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Críticas de Cinema, Filmes

Crítica de Cinema: Me Chame Pelo Seu Nome (2017)

Estrelado por Timothée Chalamet e Armie Hammer, Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name, 2017) é um filme que versa sobra a autodescoberta durante a adolescência. Uma fase da vida que não tem como escapar. E durante esses anos de experimentação, descobrimos nosso corpo, descobrimos o que é desejo e descobrimos o que é amor.

Elio (Timothée Chalamet) é um garoto que vive numa casa de verão, em algum lugar ao norte da Itália. Durante a estação, seu pai costuma receber um acadêmico novo a cada ano para ajudá-lo em pesquisas. O ano é 1983 e o visitante é o americano Oliver (Armie Hammer). Aos poucos, a convivência vai aproximando os dois rapazes, e uma paixão vai surgindo.

Divulgação/Sony Pictures

Resumir Me Chame Pelo Seu Nome apenas como um filme de temática LGBT seria injusto. O longa de Luca Guadagnino (A Bigger Splash, 2015), inspirado no livro de André Aciman, retrata com sensibilidade e leveza o despertar do amor e do desejo, sob a perspectiva de um adolescente.

Nada é gratuito no desenrolar dessa relação. Conforme vão se conhecendo, Elio demonstra a vontade de experimentar, de viver aquele sentimento que desabrocha dentro dele, mesmo com a incerteza de estar sendo correspondido. Enquanto isso, Oliver, que apesar de ser um sujeito cativante, demonstra uma certa arrogância, um ar de superioridade, vai se desarmando conforme a confiança entre os dois vai sendo construída.

Divulgação/Sony Pictures

O roteiro escrito por James Ivory desenvolve a história com sensibilidade, num crescendo que, à primeira vista pode parecer um pouco enfadonho, mas que evidencia de forma apurada a hesitação de Elio entre a incerteza e o desejo. A paixão fugaz e intensa dos dois rapazes é retratada da melhor maneira “sexy sem ser vulgar”. E toda essa sutileza do roteiro é associada à belíssima cinematografia e cenários deslumbrantes. É poesia pura.

Me Chame Pelo Seu Nome é o perfeito retrato da primeira paixão, do amor de verão. Intenso, efêmero, mas que, de uma forma ou de outra, acaba sendo marcante. Seja pelo aprendizado, seja pela descoberta. O importante é viver intensamente e aproveitar cada segundo, mesmo que a felicidade seja finita.