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Resenha: O Sol Também é Uma Estrela, Nicola Yoon

Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.

Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.

O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

O livro “O Sol Também é Uma Estrela” é uma obra de lições. Teve destaque no mundo e chegou forte no Brasil em uma linda edição pela Editora Arqueiro. Foi questão de tempo para que as pessoas lessem e se identificassem com as personagens, além disso, que pudessem se questionar sobre várias questões que o livro remete e se deliciar em um amor juvenil cheio de complexos e diferenças.

Nesse segundo livro de Nicola Yoon, autora best-seller de “Tudo e Todas as Coisas”, conheceremos a história de Natasha e Daniel. Ela é uma imigrante Jamaicana que vive nos Estados Unidos, desde os oito anos, cresceu sendo uma garota que ama o lugar que vive e desenvolveu aptidão para ciências e tudo que seja comprovado. Nada de sorte ou destino, para ela, tudo são fatos, metodologias e ciências. Por outro lado, Daniel é um garoto coreano totalmente oposto a Natasha, acredita em destino, é sonhador, almeja ser poeta e leva tudo e todas as coisas com o coração.

Natasha gosta de sua vida em Nova York, exceto pelo fato dela e sua família estarem morando ilegalmente no país e estarem a poucos passos de serem deportados. Ela acha que culpa da deportação da família é de seu pai e que não é justo que toda sua família pague esse preço por um erro dele. Com isso, a personagem tenta cancelar a decisão do juiz sobre a deportação e vai atrás dele.

Com essa difícil missão em mãos, Natasha corre atrás disso e acaba passando ocasionalmente ao lado de Daniel, que estava vestido de terno e gravata vermelha, pela primeira vez e o garoto começou a segui-la como quem teve uma paixão a primeira vista, até que em certo momento se encontraram em uma loja de discos, no início dessa “perseguição” que não acabou por ai.

Um dia. A história se passa em um dia. E é nesse tempo que a vida um do outro começou a mudar. Nas primeiras conversas Daniel consegue ver que Natasha é desacreditada em destino ou amor a primeira vista e ele está convencido que se apaixonou por ela. O garoto sugere que façam um experimento “cientifico” que levaria os dois a se apaixonarem, porém ele tinha pouco tempo para fazer isso, aproximadamente 12 horas.

Aparentemente temos a receita de uma história clichê, mas Nicola Yoon surpreende novamente com uma narrativa ágil e bem escrita. Temos a possibilidade de acompanhar em capítulos rápidos a visão das personagens principais em primeira pessoa e aproveitar para ler em terceira pessoa as escritas de alguns personagens secundários e explicações para certos eventos que trouxeram um ar mais interessante a obra.

Tudo acaba acontecendo tão rápido que nem temos tanto tempo para nos aprofundarmos nas construções das personagens, afinal, são 276 páginas que basicamente narram um único dia. Mas com toda sua simplicidade e envolvência tiramos várias lições do livro e mergulhamos em observar todas diferenças trazidas a tona pelos personagens e ver como se constrói as soluções dos conflitos abordados.