Tags

isa gama

A autora Isa Gama lança o livro "Você Ousa Sonhar?" e fala sobre a saída de sua zona de conforto. Foto: Arquivo Pessoal
Atualizações, Livros

Isa Gama lança livro Você Ousa Sonhar?, sobre viver na Tailândia e os percarlços na mudança de país

“Você ousa sonhar?”. Foi essa a pergunta que Isa Gama, natural de Três Corações (MG), se fez quando foi conhecer a Tailândia e, ao se encantar, decidiu ficar de vez. Depois de quase dois anos no país, Gama lança seu primeiro livro, batizado como “Você ousa sonhar?” – em referência a um vídeo que a instigou durante essa decisão – com tiragem de 200 exemplares e edição independente. Na publicação, a mineira narra suas aventuras, entre alegrias e percalços, nesse biênio e ainda descreve outras experiências, como um mochilão na Europa. No dia 4 de maio, Isa lança a obra no Café Com Letras (Rua Antônio de Albuquerque, 781, Savassi), a partir das 17h. A entrada é gratuita.

Formada em engenharia civil, Isa Gama, que residia em Belo Horizonte, foi passar 20 dias para conhecer o país do sudeste asiático com passagem de ida e volta. Ao aterrissar, foi completamente tomada pela energia tailandesa e decidiu ficar. “Queria ter novas experiências, sair da zona de conforto, crescer pessoalmente e profissionalmente. Tinha muitas dúvidas sobre quem eu era e o que realmente desejava para minha vida. Como sempre gostei de desafios, embarquei em mais um”, afirma. Essa coragem rendeu bons frutos, entre eles, a primeira publicação, que pode ser comprada pelo site Engenheira Sem Fronteiras.

“Você ousa sonhar?” traz à tona a jornada de Isa, que criou uma startup “do zero” – a Tours Phi Phi – como um meio de empreender e se manter no novo destino. “Comecei com as ferramentas que eu tinha à mão: um celular, um caderninho e uma caneta”, conta. Entre os clientes atendidos por lá, ela cita Paulinho Vilhena e Rosana Hermann.

Hoje residente em São Paulo, cidade escolhida após a temporada asiática, Isa Gama está articulada e, no dia 27 de abril, dará uma palestra no “I Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes”, que acontece no Leques Brasil Hotel (Rua São Joaquim, 216, Liberdade, São Paulo).

Sobre a virada de jogo, a autora comenta que “uma vontade de mudar radicalmente e completamente de vida” a motivou. O livro é também uma consolidação dessa rota que ela tomou como “norte” e elucida momentos que foram cruciais para elaborar esse novo caminho.

“Você ousa sonhar?” traz elementos de empreendedorismo, como muitos livros nas prateleiras de negócios, porém com um viés de aventura, permeado por suas andanças em outros países. De onde veio essa ideia de misturar tais elementos? E funcionou?

Sempre tive um sonho de escrever, desde criança. Quando estava na Tailândia, percebi que tinha chegado o momento de tirar essa ideia do papel. Estava com a cabeça fervilhando de insights. Um vídeo foi crucial para me manter nos eixos nos meus momentos mais difíceis. Quando algo acontecia, eu pensava: estou vivendo minha zona de pânico. Depois disso, sonhos irão se realizar. Criei resistência mental e física para continuar. Foi nesse momento que veio a ideia.

Sempre gostei muito de ler sobre empreendedorismo, treinamento da mente, nossos potenciais e a vida de pessoas que realizaram grandes feitos, não apenas na área empresarial. É preciso ter muita determinação para chegar a esses resultados. Atletas, empresários, artistas, profissionais da filantropia, ganhadores do Nobel me inspiram. Nunca tinha escrito antes porque, em geral, começava a falar sobre um assunto e, de repente, mudava de rota. Achava que era falta de foco. Quando desliguei essa chave da minha cabeça, cheguei à seguinte pergunta: quem inventou essa regra que só posso escrever sobre um assunto? Deixei minha imaginação fluir e as ideias vieram. Juntei diários antigos, textos soltos, criei alguns exercícios e provocações. Fluiu.

Muitos associam sair do país e viver uma experiência no exterior como uma “fuga” da realidade. No entanto, você empreendeu durante essa sua saída e trouxe uma nova bagagem de volta, com o perdão do trocadilho. O que você pode dizer para as pessoas que têm esse mesmo desejo?

O que, para alguns, é fuga eu costumo chamar de desafio. Se estou vivendo uma situação muito confortável, fico incomodada. Naturalmente, me movo para a zona de aprendizado. As tais zonas mágica e de pânico eu ainda não conhecia e queria conhecer. Na verdade, quando fui para a Tailândia, não pensei que abriria um negócio lá. Aconteceu.

