Quando pegar “Todos Nós Vemos Estrelas”, para ler, tenha em mente que você não irá larga-lo enquanto não acabar. Esse é o primeiro ponto positivo, afinal, por ser um conto, conseguimos terminar a leitura rapidamente. Mas também é um ponto negativo, pois nos deixa querendo mais. Muito mais.
Inclusive, “Estrelas” são como duas histórias em uma. É quase como ler um cross-over entre dois mundos que acabamos de ser apresentados. Começamos conhecendo a história de Lisa, uma adolescente com alguns problemas sociais, que prefere a companhia dos livros ao invés de sair para curtir com seus amigos – vamos combinar que uma maratona literária ás vezes é muito melhor que sair mesmo. Lisa vive com seu pai e sua madrasta, Tatiana, que aparentemente é bem chatinha, mas acredite, ela te conquista. E meio que obrigada, Lisa participa de um amigo secreto com sua turma de escola, mas óbvio que com segundas intenção: a moça tem o desejo de poder se aproximar de Heloísa, sua crush, através da brincadeira. Por um acaso do destino, a situação se inverte, e Lisa não tira Heloísa, mas sim o contrário. Presenteada com um diário, a nossa história se inicia justamente aí: este diário podemos resumir em um Death Note do bem. Sim, o que escrevemos realmente acontece.
Enquanto isso, somos apresentados a Lucien, príncipe de Trinitam, um reino que controla os elementos da terra e do ar. Lucien é personagem da saga de livros “A Glória do Traidor – que existe apenas dentro do conto (por enquanto, esperamos) – e suas terras fazem fronteiras com Vormiam e Démores, que controlam os elementos químicos e metálicos e do fogo, água e destino respectivamente. Eis que somos apresentados ao príncipe enquanto ele está em fuga, por ter surrupiado um poderoso artefato que pode pôr fim ao tratado de paz entre os três reinos. O rapaz, que na verdade não passa de um adolescente, é o herói favorito de Lisa e é trazido para os tempos atuais após ela desejar estar na companhia de seu personagem predileto. Então apesar de estar fugindo de dois exércitos e estar prestes a iniciar uma batalha épica e acabar com a paz em Trinitam, Lucien é inexplicavelmente transportado para São Paulo.
Se aprofundar na chegada do príncipe e o desenrolar de sua estadia no Reino de Santana (São Paulo) seria estragar a experiência de leitura para quem ainda não teve a oportunidade de ler, mas alguns pontos que precisam ser ressaltados: a amizade construída entre Lucien e Lisa e o fato dos capítulos alternarem os pontos de vistas nos dão uma visão muito completa sobre o que passa na mente e no coração de ambos. É como fazer parte dela. Ambos acrescentam muito na vida um do outro: seja a garota dando um choque de realidade no príncipe ou ele ensinando o valor que temos e o quanto podemos oferecer ao próximo. Afinal, todos nós vemos estrelas, mas nem todos se lembram de olhar para o céu. Lucien tem uma humanidade dentro de si, uma inocência que soa natural e é apenas lindo acompanhar o seu desenvolvimento. “Todos Nós Vemos Estrelas” nos embarca em uma jornada de autoconhecimento e reflexão que é muito pouco visto em outras obras de fantasia e é isso que mais encanta após o término da leitura.
“Estrelas”, como eu particularmente chamo, está disponível para leitura dentro do programa Kindle Unlimited da Amazon, em que você paga a assinatura de R$19,90 e pode ler uma vasta biblioteca de livros em qualquer dispositivo – pode ser um Kindle, celular ou tablet. Para quem não é assinante, o conto está disponível por apenas R$2,90, basta clicar aqui.
O conto é escrito por Larissa Siriani, booktuber que você pode conhecer clicando aqui. Inclusive, ela acabou de lançar o livro “O Amante da Princesa” pela Verus Editora – teremos resenha logo mais – e vale lembrar: terá sessão de autógrafo no próximo dia 09 de junho em Campinas, no Shopping Dom Pedro e dia 10 de junho no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo. Leo Oliveira já apareceu vez ou outra aqui no Beco através dos vídeos de seu canal, Um Leitor A Mais – acabou de lançar vídeo falando sobre o recém lançado Tempestade de Guerra, de Victoria Aveyard (recomendadíssimo).