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Oscar 2017: as gafes da premiação

A 89ª cerimônia do Oscar foi histórica. Além de algumas surpresas nos vencedores e uma premiação bem dividida que você pode conferir aqui, duas grandes gafes aconteceram.

And the Oscar goes to… La La Light

O maior prêmio da noite – Melhor Filme – foi anunciado pelos atores Faye Dunaway e Warren Beatty. Warren retira o cartão do envelope e hesita em anunciar o vencedor. Olha para os lados, para o público, parece confuso.

Então, Faye que pensava que o ator estava brincando, faz uma piada e anuncia o grande vencedor da noite: La La Land: Cantando Estações.

Depois que a equipe sobe ao palco e começa a discursar o erro é apontado. Na verdade, o vencedor na categoria de melhor filme é… Moonlight: Sob a Luz do Luar.

A confusão aconteceu na entrega dos envelopes. Warren Beatty explicou à plateia que no cartão de anúncio estava escrito: “Emma Stone – La La Land”. Porém, mais tarde Stone, que levou o Oscar de Melhor Atriz, declarou em entrevista que o envelope com o anúncio de seu nome na categoria tinha ficado com ela o tempo todo.

Então, o que aconteceu?

A votação e contagem dos votos é feita por uma empresa, a PricewaterhouseCoopers (PwC). Dois funcionários ficam no palco, cada um com um envelope, e são os únicos a saber os vencedores antes do público.

Portanto, há mesmo dois envelopes com o mesmo anúncio. Um é entregue ao apresentador o outro fica com o funcionário para conferência. A questão agora é como o envelope errado foi parar na mão de Warren Beatty.

Em seu twitter, a PwC assumiu a culpa e pediu sinceras desculpas:

Pedimos sinceras desculpas a Moonlight, La La Land, Warren Beatty, Faye Dunaway e ao público do Oscar pelo erro durante o anúncio de Melhor Filme. Os apresentadores receberam por engano o envelope da categoria errada o que, assim que descoberto, foi imediatamente corrigido. Estamos investigando como isso pode ter acontecido e sentimos muito pelo ocorrido.

In Memoriam… but still alive

Mais uma gafe no Oscar deste ano

Outra grande gafe da cerimônia aconteceu durante a sessão “In Memoriam”. Momento que todo ano anuncia os artistas da indústria cinematográfica que faleceram recentemente.

Na foto acima, pode-se ler o nome de Janet Patterson – figurinista. De fato, a figurinista Patterson faleceu em outubro de 2016, porém a foto que foi mostrada era de Jan Chapman, produtora australiana que ainda está… viva.

As duas já trabalharam juntas em O Piano (1993) e Brilho de uma paixão  (2009), filmes pelo qual Patterson foi indicada ao Oscar. A figurinista foi indicada outras duas vezes por Retratos de uma mulher (1996) e Oscar e Lucinda (1997).

A produtora Jan Chapman declarou à imprensa:

Estou viva, bem e continuo ativa. Eu fiquei devastada com o uso da minha foto no lugar da minha grande amiga e colaboradora de longa data Janet Patterson. Pedi para a agência dela checar qualquer fotografia que pudesse ser usada e soube que a Academia disse a eles que estava tudo certo. Janet foi uma grande beleza, quatro vezes indicada ao Oscar, e é decepcionante que esse erro não tenha sido notado.

Chapman é uma produtora conhecida na Austrália e trabalhou, além dos já citados, em filmes como O último dia em que ficamos juntos (1992), A floresta de Lantana (2001) e Babadook (2014).

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Oscar 2017: Curiosidades sobre os indicados a Melhor Filme

É hoje! A 89ª cerimônia de entrega dos Academy Awards acontece neste domingo (26) em Los Angeles, Califórnia. Apesar do “favoritismo” do grande vencedor do Globo de Ouro deste ano, “La La Land”, estamos todos ansiosos para saber quais serão os grandes premiados desta noite no Oscar 2017.

Então, enquanto a premiação não começa, preparamos uma lista com algumas curiosidades sobre as obras indicadas à categoria de melhor filme. Confira abaixo:

  • A chegada (Denis Villeneuve)

O diretor, Denis Villeneuve, e o roteirista do filme, Eric Heisserer, criaram juntos a linguagem visual usada pelos aliens. A equipe, incluindo o diretor de arte Patrice Vermette, conseguiu criar mais de CEM “logogramas”, de fato funcionais, dos quais setenta e um aparecem no longa.

Os desenhos da linguagem circular foram criados pela artista Martine Bertrand, esposa de Vermette, e o filho do casal criou os desenhos de Hannah (filha da Dra. Louise Banks no filme).

Também trabalharam na criação dos ideogramas Stephen Wolfram, fundador de um software de codificação matemática, e seu filho, Christopher Wolfram. Os dois criaram o método que Louise e Ian iriam analisar os logogramas e perceberam que cada imagem poderia ser dividida em 12 partes, sendo que cada uma delas contribuiria para o significado de sentenças simples ou complexas.

O formato das imagens também adquiriu significado. Um traço mais grosso indicaria urgência; um mais fino, calma; e um pequeno gancho indicaria uma pergunta.

  • Até o último homem (Mel Gibson)

O produtor Hal B. Wallis já tentou várias vezes, na década de 50, comprar a história de Desmond T. Doss e queria que Audie Murphy estrelasse no papel principal. Porém, Doss, ainda vido à época, não vendeu os direitos para as filmagens.

Mais tarde, após a morte de Desmond, os direitos foram vendidos e desde a compra até o início da produção passaram-se 14 anos!

