Se você está procurando um livro emocionante, cheio de aventuras e reviravoltas, já deixo avisado que é melhor não ler este livro. Mas se você é paciente, gosta de leituras clássicas, uma narrativa mais lenta, mas que traz uma enorme reflexão sobre a vida e a relação entre as pessoas, eu recomendo que leia.
“O Grande Gatsby” se passa na década de 20, pós primeira guerra mundial, uma época muito próspera para os Estados Unidos. A história é contada por Nick Carraway, um jovem de classe média, que deixou o interior para morar em Nova York e trabalhar como corretor da bolsa de valores. Ele aluga uma humilde casa em Long Island em um bairro repleto de mansões e se torna vizinho de Jay Gatsby.
Nick nos apresenta a todos os personagens da história, servindo como narrador, observando os fatos que acontecem ao seu redor e tendo um conhecimento privilegiado dos segredos de vários personagens.
Gatsby é um milionário que ama fazer festas grandiosas e extravagantes em sua mansão, que vivia aberta a todos os que quisessem participar. A princípio ele é um personagem misterioso, envolto de diversos mitos sobre como tinha adquirido sua riqueza. Nick ouve as mais absurdas teorias sobre a vida de Gatsby quando frequentava as festas, mas na realidade muitos dos convidados nem sabiam quem era o anfitrião e muito menos Gatsby os conhecia.
Aos poucos vamos descobrindo a verdadeira história de Gatsby. Suas festas constantes e luxuosas escondiam o fato de Gatsby ser extremamente solitário e sonhador. Vivia com a cabeça em seu amor do passado, Daisy. Enriquecera com esperança de estar a sua altura (já que ela era de uma família muito rica) e conquistá-la, construíra sua casa em um local em que era possível ver a casa em que a amada vivia com o marido Tom Buchanan e sonhava com o dia em que ela aparecesse em uma de suas festas.
Daisy é prima de Nick, e ele ajuda Gatsby e Daisy a se reencontrarem e reviverem a relação que tinham na juventude, mas que fora interrompida pois Gatsby foi chamado para lutar na 1ª Guerra Mundial. Esse reencontro gera uma série se consequências que resulta em um final trágico. Mas que não irei contar, é claro.
Vamos agora a uma breve análise dos personagens, seguindo meu ponto de vista, fiquem livres para discordar. Para mim, Gatsby é o ponto forte do livro, no começo não sabia direito o que pensar dele, pois não se tinha muita informação. Mas quando o conhecemos de verdade, vemos que ele é o personagem mais profundo e apaixonado do livro, além de ser extremamente educado com todos.
Sobre Nick, não tenho muito o que falar, ele é um mero contador da história, nos conta sobre tudo que ocorre, mas revela-se o único amigo verdadeiro que Gatsby teve.
Daisy é uma pessoa extremamente vazia. É fútil, mimada, age como criança em diversas situações e é facilmente manipulável. No começo senti pena dela, pois vivia em um casamento infeliz, o marido a tratava mal e tinha um caso com outra mulher. Mas no final só senti desprezo e duvida se ela tenha amado qualquer pessoa na vida.
E por último, o personagem mais desagradável, Tom, marido de Daisy. Não gostei dele desde o princípio, sempre se mostrou arrogante, preconceituoso, soberbo, mal educado. Mantinha uma relação com Myrtle Wilson e chegou a agredi-la fisicamente (o que me fez odiá-lo ainda mais).
Enfim, devo confessar que me decepcionei um pouco com o livro, achei o ritmo lento, fiquei lendo na esperança que algo emocionante acontecesse e não aconteceu. É um livro que requer muita atenção, fiquei perdida diversas vezes, sem entender o que estava acontecendo e tive que reler algumas partes.
A obra traz uma crítica muito forte aos costumes da época, à bebedeira, às festas, ao dinheiro, ao adultério e as relações humanas superficiais, baseadas em interesses e status. Problemas que continuam presentes na atualidade, quase 100 anos depois da publicação do livro.