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Resenha: A Realidade Devia Ser Proibida, de Maria Clara Drummond

A Realidade Devia Ser Proibida, de Maria Clara Drummond conta a história de Eva, uma ruiva que tenta se enquadrar nos padrões de beleza por pressão da mãe, que é fanática por aparências e que insiste para a filha esconder suas imperfeições.  Quando sua mãe viaja, ela passa a morar com o pai, que se casou com outra mulher após uma separação complicada, e assim, é como se uma porta de liberdade se abrisse para a moça.

Um dos melhores momentos da história é quando somos apresentados ao melhor amigo de Eva, Manoel. Melhor amigo gay, é preciso enfatizar. Ele a leva para o centro da cidade e para festas de música eletrônicas, e Eva se encanta por um jovem cineasta chamado David, que já tem prêmios internacionais e é bem conhecido no ciclo social. Por conhecerem os mesmos autores e ter uma conversa muito agradável, a química fica instaurada e está claro que um romance nasceria dali. Mas não. E é aí que começa as aventuras na vida tão desinteressante da ruivinha. Decepções amorosas, bebedeiras, uso de drogas e arrependimentos. Muitos arrependimentos.

E é mágico. É real. É como nos apaixonamos pelo que imaginamos. O inexistente. Sabe aquela música da Sandy, que diz “eu me apaixonei pelo que eu inventei de você“? Então. É a partir daí que Eva ganha profundidade. Daí pra frente, ela se torna interessante. Ao menos, me vi completamente nela. A moça ganha atitude, ganha vida. Faltava um baque para que ela viesse á vida.

Leitura rápida, são cerca de 100 páginas apenas, e acredite, a leitura se alonga se você para parar refletir sobre sua vida ao longo dos trancos e barrancos da história de Eva. Num grande geral, parece que a autora Maria Clara Drummond juntou alguns elementos essenciais de Gossip Girl, The OC e Rebelde (!), bateu no liquidificador e adicionou uma essência de “pobre menina rica” e chegamos ao resultado final, que é muito bom para se ler numa tacada só. Reflexivo, mas não chocante. A capa chama muito a atenção, talvez pelas cores escolhidas e pelo efeito que ela causa pessoalmente. Perfeito para incluí-lo em alguma maratona de leitura.