Antes de Mel Gibson ser escolhido como diretor, Randall Wallace, roteirista de Coração Valente (1995), foi cogitado para o cargo. O último filme que Gibson havia dirigido foi Apocalypto, em 2006.

  • A qualquer custo (David Mackenzie)

A frase “Hell or High Water” (do título original) vem da expressão “Come hell or high water“. Em português significa algo como “Faça o que tem que ser feito, não importa as circunstâncias”.

O título também faz referência à “cláusula céu-inferno” em um contrato, que indica que os pagamentos devem continuar, apesar de todas as dificuldades que a parte devedora possa enfrentar.

  • Estrelas além do tempo (Theodore Melfi)

A cena dos banheiros, no filme vivenciada por Katherine Johnson (Taraji P. Henson), aconteceu, na verdade, com Mary Jackson, personagem de Janelle Monáe.

Porém, uma das discriminações reais que Katherine sofreu foi quando exigiram que ela utilizasse um pote de café separado no trabalho. No filme, quando o escritório é mostrado, a marca de café Chock Full o’Nuts pode ser vista em algumas cenas.

Este fato tem importância dentro do contexto, já que em 1957 a Chock Full o’Nuts foi uma das primeiras empresas de Nova York a contratar um negro para o cargo de vice-presidente corporativo.

Outro ponto interessante é que na cena em que Paul Stafford (Jim Parsons) fala com os engenheiros da NASA, um dos atores, na verdade, é Mark Armstrong, filho do astronauta Neil Armstrong.

  • La La Land: Cantando Estações (Damien Chazelle)

O compositor das músicas do filme, Justin Hurwitz, contou que todas as performances no piano foram primeiro gravadas pelo pianista Randy Kerber durante a pré-produção.

Depois, Ryan Gosling (Sebastian) teve aulas de piano duas horas por dia, 6 dias por semana, durante 3 meses, para aprender as músicas de cor. Quando as filmagens começaram, o ator já era capaz de tocar todas as músicas no piano, sem precisar de “dublê de mão”.

E tem mais! O diretor, Damien Chazelle, queria filmar as cenas inspiradas na tradição dos musicais: sem corte ou muita edição. Sendo assim, Gosling teve que tocar as músicas em uma única tomada, sem cortes ou erros. E conseguiu isto logo no primeiro dia de filmagem.

O músico (e também ator)  John Legend, pianista de formação clássica, disse que ficou com “inveja” da rapidez com que Ryan aprendeu a tocar piano tão bem.

Outro fato interessante com relação aos atores: Emma Watson foi cotada para o papel de Mia (interpretada por Emma Stone), porém teve que recusar por conta de conflitos com a agenda do filme A Bela e a Fera (estrelado por Watson).

E agora, o mais curioso: Gosling recusou o papel de “Fera” naquele filme para poder filmar La La Land.

  • Lion: uma jornada para casa (Garth Davis)

Como consequência da obra, uma campanha de ajuda financeira para crianças na Índia foi lançada em parceria com as produtoras do longa. Batizada de #LionHeart, pode-se ler o seguinte texto no site oficial do filme:

“Mais de 80.000 crianças desaparecem na Índia a cada ano. Como parte da campanha #LionHeart, estamos colaborando com organizações extraordinárias que trabalham para proteger crianças na Índia e em todo o mundo. Sua contribuição irá fornecer apoio financeiro para ajudar estas organizações a fazerem ainda mais. Você pode fazer a diferença na vida dessas crianças, assim como Saroo”.

As doações podem ser feitas pela internet 🙂

  • Manchester À Beira-Mar (Kenneth Lonergan)

“Manchester-by-the-sea” é uma cidade real que fica no norte de Massachusetts. A cidade se chamava até 1989 apenas “Manchester”,  porém um morador, Edward Corley, liderou uma campanha para acrescentar formalmente o “by-the-sea”.

Sua petição foi aprovada no mesmo ano e o nome da cidade modificado.

  • Moonlight: sob a luz do luar (Barry Jenkins)

Uma curiosidade dos bastidores é que quando Juan está ensinando Little a nadar, ele está fazendo DE VERDADE. O ator Alex R. Hibbert (Little) não sabia mesmo como nadar e Mahershala Ali  (Juan) acaba o ensinando.

Outro curiosidade com relação aos atores é que as cenas que se estendem durante 15 anos da vida de Paula, personagem de Naomie Harris, foram filmadas em APENAS 3 dias entre a turnê promocional de 007 Contra Specter (2015) da atriz.

O fato aconteceu por conta de um problema com o visto da atriz (ela é Britânica e as gravações ocorreram no sul da Flórida).

Além disso, os atores que interpretaram Chion e Kevin nos diferentes estágios de suas vidas não se conheceram durante as filmagens. Jenkins disse em entrevista que a ideia era que cada um interpretasse sem se deixar influenciar pela atuação dos outros.

  • Um limite entre nós (Denzel Washington)

A peça Fences (também o título original do filme) estreou na Broadway em 1987, ganhando o Tony Awards daquele ano de “Melhor Peça”, “Melhor Ator” (James Earl Jones) e “Melhor Atriz Coadjuvante” (Mary Alice).

Uma nova montagem, em 2010, faturou novamente a premiação, levando o Tony de “Melhor Remontagem”, “Melhor Ator” (Denzel Washington) e “Melhor Atriz” (Viola Davis).

Em entrevista, Denzel disse que após encenar a peça 114 no Teatro Cort em Nova York, dirigir a adaptação se tornou apenas um “reajuste”.