Arctic Monkeys
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“Tranquility Base Hotel & Casino” é bom, mas falta tempero

Tranquility Base Hotel & Casino, o novo álbum do Arctic Monkeys, cinco anos após o lançamento do anterior é algo totalmente diferente do que estávamos acostumados, e ainda sim falta aquela pitada de sal que fazem as músicas serem memoráveis. Tivemos a oportunidade de ouvir o álbum completo na semana do seu lançamento e vamos compartilhar com você todas as nossas primeiras impressões, track by track.

Primeiro eu preciso contextualizar que AM foi um dos meus álbuns preferidos. Lançou a banda no famoso mainstream, mas era perceptível para mim a paixão com que cada melodia era cantada, mesmo que nas entrelinhas. Pode ser que o CD tenha caído como uma luva no momento em que eu estava passando, do meio da adolescência, não sei. O hiato de cinco anos talvez tenha aberto muito espaço para a mudança, talvez até mais do que a gente queira. Por isso, antes de prosseguir com essa review, saiba que minha análise foi profundamente baseada nas minhas expectativas e no meu álbum preferido (AM). Talvez seja por isso que eu tenha tentado comparar tanto.

O indie morreu, e em Tranquility Base, o que mais senti falta foram das músicas me fazendo sentir algo. Me causando sensações e me inspirando para escrever mais um livro. É impossível curtir a vibe do álbum sem um robe, uma garrafa de whisky e uma cadeira de balanço.

Star Treatment é a música que dá início ao álbum, com quase 5 minutos e metade dela somente de instrumentais. A voz projetada de Alex Turner com uns efeitos baratos de eco me fizeram pensar que o arquivo estava corrompido. Senti como se já tivesse ouvido isso antes. Aliás, o CD todo é um eterno déjavu que a gente não consegue identificar de onde veio. Talvez sejam pelas letras e os trocadilhos loucos que nos fazem questionar nosso cursinho de inglês. I just wanted to be one of those ghosts, tem uma vibe meio I wanna be yours misturada com música de strip-tease. Se você é do tipo que gosta de Arctic Monkeys nos seus momentos íntimos, go for it.

One Point Perspective talvez tenha sido uma das que mais me passou a sensação de ser uma música do espaço, ou qualquer coisa que isso signifique. Tem um ritmo legal, nada dançante. É pra mexer o dedinho enquanto lê um livro cult na sexta-feira a noite. Sinto falta da sexta-feira a noite de Favourite Worst Nightmare ou Fake Tales Of San Francisco aqui. A voz do Alex está bem gostosinha, arriscando umas notas mais altas e em muitos momentos é praticamente impossível entender o que ele está falando. É mais uma música que poderia estar tranquilamente na trilha sonora de Fifty Shades, em uma daquelas cenas de luxúria.

American Sports é outra música que me traz a sensação de dejavu. Imagino aqui um show de cabaré, com o Alex Turner cantando de fraque enquanto debruça sobre um piano. Entende o ponto de diferença que eu quero chegar, Becudo? Apesar disso, é uma das minhas preferidas do álbum todo, me lembra um pouco o som da Lana del Rey e eu gosto, mas ainda sinto falta de uma musiquinha dançante a lá Are You Mine? Tenho um pouco de dó dessas baladas indies que já marcaram listening parties do novo álbum.

Tranquility Base Hotel & Casino que dá o nome ao álbum segue o mesmo ritmo do álbum todo. Acho que a falta de pluralidade talvez o tenha deixado meio monótono. Tenho um pouco de dificuldade ainda ao saber que começou uma música e terminou outra. Parece que o álbum todo, pelo menos até aqui, é uma música só, enorme, daquelas que trocam de ritmo a cada refrão. Apesar disso, gosto do refrão de Tranquility Base, e do meio pro final, a música sobe numa montanha russa e não cai mais. Espero que o CD todo, a partir de agora. Essa é meio sticky, lembra um pouco o som que estamos acostumados a dizer, esse é do Arctic Monkeys.

