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Crítica de Cinema: Pantera Negra (2018)

Uma década inteira se passou desde a estreia de Homem de Ferro (2008), que deu início ao Universo Cinematográfico Marvel – hoje, a maior franquia cinematográfica da história. E, para começar esse ano especial em grande estilo, chega aos cinemas Pantera Negra (Black Panther, 2018).

A história segue os eventos narrados em Capitão América: Guerra Civil (2016). Após perder seu pai num atentado, T’Challa (Chadwick Boseman) retorna ao reino de Wakanda para assumir seu posto como rei. E como primeiro desafio do seu reinado, o Pantera Negra precisa combater uma ameaça que pode comprometer o futuro da sua nação e do mundo.

Divulgação/Marvel Studios

O filme dirigido por Ryan Coogler (Creed: Nascido Para Lutar, 2015) se destaca entre as produções do gênero em muitos aspectos. É a primeira superprodução escrita, dirigida e estrelada por uma equipe formada predominantemente por negros. É também uma das mais maduras e responsáveis. Sem abrir mão do escapismo e de todos os ingredientes que um filme de herói precisa ter, Pantera Negra consegue abordar temas relevantes. O roteiro faz uma crítica interessante e genuína ao momento político e social que estamos vivendo mundialmente.

A história de Wakanda é contada de maneira verossímil e bem detalhada. Uma nação africana, próspera e muito evoluída tecnologicamente, graças ao vibranium abundante em suas terras.  Sua política é isolacionista, escondendo do resto do mundo seus recursos e deixando que acreditem ser apenas um país subdesenvolvido.

O filme desenvolve muito bem os seus personagens, e o elenco é impecável. O T’Challa de Chadwick Boseman é um herói carismático, que entende sua responsabilidade como líder de uma nação, mas que não é livre de medos e incertezas. Em contrapartida, o antagonista Erik Killmonger, interpretado por Michael B. Jordan, traz consigo uma motivação autêntica e um discurso social realista e poderoso, entregando o melhor vilão da Marvel até o momento.

Divulgação/Marvel Studios

Divulgação/Marvel Studios

O elenco feminino é outro ponto forte em Pantera Negra. Okoye (Danai Gurira) é a personificação da força, da lealdade. A princesa Shuri (Letitia Wright) representa a inteligência, dando todo o suporte tecnológico ao irmão T’Challa. Naki (Lupita Nyong’o) transmite generosidade, demonstrando preocupação com os mais carentes. Mesmo estando sob comando do rei de Wakanda, a relação é sempre de respeito e nunca de submissão. E na hora que o bicho pega é que elas mostram realmente o significado de girl power.

A construção de Wakanda impressiona. Figurinos, cenários, maquiagem, adereços e a belíssima trilha sonora celebram a cultura africana com louvor. Há espaço aqui para observar uma nação que, mesmo fictícia, tem sua sociedade, suas tradições, sua crença e seus valores. Tudo muito bem delineado. Pantera Negra faz por Wakanda em apenas um filme o que Thor não conseguiu fazer por Asgard em três.

Abordando política, igualdade de gênero e opressão, entre outros temas, Pantera Negra comprova que é possível fazer um filme de herói ser divertido e relevante ao mesmo tempo.