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Livros, Resenhas

Resenha: Amor de todas as formas, Mila Wander, M.S. Fayes, Raiza Varella, Tatiana Amaral e J.C. Ponzi

Não existe um jeito certo de amar nem a hora certa para o amor chegar. O amor pode aparecer no supermercado depois que a porta se fechar, que mal tem? Ou quem sabe aparecer através de uma forma pura, meiga e delicada como em uma linda dança de balé? Ao espiar por uma janela proibida, quem sabe você se depara com aquele garoto de olhos azuis que sonha? Você pode viver uma aventura deliciosa, mesmo não parecendo muito correta, e essa aventura aquecerá seu coração. O destino tem, sim, o poder de unir dois corações de caminhos opostos, afinal, no amor não existe impossível. Todo dia é dia de comemorar o amor. O importante é abrir o coração, sair do convencional, driblar as asperezas da vida, estar pronto para dar um fora na rotina e viver todos os dias uma grande paixão.

Vejo mulheres, sinto mulheres, leio mulheres. Uma experiência incrível ler “Amor de todas as formas”, o livro que é uma união de contos escritos e dedicados para apreciar a ótica feminina (e bastante singular) a respeito do Amor e de todas as condições que nos é imposta por esse sentimento traiçoeiro que insiste em nos pregar uma peça.

“… o amor não se vê com os olhos mas com o coração.” William Shakespeare

O livro possui cinco contos inspirados e redigidos por cinco escritoras que me cativaram em cada palavra. Cada uma com o seu recorte estilístico linguístico diferente que me prendeu em cada momento de leitura que, fiz o máximo para ser contínua.

Em linhas gerais, os cinco contos: um dia para os namorados; pas de deux; o garoto que desapareceu; amuleto e uma louca noite no supermercado, para se analisar mediante os cinco tópicos elementares dos estudos literários de textos escritos em prosa (foco narrativo, personagens, tempo, espaço e enredo) tem como tempo: o dia dos namoradas.

O espaço já é bastante variado, por exemplo, em ‘um dia para os namorados’ a trama conjugal se desenrola em uma submarino que também é hotel e, em ‘uma noite louca no supermercado’, o próprio título já nos diz.

Senti especialmente no conto ‘amuleto’, de JC Ponzi, uma presença maior da voz masculina encontrada na personagem Jodie Clarke, mas é a dona da

“boca carnuda, e maças do rosto proeminentes. Olhos castanhos são sofridos, mas isso não apaga o brilho expressivo que insiste em manter aceso. Um vestido velho e puído cobre seu corpo de curvas voluptuosas” (Amuleto, JC Ponzi, p. 258)

que faz o próprio Clarke salivar que rouba a cena, Samantha.

Portanto, o empoderamento da mulher e a sua visão de amor está afinco neste livro, mas as personagens se concentram em casais, visto que o livro tem como objetivo expressar que não há um meio específico para se amar ou encontrar um amor, em qualquer tempo, em qualquer lugar e não importa em qual situação se encontra, você é capaz de amar alguém.

Então, não há uma fórmula para se viver o amor, o livro deixa esse ensinamento bem nítido. Nada no amor está as claras, premeditado ou planejado, o amor pode ser encontrado em todos os lugares e vivido de várias formas.

É possível se identificar com cada personagem encontrada no livro, consequentemente, é preciso ler cada história para se reconhecer. Vou deixar o enredo por sua conta também, ok?

PS: se encontre nesse livro!

e…

Viva o Amor!

Livros, Resenhas

Resenha: Rainbow, M.S. Fayes

Rainbow Walker sempre se sentiu diferente das garotas da sua idade. Com um nome peculiar e uma família estranha, ela nunca conseguiu estabelecer vínculos ou manter muitas amizades. Agora, em uma nova cidade, ela terá de se adaptar a uma nova escola e rotina, ao mesmo tempo que precisa deixar sua introspecção de lado.

Mas Rainbow não está sozinha nessa jornada, já que uma pessoa inesperada entra em seu caminho, fazendo com que ela precise rever todos os velhos preconceitos em relação aos outros, obrigando-se a deixar as pessoas entrarem na sua vida.

Reviravoltas, conflitos familiares e toda espécie de desventuras típicas de uma adolescente no Ensino Médio não podem competir com o que ela menos esperava encontrar: o amor e a autodescoberta.

Por um minuto, enquanto lia o romance de M.S. Fayes, Rainbow (2017), pensei que a autora tinha visto alguma foto minha para se inspirar e escrever/descrever o Thomas, rs.

Mas não… Será??

Rainbow é o relato da vida de uma adolescente que tenta sobreviver ao retrato do colegial nosso de cada dia e o sistema que divide grupos de jovens entre os ‘populares’ e ‘não populares’. A bela e séria garota que dá nome ao livro, é uma jovem nem um pouco comum, já se reconhece prematuramente pelo nome. Filha de pais hippies, Rainbow e seus irmãos possuem nomes de eventos naturais: Sunshine e ThunderStorm.