Golden Trunks tem uma vibe meio ficção científica, com Ghostbusters e The Smiths. É uma música que estaria na trilha sonora de As Vantagens de ser Invisível. Parece realmente uma história, que vai se desenvolvendo aos poucos. Gosto bastante do refrão, com outras vozes de fundo, não somente a do Alex Turner, e tá aí alguma coisa que eu não ouvia há algum tempo. Não é uma das minhas preferidas, mas ainda sim, uma das melhores.

Four out of Five me fez lembrar 505. Não sei se foram os excessos de fives, ou se realmente estou louco, mas o ritmo da música me pareceu um pouco como se fosse uma continuação, um pouquinho mais animada. Daquelas que a gente pode até arriscar a fazer uma dancinhas em câmera lenta, ou mexer a cabeça pra lá e pra cá enquanto trabalha de madrugada. Parece que o álbum começa baixo e vai subindo conforme as faixas avançam. Espero não me decepcionar com as outras. Gostei dessa, e senti bastante influência do Bowie. Tem tudo pra ser o hit do álbum.

The World’s First Ever Monster Truck Front Flip logo de cara me pareceu uma música de musical à West Side Story. Começa com uma batidinha boa para mexer a bunda, mas depois o som estabiliza com algumas partes mais agudas. Não é nem de longe uma das minhas preferidas por enquanto, mas talvez funcione em musicais ou em finais de bailes de formatura onde todo mundo está dançando agarradinho.

Science Fiction é mais uma daquelas faixas com frases em ordem totalmente inversa que primeiro a gente grita que hino e depois tenta entender mais que uma palavra isolada aqui e ali. É outra daquelas músicas que a gente diz com toda certeza que é do Arctic Monkeys, só de ouvir. Assim como as últimas duas ou três anteriores, também tem um tom meio história sendo contada, e isso é legal. É meio conto de fadas, só que sombrio.

She Looks Like Fun começa com uma batida que me remeteu muito ao hits que eu amava ouvir no AM enquanto escrevia o meu livro, parece um pouco com Are You Mine, mas com uma cadência maior entre uma estrofe e outra. É a típica música com altos e baixos, em que os refrões são mais pesados e violentos, e os versos mais cantados, quase como se sussurrados.

Batphone é mais uma das minhas preferidas, que me remeteu aos trabalhos antigos, mas com aquela mudança que não é tão brusca. É facilmente reconhecida e tem uma vibe parecida com One for the road, do tipo que você já se imagina encostado em uma moto com uma jaqueta de couro segurando um cigarro na porta de uma balada indie. Obrigado por Batphone, sério.

The Ultracheese foi uma música que fiquei ansioso para ouvir desde que vi o nome. Não sei o porquê, mas gostei bastante. Também parece uma música que estaria no final de As Vantagens de ser Invisível, ou 13 Reasons Why. Parece ser feita para aquele momento indefinido da adolescência que você sofre com uma melodia sem nem mesmo saber o porquê. Para mim, parece como se a Lana del Rey tivesse se encontrado com The Smiths, e juntos tivessem cantado com o Arctic Monkeys que já conhecemos.

Repito que essas foram minhas primeiras impressões sobre o Tranquility Base Hotel & Casino, e eu não me responsabilizo se daqui duas semanas e o álbum no repeat, ela já estiver toda diferente. Vale a pena lembrar também, que sofro grande influência do AM na minha vida e por isso eu tenha querido comparar tanto com as músicas antigas e encontrar pedacinhos delas nas músicas novas. É difícil deixar os filhos crescerem.

De qualquer forma, vale a muito a pena ouvir Tranquility Base e tirar suas próprias conclusões, porque se tratando de Arctic Monkeys, as primeiras impressões nunca são as que ficam. Compre aqui.

