino e conexão.”

Em meio a uma geração que pede por mais representatividade na literatura, Eliot Schrefer cria uma história que une as maiores qualidades do romance água-com-açúcar e os traços mais sombrios da batalha pela sobrevivência em um lugar inóspito. A escuridão ao nosso redor é quase como se um episódio de Black Mirror saísse da Netflix e ganhasse o mundo dos livros.

É nesse sentido, e buscando esses ávidos telespectadores, que a Buzz Editora traz essa ficção científica, onde dois jovens tentam descobrir quem são, para onde vão e quais seus propósitos no universo. E não seriam esses os maiores questionamentos da espécie humana?

Sobre o autor

Eliot Schrefer é um autor bestseller do New York Times, foi duas vezes finalista do National Book Award na categoria Young People’s Literature e ganhou os prêmios Green Earth Book e Sigurd F. Olson Nature Writing na categoria de Literatura Infantil. Schrefer mora em Nova York, ensina escrita criativa na Hamline University e na Fairleigh Dickinson University e resenha livros para o USA Today.

After - Saiba tudo sobre a franquia que é sucesso mundial
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After – Saiba tudo sobre a franquia que é sucesso mundial

Para um casal que já passou por tudo, resta apenas uma pergunta: essa relação resistirá? AFTER – PARA SEMPRE (After Everything) já está em cartaz nas telonas para mostrar o aguardado desfecho da história de amor de Tessa e Hardin.

AFTER – PARA SEMPRE é o último filme da franquia que conquistou o público com muita paixão, intensidade e drama. Saiba mais sobre a franquia:

+ Resenha: After, Anna Todd

O primeiro filme chegou aos cinemas em 2019 e fez todos se apaixonarem pelo casal formado por Tessa Young (Josephine Langford) e Hardin (Hero Fiennes Tiffin). O filme mostrou a entrada de Tessa na faculdade, onde ela conheceu o mundo das festas e o rebelde Hardin. Aos poucos os dois se aproximaram, e se iniciou uma ardente paixão.

Em AFTER – DEPOIS DA VERDADE, Tessa tentou esquecer Hardin, mas descobriu que alguns amores não podem ser superados. Sabendo que cometeu o pior erro de sua vida ao ter magoado a jovem, Hardin fez de tudo para reconquistar seu grande amor.

No terceiro filme, AFTER – DEPOIS DO DESENCONTRO, o casal lidou com dilemas ainda mais complexos. Tessa tomou uma decisão importante, e algumas revelações sobre sua família e o passado de Hardin ameaçaram seus planos e o relacionamento intenso do casal.

Já no quarto filme, AFTER – DEPOIS DA PROMESSA, o casal “Hessa” não era mais o mesmo. Detalhes do passado de Hardin vieram à tona e o rapaz ficou mais sombrio e distante de Tessa, que decidiu se afastar. Depois de um tempo separados, eles se reencontram e tiveram que escolher entre reacender o relacionamento ou continuar repetindo os mesmos erros do passado.

Já nos cinemas, AFTER – PARA SEMPRE, o quinto filme da franquia estrelada por Josephine Langford e Hero Fiennes Tiffin, é a última oportunidade para assistir After nas telonas. Para informações sobre ingressos, acesse o site do seu cinema favorito ou clique aqui: https://afterparasempre.com.br.

AFTER – PARA SEMPRE conta com apoio de acessibilidade para todos os públicos. Por meio do aplicativo MovieReading, a partir da estreia estarão disponíveis recursos de audiodescrição, legendas descritivas e LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.

Seis filmes e séries que ajudam a ganhar repertório para o Enem
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Filmes, Séries

Seis filmes e séries que ajudam a ganhar repertório para o Enem

À medida que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproximam, os estudantes intensificam a rotina de estudos. Mas especialistas orientam que, nesses últimos meses antes da prova, é importante garantir também momentos de descanso e até mesmo de lazer. Isso não significa necessariamente deixar a preparação de lado. É possível relaxar e, ao mesmo tempo, continuar se preparando para o tão esperado exame.