“nós somos o que você poderia chamar de ‘uma família viajante’…” [p. 07]

Após se mudarem inúmeras vezes e dificultar ainda mais a sobrevivência no colegial, Rainbow demonstra ser uma garota com um único desejo: ser normal. O espaço é diversificado no decorrer da narrativa, mas é a escola o lugar sacro e elementar para os acontecimentos decisivos na vida de seus alunos.

Na nova escola, a garota novidade e não popular revoluciona o poderio das líderes de torcida e as mais belas do reinado escolar e conquista os “reis do baile”: Thomas e Jason. Incrível, não é? Uma garota que levou o título de estranha, mas que chamou a atenção do quarterback. Às vezes, a vida vira o jogo e tudo começa mudar, foi o que aconteceu com Rain.

Esse livro nos ensina que o normal não é um estereótipo a ser seguido, mas se encontrar nas próprias particularidades e aceitar a si mesma/mesmo com peculiaridades e incertezas; somos perfeitos na imperfeição e normal em nossas diferenças. Rain nos ensina isso ao nos contar sua história, pensamentos e sentimentos. Vejo o livro Rainbow como o diário de uma jovem adolescente em amadurecimento. Crescemos e amadurecemos com Rain.

Livros, Resenhas

Resenha: Voraz, Bárbara Shênia

Clara é uma brasileira que tem um relacionamento complicado e cheio de traições com Eric. Todo o sofrimento causado pelas idas e vindas desse romance acaba afetando seu lado profissional e sua vida social. Após ser demitida e encontrar Eric mais uma vez com outra mulher, Clara decide retomar sua vida e, seguindo o conselho de uma de suas amigas, resolveu fazer uma viagem para a Grécia.

Assim que desembarca na Grécia, ela conhece Alexandros. Clara fica encantada com a beleza dele, mas ao mesmo tempo desapontada com sua arrogância, Alexandros, grego e multimilionário, a deseja no momento em que coloca os olhos nela, mas com medo de que ela se interesse apenas por seu dinheiro, ele tenta não se envolver e acaba sendo grosseiro.

Recheado de romance, ciúmes, intriga e cenas quentíssimas, Voraz envolve o leitor em uma viagem imaginária. É um dos seis livros que conta a história de cinco amigas. Clara, Alice, Lívia, Ana e Giulia vão fazer você viver junto com elas novos conceitos sobre sexo e aventuras na vida de mulheres contemporâneas, ousadas e românticas.

“se ela me deixou, a dor é minha só, não é de mais ninguém. aos outros eu devolvo a dor, eu tenho a minha dor. Se ela preferiu ficar sozinha ou já tem um outro bem. Se ela me deixou, a dor é minha, a dor é de quem tem. é meu troféu, é o restou, é o que me aquece sem me dar calor. se eu não tenho o meu amor, eu tenho a minha dor […]”

Zeus, para os gregos, ao partir para a criação decidiu fazer a mulher como o elemento mais raro e complexo. Não criou somente a ‘mulher’, mas a mulher porco, mulher raposa e a mulher abelha, e sim, estamos falando de uma mulher abelha bem especial.

“… outro tipo é feito da abelha: afortunado quem a tem; só ela merece ser isenta de culpa, os bens que ela administra irão prosperar; amiga do amado marido, envelhece em sua companhia…” [Voraz, p. 111]

O livro Voraz, escrito por Barbara Shênia, é o reflexo do tipo de mulher que idealiza um relacionamento estável, gostoso de se viver, bem apimentado como um caso adolescente, mas recíproco como um casamento forjado pelo amor eterno.

A personagem Clara, protagonista, viaja para Grécia com término de um relacionamento de vários anos de forma catastrófica na tentativa de se encontrar como era antes de Eric, o namorado ninfomaníaco que a traiu incansavelmente com várias mulheres.

O romance possui uma linguagem apimentada que registra na memória do leitor os detalhes íntimos de todas as situações de carinho intenso que Clara se encontra no decorrer de 348 páginas.

Clara se envolve com dois rapazes em sua caminhada em busca de mais amor próprio, Filippo e Alexandros, entretanto, é com Alexrandros que sua alma e corpo gemem.

O espaço do romance é diversificado, mas centralizado na Grécia – ilhas e outros principais pontos turísticos da terra dos deuses, local onde acontece a maior parte dos episódios, ás vezes engraçados e outros bem loucos, que Clara vive. Mas são citados Itália, Estados Unidos e Brasil.

Em relação ao tempo, a escritora nos deixa bem claro que toda a viagem de Clara leva trinta dias, um mês entre sua estadia na Itália até o seu conflito com Alexandros na Grécia.

O enredo é fantástico! Vale a pena descobrir!