O que posso dizer para as pessoas é que elas se preparem e estudem. Precisamos acreditar, ter conhecimento e coragem, além de colocar a mão na massa e ter integridade. No meu caso, comecei a empreender na Tailândia sem gastar nada, com um caderninho e um celular. Com o tempo, fui fazendo parcerias e passei a investir mais. Resumindo, prepare-se psicologicamente e em relação à educação.

Como foi o processo de escrita, edição e publicação. Pelo que entendemos, foi tudo feito por você. Quais foram as dificuldades? Você recomendaria a novos escritores?

Foi sofrido. Gostaria de ter escrito muito mais. Se fosse colocar tudo no papel, não terminaria nunca. Tive que deixar muita história de lado. No geral, consegui retratar o que eu gostaria. Mas até finalizar, foi bem trabalhoso. Escrevi, deletei e alterei até chegar à versão final. Em relação à edição, comecei a pesquisar sobre como formatar e diagramar. Fiz tudo: arte da capa, processo nas gráficas, registro no ISBN, o que também é um ato de empreendedorismo. Se prego tanto isso, por que comigo seria diferente? Refleti muito sobre essa questão.

Recomendo que os novos escritores tentem fazer tudo. Há bastante conteúdo online. Escrever é a parte mais difícil. Se você está com o texto pronto, metade do sonho está realizado. Vai deixar morrer pela metade? Atualmente, há tantas maneiras para publicação. Todos que querem escrever devem fazê-lo.

Cite a experiência mais notável e a mais complicada nesse período em que você passou na Tailândia e em outros países.

Se você me fizer essa pergunta daqui a algum tempo, a resposta provavelmente será outra. Hoje as experiências que escolherei citar são: a mais notável foi dar um workshop/palestra em Inglês em uma universidade do Myanmar (antiga Birmânia), um país que até pouco tempo atrás quase não recebia estrangeiros. A mais complicada foi ser internada com dengue hemorrágica no Vietnã.

Como vê o mercado editorial brasileiro para novos autores?

Prefiro enxergar de maneira otimista. Enxergo todos problemas como oportunidades e acredito que há muito a ser explorado. Precisamos de inovação e de incentivo à leitura. É importante termos mais leitores, mas vejo uma curva ascendente. Acredito que o mercado está se reinventando e vai sobreviver a esta fase de transição.

Você cita alguns autores, como Elizabeth Gilbert, e o vídeo “Você ousa sonhar”, que batizou a publicação. O que mais a inspirou?

Tive muitas inspirações diferentes: livros de empreendedores, as vidas de pessoas que admiro, cito alguns no livro. O filme “A Praia”, com Leonardo DiCaprio, gravado na ilha onde morei, e “O diabo veste Prada” também foram referências. O primeiro por eu estar vivendo em uma comunidade de estrangeiros, que foi uma grande saída do mundo que eu estava acostumada, que até então era de bancos, engenharia e corporações. Já o segundo, é porque fiz uma amiga nesse período, ela trabalhava para uma famosa grife europeia e tinha abandonado o mundo fashion para também morar na ilha. Como trabalhamos juntas e ela já estava na ilha há mais tempo, costumava brincar que ela era a minha Miranda e eu era a Andy dela. (risos) Foram muitas inspirações, de vários lugares e fontes. Nesse intervalo, também li muito sobre política, psicologia, relações internacionais, entre vários outros assuntos. Fiz um amigo antropólogo, quem assina meu prefácio e acabei sendo uma referência para a tese de doutorado dele, o que me deixava sempre em sintonia com meu lado acadêmico e “nerd”, que pasmém, descobri que sou um pouco enquanto estava lá.

Quais são os próximos passos?  

Escrever um livro gera muita inspiração para novos projetos, portanto, estou abraçando as oportunidades que surgem e que estejam alinhadas ao meu propósito. Uma das atividades que já comecei a fazer é dar palestras sobre temas variados, desde liderança e empreendedorismo até viagens e relacionamentos. Gosto de compartilhar o que aprendi e também de aprender com as experiências e pessoas que cruzam meu caminho. Como sou muito cabeça aberta e gosto de misturar várias áreas diferentes, espero também trabalhar em projetos multidisciplinares e em equipe.

Lançamento |

Data: 4 de maio

Horário: a partir das 17h

Local: Café Com Letras (Rua Antônio de Albuquerque, 781, Savassi – Belo Horizonte, MG)

Entrada gratuita.

Mais informações: http://cafecomletras.com.br/

Você Ousa Sonhar, de Isa Gama, esta disponível para combra de e-book na Amazon e versão física através do site da autora.