A assessora de História do Sistema Positivo de Ensino, Stephanie Jimenez Tassoulas, dá a dica. “Para obter bom desempenho, principalmente nas provas dos componentes curriculares de Humanas – História, Geografia, Filosofia e Sociologia – e na Redação, o candidato do Enem precisa ter bom repertório e dominar assuntos e fatos importantes atuais e do passado. Uma das maneiras de adquirir essa bagagem é assistir a filmes e séries cujos temas vão permitir ao estudante melhorar a visão do mundo em que vive”, explica.

+ Quem é Jéssica?

De acordo com a assessora, alguns conteúdos de entretenimento encontrados nas plataformas de streaming podem oferecer aos estudantes referências e contextos que os façam entender melhor sobre diversos temas. “Ao assistir a um filme sobre determinado assunto, o jovem às vezes consegue absorver o conhecimento de forma muito mais natural. E o melhor é que isso acaba acontecendo sem que o candidato pareça estar estudando de fato”, destaca. Ela aponta seis produções disponíveis on-line para aqueles que querem relaxar ao mesmo tempo em que adquirem conhecimento para as provas do Enem de 2023.

Que horas ela volta? (Netflix)

Lançada em 2015, essa obra fala muito sobre as relações de classe e divisões regionais da sociedade brasileira, partindo da história da relação entre uma empregada doméstica nordestina e a família paulistana para a qual ela trabalha. É um retrato comovente das muitas desigualdades existentes no país.

Guerras do Brasil (Netflix)

Com cinco episódios, a série fala sobre os muitos conflitos vividos em nosso país ao longo de seus 500 anos, desde a chegada dos portugueses. Do encontro violento com os povos originários, passando pela Guerra do Paraguai, de Palmares e pela Revolução de 1930, até chegar à falência do sistema prisional brasileiro e à questão do tráfico de drogas, o espectador é convidado a conhecer e a refletir sobre as guerras travadas em território nacional.

O Dilema das Redes (Netflix): 

O documentário traz um alerta sobre os impactos negativos das redes sociais para a democracia e também para a humanidade, temática em alta para ser abordada nas provas de Ciências Humanas. Por meio de depoimentos, especialistas em tecnologia apontam para os riscos de vício trazidos pelo uso indiscriminado das redes e analisam as responsabilidades éticas e morais das grandes empresas de tecnologia do mundo. O longa ainda retrata de que forma as redes sociais, com a ajuda da inteligência artificial e dos algoritmos, podem contribuir para a disseminação de fake news e, consequentemente, para a manipulação política.

Explicando –  A Mente (Netflix)

Série documental que aborda de forma rápida e com explicações muito bem feitas o funcionamento da mente humana. Os episódios de cerca de 20 minutos mostram como o cérebro atua em relação a tópicos como ansiedade, memória, sonhos, meditação, entre outros. Excelente aposta para retomar e reforçar os aprendizados no Enem, da área de Ciências da Natureza.

Merlí (Netflix)

Essa produção espanhola mostra como a Filosofia pode ser apaixonante e divertida. Os episódios retratam a vida de um professor de Ensino Médio que foge do convencional com seus métodos de ensino. Por meio de situações dramáticas e até bem humoradas, o espectador é convidado a refletir sobre o que defendiam os grandes pensadores e a compreender como a Filosofia se conecta com nossos cotidianos.

Emicida: AmarElo – É tudo pra ontem (Netflix)

No documentário, o músico Emicida apresenta a história por trás de suas músicas e o processo de criação do disco/projeto AmarElo. Ele explica os motivos que o levaram a escolher o Teatro Municipal de São Paulo como palco para o lançamento de seu álbum, uma vez que o local raramente é frequentado por moradores da periferia. Cheia de referências a outros conteúdos, a obra é uma oportunidade rica de conhecer a história da música brasileira e as influências do movimento negro na História do Brasil.

