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Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Turma da Mônica – Laços (2019)

A notícia que a Turma da Mônica ganharia um filme em live-action, divulgada em 2017, mexeu com o imaginário de milhares de pessoas, afinal, a galera do bairro do Limoeiro está presente na memória afetiva de diversas gerações. Adaptação da HQ “Laços”, publicado em 2013 pela Panini Comics, a história se deriva de um projeto da Maurício de Sousa produções que proporcionou releituras dos personagens sob a visão de diversos artistas brasileiros, neste caso, Vitor e Lu Casfaggi. Com direção de Daniel Rezende, que havia dirigido anteriormente Bingo: O Rei das Manhãs (2017), o filme Turma da Mônica – Laços cumpre bem o seu papel de apresentar o “Universo Turma da Mônica” nas telonas, sem precisar recorrer a técnicas caricatas ou que forçassem algum apego pelo peso nostálgico dos personagens principais.

É preciso, antes de tudo, reforçar que se trata de um filme infantil, logo, esperar grandes plow-twists e histórias complexas está completamente fora de cogitação. Mas desde seu começo, ao apresentar as características dos personagens, o filme demonstra que a escolha de elenco não se baseou em semelhanças físicas dos atores escolhidos aos personagens, mas também características próprias que reforçassem tal visão. Giulia Benite , Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira – Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão respectivamente – demonstram em tela um entrosamento e harmonia entre si que tornam a obra mais leve de acompanhar. Existiu ainda a preocupação de não apostar em violência física para definir Monica, uma vez que todas as cenas em que Sansão é usado para derrotar os seus inimigos nós não vemos a ação em si, nos restringido a ouvir sons e ver expressões daqueles que estão ao redor da cena. Com um visual colorido e despojado, a ambientação do filme grita “cidade do interior”, com seus coretos, cercas, pipoqueiros e vendedores de balões, nos levando para um universo onde crianças não ficam presas a gadgets o dia todo.

Se o entrosamento e desenvolvimento do elenco infantil ao decorrer do filme é boa, é preciso destacar dois personagens adultos que mandaram muito bem em seus papéis: Fafá Rennó ao dar vida a Dona Cebola chegou inclusive a chocar por sua semelhança com a mamãe que ficamos acostumados a acompanhar nas páginas de gibi – inclusive, aqui vem uma surpresa, pois em todas as divulgações realizadas, Monica Iozzi é destacada por dar vida a Dona Luísa, a mãe da dentuça “dona da rua”, porém, nos poucos momentos em que apareceu, foi engolida Fafá. Já Rodrigo Santoro ao viver o personagem Louco deu um banho, trazendo um alívio cômico (seria demais dizer que foi até mesmo filosófico?) necessário, uma vez que precisamos admitir que o filme fica bastante lento em determinado momentos.

Entrando neste aspecto sobre a lentidão apresentada no meio do filme, em que determinadas cenas até se assemelham a algumas barrigas para gerar tempo, é necessário nos lembrarmos sobre o público alvo que a história mira. Apesar de ter me incomodado, acompanhei uma sessão com diversas crianças e seus pais e as pude ouvir estar apreensiva e até mesmo com medo, especialmente em um momento em que a turma se adentra em um cemitério no meio da floresta – rendendo até cenas previsíveis como quando Cascão e Cebolinha se assustam consigo mesmos. Para um espectador mais adulto, tais momentos podem não ter sido o ápice do filme, mas, para as crianças que acompanhavam, com certeza, foi o clímax de tudo.

Por fim, podemos encorajar aqueles que são fãs da Turma da Monica a assistir ao filme, e o melhor, que assistam acompanhados de seus filhos, sobrinhos, primos ou irmãos. Será uma experiencia rica para ambos: aos mais velhos pelo fator nostálgico, que acaba sendo inevitável e alcançado de forma leve, e aos mais novos pela aventura e carisma que esbanja dos 4 personagens principais. Foi lindo ver a sensibilidade que a obra de Maurício de Sousa foi tratada – Ah! E claro, a breve participação do próprio cartunista, momento que deixa qualquer um com um sorriso de orelha a orelha.

 

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Atualizações, Filmes

Assista ao trailer assustador do suspense nacional “O Rastro”

É notável que o cinema nacional vem crescendo cada vez mais. E com o crescimento, novos gêneros vão ganhando espaço entre as produções brasileiras. É o caso de O Rastro, suspense estrelado por Rafael Cardoso (Do Começo ao Fim) e Leandra Leal (O Lobo Atrás da Porta). Confira o trailer a seguir:

“João (Rafael Cardoso) é um médico escolhido para coordenar a remoção de pacientes de um antigo hospital prestes a ser desativado. Na noite da transferência, uma menina de dez anos desaparece sem deixar vestígios. Quanto mais João se aproxima da verdade, mais ele mergulha em um universo obscuro, que nunca deveria ser revelado”, diz a sinopse oficial.

