“Sentada no canto da sala, com um pouco de vergonha da roupa que eu estava usando, coloquei as sapatilhas no pé e olhei pra todos os lados, eu estava perdida. Mas foi a música começar a tocar e eu encontrei um mundo de fantasia que toda criança sonha.”
E assim começou a minha jornada como bailarina, e para comemorar o dia da dança, eu quis contar aqui um pouquinho de como é viver o ballet.
Ao contrário do que aparentamos, o ballet por si só não é delicado, batalhamos muito pra alcançar a leveza nos movimentos, tem dias que sentimos as pontas dos pés formigarem de tanto tempo que estamos usando a sapatilha, mas mesmo assim continuamos dançando e sorrindo.
O alinhamento do corpo é construído a cada dia, com o tempo começamos a ser tão rigorosos com nós mesmos que percebemos que aquele dedo que está 1cm fora do que devia faz MUITA diferença, e assim, vamos ficando mais rígidos com nós mesmos, tentando sempre melhorar.
Superar cada dia mais as dificuldades está na nossa rotina, o físico nem sempre nos favorece, mas aos poucos vamos aprendendo a lidar com as nossas limitações, nunca desistindo, adaptamos os movimentos ao nosso corpo, fazendo parecer que tudo aquilo nasceu com você quando sobe num palco.
Não há maior prazer pra um bailarino do que aquele momento no fim de apresentação que você vê o olhar de orgulho do seu professor que fez você amadurecer suas técnicas, que gritou com você pra você arrumar sua postura ou pra desentortar seu pé. Esses professores rígidos sempre são os que mais fazem a diferença na vida de um bailarino.
Pra finalizar, não podia deixar de lado o momento mágico que você sobe no palco e se sente andando nas nuvens, o corpo esquece de todo nervosismo que passou enquanto estava na coxia, àqueles momentos durante o espetáculo compensam cada minuto de ensaio, cada centavo que seu figurino custou.
“A dança é tudo que eu preciso
Tudo que eu amo
Tudo que eu sou”