Exibido no Festival de Cannes, NOSTALGIA chega aos cinemas
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Estreias, Filmes

Exibido no Festival de Cannes, NOSTALGIA chega aos cinemas dia 5 de outubro

Exibido no Festival de Cannes e indicado em nove categorias no prêmio da Academia Italiana de Cinema, o David di Donatello, – entre elas, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator – NOSTALGIA é um longa sobre o passado pelo olhar do presente, as transformações e mudanças pelas quais passaram tanto Nápoles quanto seu protagonista, Pierfrancesco Favino (“O Traidor”), quando retorna à sua cidade. É nesse tom que se desenvolve o filme dirigido por Mario Martone, que chega aos cinemas do Brasil no próximo dia 5 de outubro, com distribuição da Pandora Filmes.

Favino interpreta Felice Lasco, um homem que volta à sua cidade natal, depois de quatro décadas e a encontra totalmente transformada, quase irreconhecível. Mas será que só a cidade mudou ou ele também? Com roteiro assinado por Martone e Ippolita Di Majo, o longa é inspirado no livro homônimo de Ermanno Rea.

Martoni, que era amigo de Abbas Kiarostami, falou em entrevista que acredita que o mestre iraniano iria gostar do filme, pois teve o cinema do Irã como inspiração. “Gosto do cinema iraniano por vários motivos. Os filmes dos diretores iranianos são rodados na rua, você vê pessoas reais, e aí eles têm força para ainda serem contos morais, NOSTALGIA é um pouco disso também, e isso não é mais comum”, comenta o cineasta.

Nascido em Roma, Favino, por sua vez, conta que o maior desafio para o papel foi aprender o dialeto napolitano. “Na Itália, há um enorme respeito pela língua napolitana. Todos os nossos dramaturgos vêm de Nápoles. E há uma história incrível de atores napolitanos que sempre admirei. E eu estava cercado por napolitanos, então não só tive que aprender, mas também temi o julgamento deles.” Além disso, ele também aprendeu um pouco de árabe para o filme, pois seu personagem vive no Oriente Médio.

O diretor explica que busca em NOSTALGIA algo muito próximo da atualidade, deixando o longa aberto aos acontecimentos durante a filmagem. “Fiquei fascinado com a ideia de fazer um filme não dentro de uma cidade, mas dentro de um bairro, como se fosse um tabuleiro de xadrez, e por isso todas as ruas, casas e indivíduos que aparecem no filme são exclusivamente do Rione Sanità, um bairro napolitano separado do mar.”

Para conseguir a naturalidade e desbravar o bairro, ele conta que convidou elenco e equipe a andar pelas ruas, a se perder naquele lugar, como um labirinto, e, só assim, começar a entender o que realmente é aquele lugar. “Com a câmara nos ombros, começamos a caminhar pelas ruas, na nossa interpretação do cinema da realidade. Encontro após encontro, vida após vida, história após história, acabamos filmando a última cena nos perguntando qual seria o seu significado, e não conseguimos encontrá-la. Talvez não haja sentido, talvez nunca tenha havido. Existe o labirinto e existe a nostalgia, que é o destino de muitos, e talvez de todos nós.”

Desde sua exibição em Cannes, o filme tem sido muito bem recebido, tendo diversas críticas elogiosas. “O filme lindamente filmado e soberbamente composto de Mario Martone oscila à beira de algo especial”, diz Peter Bradshaw, no jornal The Guardian. “Com o queixo sempre contraído e a testa sempre franzida, o estoicamente carismático Favino é a âncora humana certa para este projeto: simpático de uma forma forte e silenciosa, mas igualmente capaz de se fundir nos quadros movimentados e sombrios da agitação urbana do filme”, escreve Guy Lodge, na Variety.