O filme ainda traz no elenco Felipe Camargo, Cláudia Abreu, Alice Wegmann e participação do saudoso Domingos Montagner. O Rastro é dirigido por J.C. Feyer e tem estreia prevista para 18 de maio nos cinemas.

Críticas de Cinema

Crítica de Cinema: Superpai (2015)

Uma festa com os amigos, uma esposa deprimida, um filho pequeno e uma sogra acidentada. O que fazer quando esses quatro fatores se cruzam para atrapalhar a única chance de se apagar erros de um passado não muito distante?

Superpai é uma produção brasileira que conta o caso de Diogo, um homem que parece não aceitar muito bem a vida adulta e que tem a chance de, numa festa de reencontro dos amigos da escola, reparar um erro que manchou sua reputação para sempre. Acontece que ao mesmo tempo em que se prepara para a noitada, sua sogra sofre um acidente fazendo com que sua esposa tenha que ir cuidar da mãe. O resultado? Diogo precisa ficar com o filho.

Seguindo o movimento, Superpai caminha junto com o gênero comédia que vem crescendo nas produções brasileiras desde o sempre bem lembrado “Se Eu Fosse Você”. O filme possui um humor típico de brasileiro, permeado com uma linguagem próxima da realidade e com um foco principalmente na situação e não no ambiente – resumindo, não é apenas um filme embalado com sexo e palavrão.

Danton Mello, ao lado de Dani Calabresa, Thogun Teixeira, e Antonio Tabet são os protagonistas do longa dirigido por Pedro Amorin (“Mato Sem Cachorro”, 2012). A atuação do quarteto puxa o ponto alto do filme que é a naturalidade com que as situações são criadas, encaradas e resolvidas. As personagens são apresentadas e desenvolvidas de maneira sutil, sem colocar uma sobre a outra, mostrando personalidades únicas no enredo que tiram a melhor gargalhada de cenas aparentemente simples.

“Em um minuto você é uma lenda do pôquer. No minuto seguinte você está casado com uma mulher viciada em calmantes e tem um filho que não sabe ler nem escrever.”

A história é muito bem construída e narrada, pelo ponto de vista de Diogo (Danton Mello), que precisa encontrar um lugar para deixar o filho e poder ir à festa. Acontece que na volta, ao buscar a criança, Diogo se confunde e acaba trazendo um filho que não é o dele.

O menino que Diogo leva embora é japonês e talvez seja aí que as críticas podem começar a pesar. O filme é recheado de piadas com a etnia do garoto que é apelidado de Jaspion, Tamagochi, Pokémon e outros personagens da cultura pop japonesa. Cá para nós, já passamos dessa fase. Não vejo como é possível interpretar qualquer uma das “piadas” como ofensa ao povo nipônico. Enfim…

“Qual o seu nome galoto? Fala poltuguês?”

Quebrando um pouco a rotina de um filme de comédia e seguindo uma tendência já explorada pelas produções americanas, o fim da trama revela um lado mais denso e complicado, quebrando a ideia de que o filme é apenas mais um filme para você dar boas risadas e fim. A verdade a respeito de “Jaspion” traz à tona uma realidade muitas vezes mascarada na sociedade – assista e verá.

O elenco conta ainda com Rafinha Bastos e Danilo Gentili que, apesar de não estarem no núcleo principal, fazem um excelente papel no longa.

Superpai tem indicação mínima de 16 anos por conter violência e linguagem pesada e, apesar de ver alguns pais com crianças no cinema, esse é um caso em que é realmente indicado seguir a classificação indicativa. Apesar da temática envolver crianças, não é um bom filme para se ver com o “pequeno” do lado.

No mais, Superpai mostra que o cinema brasileiro está indo muito bem, obrigado, destruindo aquela imagem supérflua e generalizada de que cinema bom é Hollywood. Além de pessoas conhecidas, novos nomes estão surgindo na mídia e sendo muito bem explorados por produções independentes de roteiro prévio. Agora, aproveitando o embalo, aproveito para deixar a sugestão de que sejam vistos mais filmes nacionais e que, além disso, que sejam feitas mais adaptações de obras clássicas brasileiras. Se a ideia vêm obtendo grandes resultados no exterior, com os filmes incitando as pessoas a lerem os livros, porque não usar da mesma teoria aqui no Brasil?

Se interessou? Assista ao trailer aqui e comente nas redes sociais com a tag #BecoLiterário.