Bates Motel abre as portas para uma temporada que promete ser devastadora. Vivemos sob a vista de um fim iminente que, claro, todo mundo já conhece. Ao mesmo tempo em que ansiamos por uma continuidade na história, um alongamento de roteiro ou qualquer coisa parecida, a família Bates caminha em direção ao desastre.
No segundo episódio da série, intitulado “The Arcanum Club”, temos a continuação do mistério envolvendo o desaparecimento de Annika Johnson, a “garota do quarto 4”. Desconfortável por não ver nenhum sinal da garota há dois dias, Norma levanta a suspeita de que há algo relacionado com Norman, e sua teoria é ainda reforçada após Emma dizer que o então namorado e a garota saíram juntos do motel duas noites atrás. O fato nos apresenta a uma Norma desconfiada do filho que, em determinada cena, deixa transparecer a dúvida a respeito da confiança que tem no filho sob as atuais circunstâncias.
“Não sei mais por quanto tempo consigo fazer isso…”
Norma ainda se vê desprendida do compromisso com o Xerife Romero, que deixa o motel após o fim da construção de sua casa. Confesso que eu nutro por esses dois um romance maluco e a cena da despedida deles foi muito bem feita – me lembrou meus tempos de adolescente, quando eu precisava me despedir da pessoa que eu gostava e, apesar de querer muito dar um beijo estilo Hollywood, terminava com um abraço sem açúcar seguido de um “até mais”.
Sem Romero por perto, Norma agora está um pouco vulnerável e vemos no decorrer do episódio seus picos de loucura. Cá entre nós, eu admiro Norma Bates. Apesar de toda a porcaria que acontece em sua vida, ela ainda assim vai atrás do paradeiro de Annika e acaba descobrindo coisas muito mais sinistras envolvendo a cidade.
Se na temporada passada tivemos o enredo todo se fechando em volta das plantações de maconha, dessa vez, o Clube Arcano (ou, The Arcanum Club) nos deixa aquela sensação de “o que diabos estão fazendo lá?”, claro que Norma vai descobrir – ainda mais com Romero nos esquemas…
“Não sei porque, mas mulheres desequilibradas parecem ser atraídas por você.”
Falando da maconha… O pai-tio de Dylan resolveu ficar de vez e o cheiro de problema que eu senti exalando dele desde a primeira aparição ficou mais forte nessa temporada. Tentando ser um “pai” para Dylan, Caleb acaba revelando um lado mais explosivo e violento – para quê matar o cachorro? Para quem acompanha desde o início a história da família Bates, sabe que Caleb não foi o tipo de irmão exemplar que Norma gostaria de ter por perto.
Ou gostaria?
Ainda no núcleo de Dylan, somos apresentados a um vizinho esquisitão que faz algumas observações sobre a plantação de maconha. Interessado demais nos assuntos administrativos da “família Cooper”, Chick Hogan possui um grande arsenal de arma de fogo e faz um alerta a pai e filho para que mantenham a paz na floresta. Caleb ouve e vai embora, mas não antes de fazer um discurso de ordem do tipo quem-manda-na-parada-sou-eu. Caleb fede a problema e, pobre de Dylan, ainda vai causar muito alvoroço nos negócios do rapaz.
“E as namoradas?” Como já esperávamos, Norman e Emma estão vivendo um romance e o que isso pode desencadear na mente do rapaz ainda é uma incógnita perturbadora para os fãs. Emma vem se mostrando uma verdadeira adulta, auxiliando Norman com o motel, os estudos e ainda demonstrando um interesse em fazer coisas que amigos não fazem que deixa Norman um pouco desnorteado. E é aqui o ponto chave desse episódio.
“Sabe, às vezes parece esmagador…” “É, sexo é complicado”.
Com a proposta implícita de sexo, Norman e Emma estão numa espécie de corda bamba na qual alguém vai cair e se machucar feio – aposto minhas fichas de que não será Norman. O atual gerente do “famoso” Motel Bates sabe dos seus problemas e sabe que, se em determinado momento chegar ao ponto final com Emma, as coisas podem sair do controle e é isso que me preocupa como fã. Gosto deles como um casal, mas, juntos acabam sendo uma bomba relógio que vai explodir a qualquer momento.
A sombra do Norman de “Psicose” está cada vez mais presente e as expressões que o garoto demonstra ao falar de sexo, ou, de mulheres, nos aproxima daquele psicopata que sabemos que vive dentro dele. Nesse ponto é importante que se elogie o trabalho excelente feito por Freddie Highmore. Os olhares e engasgos durante as cenas me deixam curioso sobre o que se passa dentro da cabeça de um psicopata quando tocamos em seu ponto fraco.
Como sempre, o episódio acaba respondendo e levantando dúvidas. Desta vez, o corpo de uma jovem se encontra flutuando já apresentando sinais de decomposição devido à água – deve estar ali há uns dois dias, creio eu. Quem era? Quem a colocou ali? Talvez saibamos a resposta. Agora, o que será de Norma e Romero? Emma e Norman? Dylan e Caleb? Vejo o elenco se dividindo e se distanciando à medida em que o seriado caminha para o grande epílogo.
Quanto a quem restará no final, pergunte a um cara chamado Hitchcock, acredito que ele tenha a resposta.