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7 comentários

  • Responder Rebeca 11/05/18 em 09:11

    que “crítica” péssima e sem embasamento musical

  • Responder pedro 10/05/18 em 20:30

    A primeira frase de Star Treatment é “I just wanted to be one of the Strokes” referente aos The Strokes

  • Responder Wallace 10/05/18 em 19:20

    Achei as opiniões do autor do texto meio falhas, não entendi a parte de balançar a banda, não vi balanço algum no álbum é drama e tristeza do início ao fim, como crítico que sou não contesto o artista que o Alex é e o talento que tem, mas na minha opinião o álbum é fraco se contar ele como arctic monkeys deveria ser solo do Alex na minha opinião não tem hit nesse álbum mas uma coisa que vi em uma das opiniões sobre alguma música me desculpe mas o álbum é fraco em termos do que era esperado pra mim deveria ser o terceiro álbum do the Last shadow puppets

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      Responder Gabu Camacho 10/05/18 em 22:49

      Opinião cada uma tem a sua, né migo? Não tem como achar a opinião de alguém “falha”. Ou concorda, ou discorda. 😉

  • Responder IVIS ZAIRA PEREIRA DOS SANTOS 09/05/18 em 07:57

    Eu fui ao show deles em Los Angeles e tive aquela pitadinha de amor. Pode ser, que para alguns, mais jovens, o álbum não tenha toda aquela identidade que procuram e, para algum mais velhos, também não tenha o refúgio que eles precisam. Bem, aqui vai a minha:Ganhei o álbum em primeira mão, queria autografado e fotinha com eles, mas beleza, ganhei das mãos do Matt, que já é mais do que o que eu queria! Lógico, em todos os álbuns tem aquela música que ñ me atrai, mas, é bem Arctic Monkeys, eu ouço os caras desde 2003, no MySpace, antes do primeiro álbum sair, morava em Yorkshire e meio que eles eram e ainda são, os caras do estado. Fiquei viciada em Arctic Monkeys. Toda vez que os caras lançam um álbum, o pessoal ficam nessa: o álbum é ruim, não é a cara deles, aí, is caras passam 2 anos sem lançar um álbum, e as pessoas ficam: não vão lançar álbum, que demora, não têm mais inspiração para escrever e blá blá blá. Os caras anunciam um álbum e fica na mesma bosta de sempre, não que eu não aceite as opiniões, mas é que, é o que ouço sempre. Agora a minha opinião: sempre curtir demais esses caras. Teve álbuns que curtir uma, duas ou três músicas, mas ouvia todas. Tiveramalgumas músicas, que eu acabava adolescentes demais, mas beleza, eles ainda seguiam o ritmo do público. Agora, os caras se deram conta que não são mais adolescentes, querem ser eles mesmos, mostrarem as suas identidades pessoais e gostos próprios e estão sendo bombardeados. Por coisas idiotas, como cabelo, estilo de roupa, barba, letras das músicas, mas se pararmos para pensar, as melodias são quase idênticas as que eles sempre usam, ñ é por causa de um piano que os caras mudaram tanto. Mas, será que as pessoas percebem que estão fazendo com eles, com críticas infantis, ñ criticas que estão construindo coisas legais, o mesmo que fizeram com nosco, quando começamos a designar os nossos próprios gostos, as nossas formas de vestir, de curtir as coisas, de estilos de músicas?
    Bem, eu passei pelo que estou vendo as pessoas falarem delez hoje. Não que eu não ache a sua crítica boa, mas, eu cresci com eles e, vi todas as mudanças no decorrer dos anos deles, então, eu meio que não achei mudanças críticas nas músicas delez. Até pq, vi bastabte gente falando merda, mas, só conhecem “R U MiNE? ” e, ñ sei como aceitar uma crítica descente desse tipo de pessoa, mas, tenho aprendido em alguns anos, que as pessoas hoje, não aceitam mais mudanças,elas quetem acreditar que tudo, têm que ser, como foi no passado, e, tenho um pouco de dificuldade em aceitar que as pessoas não mudaram, que não mudam muito, pq,eu vejo as mudanças em mim, e em pessoas próximas, mas algumas, só pela forma que falam de algo, escrevem, etc., dá para perceber que não são desse tipo, quer dizer, que aceitam que as coisas mudam, que nem tudo é igual!
    Bem, era só isso.

    P. S.: Não vou comentar no insta, pq, sei que vão vir tentando me matar e, outros vão gostar, então, n quero intriga mesmo, só queria dizer um pouquinho do que penso, sem irritar ninguém.

    • Responder IVIS ZAIRA 09/05/18 em 08:02

      Odeio celular, quando digito e sai errado: Tem Algumas* acahando adolescente* deles*
      Bastante*
      😢😢😂😂😂😂 celular do demônio

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