Quando você começa a assistir um filme e já sabe o que esperar dele logo nos primeiros dois minutos. Ver Baywatch é como se sentir um roteirista de cinema, pois facilmente você prevê o que vai acontecer em seguida. Não tem aquele elemento surpresa que te faz pensar “nossa, não esperava por isso”.
O filme se limita a mostrar aquele estereótipo de praia cercada por mulheres esculturais, homens másculos e teor sexual nas alturas. No meio disso, existe o enredo, que é aquele tipo bem previsível que falamos acima. Estar na equipe de salva-vidas de Malibu é o sonho de muitos jovens, que ano após ano tentam ingressar nessa elite comandada por Mitch Buchannon (Dwayne Johnson), o queridão de tudo e todos. Enquanto novos recrutam passam por provas para conquistar um lugar ao sol, chega Matt Brody (Zac Efron), nadador olímpico com uma série de problemas de imagens (remete bastante a Michael Phelps), que precisa cumprir condicional fazendo trabalhos comunitários. Já conseguiu adivinhar o que acontece?
É a partir daí que embarcamos naquela montanha-russa sem loopings, não tão alta e que a gente já sabe que o máximo que vai ter no final é um riso ou outro: o garoto ruim que tenta se redimir, quer beijar uma moça bonita… e sem se esquecer de talvez o a melhor coisa disso tudo: C.J. Parker e Ronnie (Jon Pass) naquele esquema de mulher super atraente que se apaixona pelo gordinho nerd. Ronnie inclusive é capaz de arrancar algumas risadas tentando provar ser atlético quando comparado a Brody.
Um dos pontos altos (ou talvez único) foi a participação da atriz e cantora mexicana Belinda, que é resgatada de um barco pegando fogo. O que tinha tudo para ser um excelente plot foi ofuscado pelos efeitos especiais dignos de uma novela do SBT. Ou daqueles vídeos do Youtube em que alguém simula fogo. Uma tomada tão grotesca que durante o filme todo você volta a se lembrar “como deixaram isso passar?”.
Dito tudo isso, o segredo para assistir Baywatch e sair com uma impressão positiva é entender que o próprio filme não se leva a sério; É a comédia pastelona que aparenta ser nos posters de divulgação. É clichê e irônico ao mesmo tempo. Com abuso das cenas de slow motion que de primeira é engraçado mas depois se torna uma muleta chata. Ah, e tem a Pamela Anderson no final, que aparece durante 5 segundos. Fora isso, um filme pra quando não se tem uma outra melhor opção.